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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Brasil

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. “Yanoama, Amazonas” In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.639-1.640.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. A primeira edição da obra em exame é de 1997. 

Resumo : 
O verbete informa que os indígenas “Yanoama”, também denominados “Yanomama” [Yanomami], “Waiko”, “Shirishana” e “Guaharibo”, vivem na Venezuela e na Amazônia brasileira. Assentam-se longe dos rios, são caçadores experientes e cultivam plantas, embora sejam conhecidos como “paleoindígenas”. A tecnologia “Yanoama” é simples e acessível a todos. O item mais significativo é o shabono, ou clareira habitada, que pode ser composto por uma única grande casa com telhado cônico e saída para fumaça, ou por uma construção bem maior com grande área no centro. Na forma mais extrema pode ser uma construção periférica contínua, com telhado único inclinado, formando uma grande praça central ou espaço comunal. Formas e tamanhos estão relacionados à quantidade de pessoas no grupo, a fissuras nas relações de parentesco e à estrutura social que estabelece novas linhas a partir de casamentos exogâmicos. O shanobo é construído em partes, cada uma pelo chefe da família que o vai habitar. Os segmentos são como os abrigos temporários usados na época seca quando há incursões na floresta. Pilares de madeira dura formam a estrutura do abrigo, com peças menores (cerca de 1,50 m) postas atrás e outras duas vezes maiores a 3,00 m de distância em direção ao espaço central. Peças horizontais são presas com cipó à guisa de terças e cumeeira entre os pares de pilares. Esta estrutura, cujos apoios têm disposição aproximadamente triangular entre si, é combinada com outras iguais feitas por outra família, formando um círculo. O número dessas unidades determina o tamanho do círculo. Galhos ou madeiras finas e compridas, com cerca de 9m, formam uma trama leve sobre cumeeira e terças, compondo uma cobertura em dossel com cerca de 30o de inclinação. Galhos ou cipós são entretecidos nesta trama para fixação das folhas de palmeira bisha, presas em camadas sucessivas, formando uma cobertura resistente às chuvas. Quando as unidades residenciais estão prontas, são dispostas a intervalos de 1,00 metro, os quais são depois fechados e cobertos, exceto onde são definidas as entradas. Uma paliçada defensiva é construída em volta deste conjunto. Nas unidades familiares, cujas aberturas são voltadas para o centro, as redes de dormir são presas nos pilares em arranjo triangular em torno da lareira. Cabaças e cestos pendem da cobertura e a lenha é estocada verticalmente no fundo formando uma parede. A área do beiral é semi-pública e as cerimônias principais ocorrem no espaço central. O shabono pode ter 15, 30 ou 60 m de diâmetro, acomodando até 160 pessoas. Dura geralmente dois anos e o processo de construção e destruição é parte da vida social dos “Yanoama”. Devido aos contatos com missionários, a partir dos anos 70, casas próximas dos rios passaram a ser construídas, por vezes com telhados de duas águas como as dos vizinhos Yukuna. O verbete é ilustrado com desenhos. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 29 Novembro, 2013 - 12:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Referência bibliográfica citada e recomendada:

CHAGNON, Napoleon A. Yanomamõ: the Fierce People. New York, London: Holt, Rinehart & Winston, 1968.

CHAGNON, Napoleon A. Yanomamõ: the Last Days of Eden. San Diego: Harcourt Brace Jovanovich, 1992.

LIZOT, Jacques. “Contribution à l'étude de la technologie Yanomami”. Antropológica, Caracas : Fundación La Salle de Ciencias Naturales, n. 38, p. 15-33, 1974.

MILLIKEN, William; ALBERT, Bruce. “The construction of a new Yanomami round-house”. Journal of Ethnobiology, s.l. : s.ed., v. 17, n. 2, p. 215-33, 1997.

SMOLE, William J. The Yanoama Indians, a Cultural Geography. Austin: University of Texas Press, 1976.

Autor(es): 

Carlos Nelson Ferreira dos Santos

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. Movimentos Urbanos no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Carlos Nelson Ferreira dos Santos (1943-1989) foi arquiteto, antropólogo e urbanista. Carioca, graduou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizou seu mestrado em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ e o doutorado em arquitetura e urbanismo pela Universidade de São Paulo. Foi pesquisador visitante do Massachusetts Institut of Technology (MIT), Chefe do Centro de Pesquisas do IBAM e professor do Departamento Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense. Muito atuante no campo do urbanismo no Rio de Janeiro, Carlos Nelson foi um dos pioneiros da ação em prol da urbanização de favelas. Escreveu diversos livros sobre este tema, sobre movimentos sociais urbanos, processo de urbanização e metropolização no Brasil. A obra fichada é vista por especialistas como uma das suas mais importantes e corresponde à publicação de sua pesquisa para a dissertação de mestrado que defendeu em 1979 junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu da Nacional da UFRJ, com o título de Três Movimentos Sociais Urbanos no Rio de Janeiro. A edição em foco é a primeira desta obra. 
Sumário obra: 
Introdução 
Brás de Pina 
Morro Azul 
Catumbi 
Conclusões 
Bibliografia 
Resumo : 
O autor dedica-se nesta obra a construir uma teoria sobre movimentos sociais urbanos com base na etnografia de três movimentos dessa natureza ocorridos no Rio de Janeiro, entre os anos 1960 e 1970, em consequência de programas de erradicação de favelas e de renovação urbana. Debate, ainda, e desconstrói, com base nessas experiências, o conceito apresentado por Manuel Castells, no livro Movimientos Sociales Urbanos (Madrid: Siglo Veintiuno Eds, 1974) e o “mito”, então corrente, da existência de “comunidades faveladas”. Aponta o caráter transitório e derivado de momentos de crise que fundamenta a ação coletiva dos favelados e sua integração, em nível individual e coletivo, à lógica capitalista que preside a produção do espaço urbano, inclusive no que toca à apropriação de seus símbolos arquitetônicos e urbanísticos de status, por ocasião da implementação de planos de reurbanização. Assim, o tema da arquitetura e do assentamento popular não são os focos principais dessa obra, embora informações interessantes a esse respeito surjam no bojo dos trabalhos de campo desenvolvimentos nas três localidades examinadas: a favela de Brás de Pina, próxima à Av. Brasil; a favela do Morro Azul, no Flamengo, e o bairro do Catumbi, próximo ao centro da cidade. Essas informações encontram-se principalmente nos capítulos relativos a Brás de Pina e Morro Azul e tratam da história dessas ocupações, sua formação inicial e desenvolvimento dos espaços dos “barracos” – que ainda predominavam nas favelas cariocas – e do surgimento de uma arquitetura popular em alvenaria no âmbito dos planos de urbanização implementados ou idealizados. Sobre Brás de Pina, o autor assinala o esforço dos moradores na construção do terreno do assentamento, a partir do aterramento progressivo de uma área pantanosa. Assinala que as melhores casas e os espaços com melhor infraestrutura localizavam-se nas áreas ocupadas a mais tempo, mas sem relação direta com a renda dos moradores. Composto basicamente de barracos de madeira, muitos dos quais sobre palafitas, o assentamento possuía algumas ruas retilíneas e largas como prolongamentos de outras do bairro vizinho, sendo as demais, becos tortuosos que, na maioria, constituíam vias sem saída. A experiência de Brás de Pina adquiriu notoriedade por ter sido a primeira a advogar e realizar um plano de reurbanização, em reação à então vigente política de remoção. Foi conduzida, apesar dos problemas e contradições surgidos, de modo a promover a participação dos moradores, admitindo-se “padrões não convencionais para os materiais e espaços de moradia”, o que permitiu que os habitantes desenhassem ou escolhessem o desenho de suas casas nos novos lotes delimitados. Contudo, não eram obrigados a construí-las por ocasião da transferência para os novos lotes,  mas apenas um banheiro ligado à rede de esgoto, podendo-se remontar os barracos no fundo, deixando-se a frente do lote livre para a nova construção. O autor aponta como traços principais das casas desenhadas ou escolhidas pelos moradores, a divisão em sala, cozinha, banheiro, área de serviço e dois quartos e a proposição de pequenas varandas e corredores – elementos, em geral, inexistentes nos barracos. Conclui que havia nas casas desenhadas pelos moradores uma tendência de “imitar” apartamentos cujas plantas são anunciadas nos jornais, incorporando-se também seus signos de status. O autor assinala ainda o surgimento, na implementação do plano de urbanização, de ações especulativas como a venda de “direitos” de permanência por parte de moradores que não tinham condições de construir, além da construção de espaços para aluguel. Com isso, ressalta a lógica capitalista de produção do espaço que também ocorre nesses casos, advogando que, ao invés de serem contidos ou ignorados, se busque aprender com eles. O assentamento de Morro Azul, por sua vez, é descrito como um “típico aglomerado irregular de moradia em encosta”, formado majoritariamente por barracos de madeira construídos em torno de becos íngremes. Embora numa escala muito menor do que em Brás de Pina, no Morro Azul a maioria dos moradores optou por construir suas casas segundo seus próprios desenhos, mas aí também não houve muita divergência entre estes e os resultantes de apoio técnico especializado. Devido à declividade do terreno, houve o aproveitamento do desnível para um porão ou cômodo de aluguel, mas o modelo de casa com sala, dois quartos, corredor, banheiro e cozinha foi o predominante. O autor classifica essas plantas como “racionalistas” e relacionadas às formas correntes de morar na cidade, o que também poderia ser dito sobre as casas de Brás de Pina. Estabelece uma comparação entre essas casas e os barracos existentes em Morro Azul, os quais tinham dimensões entre 4 e 35 m2 e divisões internas muito variadas, sendo o cômodo mais constante a cozinha. Nos casos em que existiam, os quartos eram mínimos e o corredor foi detectado em apenas um barraco. Os interiores desses barracos são descritos como atravancados, com móveis utilizados como divisórias, e circulação interna feita por cima deles ou a partir do recolhimento de camas e colchões durante o dia. Para o autor, a presença de sala e corredor constituiria um traço distintivo entre barraco e casa de alvenaria. No relato dessas experiências de urbanização, o autor questiona a prática do mutirão, observando que, sempre que possível, os moradores contrataram os serviços de construção, dedicando-se pessoalmente a ela apenas no fim de semana. O livro é ilustrado com desenhos e fotografias dos assentamentos comentados. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 15 Maio, 2014 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Referências bibliográficas citadas e de interesse para o estudo da arquitetura e do assentamento popular:
 
MEDINA, Carlos Alberto. “A favela como uma estrutura atomística: elementos descritivos e construtivos”. In: América Latina, 12, n° 3, Rio de Janeiro, 1969.
SALMEN, Lawrence. “Housing alternatives for the carioca working class: a comparison between favelas and casas de cômodos”. In: América Latina. Rio de Janeiro, 1970.
SANTOSA, Carlos Nelson F. dos. “Some considerations about possibilities of squatter settlement development plans”. Cambridge, Massachusetts: MIT, documento xerox.
TURNER, John. «Habitação de baixa renda no Brasil: políticas atuais e oportunidades futuras”. In: Revista de Arquitetura. Rio de Janeiro, 1968.
ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Hamilton Botelho Malhano

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

MALHANO, Hamilton Botelho. “Karibe- Aruak-Tupi (Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.628-1.629.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Hamilton Botelho Malhano é arquiteto, etnólogo e museólogo, Mestre em História da Arte-Antropologia pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutor em História Social pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da mesma Universidade. Foi Diretor Adjunto do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-1998) e conselheiro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, como representante do Museu Nacional da UFRJ. Integra o quadro docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ desde 1997. Atuou como colaborador e ilustrador em várias publicações etnológicas e possui obras publicadas sobre artesanato e arquitetura vernacular.

Informações obtidas em: http://www.fau.ufrj.br
Resumo : 
O verbete trata da arquitetura e dos assentamentos dos grupos indígenas do alto Xingu, os quais são classificados em termos linguísticos como Karibe (subgrupos Kalapalo, Kuikuro, Wagifitì-Matipu, Jaganmì-Nahukwá e Ikipeng-Tishkão), Aruak (subgrupos Yawalapíti, Mehináku e Waurá) e Tupi (subgrupos Kamayurá e Awetí). Suas aldeias são espaços articulados de acordo com relações sociais. A casa constitui o domínio mais privado e, por isso, é mantida fechada e protegida. Sua forma revela um sistema de expectativas e disposições codificadas, cujo código não se acessa geometricamente e sim conceitualmente. As partes dessas construções são relacionadas à anatomia do corpo humano, com elementos construtivos e partes do corpo denominadas pelo mesmo nome, o que sugere a identificação da casa com um ser biológico. Apesar de ter características masculinas, não há propriamente associação de gênero relativa à casa, pois é vista também como o lugar de gestação e preparação dos indivíduos para o exercício do seu papel social. Não há divisões internas, mas cada família tem o seu espaço privado de dormir e comer cujos limites não são definidos, mas reconhecidos por todos. O chefe da casa vive no setor frontal leste, tendo como referência o centro da aldeia. É ele quem toma a iniciativa de construir a casa e providencia os esteios centrais que são fixados no chão e são chamados de “pernas da casa”. A falsa elipse, que é a base da planta, é desenhada no chão, sendo aí fincados os esteios periféricos. O chefe da casa tem o privilégio de fincar os esteios das entradas, estabelecendo, assim, suas “bocas”. Um anel elíptico de madeira amarra os esteios periféricos pelo topo e constitui a costela principal da habitação. Extremidades de varas são fincadas no chão, contornando os esteios periféricos e colocadas em distância suficiente para que sejam amarradas na cumeeira que se apoio nos esteios centrais, denominada, por sua vez, de “peça de madeira que a casa carrega na cabeça”. Tiras de couro e ripas reforçam a estrutura abobadada da cobertura, formando as outras “costelas” da casa. O “cabelo” é a palha trançada nas ripas e seções da abóbada são denominadas de “nádegas, peitos, costas, pescoço e nuca” da casa. Uma construção especial é a casa das flautas ou “do meio”, que é um lugar sagrado, proibido para as mulheres e tem o objetivo de socializar os homens. Contém as flautas e demais objetos sagrados, sendo onde os homens se pintam para as celebrações. Esta casa fica no centro da aldeia que é definido como um lugar público. O centro geométrico da aldeia coincide também com o cemitério, pois os xinguanos também estabelecem uma gradação entre vivos e mortos que se reflete nos locais de sepultamento. A área da aldeia é determinada pelo modo como as pessoas nela se movem e revela como elas se relacionam umas com as outras. O verbete é fartamente ilustrado com desenhos sobre o processo de construção e sobre as várias partes da casa do alto Xingu.
Data do Preeenchimento: 
sábado, 23 Novembro, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada e recomendada:

MALHANO, Hamilton Botelho. “Repensando a técnica construtiva no alto Xingu”/MS. Inédito, curso Processos e Técnicas nas Artes Visuais, mestrado em História da Arte, P. G. em Artes Visuais (EBA/CLA/UFRJ), 1989.

MALHANO, Hamilton Botelho. “Poética Altoxiguana: A metáfora do abrigo: Uma Etnografia da Casa”, dissertação de mestrado em História da Arte, Pós-Graduação em Artes Visuais, Rio de Janeiro: UFRJ, 1993.

MALHANO, H. B e COSTA, M. H. F. “Habitação Indígena Brasileira”. In: RIBEIRO, Darcy et al. Suma Etnológica Brasileira, V. 2, Tecnologia Indígena. Petrópolis: Vozes/FINEP, 1986.

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Maria Angélica da Silva

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

SILVA, Maria Angélica da. “Pontal da Barra (Brasil, NE)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.632-1.633.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Maria Angélica da Silva é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (1998), com bolsa sanduíche cursada na Architectural Association School (Londres). É professora associada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e, atualmente, é coordenadora do Programa de Pós Graduação desta Faculdade. Tem experiência nos temas da história da paisagem, do urbanismo e da arquitetura, iconografia, arquitetura moderna e contemporânea, patrimônio e design de produtos culturais. Coordena o Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem desde 1998. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/0004923271744434
Resumo : 
Pontal da Barra é um distrito da cidade de Maceió, capital de Alagoas, que fica localizado numa faixa de terra entre o mar e a lagoa de Mundaú. Segundo a autora, a área seria habitada por uma população descendente de índios Caetés e brancos. A planta da vila é resultado dos caminhos estabelecidos pelos habitantes para alcançar a lagoa, já que a base da vida local é a pesca. As casas surgem ao longo desses caminhos assim como os coqueiros. A pesca é feita em canoas tradicionais e com o uso de redes, e a cata de mariscos é feita com as mãos e por meio de armadilhas. Inicialmente, as casas eram totalmente construídas em palha de coqueiro trançada sobre estrutura de madeira, mas há também casas com vedações em taipa de sopapo. Homens, mulheres e crianças tecem as redes na frente das casas e, como onde há rede há renda, no povoado também se tece o filé em cores muito vivas que, segundo a autora, remetem à paisagem. Devido ao desenvolvimento do turismo na região, o artesanato é uma fonte de renda e as mulheres exibem os filés que fabricam nas fachadas das casas. Devido à instalação de uma planta industrial de fabricação química de álcool clorídrico, a pesca teria diminuído bastante. O verbete não traz informações detalhadas sobre o espaço das casas, mas contém fotografia da localidade. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 24 Novembro, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Autor(es): 

Iris Salles Nascimento

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

NASCIMENTO, Iris Salles. O espaço do terreiro e o espaço da cidade: cultura negra e estruturação do espaço urbano. 1989. 132 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Arquitetura, 1989.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Sumário obra: 
Apresentação 
Introdução 
Metodologia 
PRIMEIRA PARTE: O CONTEXTO 
1. O Conceito de Candomblé 
2. Os Nagôs e o Século XIX 
3. O Negro e a Sociedade Brasileira no Século XIX 
4. Espacialização dos primeiros templos. 
5. Avaliação crítica da literatura existente. 
Notas da primeira parte 
SEGUNDA PARTE: O OBJETO 
1. Produção e consumo do espaço 
2. Do lúdico ao político 
3. Espaço do terreiro no espaço da cidade 
4. A cidade e o terreiro – Reflexos do crescimento urbano sobre o espaço do terreiro 
5. Estruturação do espaço do terreiro e do templo 
6. Relações entre a configuração, o uso e o significado do espaço 
7. Caracterização do espaço do terreiro ontem e hoje. 
8. Graus de privacidade dos espaços sagrados 
9. Conclusões 
Notas da segunda parte 
Bibliografia. 
Resumo : 
A dissertação enfatiza o estudo do espaço religioso afro-baiano quanto aos aspectos arquitetônicos e de sua integração no espaço urbano da cidade de Salvador durante os séculos XIX e XX. A autora defende a necessidade da documentação arquitetônica dos terreiros, assim como ocorreu com outros espaços da cidade, com vistas a se fomentar o interesse científico pelo tema, além da produção de um acervo que garanta a preservação desses espaços. O trabalho está dividido em duas partes. A primeira aborda os aspectos socioculturais dos negros baianos que seriam determinantes do seu modo de se apropriar do espaço. Mostra ainda a distribuição, principalmente central, dos primeiros terreiros na cidade. A segunda parte, mais pertinente para o tema da arquitetura popular, trata da estruturação do espaço religioso, enfatizando o terreiro de candomblé e suas características arquitetônicas. O estudo se baseia no modelo de terreiro Jêje-nagô devido à importância dos povos de língua ioruba para a cidade. Foram estudados quatro terreiros, dois do século XIX e dois do século XX, analisando-se o início da implantação e a consolidação dos terreiros de candomblé na cidade de Salvador. A autora analisa a visão de espaço do negro e do branco e a escolha das áreas para implantação dos terreiros, bem como sua distribuição no espaço urbano, o que seria determinado pelo comportamento e pela cultura dos negros, assim como pelo ambiente e pela forma. Após analisar a estruturação do espaço do terreiro como um processo determinado pelas necessidades das atividades ali praticadas e pelas simbologias religiosas, a autora discorre sobre a relação entre a configuração, o uso e o significado dos seus espaços internos. A configuração do conjunto arquitetônico é analisada quanto ao sítio físico, à implantação e à morfologia em um capítulo bem detalhado. A autora conclui que os terreiros alcançaram identidade própria, uma vez que transmitem uma linguagem espacial com símbolos religiosos que refletem a cultura do povo de santo e, assim, são facilmente reconhecidos pela sua semelhança arquitetônica. Apresenta ilustrações, fotos e plantas das edificações. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 12 Fevereiro, 2013 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Estudante voluntária: Sarah Diana Frota de Albuquerque

Data da revisão: 
sexta-feira, 11 Julho, 2014 - 10:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Hamilton Botelho Malhano

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

MALHANO, Hamilton Botelho. “Judjá-Juruna (Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.627-1.628.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Hamilton Botelho Malhano é arquiteto, etnólogo e museólogo, Mestre em História da Arte-Antropologia pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutor em História Social pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da mesma Universidade. Foi Diretor Adjunto do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-1998) e conselheiro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, como representante do Museu Nacional da UFRJ. Integra o quadro docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ desde 1997. Atuou como colaborador e ilustrador em várias publicações etnológicas e possui obras publicadas sobre artesanato e arquitetura vernacula.

Informações obtidas em: http://www.fau.ufrj.br
Resumo : 
O verbete informa que as aldeias do grupo tupi denominado no Brasil de Judjá-Juruna (ou Yudjá-Juruna) ficam perto do rio Manissauá-Missu, no baixo curso do rio Xingu, na parte nordeste do Parque Nacional do Xingu. Nelas, uma construção de caráter coletivo situa-se de modo proeminente: é a casa de farinha, alimento cuja cocção no formo é atividade masculina. Esta construção abriga também um fogo comum onde as mulheres preparam uma bebida fermentada a base de mandioca. Os adultos se reúnem aí no nascer ou no por do sol em dias festivos, exceto as meninas jovens que não podem ainda participar das comidas coletivas até seu casamento ou nascimento do primeiro filho. Os genros constroem suas casas próximas às dos sogros, formando pequenos grupos de residências familiares. Os Judjá-Juruna não têm um padrão formal de habitação. Constroem casas retangulares, quadradas, elípticas ou circulares. Podem ter divisões internas, mas a maior parte dos espaços íntimos é demarcada por jiraus e redes. Um espaço matrimonial novo é demarcado num canto segregado da casa para que o casal jovem possa ser monitorado pelos mais velhos. O fogo familiar para cozinhar fica no centro das habitações. Casas elípticas com paredes e coberturas independentes se tornaram comuns no médio e baixo Xingu, o que resultou da diminuição do número de vigas que formam as coberturas das construções do alto Xingu. Entre os Judjá-Juruna, a cobertura das casas forma pequenos beirais sobre as paredes, o que produz uma cobertura cônica e não em abóbada como no alto Xingu. As escoras periféricas podem estar ou não revestidas com palha. Assim, as casas do baixo e médio Xingu não possuem os detalhes arquitetônicos das construções da região do alto. Esta forma, contudo, é aceita pelo grupo Judjá-Juruna como transitória. O verbete é ilustrado com um corte esquemático da habitação.
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 22 Novembro, 2013 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Bibliografia citada e recomendada:

ANDRADE, Lúcia M. M. de. "Os Juruna no Médio Xingu". In: SANTOS, Leinad Ayer O.; ANDRADE, Lúcia M. M. de. (Orgs.). As hidrelétricas do Xingu e os povos indígenas. São Paulo: CPI-SP, 1988. P. 147-52.

FRANCHETTO, Bruna.  Laudo antropológico : a ocupação indígena da região dos formadores e do alto curso do Rio Xingu.  Rio de Janeiro : s.ed., 1987, p. 159.

VILLAS BÔAS, Orlando; VILLAS BÔAS, Claudio. “Os Juruna no Alto-Xingu”.  Reflexão, Goiânia : UFGO, n.1, p.61-85, 1970.

Autor(es): 

Aline Vargas da Silveira.

Onde encontrar: 
Disponível em PDF na internet, conforme endereço constante na referência bibliográfica. 
Referência bibliográfica: 

SILVEIRA, Aline Vargas da. Os "casarões de Ibatiba": um patrimônio vernáculo a ser preservado. Programa de Pós-Graduação e Arte - Centro de Artes. Universidade Federal do Espírito Santo.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Aline Vargas da Silveira é arquiteta e urbanista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (2009). Possui Mestrado em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (2012). Atualmente, é professora do Instituto Federal do Espírito Santo, atuando nos cursos Técnico em Edificações e Arquitetura e Urbanismo. O artigo em exame foi produzido a partir de dissertação de mestrado elaborada pela autora no Programa de Pós-Graduação em Arte/Centro de Artes, Universidade Federal do Espírito Santo, em 2012.
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/5188843873232282
Resumo : 
O propósito desta obra de Aline da Silveira é o estudo da arquitetura rural do município de Ibatiba, localizado no sul do estado do Espírito Santo, na região do Caparaó. O objeto de análise são os casarões do fim do século XIX e meados do século XX que foram construídos à medida que a lavoura cafeeira ia se desenvolvendo, passando, assim, a fazer parte da paisagem rural da região. Este objeto está ligado diretamente à cultura regional e ao modo de vida da época, sendo isso de extrema importância para a compreensão do tipo de arquitetura que representam. Os casarões são produtos de uma tradição construtiva que remonta a muitas gerações, desde o período colonial, principalmente no que diz respeito aos materiais utilizados e encontrados no local. Nesse contexto, a autora analisa possíveis alterações que ocorreram ao longo do tempo e revela que as técnicas construtivas dominantes eram artesanais, com uso de estrutura de madeira e vedações de pau-a-pique e/ou tijolo cerâmico. O conjunto arquitetônico da fazenda era formado pela casa, terreiro, tulhas e paióis, moinhos, monjolos, engenhos de cana-de-açúcar e abrigo de animais. Porém, boa parte desses componentes não existe mais, havendo apenas vestígios de sua localização. Alguns podem ser identificados por meio de relatos de moradores. A autora acredita que a valorização e a preservação desses exemplares históricos é de extrema importância para o resgate das memórias do lugar, e que pode ser uma boa maneira de promover o desenvolvimento da região. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 7 Março, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Estudante Bolsista: Samantha Rocha

Data da revisão: 
segunda-feira, 18 Março, 2013 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

0101-1766

Autor(es): 

Cristina Sá

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
SÁ, Cristina. Formas e Símbolos em Aldeias Indígenas Brasileiras. In: Projeto – revista brasileira de arquitetura, planejamento, desenho industrial e construção, n° 57, novembro 1983. São Paulo: Projeto Editores Associados Ltda., p.51-56.
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Cristina Cunha da Costa e Sá possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (FAU-UFRJ, 1970), Graduação em Arqueologia (UNESA, 1979), Especialização em Arqueologia (Museu Nacional-UFRJ, 1980), Mestrado em Estruturas Ambientais Urbanas (FAU- USP, 1982), Doutorado em Arquitetura, na área de concentração em Estruturas Ambientais Urbanas (FAU - USP, 1988). Professora aposentada da UFJF- Universidade Federal de Juiz de Fora – MG é pesquisadora da área de História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo, com trabalhos publicados que tratam principalmente das relações entre Espaço, Cultura e Sociedade, estudando seus processos de transformação a partir de levantamentos de campo em áreas indígenas, assentamentos de pescadores, favelas e áreas urbanas de baixa renda. Tem experiência em levantamentos de áreas de habitação vernácula, visando sua preservação e utilização enquanto patrimônio cultural e ambiental, assim como no treinamento de equipes para realização de levantamentos técnicos documentais e de campo.
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/234972331407126
Resumo : 
Artigo que estuda a forma espacial como tradução simbólica da sociedade, com boas ilustrações dos esquemas correspondentes, por meio da comparação entre tribos ligadas ao tronco linguístico Macro-Jê e os Karajá e Bororo que falam línguas isoladas desse tronco. Da família linguística Jê são destacadas as tribos centrais dos Xavante e Xerente e, do norte, os Timbiras Ocidentais (Apinayé) e Timbira Orientais (Krahó, Rankokamegra-Canela, Apanyakra-Canela, Dikobye e Krikati). A aldeia tradicional Karajá se configura como uma fileira de casas voltadas para o rio, com circulação principal nesta área e um caminho secundário, perpendicular ao rio, rumo à casa dos homens. Santa Isabel do Morro, uma das poucas aldeias Karajás atuais, embora se pareça com um povoado comum – com duas fileiras de casas paralelas ao rio e uma rua central entre as fileiras – é, propriamente, uma duplicação da fileira Karajá, na medida em que todas as casas se orientam para o rio e não para a rua central. Nas aldeias Bororo as casas se dispõem em círculo, com a casa dos homens no centro e um pátio de dança ao lado. Os setores radiais do círculo são divididos em clãs, cada um com três subdivisões. Na aldeia Bororo de Meruri, a distribuição espacial dos clãs se mantém, ainda que num arranjo em linha reta constituído pelos missionários salesianos. Já as tribos Jês centrais se organizam em arcos. Na aldeia tradicional Xerente, os clãs se distribuem ao longo do arco, com aqueles que têm reciprocidade na vida cerimonial da tribo postos em oposição frontal, enquanto o centro do arco é ocupado por um pátio de reuniões. O arco na aldeia tradicional Xavante volta-se para o rio, desenvolvendo-se os rituais no seu eixo de simetria, com a casa dos meninos não-iniciados nas suas extremidades. A distribuição das casas se dá em função de alianças políticas. No centro da aldeia, o local de reunião dos homens maduros e, afastado deste, o de reunião dos jovens iniciados. As aldeias atuais de Aparecida e São Marcos apresentam traços do esquema tradicional. Apesar de Aparecida ser uma linha reta, com casas orientadas para o rio, e São Marcos um grande círculo, ambas seriam interpretadas como arcos de círculo, como ilustra o local de reunião dos homens no eixo de simetria e, em São Marcos, na interseção dos eixos formados pelas aberturas do círculo. Nas tribos Timbira, a aldeia se estrutura como um grande círculo de segmentos de residências, com caminhos partindo destas ao centro ou pátio de reuniões. Os Krahós e Canelas mantêm essa disposição. Embora tenha formato retangular, a aldeia Apinayé de São José é interpretada como o círculo tradicional e mesmo representada graficamente de tal maneira. A autora destaca que uma mesma forma geométrica costuma ser interpretada de distintas maneiras por cada tribo e que há diferença entre a disposição geométrica real das construções e a sua auto-imagem. Em todos os casos, essa representação da forma espacial se mostrou mais importante que a forma concreta, com implicações na maneira como a aldeia cresce. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 7 Junho, 2013 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 22 Junho, 2014 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna.

Autor(es): 

Mônica Cristina Henriques Leite Olender

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA.

Disponível em PDF na internet.

Referência bibliográfica: 

OLENDER, Mônica Cristina Henriques Leite. A técnica do pau-a-pique: subsídios para a sua conservação. Salvador: Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação da UFBA. Salavador, 2006.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Mônica Cristina Olender possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1999), especialização (2003) e mestrado (2006) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é Professora Assistente da Universidade Federal de Juiz de Fora. Entre 2006 e 2011, coordenou o Curso de Especialização em Gestão do Patrimônio Cultural, no Instituto Metodista Granbery - JF/MG, e, entre 2008 e 2011 atuou como professora titular do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. Tem vasta experiência em preservação do patrimônio ferroviário, tendo participado de vários projetos dessa natureza Tem experiência também na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em elaboração de projetos de conservação e restauração de bens imóveis. Integra, desde 2012, o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/5641561328037421
 
Sumário obra: 
1. Introdução (01) 
2. A terra como matéria prima para a construção (15) 
3. A terra e a madeira: aspectos gerais (28) 
4. O sistema construtivo do pau-a-pique (46) 
5. Intervenção em edifícios com valor cultural construídos com pau-a-pique (68) 
6. Conclusão (92) 
7. Bibliografia (95) 
8. Apêndice (104) 
9. Anexo (108) 
 
Resumo : 
O objeto da dissertação é a técnica construtiva do pau-a-pique, também conhecida como taipa de mão, e a conservação e restauração de edifícios assim construídos. O pau-a-pique é apresentado como uma das técnicas construtivas mais antigas do Brasil, ainda em vigência e fartamente utilizada inclusive em edifícios e sítios reconhecidos pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Em virtude do desconhecimento sobre esta técnica e das matérias primas utilizadas, de manutenção inadequada e de desastres naturais, muitas construções desse tipo são perdidas a cada ano. A autora ressalta o grande preconceito que ainda existe com relação ao seu emprego, e afirma que, ao contrário do que muitos pensam, o pau-a-pique pode ser altamente resistente e seguro se executado e mantido de maneira correta. Mônica Olender ressalta também a importância cultural dos edifícios brasileiros construídos em terra crua e, num breve histórico, informa sobre a utilização da técnica no Brasil e sobre sua importância para a história da arquitetura brasileira. Com relação à técnica propriamente dita, a autora apresenta as diversas formas como pode ser encontrada, incluindo os materiais que a constituem. Com isso, contribui para o aperfeiçoamento das intervenções de conservação e restauro realizadas nesses edifícios históricos. O objetivo de Olender é mostrar o quanto essa técnica é eficiente e eficaz e que se trabalhada de maneira correta e se for bem conservada, pode permanecer em perfeito estado por longos anos como demonstram os exemplos expostos na dissertação. Os dados foram obtidos através de entrevistas com profissionais especializados na utilização da terra crua para a construção e em pesquisas de laboratório e de campo. A dissertação contém boa documentação fotográfica dos edifícios construídos, parcial ou totalmente, com essa técnica nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. 
 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 31 Agosto, 2012 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Estudante Bolsista: Samantha Rocha

Data da revisão: 
segunda-feira, 18 Março, 2013 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna e Daniel Paz

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Hamilton Botelho Malhano

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

MALHANO, Hamilton Botelho. “Bororo (Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.624-1.625.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Hamilton Botelho Malhano é arquiteto, etnólogo e museólogo, Mestre em História da Arte-Antropologia pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutor em História Social pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da mesma Universidade. Foi Diretor Adjunto do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-1998) e conselheiro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, como representante do Museu Nacional da UFRJ. Integra o quadro docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ desde 1997. Atuou como colaborador e ilustrador em várias publicações etnológicas e possui obras publicadas sobre artesanato e arquitetura vernacular.

Informações obtidas em: http://www.fau.ufrj.br

Resumo : 
O verbete informa que os Bororo fazem parte do grupo linguístico Macro Gê e seus assentamentos se caracterizam por habitações em círculo formando uma grande praça central. A casa dos homens é construída no centro desse espaço em uma linha imaginária leste/oeste e que divide a aldeia em duas partes. Esta construção tem duas entradas localizadas no eixo norte/sul. As habitações das oito frações tribais, ou clãs, são arranjadas em pares de quatro em cada metade da aldeia. Cada clã é subdividido em sub-clãs ou famílias, e cada família em vários lares, rigorosamente localizados no espaço. Os Bororo perderam seu sistema construtivo tradicional e utilizam um de caráter “regional”. Sua habitação atual é um retângulo de 45 m², com fachadas fronteira e traseira na dimensão maior onde ficam localizadas as duas únicas entradas. A entrada voltada para o centro da aldeia é a social e a dos fundos a privativa. Tradicionalmente, não há divisões internas, mas atualmente já são observados alguns compartimentos. A estrutura da construção consiste em três linhas de pilares de madeira, sendo a do centro mais alta e onde repousa a cumeeira. A cobertura e paredes são de palha trançada. Os espaços internos são divididos por meio de jiraus e esteiras dos casais que habitam a casa. O centro da habitação é comunal, como o centro da aldeia, e lá é feito o fogo para cozinhar, aquecer e espantar insetos. Cada unidade social e o lugar onde sua casa é construída é parte da estrutura social e espacial. Para os Bororo, cada aldeia é o centro do território e do universo. O verbete é ilustrado com um diagrama da organização espacial dos Bororo. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 22 Novembro, 2013 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 10:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada recomendada:

VIERTLER, R. B. As aldeias Bororo, alguns aspectos de sua organização social. In: Revista do Museu Paulista, s. Etnologia, V 2, São Paulo, 1976.

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