MAYUMI, Lia. Taipa, canela-preta e concreto. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2008.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Lia Mayumi possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (1982), mestrado em Arquitetura e Urbanismo (1999) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2006), onde defendeu tese sobre a restauração de casas bandeiristas de São Paulo. Realizou aperfeiçoamento em Living Sciences pelo KYOTO PREFECTURAL UNIVERSITY SCHOOL OF LIVING SCIENCES (1992). Atualmente é arquiteta da Prefeitura Municipal de São Paulo. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em História e Teoria da Arquitetura, atuando, principalmente, nos seguintes temas: casas bandeiristas, arquitetura rural paulista, restauração arquitetônica e autenticidade, técnicas de restauração.
Capítulo 1 – A casa Bandeirista:abordagens históricas e arquitetônicas
Capítulo 2 – A casa do Butantã
Capítulo 3 – A casa do Caxingui
Parte 2
Capítulo 4 – Tempos de novidades e de experimentação
Capítulo 5 – O sítio da Ressaca
Capítulo 6 – A casa do Tatuapé
Capítulo 7 – O Sítio Morrinhos
Conclusão
Resumo :
A publicação trata de um paradigma registrado nos processos de restauração de algumas casas bandeiristas, tombadas pelo Departamento do Patrimônio Histórico (PDH) da Secretaria Municipal de Cultura em São Paulo, e que está associado diretamente à técnica empregada na construção destas edificações, no caso, a taipa de pilão. De um lado, a proposta de estabilização dessas velhas construções com o uso de tecnologia contemporânea, especificamente o concreto armado, que se preocupa em manter visível e identificada a intervenção reparadora e, de outro, o interesse em aplicar novo revestimento às paredes após o emprego das inclusões de concreto armado, tendo em vista a recuperação da “singeleza chã das construções antigas”. As reflexões em torno dessa divergência de pensamentos e posturas relacionadas à restauração de monumentos arquitetônicos estão distribuídas em duas partes, subdivididas em sete capítulos, iniciados com uma visão geral das abordagens históricas e arquitetônicas da Casa Bandeirista, a qual é seguida por discussões de casos que complementam as considerações introdutórias. No primeiro capítulo da parte I, a autora analisa o processo de elaboração, desde 1937, da ideia de existência de um tipo residencial rural bandeirante, bem como apresenta a tese principal da pesquisa, segundo a qual o IPHAN instituiu, com suas obras da chamada “fase heróica” [dos anos 1930 e 60], um modelo de restauração das casas bandeiristas que se tornou um paradigma. Também neste capítulo, a autora se ocupa da análise da vitalidade desse paradigma até a década de 1990, quando se deu seu abandono em decorrência da adoção, por parte dos arquitetos e profissionais do campo da restauração arquitetônica, de teorias e conceitos diversos daqueles vigentes nas décadas anteriores. Ainda na parte I da publicação, a autora investe na particularização do tema, por meio da análise de duas casas bandeiristas, uma proposta que se estende e dá o tom das discussões da parte II, em que mais três edificações são analisadas. As casas selecionadas são minuciosamente examinadas, com foco na história de sua gênese, de sua transmissão patrimonial para a cidade de São Paulo e das intervenções físicas a que foram submetidas nos trabalhos de restauração. Neste último caso, foram analisados os aspectos técnicos e conceituais de cada intervenção. A intenção principal é a de compreendê-las individualmente e em conjunto, nos seus contextos histórico e ambiental, presentes e retrospectivos. A publicação, ao voltar-se para os procedimentos adotados nas restaurações de monumentos históricos e para os pensamentos que os movem, oferece uma contribuição inestimável à compreensão dos interesses, dificuldades e limites que caracterizam a atuação dos órgãos públicos que se ocupam da preservação do patrimônio histórico nacional. Embora centrada na questão da taipa de pilão, a discussão, dada à riqueza de perspectivas que inaugura, é útil para a análise da influência de outros elementos capazes de interferir diretamente nas propostas de restauração.
Bibliotecas e Superintendências Estaduais do IPHAN
Referência bibliográfica:
KANAN, Maria Isabel. Manual de Conservação e Intervenção em Argamassas e Revestimentos à Base de Cal. Brasília, DF: IPHAN. Programa Monumenta, 2008.
Eixos de análise abordados:
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Maria Isabel Kanan é arquiteta formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1976), com especialização pelo ICCROM e mestrado em Conservação Arquitetônica pelo Institute of Architectural Advanced Studies/University of York/ Inglaterra (1992), doutorado em Ciência da Conservação pela Bournemouth University, Inglaterra (1995). É arquiteta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1984 e professora do Mestrado Profissional em Conservação e Restauração de Monumento e Núcleos Históricos da UFBA (MP-CECRE) desde 1996. Tem experiência na área de conservação e restauração arquitetônica, com ênfase na pesquisa das tecnologias de cal e terra e na capacitação de profissionais e equipes de obras. É membro do ICOMOS atuando no comitê de patrimônio arquitetônico de terra e moderadora do grupo de paisagem.
4. Acabamentos e pinturas – conservação de superfícies
5. Procedimentos para projetos e obras
6. Anexos
Glossário
Bibliografia
Resumo :
O livro corresponde a uma análise prática e científica do uso da cal e das argamassas a base de cal, com vistas à sua reutilização na reconstituição de argamassas em obras de conservação e restauração. Bem ilustrado, o livro contém fotos de edifícios onde argamassas e pintura à base de cal foram utilizadas, além de descrever ensaios para a caracterização destas argamassas, seu preparo e aplicação. Inicialmente, a autora apresenta um breve histórico do uso da cal como aglomerante, assim como sua composição e usos em argamassas antigas. Explica as vantagens do uso das argamassas de cal na conservação e reconstituição de revestimentos em função das suas propriedades e de como estas influenciam a proteção das estruturas antigas. Segundo Kanan, o conhecimento da composição das argamassas dos edifícios históricos é necessário durante uma intervenção de recomposição ou reintegração, devendo-se evitar danos à argamassa existente. Para esta caracterização são utilizados diversos ensaios, desde os mais simples e que podem ser feitos na obra, aos mais sofisticados e que necessitam de suporte laboratorial. A autora completa as informações descrevendo a condição ideal para se fazer uma argamassa utilizando como agregado a pasta de cal, obtida através da extinção da cal virgem, com maturação de pelo menos três semanas. Assim, a pasta de cal tende a ter uma granulometria mais fina e a sua imersão em água garante que todo o óxido de cálcio se hidrate e permaneça na forma hidratada, ou seja, não iniciando o seu processo de cura. Kanan alerta que, na impossibilidade de utilização da cal extinta, a cal hidratada em pó poderá ser utilizada, mas recomenda que se prepare a pasta imergindo o pó em água por pelo menos uma semana antes do preparo da argamassa. Ressalta, no entanto, que, no caso da utilização da cal em pó, a qualidade da argamassa será inferior. A autora ainda informa que a argamassa de cal, se bem protegida, poderá ser preparada, armazenada e usada durante toda a obra. O manual traz ainda a descrição de vários ensaios para caracterização de argamassas, incluindo a descrição das técnicas de aplicação com os respectivos cuidados que se deve ter na execução e utilização de argamassas na reintegração e capeamento de alvenarias, nos rebocos de acabamento, nos estuques e nas juntas, assim como descreve os diferentes tipos de argamassas de reconstituição, inclusive das que utilizam fibras, aditivos naturais e orgânicos. Para o acabamento, apresenta desde o preparo da superfície até o preparo das tintas com os diferentes tipos de aditivos e a técnica de aplicação. Por fim, a autora apresenta os procedimentos a serem seguidos em projetos e obras de restauro que utilizam a cal na argamassa ou no acabamento, além de uma lista de ensaios e procedimentos para a caracterização das argamassas e de seus materiais constituintes. Exemplifica o trabalho com obras de restauro executadas. O manual é bastante prático, bem detalhado e ilustrado.
OLENDER, Mônica Cristina Henriques Leite. A técnica do pau-a-pique: subsídios para a sua conservação. Salvador: Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pós-Graduação da UFBA. Salavador, 2006.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Mônica Cristina Olender possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1999), especialização (2003) e mestrado (2006) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é Professora Assistente da Universidade Federal de Juiz de Fora. Entre 2006 e 2011, coordenou o Curso de Especialização em Gestão do Patrimônio Cultural, no Instituto Metodista Granbery - JF/MG, e, entre 2008 e 2011 atuou como professora titular do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. Tem vasta experiência em preservação do patrimônio ferroviário, tendo participado de vários projetos dessa natureza Tem experiência também na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em elaboração de projetos de conservação e restauração de bens imóveis. Integra, desde 2012, o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS.
2. A terra como matéria prima para a construção (15)
3. A terra e a madeira: aspectos gerais (28)
4. O sistema construtivo do pau-a-pique (46)
5. Intervenção em edifícios com valor cultural construídos com pau-a-pique (68)
6. Conclusão (92)
7. Bibliografia (95)
8. Apêndice (104)
9. Anexo (108)
Resumo :
O objeto da dissertação é a técnica construtiva do pau-a-pique, também conhecida como taipa de mão, e a conservação e restauração de edifícios assim construídos. O pau-a-pique é apresentado como uma das técnicas construtivas mais antigas do Brasil, ainda em vigência e fartamente utilizada inclusive em edifícios e sítios reconhecidos pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Em virtude do desconhecimento sobre esta técnica e das matérias primas utilizadas, de manutenção inadequada e de desastres naturais, muitas construções desse tipo são perdidas a cada ano. A autora ressalta o grande preconceito que ainda existe com relação ao seu emprego, e afirma que, ao contrário do que muitos pensam, o pau-a-pique pode ser altamente resistente e seguro se executado e mantido de maneira correta. Mônica Olender ressalta também a importância cultural dos edifícios brasileiros construídos em terra crua e, num breve histórico, informa sobre a utilização da técnica no Brasil e sobre sua importância para a história da arquitetura brasileira. Com relação à técnica propriamente dita, a autora apresenta as diversas formas como pode ser encontrada, incluindo os materiais que a constituem. Com isso, contribui para o aperfeiçoamento das intervenções de conservação e restauro realizadas nesses edifícios históricos. O objetivo de Olender é mostrar o quanto essa técnica é eficiente e eficaz e que se trabalhada de maneira correta e se for bem conservada, pode permanecer em perfeito estado por longos anos como demonstram os exemplos expostos na dissertação. Os dados foram obtidos através de entrevistas com profissionais especializados na utilização da terra crua para a construção e em pesquisas de laboratório e de campo. A dissertação contém boa documentação fotográfica dos edifícios construídos, parcial ou totalmente, com essa técnica nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.