Os volumes de I a V não possuem ISBN. Vol. VI: 85-86485-61-6 Vol. VII: 85-7505-045-1
Autor(es):
Paulo Ormindo David de Azevedo
Onde encontrar:
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
Referência bibliográfica:
BAHIA. Secretaria da Indústria e Comércio. IPAC-BA: Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia. Salvador: Secretaria da Indústria e Comércio, 1975-2002. 7v.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra:
Paulo Ormindo David de Azevedo (Coord.) possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (1959), especialização em Geografia Urbana pela University of Wisconsin – Madison (1960), especialização em Internacional de Prospecção Arqueológica pelo Instituto Politécnico de Milão (1969), especialização em Specialisation Pour La Conservation Et La Restaura pela International Center Of Conservation And Restoration Of Monuments And Sites (1969) e doutorado em Perfezionamento Per Lo Studio Dei Monumenti pela Università degli studi di Roma Ter (1970). Atualmente é professor titular da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: restauro, centro histórico, Salvador. (Plataforma Lattes, em 30/05/2014).
Sumário obra:
Volume I – Monumentos do Município do Salvador
Introdução - 01
Planta do Município do Salvador - 05
Planta do Centro Histórico - 07
1.0 Arquitetura Religiosa Assistencial ou Funerária - 09
1.1 Arquitetura Militar - 131
1.2 Arquitetura Civil de Função Pública - 149
1.3 Arquitetura Civil de Função Privada - 193
1.4 Arquitetura Industrial ou Agrícola - 299
Normas de Execução do IPAC - 305
Bibliografia sobre arte, arquitetura e evolução urbana da Bahia - 311
Volume II – Monumentos e Sítios do Recôncavo - I parte
Introdução ao Recôncavo - 11
Mapa do Recôncavo - 17
Município de Amélia Rodrigues - 19
Município de Candeias - 27
Município de Catú - 51
Município de Itaparica - 59
Município de Lauro de Freitas - 83
Município de Mata de S. João - 87
Município de Santo Amaro - 93
Município de São Francisco do Conde - 159
Município de São Sebastião do Passé – 211
Município de Simões Filho - 227
Município de Teodoro Sampaio - 231
Município de Terra Nova - 239
Município de Vera Cruz - 253
Normas de Execução do IPAC - 269
Bibliografia - 281
Volume III – Monumentos e Sítios do Recôncavo - II parte
Mapa do Recôncavo - 13
Município de Aratuípe - 15
Município de Cachoeira - 27
Município de Conceição de Feira - 139
Município de Conceição do Almeida - 147
Município de Jaguaripe - 159
Município de Maragojipe - 185
Município de Muniz Ferreira - 227
Município de Muritiba - 231
Município de Nazaré - 239
Município de Salinas da Margarida - 297
Município de Santo Antônio de Jesus - 305
Município de São Félix - 327
Município de São Felipe - 349
Município de São Gonçalo dos Campos - 365
Bibliografia - 377
Índice geral dos monumentos do Recôncavo - 383
Volume IV – Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina
Introdução - 13
Mapa do estado da Bahia - 25
Serra Geral - 27
Mapa da Microrregião 137 - 28
Brumado - 29
Caetité - 41
Condeúba - 75
Cordeiros - 85
Guanambi - 87
Ibiassucê - 91
Igaporã - 95
Jacaraci - 97
Livramento de N. Senhora - 99
Palmas de Monte Alto - 127
Pindaí - 137
Riacho de Santana - 139
Urandi - 147
Diamantina Meridional - 149
Mapa da Microrregião 136 - 150
Abaíra - 151
Andaraí - 157
Boquira - 187
Ibitiara - 189
Ituaçu - 191
Jussiape - 195
Lençóis - 201
Macaúbas - 255
Mucugê - 257
Palmeiras - 291
Paramirim - 297
Piatã - 301
Rio de Contas - 307
Seabra - 357
Tanhaçu - 359
Utinga - 361
Diamantina Setentrional - 365
Mapa da Microrregião 135 - 366
Barra do Mendes - 367
Gentio do Ouro - 369
Uibaí - 371
Piemonte da Diamantina - 373
Mapa da Microrregião 139 - 374
Jacobina - 375
Bibliografia - 391
Volume V – Monumentos e Sítios do Litoral Sul
Introdução - 13
Mapa do estado da Bahia - 29
Tabuleiros de Valença - 31
Mapa da Microrregião 152 - 32
Município de Cairu - 33
Município de Camanu - 71
Município de Ibirapitanga - 117
Município de Ituberá - 119
Município de Marau - 125
Município de Nilo Peçanha - 131
Município de Taperoá - 139
Município de Valença - 173
Cacaueira - 199
Mapa da Microrregião 154 - 200
Município de Belmonte - 201
Município de Canavieiras - 219
Município de Ilhéus - 223
Município de Itacaré - 251
Município de Itapé - 255
Município de Lomanto Júnior - 257
Município de Uruçuca - 265
Litorânea do Extremo Sul - 267
Mapa da Microrregião 156 - 268
Município de Alcobaça - 269
Município de Caravelas - 295
Município de Mucuri - 321
Município de Nova Viçosa - 323
Município de Porto Seguro - 333
Município de Prado - 411
Município de Santa Cruz Cabrália - 415
Bibliografia - 423
Volume VI – Monumentos e Sítios das Mesorregiões do Nordeste, Vale Sanfranciscano e Extremo
Oeste da Bahia
Apresentação - 07
Mapa do estado da Bahia - 14
Introdução - 15
Álbum de Memória - 39
Mesorregião do Nordeste Baiano - 63
Mapa da Mesorregião 04 - 64
Município de Alagoinhas - 65
Município de Aporá - 89
Município de Aramari - 93
Município de Banzaê - 97
Município de Biritinga - 99
Município de Candeal - 101
Município de Cardeal da Silva - 103
Município de Cícero Dantas - 109
Município de Conceição do Coité - 115
Município de Conde - 117
Município de Crisópolis - 127
Município de Entre Rios - 129
Município de Esplanada - 133
Município de Euclides da Cunha - 137
Município de Gavião - 139
Município de Geremoabo - 141
Município de Ichu - 147
Município de Inhambupe - 149
Município de Itapicuru - 155
Município de Jandaíra - 159
Município de Lamarão - 165
Município de Monte Santo - 169
Município de Nova Soure - 181
Município de Paripiranga - 183
Município de Queimadas - 185
Município de Riachão do Jacuípe - 193
Município de Ribeira do Amparo - 195
Município de Ribeira do Pombal - 197
Município de Rio Real - 199
Município de Santaluz - 211
Município de Serrinha - 213
Município de Sítio do Quinto - 227
Município de Tucano - 231
Município de Uauá - 233
Mesorregião Centro Norte Baiano - 235
Mapa da Mesorregião 03 - 236
Município de Itiúba - 237
Município de Jaguarari - 239
Município de Saúde - 241
Município de Senhor do Bonfim - 243
Mesorregião Vale Sanfranciscano da Bahia - 255
Mapa da Mesorregião 02 - 256
Município de Abaré - 257
Município de Barra - 259
Município de Bom Jesus da Lapa - 279
Município de Carinhada - 295
Município de Chorrochó - 301
Município de Curaça - 307
Município de Ibotirama - 313
Município de Juazeiro - 315
Município de Paratinga - 341
Município de Xique-Xique - 363
Município de Malhada - 369
Mesorregião Extremo Oeste Baiano - 373
Mapa da Mesorregião 01 - 374
Município de Baianópolis - 375
Município de Barreiras - 377
Município de Brejolândia - 385
Município de Cocos - 387
Município de Cotegipe - 389
Município de Formosa do Rio Preto - 391
Município de Santa Maria da Vitória - 393
Município de Santana - 399
Município de São Félix do Coribe - 407
Município de Serra Dourada - 409
Documentação Primária - 411
Depoimentos Verbais - 412
Bibliografia - 415
Volume VII – Monumentos da Região Pastoril do Estado da Bahia
Introdução - 13
Mapa do estado da Bahia - 33
Mesorregião Centro Norte Baiano - 35
Mapa da Mesorregião 03 - 36
Município de Água Fria - 37
Município de Antonio Cardoso - 39
Município de Coração de Maria - 41
Município de Elísio Medrado - 49
Município de Feira de Santana - 55
Município de Iaçu - 113
Município de Ipecaetá - 131
Município de Ipirá - 135
Município de Irará - 147
Município de Itaberaba - 163
Município de Ouriçangas - 177
Município de Pedrão - 181
Município de Rafael Jambeiro - 189
Município de Santa Bárbara - 193
Município de Santa Terezinha - 201
Município de Santo Estevão - 205
Município de Serra Preta - 211
Município de Tanquinho - 213
Mesorregião Centro Sul - 223
Mapa da MR 06 - 224
Município de Amargosa - 225
Município de Brejões - 259
Município de Caetanos - 275
Município de Cravolândia - 277
Município de Itaquara - 281
Município de Itiruçu - 287
Município de Jaguaquara - 291
Município de Jequié - 299
Município de Jiquiriçá - 305
Município de Laje - 309
Município de Maracás - 315
Município de Milagres - 325
Município de Mirante - 333
Município de Nova Itarana - 337
Município de Planaltino - 345
Município de Poções - 347
Município de Santa Inês - 349
Município de São Miguel das Matas - 353
Município de Ubaíra - 363
Município de Vitória da Conquista - 385
Mesorregião 05 e 07 - 399
Município de Castro Alves - 401
Município de Itapebi - 421
Documentação Primária - 425
Depoimentos Verbais - 426
Bibliografia - 430
Resumo :
Trata-se de um levantamento (inventário) do patrimônio edificado do estado da Bahia, elaborado entre os anos de 1975 e 2002 e publicado por partes, totalizando sete volumes. Em virtude do crescimento urbano desordenado e da falta de planejamento para desenvolvimento das cidades, grande parte do acervo cultural baiano passou por processos de destruição. Com o intuito de promover um maior entrosamento entre as políticas de desenvolvimento e de preservação, conscientizando a população da importância do patrimônio cultural que lhe pertence, o coordenador desta obra, o arquiteto baiano Paulo Ormindo de Azevedo, considera que uma das medidas preliminares para alcançar esses objetivos é a realização de um inventário sistemático de proteção dos bens de interesse cultural (naturais e manufaturados). Segundo ele, esse levantamento deve reunir os elementos necessários e suficientes para uma identificação precisa dos monumentos e sítios, do seu estado de conservação e uso, e de seus vínculos com o contexto físico e social, tendo em vista sua salvaguarda. Inspirado no Inventário de Proteção do Patrimônio Cultural Europeu (IPCE), que teve suas diretrizes metodológicas publicadas na Itália no começo da década de 1970, o trabalho é composto por fichas que trazem informações diversas dos monumentos e sítios inventariados, incluindo levantamentos arquitetônicos e fotográficos, além de recomendação para a aplicação de graus diferenciados de proteção, por vezes, acompanhados de proposta para proteção do bem em análise. O Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia pretende ser um instrumento técnico-administrativo destinado a facilitar a tarefa de preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico do estado. Dessa forma, não se restringiu ao levantamento do patrimônio já reconhecido legalmente, procurando realizar um cadastramento cultural sistemático do território, que pudesse servir de base ao planejamento urbano-territorial e não apenas à preservação de alguns edifícios isolados. Ao mesmo tempo, o inventário não objetiva esgotar o conhecimento sobre os monumentos baianos, devendo ser atualizado permanentemente. O coordenador afirma acreditar que a simples divulgação de valores culturais é uma das mais eficientes formas de proteção dos bens culturais. A obra está organizada em sete volumes, divididos a partir de critérios regionais, da seguinte forma: Volume I – Monumentos do Município do Salvador; Volume II – Monumentos e Sítios do Recôncavo - I parte; Volume III – Monumentos e Sítios do Recôncavo - II parte; Volume IV – Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina; Volume V – Monumentos e Sítios do Litoral Sul; Volume VI – Monumentos e Sítios das Mesorregiões do Nordeste, Vale Sanfranciscano e Extremo Oeste da Bahia; Volume VII – Monumentos da Região Pastoril do Estado da Bahia. Em todos os volumes, percebe-se a presença constante de edifícios de arquitetura de cunho erudito, com destaque para construções religiosas e administrativas, especialmente nos volumes I,II e III. No entanto, por abranger todas as regiões do estado da Bahia, alcançando inclusive cidades pouco expressivas em termos do contexto econômico geral, vários exemplos de edificações tratadas como “arquitetura menor, de valor principalmente ambiental” aparecem nos levantamentos (particularmente nos volumes VI e VII), caracterizando assim a presença da arquitetura popular nesse inventário e demonstrando o reconhecimento desta enquanto patrimônio cultural.
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – UFBA
Referência bibliográfica:
MUÑOZ, Alejandra Hernández. Santo Antônio - Um Passo Além do Boqueirão. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, UFBA - Salvador, 2002.
Eixos de análise abordados:
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra:
Alejandra Hernández Muñoz é uruguaia e residente em Salvador/BA desde março de 1992. É arquiteta e urbanista graduada em 1997 na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAU/UFBA) e mestre em Desenho Urbano pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo PPGAU/FAU/UFBA. De sua atividade profissional como arquiteta, entre 1997 e 2007, destaca-se a elaboração e consultoria de diversos projetos de paisagismo e recuperação ambiental, bem como a coordenação dos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano dos municípios baianos de Camamu, Simões Filho, Camaçari e Madre de Deus. No âmbito acadêmico, desde 1998, vem desenvolvendo atividades docentes e de pesquisa sobre arte e arquitetura. Foi professora substituta de História e Teoria da Arquitetura na FAU/UFBA entre 1998 e 2001 e, desde 2002, é professora assistente de História da Arte na EBA/UFBA. Enquanto responsável pela disciplina de História da Arte Contemporânea desenvolve pesquisas na graduação sobre Arte Latino-americana, Artes Audiovisuais, Arte e Inconsciente, Arte e Erotismo.
1.1.Crescimento das cidades brasileiras nos anos 90
1.2.Cidade Central como categoria de análise
1.3.Centro Histórico dentro da Cidade Central
2. Metodologia
2.1.Considerações gerais
2.2.Paisagem Urbana Histórica como tema de análise
2.3.Limites entre estudo e proposta
2.4.Referências metodológicas
2.5.Estruturação do levantamento e da análise
3. A Cidade Central de Salvador
3.1. Processo Urbano: da fundação de Salvador até meados do sec. XX
3.2. Processo Urbano: de meados do sec. XX até hoje
3.3. Delimitação da Cidade Central
3.4. Decadência e valorização da centralidade desde os anos 50
4. Santo Antônio além do Carmo
4.1.Delimitação da área
4.2.Estudos existentes sobre a área
4.3.Análise do ordenamento visual
4.4.Alternativas para a área
Resumo :
A dissertação analisa a “Cidade Central” de Salvador a partir do conceito de “paisagem histórica urbana” enquanto resultado formal da relação entre sítio, construções, pessoas e atividades no tempo. Considerando o crescimento da cidade e a migração de funções centrais, a autora analisa também as intervenções de revitalização da zona central da cidade, que pautaram-se na expulsão de moradores e no fortalecimento de atividades turísticas, bem como na introdução de novos elementos. O bairro de Santo Antônio Além do Carmo é tomado como exemplo de “paisagem histórica urbana”, estudando-se sua formação, estrutura urbana, principais construções e desenvolvimento. No capítulo 4, a formação das “estruturas populares” é analisada, identificando-se três elementos: os espaços individuais das moradias; as articulações (ruas, becos, passagens de pedestres) e os espaços de reunião comunitária (praças, largos, igrejas). Esta ocupação do bairro, ao longo de quatro séculos e meio, resultou num tecido edificado muito denso no topo da colina, tendo as encostas verdes como elemento fundamentais da identidade do conjunto. A dissertação contém fotos, mapas e esquemas mostrando as formas de ocupação e uso do solo nesta região. As tipologias das edificações, no decorrer dos anos, são identificadas, mas não se entra em detalhes técnicos.
OLIVER, Paul. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006. 475 pp.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra:
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University e de 1978-1988 e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como coordenador da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). O livro Built to Meet Needs é uma coletânea, editada pela primeira vez em 2006, que reúne textos, artigos e conferências do autor, elaborados entre os anos de 1980 e 2002.
Sumário obra:
Acknowledgements vii
List of illustrations xi
Introduction xxi
Part I: Defining the field
1 - Why study vernacular architecture? (1978) - 3
2 - The importance of the study of vernacular architecture (1993) - 17
3 - Problems of definition and praxis (1999) - 27
Part II: Cultures and contexts
4 - Learning from Asante (2000) - 47
5 - Cultural traits and environmental contexts: Problems of cultural specificity and cross-cultural comparability (1999) - 55
6 - Huizhou and Herefordshire: A comparative study (2001) - 69
7- Tout confort: Culture and comfort (1986) - 87
Part III: Tradition and transmission
8 - Vernacular know-how (1982) - 109
9- Earth as a building material today (1983) - 129
10 - Handed down architecture: Tradition and transmission (1989) - 143
11- Technology transfer: A vernacular view (2003) - 163
Part IV: Cultures, disasters and dwellings
12 - The cultural context of shelter provision (1978) - 185
13 - Earthen housing and cultures in seismic areas (1984) - 197
14 - Factors affecting the acceptability of resettlement housing (1984) - 223
15 - Rebirth of a Rajput village (1992) - 247
Part V: Conservation and continuity
16 - Conserving the vernacular in developing countries (1986) - 267
17 - Re-presenting and representing the vernacular: The open-air museum (2001) - 287
18 - Perfect and plain: Shaker approaches to design (1990) - 315
Part VI: Suburbs and self-builders
19 - Individualizing Dunroamin (1992) - 333
20 - Round the houses (1983) - 349
21 - Kaluderica: High-grade housing in an illegal settlement (1989) - 365
Part VII: Meeting the challenge of the twenty-first century
22 - Tradition by itself (2000) - 383
23 - Ethics and vernacular architecture (2000) - 395
24 - Necessity and sustainability: The impending crisis (2002) - 411
Conferences and publications - 427
Index - 431
Resumo :
Nesta obra o autor ressalta a grande variedade existente de formas construídas no campo da arquitetura vernacular, em decorrência da diversidade dos ambientes, economias, tecnologias, capacidades herdadas, estruturas familiares e sociais, sistemas simbólicos e de crenças das várias sociedades humanas. Essa variedade expressa também as diferentes demandas e valores inerentes a cada cultura. Este livro é uma reunião de artigos, conferências e estudos feitos por Oliver a partir dos anos de 1980, os quais organiza por temas. A obra, contudo, não é uma tentativa de classificar e descrever em detalhe as formas da arquitetura vernacular em todo o mundo como foi feito na Encyclopidia of Vernacular Architecture of the World, também coordenada pelo autor, ou no seu livro Dwellings: The Vernacular House World-Wide, ambos ainda não editados no Brasil. Alguns capítulos deste livro, contudo, são dedicados a certas idéias introduzidas nesses outros livros e que aqui são mais desenvolvidas. O autor declara na Introdução que o principal objetivo dessa publicação é considerar os fatores culturais que sustentam a arquitetura vernacular. O livro está organizado de acordo com os seguintes temas: 1) “Definindo o campo”, onde estão reunidos textos que tratam de questões conceituais como a definição e aplicação do termo “arquitetura vernacular”; 2) “Culturas e contextos”, onde se relacionam traços culturais e aspectos ambientais com as tradições construtivas; 3) “Tradição e transmissão” onde são trabalhadas questões relacionadas à transmissão e à continuidade das tradições construtivas; 4) “Culturas, desastres e moradias” que comenta as atitudes governamentais e da população sobre a questão da moradia diante e em conseqüência de desastres naturais; 5) “Conservação e continuidade”, que aborda as questões culturais relacionadas à continuidade e à conservação da arquitetura vernacular; 6) “Subúrbios e autoconstrutores” que trata das expressões da arquitetura vernacular constituídas pelas manifestações de individualidade que estão presentes na arquitetura dos subúrbios e nas experiências de autoconstrução; 7) “Enfrentando o desafio do século XXI” onde se identifica o lugar e o papel da arquitetura vernacular nas políticas de diminuição do déficit habitacional e se defende a participação das culturas afetadas por essas políticas. Cada uma dessas partes do livro é composta por textos elaborados em períodos distintos. Todos os textos dessa coletânea são fartamente ilustrados com desenhos e fotografias sobre arquitetura popular em todo o mundo, especialmente na África, Ásia e Europa, mas também na América Latina. Para efeito deste guia de fontes, 12 artigos considerados importantes para a abordagem de questões ligadas aos eixos de pesquisa aqui privilegiados foram fichados de modo independente.
Considerando os eixos da pesquisa que orientam a seleção de obras para o Guia de Fontes sobre Arquitetura Popular foram fichados 13 textos, os quais comporão fichas específicas subordinadas e numeradas a partir desta.
Autor(es):
Jaqueline Tyrwhitt
Onde encontrar:
Acervo da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
Referência bibliográfica:
TYRWHITT, Jaqueline. Chios. In LEWIS, Davis (org.). La Ciudad: problemas de diseño y estructura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1968.
Eixos de análise abordados:
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Mary Jaqueline Tyrwhitt (1905-1983) foi uma arquiteta, paisagista e planejadora urbana anglo-grega, além de jornalista e educadora. Foi Professora da Graduate School of Design no Department of City Planning and Landscape Architecture, da Universidade Harvard, por muitos anos até sua aposentadoria. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu, por sete anos, como Diretora de Pesquisa e de Estudos da School of Planning and Research for Regional Development. A partir de 1941 trabalhou junto à Association for Planning and Regional Reconstruction no mapeamento de estatísticas sociais e no planejamento da reconstrução pós-guerra. A partir de 1951, mudou-se para o Canadá onde lecionou na School of Graduate Studies, de Toronto, para as Nações Unidas na Índia, entre 1953-54, até assumir sua posição na Universidde Harvard. Mudou-se para a Grécia quando de sua aposentadoria, em 1969, onde foi nomeada editora do jornal Ekistics, publicado pelo arquiteto Constantine Doxiades. Tyrwhitt é reconhecida como uma participante direta do grupo de pessoas que formatou o Movimento Moderno no pós-guerra. Forjou uma síntese altamente influente entre o bio-regionalismo regionalismo de Patrick Geddes e o modernismo europeu, participando do Mars Group, a facção britânica dos CIAM. A autora teria ainda desempenhado um papel importante na revitalização de uma rede de estudiosos preocupados com uma abordagem humanística e ecológica para o planejamento urbano e regional no pós-guerra, conectando Ocidente e Oriente.
O texto é a apresentação de um estudo sobre quatro aldeias na ilha egéia de Chios, as mais conservadas dentre as que são fortificadas: Mesta, Olympoi, Pirghi e Kalamoti. Interessariam para a opinião moderna por três aspectos: seu caráter “megaestrutural” e flexível, sua diferenciação de usos nos vários níveis e a singularidade de seus centros comunais. A forma urbana e a estrutura de cada unidade seriam indissolúveis. A unidade global é dada pela grossa muralha de pedra, que é, por sua vez, parte do sistema estrutural unitário das aldeias, totalmente baseado em abóbadas de berço contíguas. O sistema estrutural determina a largura máxima de cada construção, de no máximo 5 metros, mas não sua profundidade, que varia entre 12 e 30 metros. As alturas e larguras são invariáveis, asseguradas pela tradição e situadas na escala humana. As abóbadas de berço geram unidades de planta retangular, alinhadas ortogonalmente ou paralelas, em alguns casos, às ruas retilíneas das aldeias. Esse resultado seria mais nítido em Kalamoti. A aldeia, uma grande construção compacta, é dividida funcionalmente em seus pavimentos. O nível térreo é usado como depósito oucomércio, enquanto as moradias ficam ao nível superior, irradiadas a partir de um pátio aberto, avançando e cobrindo as ruas, ainda dentro do mesmo sistema de abóbadas. Devido ao sistema construtivo, as paredes de cada nível não necessitam coincidir com as dos demais, o que raras vezes ocorre. Os terraços planos são interligados, servindo desde aos varais e jogos das crianças, até o refrescar-se à noite e, algo característico, para a fuga dos habitantes e refúgio na torre alta, a fortaleza em épocas de crise. Tal fortaleza, hoje centro comunal, distingue-se do restante da aldeia e destaca-se da continuidade construída por uma área livre ao seu redor, plenamente iluminada e contrastando com a penumbra reinante. A forma atual das aldeias é resultado do mandato genovês sobre a ilha, quando as construções de madeira foram eliminadas em favor do uso da pedra, a muralha foi adotada e a torre alta empregada contra as incursões de piratas sarracenos. O sistema construtivo parece ser de grande antiguidade e a distribuição funcional dos pisos é comum em outras áreas do Egeu, o que a autora atribui a razões climáticas: brisas mais constantes na parte superior. Aponta ainda a similaridade tipológica com núcleos pré-históricos em estudos arqueológicos da área do mediterrâneo, como Chatal-Huyuk (atual Turquia) e Beersheba (atual Israel). Considera, portanto, as aldeias de Chios como síntese entre formas remotas de vida, tradições construtivas e idéias renascentistas.
RUDOFSKY, Bernard. The Prodigious Builders: notes toward a natural history of architecture with special regard to those species that are traditionally neglected or downright ignored. New York & London: Harcourt Brace Jovanovich, 1977.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Bernard Rudofsky (1905 - 1988)foi um arquiteto americano, nascido na Morávia, que ficou conhecido também por ser escritos, colecionador, professor, designer e historiador social. Obteve seu doutorado na Áustria, após trabalhar na Alemanha, Itália e vários outros países, inclusive o Brasil onde abriu um escritório nos anos 1930, projetando diversas residências em São Paulo. Radicou-se nos EUA a partir 1941, vivendo em Nova Iorque até sua morte. Ensinou em Yale, no MIT, na Universidade Waseda em Tóquio e na Royal Academy of Fine Arts de Copenhagen. Ficou conhecido por organizar uma série de exposições polêmicas no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA) nos anos 1940, 50 e 60. A obra em exame foi publicada pela primeira vez em 1977.
Block lust Note on “Architecture Without Architects”
Resumo :
Bernard Rudofsky segue com a tônica de seu livro anterior – Architecture without Architects –, agora com um princípio ordenador. Ainda assim, esta obra carece de consistência em vários aspectos. Inclui a arquitetura feita por profissionais para os deuses ou para o poder temporal com fins monumentais e considera também artefatos como as pipas gigantes do Japão. Inclui ainda obras feita por animais como cupinzeiros e formigueiros, colméias e vespeiros, covas de toupeiras, diques de castores e ninhos de pássaros. Por fim, inclui formações geológicas que evocam a arquitetura Mas esse ordenamento não é acidental, já que Rudofsky critica a separação da arquitetura em três áreas estanques: aquela feita por arquitetos, a “atrasada” da pré-história e povos primitivos, e feita por animais “estúpidos” mas engenhosos. Ele chega a incluir formações geológicas que evocam a arquitetura. No corpo do texto, apresenta digressões diversas e o recurso a figuras mitopoéticas e da literatura (a Arca de Noé, o Cavalo de Tróia, o Labirinto do Minotauro) sem precauções metodológicas, colecionando exemplos, reais e imaginários, dos temas que aborda. Um dos temas são as cavernas, abordadas por meio de exemplos diversos. Outro tema é a “arquitetura selvagem”, expressa na ideia e na prática de viver nas árvores, oportunidade em que discorre sobre os hábitos dos primatas e, a seguir, dos animais construtores. Conclui este tópico abordando obras feitas para animais, como o columbário ou pombal. Aborda também a arquitetura sem fins de abrigo ou sem propósito conhecido como terraços e platôs artificiais; a arquitetura megalítica e os edifícios com fins astronômicos. Em vários momentos, salienta o impulso de construir. Outros tópicos tratados são os da “arquitetura móvel”, dos sepulcros e depósitos de alimentos, das fortalezas. No tópico “labirintos”, aborda pedreiras e formações geológicas. Quanto à arquitetura vernacular, ressalta sua aparente simplicidade, mas complexidade real, arriscando hipóteses sobre sua antiguidade. Neste âmbito, aborda a arquitetura rural e sua crescente distância em relação à cidade. Elogia a vida comunal e registra sua extinção com o surgimento de museus a céu aberto para preservar seus exemplares. Ao mencionar os recursos bioclimáticos, acusa a perda do contato com os dons da natureza e destaca a arquitetura aberta ao clima benfazejo, bem como os recursos de captura do vento nas áreas abertas, em terraços e pátios, além das proteções contra o sol, como toldos e pérgolas. Na zona temperada, ressalta o uso do calor dos animais, da cozinha e as técnicas de calefação. Destaca ainda os vários tipos de janelas: basculantes, balcões, musharrabiehs e fachadas de vidro. Trata também do “invasor” que, em vez de gerar escombros imprestáveis como as demolições atuais, reutilizava lugares abandonados ou os usava como matéria-prima. Dá atenção especial à formação de tecidos urbanos a partir de anfiteatros, palácios e aquedutos. Finaliza falando da construção na pedagogia infantil, ressaltando o uso ocidental dos blocos de Friedrich Fröbel, que se fundariam numa premissa falsa – da espontaneidade da criança pela geometria e não pelas coisas heterogêneas – e estimulariam a construção monolítica e a demolição súbita. Contrasta isso com os povos africanos - Etiópia, Congo, Libéria, Uganda – onde a imitação em miniatura do ambiente construído se faz de outro modo e gera outros comportamentos.
RUDOFSKY, Bernard. Architecture Without Architects: a short introduction to non-pedigreed architecture.Garden City, New York: Doubleday & Company Inc., 1964.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Bernard Rudofsky (1905 - 1988) foi um arquiteto americano, nascido na Morávia, que ficou conhecido também por ser escritos, colecionador, professor, designer e historiador social. Obteve seu doutorado na Áustria, após trabalhar na Alemanha, Itália e vários outros países, inclusive o Brasil onde abriu um escritório nos anos 1930, projetando diversas residências em São Paulo. Radicou-se nos EUA a partir 1941, vivendo em Nova Iorque até sua morte. Ensinou em Yale, no MIT, na Universidade Waseda em Tóquio e na Royal Academy of Fine Arts de Copenhagen. Ficou conhecido por organizar uma série de exposições polêmicas no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) nos anos 1940, 50 e 60. A obra em exame é a transposição para livro, em primeira edição, da exposição homônima que Rudofsky organizou no MOMA entre 1964 e 65.
A exposição - Architecture Without Architects – apresentada no MoMA – Museum of Modern Art de 9 de novembro de 1964 a 7 de fevereiro de 1965 foi promovida pelo Departamento de Exposições Itinerantes, sob auspícios do Conselho Internacional do MoMA, e preparada e projetada por Bernard Rudofsky, então Consultor do Departamento de Arquitetura e Design. A pesquisa que a fundamentou foi financiada pelo John Simon Guggenheim Memorial Foundation e pela Ford Foundation. O conteúdo escrito do livro se encontra, sobretudo, na Introdução, onde explica-se os objetivos do programa e o que se pode extrair da variada amostragem apresentada na exposição. Rudofsky fala de arquitetura sem-pedigree, incluindo, nominalmente, o vernacular, o anônimo, o espontâneo, o indígena, o rural. O rigor terminológico não é seu objetivo e o ponto de partida de sua crítica é a limitação do ensino da arquitetura no Ocidente, que se daria a partir de um conjunto seleto de culturas, em área restrita do globo (Europa, partes da Anatólia e do Egito) e em épocas mais recentes. Esse conjunto seria igualmente restrito no plano social, lidando com moradias de deuses verdadeiros e falsos, príncipes de nobreza ou riqueza e nunca aquelas das pessoas comuns. O objetivo da exposição é romper essa estreiteza de limites. Rudofsky levanta o que se tem a aprender com estes procedimentos construtivos moldados ao longo de centenas de anos, em aspectos que antecipariam e mesmo superariam a arquitetura contemporânea. Em primeiro lugar, corresponderiam a um tipo de arquitetura cujo acento é o da empresa comunal, em vez do arquiteto individual, em construções que se amoldam ao meio natural, em vez de querer conquistá-lo, escolhendo, às vezes, os sítios mais difíceis e as formas de execução mais complexas. A beleza dessas obras, antes vista como acidental, é resultado de um raro bom senso ao lidar com problemas práticos, o que produz formas que pareceriam eternamente válidas. Muitas soluções ditas primitivas, segundo Rudofsky, antecipariam soluções atuais de pré-fabricação e padronização de componentes construtivos, de confecção de estruturas móveis e flexíveis, de condicionamento de ar, controle de temperatura, elevadores. Sobretudo, a humanidade e a solidariedade cívica que expressariam em vários recursos, em especial, nas arcadas mediterrâneas. A catalogação e exposição das obras, na exposição e no livro, não seguem um padrão discernível. São incluídas grandes obras de remodelagem do terreno; situações onde a natureza é vista como arquiteto, em cavernas e árvores; engenhos e maquinismos sem engenheiros; e edifícios que não são propriamente para os homens, como necrópoles, armazéns de alimentos, construções simbólicas e instrumentos astronômicos. Incluem-se não somente construções, mas subtrações, nas obras troglodíticas. Arregimentam-se virtuosismos técnicos: obras em lugares inauditos, como topos e flancos de montanhas íngremes e ilhas; soluções engenhosas de conforto ambiental e padrões e formas complexas criadas pela repetição de unidades elementares. Rudofsky lista formas não-convencionais de arquitetura: arquitetura aquática, em cidades de canais e embarcações, e a arquitetura nômade e móvel. Elenca ainda uma série de situações com técnicas e resultados formais específicos: fortificações, muralhas, torres; arcadas, ruas cobertas e semi-cobertas; palafitas, construções de madeira e de gramíneas e tetos verdes; formas primitivas e outras que se mimetizam com a paisagem.
OLIVER, Paul. “Handed down architecture: Tradition and transmission”. In: OLIVER, P. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006, pp. 143-162.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. O texto em exame é datado de 1982 e está publicado na coletânea em referência na parte que trata da transmissão das técnicas construtivas tradicionais.
Resumo :
Neste artigo, Oliver ressalta a importância da transmissão da tradição e também da sua mudança na produção da arquitetura vernacular, embora sejam raros os estudos sobre o tema. Para ele, contudo, não haveria “construção tradicional” ou um campo mais amplo da “arquitetura tradicional”: o que existiria seriam edificações que englobam ou comportam tradições, mas incluem também inovações e mudanças. Mudanças que podem ocorrer de modo súbito e brutal como nos casos de conquista militar, conversão religiosa, édito real ou introdução de nova tecnologia, ou, mais comumente, de modo lento e decorrente de processos de empréstimo e troca entre sociedades vizinhas, portanto, por difusão no espaço. No primeiro caso, apesar dos conflitos com as tradições existentes, as mudanças súbitas também tendem a se tornar, elas mesmas, tradições aceitas. Para o autor, entretanto, é mais importante entender como a tradição tem continuidade do que o que ela é. Avalia que sua transmissão é freqüentemente oral e que sempre envolve contato humano. Critica a idéia de que a transmissão de se dê apenas por meio da oralidade e informa que pouco se estudou sobre seus mecanismos, extensão e tipos. Cita então os estudos de Jan Vansina, historiador e antropólogo belga, que propõe uma tipologia do processo de transmissão oral baseada em critérios que incluem objetivo, significância, forma e maneira de transmissão. Além disso, divide esse tipo de transmissão em cinco categorias: Fórmulas, Poesia, Listas, Contos e Comentários, algumas com subcategorias e todas com um certo número de tipos. Embora o próprio Vansina considere sua categorização um esboço, Oliver acha que serve para demonstrar a diversidade de tipos de transmissão e que cada um tem sua utilidade e fornece um tipo específico de informação, embora não sejam os únicos meios de transmissão oral. De todo modo, considera-os pertinentes para o entendimento dos tipos de transmissão oral envolvidos na construção de edificações e no seu uso e, para demonstrar isso, cita alguns exemplos. Critica, por fim, a idéia de geração associada à transmissão, pois a geração que transmite difere muito de acordo com idade, gênero, papel e função e ressalta que, na transmissão, a ocasião também é significativa; algumas tradições são transmitidas em segredo, outras em circunstâncias formais ou rituais. Ressalta, por fim, que a transmissão de tradições não se dá somente por meio da oralidade, mas também por meio de mímicas, músicas, canções, gestos, pinturas, entalhes e modelos reduzidos. Algumas dessas formas teriam especial importância para a passagem de conhecimentos sobre construção, decoração, ocupação e uso. No seu estudo se deve levar em conta o ambiente, os recursos e a economia, além dos padrões de assentamento, a localização, a organização espacial, a estrutura social e o tipo de família, território e patrimônio.
OLIVER, Paul. “Vernacular know-how”. In: OLIVER, P. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006, pp. 109-127.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra:
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. O texto em exame é datado de 1982 e está publicado na coletânea em referência na parte que trata da transmissão das técnicas construtivas tradicionais.
Resumo :
O texto aborda o tema das técnicas construtivas e nele Oliver explicita outra definição: “arquitetura vernacular – ou abrigo – engloba todo o campo da construção tribal, folclórica, camponesa, popular e dos setores urbanos informais” (p. 109). Situa a tecnologia vernacular no vasto território cognitivo que inclui a totalidade do conhecimento necessário tanto para a construção e como para o assentamento humano. Inclui os conhecimentos sobre os recursos naturais e materiais, sobre como utilizá-los, cultivá-los ou repô-los, a confecção e a seleção de ferramentas para o trabalho, o que implicaria a produção de métodos, técnicas e o aprendizado de habilidades específicas e especializadas. Embora possa conter processos enriquecedores de especialização, a tecnologia vernacular não é vista pelo autor como uma forma de superar dificuldades, mas como modo de lidar com as dificuldades e limitações com as quais o artesão trabalha. Seriam características dessa construção: o baixo uso de técnicas de conversão de energia e o uso de energia muscular ou muscular assistida. Ressalta que os equipamentos mecânicos usados na construção de palácios e catedrais não foram utilizados na construção doméstica e a que a tração animal, o vento e a água, tradicionalmente utilizados para o transporte de materiais pesados e como fonte de energia para moer grãos, jamais foram usados para objetivos de construção. Atribui esse fato às necessidades mais urgentes de sobrevivência. Observa que a tecnologia vernacular resulta de um processo longo de tentativa e erro, de adaptação aos materiais disponíveis e às condições do ambiente, que sempre chega a uma solução que funciona, ainda que não seja sofisticada ou perfeita. Portanto, tem méritos e falhas. Falhas como a facilidade de apodrecimento e de proliferação de insetos, dentre outras, explicariam, por exemplo, a substituição de coberturas de palha por telhas metálicas corrugadas na arquitetura vernacular, material que já seria característico do “vernacular moderno” na África e na América Latina. Contudo, identifica o uso do concreto armado na construção vernacular como “perigoso”, pois o construtor não dominaria seus princípios construtivos e não poderia se apoiar na tradição de longa duração das técnicas tradicionais. No meio urbano, o vernacular adquiriria um novo know how: ao invés de tirar os materiais de construção da terra e da natureza, retira-o da própria cidade. Para Oliver a arquitetura das barriadas e favelas é um “vernacular emergente” que corresponde à construção de um novo know how adequado ao modo de vida e às condições urbanas. A tecnologia vernacular não seria, portanto, um fenômeno único e deve ser abordada sem preconceitos, segundo a cultura que a produz e utiliza e segundo sua eficiência. Mais do que preservar algo que está desaparecendo, o valor do estudo da arquitetura vernacular estaria na possibilidade de contribuir para a solução do déficit habitacional no mundo, o qual seria impossível resolver apenas com meios “modernos”. Assim, estudar os méritos e as falhas da construção vernacular seria importante para que se possa ampliar o uso dessa tecnologia e realizar de modo consistente e não destrutivo a transferência de know how.
Acervo da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
Referência bibliográfica:
LOUBES, Jean-Paul. Arquitectura Subterránea: aproximación a un habitat natural. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1985.
Eixos de análise abordados:
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Jean-Paul Loubes (1946) é antropólogo, arquiteto e poeta. Dedicou-se especialmente ao estudo do espaço da China, que percorreu por duas décadas. É autor de diversas obras sobre este país e de filmes documentários. Ensina na Escola de Arquitetura de Bordeaux e na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris.
1. La Ficción en la Arquitectura Subterránea: de la realidad a la imagen
1.1. Cyrano de Bergerac: la imagen positiva del urbanismo subterráneo
1.2. Herbert George Wells: la imagen negative
1.3. Edouard Utudijan: una teoría urbanística que sigue la ficción de Wells
1.4. Julio Verne: urbanismo subterráneo “aceptado”
2. Orígenes de la Arquitectura Subterránea
2.1. El abrigo bajo las rocas
2.2. Las cavernas naturales
2.3. Viviendas excavadas en el terreno
3. Arquitectura Animal y Trogloditismo
3.1. Generalidades sobre la arquitectura animal
3.2. Trogloditismo animal
3.3. Los insectos
3.4. Los mamíferos
4. Tipologia de las Formas Troglodíticas
4.1. Arquitectura de modificación de emplazamientos y configuraciones naturales
4.2. Arquitecturas sustractivas
4.3. Arquitecturas de terraplenado
4.4. Soluciones mixtas e intermédias
5. El Hábitat Troglodítica en la Península Ibérica
5.1. El hábitat troglodítica en Aragón
5.2. Tipologia de las cuevas aragonesas
5.3. Viviendas troglodíticas en Andalucia
5.4. Adaptación climática
6. Los Trogloditas de Túnez
6.1. Viviendas trogloditas elementales
6.2. Los trogloditas laterales
6.3. Viviendas excavadas lateralmente
6.4. Viviendas excavadas verticalmente
7. Urbanismo Troglodítico en Capadocia
7.1. Condiciones geológicas y climáticas
7.2. Orígenes del poblamiento troglodítico
7.3. Tipología del hábitat troglodítico en Capadocia
8. El Habitat Troglodítico en China
8.1. El clima del Shensi Norte
8.2. La ocupación del terreno
8.3. Viviendas excavadas en formas de cueva
8.4. El hábitat rural contemporánea en China
9. Urbanismo Troglodítico: tipología de las agrupaciones
9.1. Agrupaciones lineales: los pueblos-acantilado
9.2. Agrupaciones en circos
9.3. Pueblos en superfície
9.4. Pueblos y agrupaciones subterráneos
Resumo :
O livro trata exclusivamente da arquitetura subterrânea ou, mais especificamente, da troglodítica, com ênfase no desempenho térmico como principal motivo para reinterpretar esta que é das mais antigas modalidades de habitar humano. Aborda, em capítulos iniciais, a arquitetura subterrânea no imaginário literário e seus símiles no mundo natural, em especial as obras de insetos e mamíferos, e suas similaridades técnicas, como as propriedades e recursos térmicos e higrométricos. A arqueologia mostra ocupações pré-históricas nas cavernas por meio da arte parietal. A aparição do fogo nesse morar primitivo exigiu as primeiras adaptações, com soluções para a exaustão da fumaça. Exemplos dessa arquitetura troglodítica existem em todo o mundo: África subsaariana, Ásia, Oriente Médio e Américas. O autor, a partir dessa diversidade de exemplos, estabeleceu uma tipologia formal dessa arquitetura, dividida inicialmente em: configurações naturais, arquitetura substrativa e arquitetura de terrapleno. Dentre as configurações naturais, encontram-se as cavernas naturais; abrigos sob rochas; moradias entre rochas e moradias encostadas às rochas. Dentre as arquiteturas substrativas, elenca as escavações em formações acima do solo; a escavação horizontal de paredes; a escavação vertical no terreno (estas em forma de saco, em fossa e semi-enterradas) e a escavação vertical somada à horizontal. Na arquitetura de terrapleno, identifica a construção e terrapleno; as construções semienterradas sobrepostas e o talude reconstruído após construção em vários níveis. A obra é farta em ilustrações, com análises de plantas demonstrando as funções, a mecânica térmica, as fases de construção e escavação e o nomadismo cotidiano interior à moradia. Os lugares cujas obras são estudadas situam-se na Península Ibérica, Túnis, Capadócia e China. O autor também arrisca o estabelecimento de uma tipologia dos agrupamentos, identificando povoados em despenhadeiros, em anfiteatros, escavados e os agrupamentos subterrâneos. No fim, mostra uma série de projetos contemporâneos que mantêm a estratégia subterrânea e seus benefícios.
LIVER, Paul. “Tout confort: Culture and comfort”. In: OLIVER, P. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006, pp. 87-105.
Eixos de análise abordados:
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. O texto em exame é datado de 1986 e está publicado na coletânea em referência, na parte dedicada às culturas humanas e seus contextos.
Resumo :
Neste artigo Oliver faz uma distinção interessante entre conforto climático, no sentido físico, e o “conforto emocional” ou “psicológico” que traços culturais presentes no espaço arquitetônico, na decoração, no vestuário ou nos objetos promovem, mesmo quando não são adequados ao clima. Esta distinção seria visível especialmente na arquitetura de povos que migraram de uma região para outra. Oliver afirma ainda que definir a arquitetura vernacular a partir de sua adequação climática ou acreditar que é totalmente condicionada pelo clima é um equívoco. Em muitas culturas, a arquitetura seria mais um resultado de tradições de longa duração e de injunções culturais, do que de uma busca estrita por conforto climático. O que não quereria dizer, contudo, que a arquitetura resultante desse processo seja inadequada ao clima, pois seria também produto das condições ambientais e climáticas. Para ilustrar essa tese, o autor fornece uma série de exemplos onde tradições e injunções culturais determinaram mais o espaço do que o clima e mostra também exemplos notáveis de adequação. Cita a arquitetura Ashanti, de Gana, como um dos exemplos de “inadequação”, no sentido de que esta arquitetura não seria, em si, adequada ao clima, embora seja adequada ao modo de viver desse povo. Lembra que os Ashanti são originários da savana e especula que seu modo de construir pode ter vindo desse ambiente, permanecendo na zona tropical e úmida como sobrevivência cultural. As construções desse povo são feitas de barro local compactado, formando grossas paredes, cobertas com palha ou com telhas metálicas corrugadas. A planta do assentamento (compound) é retangular, agrupando unidades em torno de um pátio, com entrada num canto. Não há ventilação cruzada, janelas nas paredes ou expedientes de drenagem no pátio. As células têm somente uma porta, fechada com um pano. Os interiores são fechados e sem ar durante o dia, mas ninguém se incomoda porque todas as atividades até o cair da noite, inclusive cozinhar, são feitas no pátio ou em áreas laterais cobertas, como as que abrigam as tecelãs. Nas aldeias lineares, as atividades são realizadas no espaço vazio entre as fileiras de construções. Conclui que as casas são assim porque o povo Ashanti só fica em espaços cobertos quando chove ou à noite e o conforto proporcionado pela habitação, portanto, não seria tão importante. Conclui também que é a adequação cultural mais do que a climática que responde pela longevidade de certas tradições arquitetônicas e isso explicaria porque os imigrantes preferem reproduzir sua arquitetura natal na terra adotada ao invés de criar outra adequada ao novo clima. Há mesmo casos em que a inadequação climática da arquitetura tradicional é flagrante e decorrente de atavismo cultural, como a dos Ashanti. Oliver conclui que as demandas que colocamos aos edifícios no interesse de nossos conceitos de conforto são pesadamente condicionadas pela natureza de nossa cultura. Em última análise, não seria uma questão de condições de conforto, mas de condicionamento do conforto.