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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Portugal

ISBN ou ISSN: 

Não consta.

Autor(es): 

Pedro Fonseca Jorge

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

JORGE, Pedro Fonseca. A Arquitetura Popular como Transição entre o Vernáculo e o Erudito – uma tentativa de definição dos diferentes contextos arquitetônicos de raiz não-erudita. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013. 

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Pedro Fonseca Jorge é arquiteto, com graduação em 2001 e doutorado em 2012 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Foi professor da Escola Superior Gallaecia, de 2012 a 2014, e é atualmente pesquisador da área de Arquitetura e Urbanismo Populares/Rurais no CES – Centro de Estudos Sociais, laboratório associado à Universidade de Coimbra, com o tema “Fenômenos de transformação da arquitetura popular”. O texto analisado foi apresentado no colóquio que consta da referência bibliográfica.

Disponível em: < http://docplayer.com.br/9948447-Pedro-fonseca-jorge-arquiteto.html>

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O autor menciona a idealização da arquitetura real a partir do Inquérito à Arquitectura Regional, publicado em 1961 com título Arquitectura Popular em Portugal. Em especial, quanto à arquitetura “não contaminada” por influências externas. A arquitetura contaminada não pertenceria nem à Arquitetura Erudita, nem à Arquitetura Sem Arquitetos. Muitos dos tipos caracterizados no Inquérito não se encontram mais na paisagem edificada portuguesa. O pressuposto se cumpriu – era um legado arquitetônico em extinção. O autor confronta os dados do Inquérito em Alcobaça, em 1961, período daquela investigação. Na região estudada, encontrou-se um tipo específico de habitação unifamiliar rural, constituído por caixa retangular, com cobertura de duas águas, orientada para a estrada, com uma entrada axial ladeada por duas janelas simétricas. No licenciamento feito nesta área à mesma época, porém, apareceram dois tipos: a casa simétrica e outro diametralmente oposto, implantado perpendicularmente à estrada, com o plano de uma das janelas mais avançado, cobertura orientada para os lados e um corredor longitudinal distribuindo cômodos de dimensões diferentes. A área e a posição dos cômodos revelam o que era quarto, sala, cozinha, etc. Estas obras licenciadas não são eruditas, pois não nascem da reflexão sobre o habitar e a forma em um “contexto acadêmico e prático”. São a apropriação e adaptação de outros modelos, talvez de origem erudita, a hábitos e modos de vida rurais. A ausência deles no Inquérito se deu por dois motivos. Um, relaciona-se ao fato de que a investigação objetivara registrar o que estava em desaparição, o que não era o caso dos tipos identificados no licenciamento. Dois, que eram consideradas malfeitorias, importação de uma arquitetura citadina, não adequadas ao local, que não se coadunavam com a imagem pretendida pelos arquitetos modernistas. A sua existência exige categorias conceituais que as definam, visto não se encaixar com facilidade nem na definição de erudito, nem na de popular. Se a arquitetura moderna (erudita) buscou se alimentar da popular, caberia o percurso contrário de uma arquitetura popular que se alimente da erudita. O autor acredita encontrar uma saída com o conceito de vernacular – relativo a construções identificadas com um local específico – e na investigação sobre como funciona a tradição na arquitetura. O tipo arquitetônico é de evolução ou sucessão lenta. As atualizações são diminutas, porém inexoráveis, fruto da experiência e da prática. A restrição da circulação de informação em uma zona específica, contribui para a quase permanência do tipo. A tradição não é a imutabilidade, mas a mudança sem radicalismo. O espaço físico e intelectual onde é produzida é limitado, sem uma cisão evidente. Os novos tipos que surgem são, assim, incorporados aos valores vigentes, e os valores do tipo anterior que permanecem são aqueles que ainda são pertinentes.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 11 Julho, 2016 - 16:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 18 Dezembro, 2016 - 16:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não consta.

Autor(es): 

João Leal

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

LEAL, João. Os Arquitectos em Contexto: tematizaçãos do popular no século XX português. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013. 

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

João Leal é mestre em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e Doutor em Antropologia Social pela ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Foi, entre outras coisas, membro da Comissão para o Patrimônio Cultural Imaterial (2011-12) e co-fundador e diretor da Revista Etnográfica (1997-2003). É membro, desde 2013, do Conselho Nacional de Cultura. Atualmente, é professor da UNL, com pesquisas e artigos publicados nas áreas de Arquitetura Popular, Açores, Casas no Campo, Patrimônio Imaterial, e mais recentemente, de 2010 a 2014, conduziu pesquisa em torno do tema Ritual, Etnicidade, Transnacionalismo: as Festas do Espírito Santo na América do Norte. O texto analisado foi apresentado no colóquio que consta da referência bibliográfica.

Disponível em <http://www.fcsh.unl.pt/faculdade/docentes/ljaf>

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O autor enumera as tematizações da arquitetura popular em Portugal. Pela Antropologia, com a obra de Ernesto Veiga de Oliveira; pela Geografia Humana, com a obra de Orlando Ribeiro, e pela Agronomia, com o Inquérito à Habitação Rural, dos anos 1940. Essa tematização, na Arquitetura, se divide historiograficamente em dois momentos: do final do séc. XIX até os anos 1950, em torno da casa portuguesa; e depois, nos anos 1960, em torno do Inquérito à Arquitetura Popular, que constituiu uma reação. O autor divide a discussão da casa portuguesa em duas etapas. Primeiro, o debate, na transição do séc. XIX ao XX, sobre a casa portuguesa, vista como a autêntica arquitetura do país, por figuras como Ricardo Severo e, principalmente, Raul Lino. Nesta etapa, ocorre a aceitação gradual dessas propostas. Nos anos 1920, com a ascensão do Modernismo e do Art Decó, houve retrocesso do tema da casa portuguesa – situação que o advento do Estado Novo, de início, não muda. A partir do final dos anos 1930, por conta da relutância do Estado Novo com o Modernismo, ocorre nova tematização da arquitetura popular, coincidindo com a edição de 1933 das Casas Portuguesas, de Raul Lino, e com os programas de habitação social e equipamentos públicos. Por sua vez, o Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal teve impacto não em políticas públicos, mas em “lições” aos arquitetos. Havia denominadores comuns entre essas três tematizações: a importância da arquitetura popular; o seu perfil rural; e a possibilidade de encontrar aí a singularidade do país. Na idealização do Inquérito por Fernando Távora e Eduardo Keil do Amaral, através da análise funcional, buscava-se sair do beco sem saída de relacionar o tema ao pitoresco. No entanto, O Inquérito foi construído como uma contraposição, ponto a ponto, das propostas de Raul Lino, assim como, apesar do reconhecimento da adequação da arquitetura popular ao clima, geografia, economia, etc., à sua convergência com a Arquitetura Moderna. A descoberta do mundo da cultura popular soava-lhes como encontrar o país real, perpassado pelo sentimento do fim daquela cultura popular, com a invasão do mau-gosto urbano para a zona rural, em especial, representado pelas casas de emigrantes retornados. Na nova geração de pesquisas, vê-se o interesse pela arquitetura popular, com a valorização patrimonial e por meio de processos de gentrificação onde surge em residências secundárias da classe média ou em projetos de desenvolvimento turístico. Estaria ocorrendo, assim, o início de uma “segunda vida” da Arquitetura Popular, agora como exposição de si mesma, até mesmo pela diminuição da população rural. Também houve o declínio da crença de que no mundo rural estava a raiz, a identidade, da nação. A generalização da casa do emigrante, que se tornou um modelo produzido e concebido localmente para não-migrantes, expressa um “novo vernáculo”, segundo Nuno Portas, ou um “vernáculo moderno”, conforme Domingos Tavares.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 14 Julho, 2016 - 16:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 18 Dezembro, 2016 - 16:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não consta

Autor(es): 

Maria da Graça Moreira

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

MOREIRA, Maria da Graça. Aldeias Desertificadas e Alterações Funcionais: Aldeias de Idanha a Nova. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013. 

Eixos de análise abordados: 
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Maria da Graça Moreira é bacharel e licenciada em Geografia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, respectivamente, em 1978 e 1980, e Mestre e Doutor em Planejamento Regional e Urbano pela UTL – Universidade Técnica de Lisboa – em 1989 e 2002. Foi Professora Assistente na Faculdade de Arquitetura da UTL, de 1985 a 2002, e Professora Auxiliar no Departamento de Ciências Sociais e do Território, de 2002 a 2014. Atualmente, leciona no Departamento de Artes, Humanidades e Ciências Sociais na UTL, desde 2014. A autora é também pesquisadora do CIAUD – Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design da FA/UTL desde 2006. O texto analisado foi apresentado no colóquio que consta da referência bibliográfica.

Disponível em: <http://ciaud.fa.utl.pt/index.php/pt/membros-2/urbanismo/inves-efect?id=984>

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

A autora trata das alterações da organização funcional dos aglomerados urbanos do interior do país, com a desertificação demográfica e a mudança da estrutura econômica, dos anos 1960 até hoje. A partir dos anos 1950, houve o abandono das áreas rurais, processo que ainda segue, com diminuição da densidade populacional, envelhecimento da população e ruptura da organização funcional e espacial, dada as alterações tecnológicas e seus impactos, e devido a mudanças no setor público em serviços de suporte à população, como educação e segurança; no setor privado, às atividades comerciais e no setor produtivo, à decadência da agropecuária. A área estudada é a Beira Interior Sul, no Concelho de Idanha a Nova, mais especificamente, as aldeias de Salvaterra do Extremo e Toulões. A autora conclui que houve mudanças nas funções dos edifícios públicos, antes destinados à educação e, agora, voltados à saúde e segurança social para idosos. Desapareceram as funções mais importantes para os jovens, com a retirada dos serviços estatais de segurança interna e controle de fronteiras. Abandonaram-se, ainda, as instalações ligadas à pecuária. As únicas atividades comerciais estão ligadas à restauração, com a aparição de funções ligadas ao lazer da população urbana (turismo), em antigas instalações utilitárias. A arquitetura popular originária das atividades agropecuárias – como palheiros, moagens e lagares - ou foi abandonada, ou transformada em habitações, com a procura por pontos de melhor acesso a partir do exterior para novas atividades econômicas.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 11 Julho, 2016 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 18 Dezembro, 2016 - 16:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não consta

Autor(es): 

Ana Filipa Ramalhete e Francisco Manuel Valadares e Silva

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

RAMALHETE, Ana Filipa e SILVA, Francisco Manuel Valadares e. Construções Rurais em Espaço Urbano ou as Memórias da Ruralidade. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013. 

Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Ana Filipa Ramalhete é Licenciada em Antropologia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É Mestre em Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental e Doutora em Engenharia do Ambiente, ramo de Ordenamento do Território, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. É ainda pós-graduada em "Architecture du territoire, formes sociales et morphologie des établissements humains", no CRAAL, Universidade de Genebra. É docente do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa, desde 2002, e diretora e pesquisadora do Centro de Estudos de Arquitectura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa (2009) e diretora da revista estudoprevio.net. É colaboradora da organização não-governamental de ambiente GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, desde 1996, e membro da Direção da APCV – Associação Portuguesa de Corredores Verdes.

Disponível em: < http://portal.ual.pt>

 

Francisco Manuel Valadares e Silva tem licenciatura em História pela Universidade Lusíada, e é mestre em Estudos do Património pela Universidade Aberta em 2008. Foi membro do Grupo Coordenador do Centro de Arqueologia de Almada em sucessivas gestões, entre 1992 e 2009. Responsável por vários Inventários de Patrimônio e investigador do projeto Fronteiras Urbanas, FCT, de 2010 a 2013.

Disponível em: < www.matrizpci.dgpc.pt >

 

O texto analisado foi apresentado no colóquio que consta da referência bibliográfica.

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

Os autores defendem a permeabilidade entre o rural e o urbano, a casa rural e a casa urbana, com a existência de casas rurais em meios urbanos. A cidade é vista como um ente dinâmico, ressaltando-se a origem rural de muitas vilas e cidades e a progressiva urbanização. Atualmente, aparecem novas modalidades de ocupação da zona rural que não são agrárias, a revalorização dos espaços rurais – o movimento de saída na cidade – e a tendência de reintegração dos espaços rurais (hortas, p.ex.) no meio urbano. Os casos estudados - Alcochete, Almada e Pragal – localizam-se na Península de Setúbal. As hipóteses são que neles se pode identificar lugares urbanos de gênese rural; que a origem do meio urbano está em edifícios onde funções rurais e urbanas coexistiam, e onde, depois, os aspectos rurais desaparecem, permanecendo cristalizados em edifícios que determinam a forma do espaço urbano. Propõe-se, ainda, que o crescimento urbano aumenta essa distância, diluindo, ocultando, a anterior relação. Os edifícios que permitem estabelecer essa conexão são as quintas, os solares urbanos, as estruturas de processamento e as casas rústicas. As quintas são unidades de produção agrícola, que supõem a existência de um espaço agrícola – pomares, hortas, terrenos de seara. A edificação concentra habitação, processamento e armazenamento, na maioria dos casos, distribuídos em torno de um pátio central, ao qual se acede por um portal – um dos elementos-chave de identificação da quinta. Os solares urbanos são conjuntos edificados com um ou mais elementos, com funções habitacionais, de armazenamento ou processamento de produtos agrícolas, com espaços de jardim, pomares, pequenas hortas. Esses edifícios têm às vezes elementos decorativos e estruturais de perfil urbano, como janelas de sacada, varandins e platibandas. Os solares partem de quintas anteriores, ao redor das quais se desenvolve a malha urbana. As estruturas de processamento são elementos como lagares, adegas e moinhos que situam-se junto ao núcleo edificado. Os moinhos, por sua vez, isolados e em local mais propício ao uso da energia eólica ou hídrica. As casas rústicas apresentam tipologias variadas, de acordo com localização, matéria-prima, etc. São distintas das habitações urbanas porque possuem, em geral, um único piso térreo. Quando existe um segundo piso, este é ocupado pela habitação e o térreo é reservado a animais ou armazenamento e processamento. Possui, ademais, beiral simples para remate das fachadas e vãos de pequenas dimensões, sem elementos decorativos, em contraposição às casas urbanas com revestimentos azulejares, janelas de sacadas com varandins, fachadas rematadas por cornijas e platibandas. Ao longo do tempo, muitas foram transformadas, com acréscimos e adaptações, como a troca dos beirais por platibandas. Contrariamente à ideia de que o centro histórico possui uma coerência histórica, a presença de construções rurais em espaço urbano, corresponde à memória de uma ruralidade hoje inexistente e confirma a hipótese inicial dos autores de que há uma maior complexidade e dinamismo do meio urbano, com sucessivas camadas de intervenção e sucessivas épocas da história urbana.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 13 Fevereiro, 2017 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 18 Dezembro, 2016 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não consta

Autor(es): 

Manuel C. Teixeira

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

TEIXEIRA, Manuel C. Popular, Tradicional, Regional, Português, Nacional. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Manuel Teixeira é graduado em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1975) e Ph.D. pela Architectural Association School of Architecture em Londres (1998). Fez Pós-Doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991) e Agregação em Arquitectura e Urbanismo pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (2002). É Professor Catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e pesquisador do CIAUD da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Atua nas áreas da História Urbana, do Urbanismo e das Morfologias Urbanas Portuguesas, Habitação Popular e da Arquitetura Popular. Seus livros mais recentes são A Forma da Cidade de Origem Portuguesa de 2012 e Arquitecturas do Granito, de 2013. O texto analisado foi apresentado no colóquio que consta da referência bibliográfica.

Disponível em < http://ciaud.fa.utl.pt/index.php/pt/membros-2/urbanismo/inves-efect?id=1...

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O autor aborda os primeiros autores a tratarem da arquitetura popular em Portugal. Rocha Peixoto defendia a habitação como resultado da adaptação sagaz a motivos concorrentes - os recursos geológicos, o clima, as necessidades sociais e domésticas. Leite de Vasconcelos estuda a habitação das regiões e sub-regiões do país, com plantas, fachadas, componentes da casa, detalhes da construção e materiais, mobiliário e utensílios. Amorim Girão crê que a influência primeira do meio se dá na matéria-prima, depois pelo clima, com relações mais visíveis na casa rural que é mais integrada ao ambiente. Mário Botelho de Macedo defende que a casa rural tradicional era um instrumento de trabalho do homem no campo e resultado da evolução lenta da experiência acumulada por gerações, associando-a ao verdadeiro caráter português. Orlando Ribeiro estabeleceu a distinção entre a civilização do granito e a do barro, entre o norte e sul de Portugal. Raul Lino defendia que as características da arquitetura portuguesa residiam na proporção, linha, volume e cor. Paulino Montez argumenta que a cultura define a arquitetura, idéia defendida também por Fernando Mercadal. O Inquérito à Habitação Rural, de 1943, coordenado por Lima Bastos e Afonso de Barros, foi feito para conhecer as condições econômicas e higiênicas dos agricultores e despertar os técnicos do governo para o problema da habitação rural. Nos anos 1950, houve o Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, que defendeu a correlação com as condições naturais da região, o extremo utilitarismo, a rusticidade, a permanência e imunidade com relação à inquietação espiritual, porém omisso quanto às condições de vida da população e mesmo quanto às construções mais pobres no Litoral Norte, entendendo-as como sacrifício devido à extrema penúria. Entre os etnólogos e antropólogos posteriores, destacam-se Jorge Dias, Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano e Benjamin Pereira, do Centro de Estudos de Etnologia, que definiram a habitação tradicional portuguesa como expressão dos modos de vida, das condições ambientais e dos materiais disponíveis, enfatizando a funcionalidade, a austeridade de recursos e formas, a harmonia formal e adaptação ao meio, a integração à paisagem circundante e sua caracterização, em continuidade civilizacional, sem rupturas. Fernando Távora e outros arquitetos envolvidos desenvolveram uma arquitetura contemporânea influenciada pela arquitetura popular. No início do século XIX houve mudanças sociais e econômicas, com a emigração para as cidades e outros países e o retorno daqueles bem-sucedidos e suas casas – as casas de brasileiros. A mudança mais radical ocorreu em meados do século XX, com a emigração das populações rurais e a conseqüente desertificação do campo e degradação de sua arquitetura, junto com a disseminação da cultura urbana e a substituição de antigos valores culturais por novas referências, a substituição dos materiais tradicionais por industrializados, por novas formas e proporções, por novos tipos arquitetônicos e novos revestimentos. Outra mudança foi a instalação de indústrias, comércios e serviços e um setor turístico rural. Assim como a arquitetura contemporânea que se instala, sem relação com a preexistente. No sentido contrário, a transformação de velhas edificações ou a produção de novos edifícios que visam retomar a arquitetura tradicional. Em seguida, o autor defende a reabilitação arquitetônica e o reaprendizado do conhecimento construtivo e compositivo que está em extinção.

Data do Preeenchimento: 
sábado, 16 Julho, 2016 - 15:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 18 Dezembro, 2016 - 15:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

972-33-1054-6

Autor(es): 

Mário Moutinho

Onde encontrar: 

Acervo da pesquisadora Mariely Cabral de Santana

Referência bibliográfica: 

MOUTINHO, Mário. A Arquitectura Popular Portuguesa. 3ª edição. Lisboa: Editorial Estampa, Ltda. 1995

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Mário Caneva de Magalhães Moutinho é arquiteto diplomado pela Escola Superior das Belas Artes de Paris e doutorado em Antropologia Cultural pela Universidade de Paris VII. Publicou diversos artigos em revistas especializadas, atas de eventos e capítulos de livros, com 12 livros publicados. Atualmente é docente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, ocupando, desde 2007, o cargo de Reitor. Atua na área de Ciências Sociais, tendo como enfoque os seguintes temas: Museologia, Urbanismo, Museu, Ecomuseu, MINOM, Estado Novo e Estudos Regionais Portugueses. A primeira edição da obra em análise é de 1979, Lisboa: Editorial Estampa.
Informações extraídas  de: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=7873152942076524

Sumário obra: 

Introdução
           Geologia
           Relevo e clima
           A população, factores de distribuição e crescimento
           Formas de povoamento
           Actividades da população
A arquitetura popular portuguesa
           Região do Norte
           Região do Centro Litoral
           Região do Alentejo
           Região do Algarve
Localização das povoações citadas
Legendas das ilustrações

Resumo : 

O livro se divide em duas partes, uma primeira contem a Introdução, de autoria de Jorge Arroteia, e uma segunda trata da obra propriamente dita, escrita por Mário Moutinho. A Introdução aborda aspectos do território português referentes à geologia, ao relevo, ao clima e também à população, com sua distribuição no território e atividades produtivas que desenvolvem. Segundo Arroteia, Portugal apresenta três grandes unidades de formação rochosa, as quais originam relevo, solo, ocupação humana, modos de vida e arquiteturas distintas. Essas unidades são: o Maciço Antigo, que compreende quase sete décimos do território; a Orla Sedimentar ocidental e meridional; e as bacias do Tejo e do Sado. A partir dessa abordagem, Mário Moutinho definiu cinco regiões arquitetônicas principais, utilizando como critério o relevo, o clima e o revestimento vegetal. Entretanto, destaca que, se tivesse favorecido o fator habitação, essas regiões apresentariam uma mesma coerência. São elas: Região do Norte, dividida entre litoral e interior; do Centro Litoral; do Alentejo; e do Algarve. Essas regiões são abordadas separadamente e o autor destaca que a análise é destinada à documentação do tipo de povoamento, habitação, arruamento, cores dominantes, arquitetura religiosa e a de caráter produtivo. Assim, Moutinho aborda aspectos como materiais construtivos, cobertura, planta arquitetônica e, algumas vezes, os elementos que compõem a fachada e as janelas. Descreve os povoamentos e das edificações existentes nessas regiões, apresentando como eixo de abordagem as habitações, as quais compreendem ao todo dez tipos: a Casa Minhota e a Casa Serrana, na região do Norte; a Casa de Madeira, a Casa Alpendrada, a Casa Saloia e a Casa Ribatejana, na região do Centro Litoral; o Monte Alentejano e a Casa de Povoado, na região do Alentejo; a Casa de Pescadores e a Casa Rural, na região do Algarve. São dois os tipos de povoamento identificados no texto: o disperso, que é composto, geralmente, por um conjunto de construções que servem de base à exploração agrícola familiar, e o aglomerado, que é composto por um pequeno grupo de habitações conjugadas. Das edificações de caráter produtivo, são citadas as seguintes: os espigueiros, os sequeiros, as eiras, os abrigos de barcos e as alfaias, os moinhos, as azenhas, os abrigos de pastores, a cisterna, os forno, os currais, a adega, o depósito de lenha, o celeiro, a queijaria, a cavalariça, a cocheira e os frascais. A maioria dessas edificações não é descrita, como também a obra pouco trata da arquitetura religiosa, destacando-se, dentre os comentários, os referentes às capelas e igrejas existentes na região do Algarve, que, segundo o autor, podem apresentar influências árabes, como cúpulas, arcos e abóbadas. A primeira parte do livro é composta por mapas e a segunda por um mapa, que indica as localidades citadas, e por fotografias e imagens, que contemplam as seis abordagens descritas pelo autor, apresentando-se, inclusive, a planta baixa de cada uma das dez tipologias habitacionais. 

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 12 Outubro, 2016 - 12:45
Pesquisador Responsável: 

Júlia Cacim, Brenda Lomanto, Patrícia Ribeiro, Camila Contreras Novaes.

Data da revisão: 
quarta-feira, 28 Dezembro, 2016 - 12:45
Responsável pela Revisão: 

Daniel J. Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

Não há esta informação.

Autor(es): 

Günter Weimer

Referência bibliográfica: 

WEIMER, Günter. Adaptação da Arquitetura Popular Portuguesa aos Trópicos Sul-Americanos. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013.

Disponível em: <https://sites.google.com/site/coloquioarquitecturapopular/>

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Günter Weimer é arquiteto, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963), mestre em História da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1981) e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990). Atualmente é professor convidado do Programa de Pós-graduação em Urbanismo (PROPUR) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase nos seguintes temas: arquitetura popular, história da arquitetura, imigração alemã, açorianos no Brasil e Rio Grande do Sul.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/9294112826574839.

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O autor acredita que a arquitetura popular, tema digno de estudo em Portugal, era “tabu” no Brasil pela baixa-estima quanto às origens da nação: os índios seriam selvagens; os negros africanos, igualmente depreciados; e a herança portuguesa, malquista nas duas “descolonizações” referentes à Independência do Brasil e à República. Como a vida familiar era cuidada pelas mulheres – nativas ou africanas – se o exterior da arquitetura mostrava-se lusitano, a presença de outras etnias se revelaria nesse âmbito. O autor busca então as contribuições dos “párias da sociedade colonial”. Dada a ausência de bibliografia sobre as realizações dos africanos, realizou quatro viagens à África, encontrando vasta variedade de arquitetura. Iniciou pela costa atlântica, junto com Moçambique, encontrando uma arquitetura muito bem adaptada aos trópicos, com edificações monofuncionais, separadas entre si, com ampla ventilação cruzada pela elevação do teto acima do acabamento das paredes, dispensando janelas. O emprego de amplos beirais na proteção contra o sol o leva a sustentar que as varandas brasileiras não teriam vindo do Extremo Oriente como se diz, e sim da África. Nos engenhos de cana-de-açúcar, as senzalas seriam transposições das sanzalas, nome quimbundo para uma forma urbana comum entre o norte de Angola e o Gabão. Como o quilombo, nome quimbundo para vila ou povoado, havendo a adaptação no Brasil para uma moradia “polifuncional” inexistente na África. Também as formações urbanas teriam reminiscências africanas nas tipologias arquitetônicas e urbanísticas. NO que toca à contribuição indígena, o autor parte de uma polêmica sobre a origem das casas subterrâneas encontradas no Rio Grande do Sul, com cobertura de matéria orgânica e base escavada no solo. Por ocasião da elaboração da Enciclopédia da Arquitetura Vernácula do Mundo, sob coordenação de Paul Oliver, encontrou soluções similares nos ainus das ilhas de Hokkaido e Sakalina. Lembrando que os povos mongólicos tiveram domínio sobre mais da metade das terras do globo terrestre, cogitou o parentesco dos índios Caingangues com aqueles ainus. Propõe um estudo filológico identificando os rastros das tipologias arquitetônicas, de um tipo que migrou do norte da Ásia pelas ilhas Aleutas, passando pela América do Norte e Central, a partir da literatura científica de cada lugar: soviética, norte-americana e latino-americana. Explana sobre a evolução da forma e material empregado, defendendo que na América do Sul os tipos se desenvolveram em diversas linhas, formando tramas paralelas e redes complexas. Apresenta algo do estado da arte da Arquitetura Popular no Brasil, com trabalhos sobre as construções de enxaimel dos imigrantes alemães, a transição das casas de pedra para as de tábuas dos imigrantes italianos, a produção em blokhaus dos imigrantes poloneses, as igrejas ortodoxas ucranianas, a arquitetura baixo-saxã dos produtores de laticínios holandeses. Observa que Portugal é um país estabilizado, com população equivalente a 5,4% do total da brasileira, num território que é 1% do brasileiro e, portanto, com densidade 5 vezes maior. O Brasil apresenta, para o autor, os extremos da humanidade, com uma população mais estável, como a negra, e outra móvel, como a indígena, e etnias muito variadas, em processo veloz de transformação, animadas pela herança portuguesa de “relativa tolerância étnica”.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 24 Fevereiro, 2016 - 10:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 28 Fevereiro, 2016 - 10:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

ISSN 1647-9009

Autor(es): 

Rodrigo Reis Ollero das Neves

Referência bibliográfica: 

OLLERO, Rodrigo. E depois do inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa? Carta a Raul Lino. In: Revista Arquitectura Lusíada, n1, 2010. Disponível em: http://revistas.lis.ulusiada.pt/index.php/ral/article/view/259 Último acesso em: 24 nov 2014.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Rodrigo Reis Ollero das Neves é Professor Associado na Univesidade Lusíada de Lisboa. É Professor Regente da Unidade Curricular de Projecto I na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. É, ainda, Coordenador dos Projetos de Investigação Os Materiais da Arquitectura e O Estuário do Tejo e as suas Áreas Ribeirinhas – estratégias para a sua sustentabilidade do Centro de Investigação em Território, Arquitectura e Design – CITAD. É PhD em Arquitetura pela Universidade de Salford, Reino Unido, com a Tese Letter to Raul Lino: cultural identity in Portuguese architecture: the "Inquérito" and the architecture of its protagonists in the 1960's, de 2001.

Informações obtidas em: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=7663350831586849.

Resumo : 

O artigo contém reflexões sobre o Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa – levantamento realizado pelo Sindicato Nacional de Arquitectos – SNA e publicado em 1960 – à luz da obra de Raul Lino e tendo como fio condutor a questão identitária em Portugal. O principal protagonista do Inquérito, Keil do Amaral, no texto preliminar intitulado “Uma Iniciativa Necessária”, propõe estudar a “arquitetura regional”, o que incluiria a erudita e a popular. Os exemplos citados neste texto, no entanto, pertencem à arquitetura popular. As equipes que se aprofundaram em distintos setores do país teriam seguido normais gerais que, sem delimitar taxativamente o que investigar, garantiriam a unidade global do trabalho, deixando margem de decisão às equipes. Houve ainda, registra Ollero, a vontade inicial de considerar o ordenamento das povoações. Embora tenha sido publicado como Arquitectura Popular em Portugal, ainda hoje a iniciativa é chamada de Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, nome inicial do projeto. Tal dualidade não seria acidental e a indefinição conceitual subjacente à “arquitetura regional” não seria falta de maturidade, mas uma “estratégia deliberada”. Por um lado, justificaria melhor os vários apoios que foram solicitados pelo SNA e, por outro, evitaria a associação com ideologias calcadas no povo e, ainda, permitiria um vínculo com a “versão cultural ruralista” de Salazar. A maioria do Inquérito, contudo, versava sobre a arquitetura popular. Embora com menções à arquitetura erudita – como o Palácio da Pena, em Sintra; o Solar de Mateus, em Vila Real, e a Igreja de São Frutuoso de Montélios, em Braga – o grosso do trabalho se concentrou em edifícios tais como casas de lavoura, espigueiros, norias, etc. Ollero envereda, depois, na definição do conceito de identidade e no que a obra escrita de Raul Lino pode iluminar esse debate. Observa ainda a atenção dada pela geração de arquitetos modernistas, em Portugal e em outros lugares, à questão identitária na arquitetura popular, considerando-a racional, simples, expressiva e bela, ditada pela lógica econômica, funcional e construtiva. Em verdade, esse mergulho dos modernistas na arte popular teria se dado em vários campos. Entre os vários termos empregados para o tema - rural, popular, tradicional, folclórica, etc. – o autor aponta sua preferência por “popular”. Faz ainda menção ao desacordo quanto à inclusão das áreas urbanas, visto que seus parâmetros são distintos daqueles da arquitetura tradicional. Problematizando o termo erudito - já que nem todo arquiteto realiza obras com “sabedoria” edilícia – o autor propõe também a divisão da arquitetura entre erudita e corrente. Na erudita haveria a personalização do autor, que não se identificaria com o povo, ao contrário da corrente. Igualmente, na erudita seria frequente o abandono das tecnologias tradicionais. A diferença principal residiria, assim, na assimilação de aspectos culturais da sociedade. Na arquitetura popular essa assimilação ocorreria naturalmente, em continuidade com a prática construtiva; já na erudita, surge como aspecto intelectualizado e a matriz projetual, ainda que de origem vernácula, passa por elaborado estudo conceitual. Mas essa distância de procedimentos não implica em abismo formal, visto haver influências populares na produção erudita, justamente pela surpresa e virtualidades que a arquitetura popular apresenta. Isso explicaria os impactos do Inquérito na arquitetura erudita portuguesa.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 24 Novembro, 2014 - 15:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quarta-feira, 26 Novembro, 2014 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

972-97668-7-8

Autor(es): 

Ordem dos Arquitectos

Onde encontrar: 

Acervo Profa. Marcia Sant’Anna

Referência bibliográfica: 

ARQUITECTURA Popular em Portugal, Vol. 2. Lisboa: Ordem dos Arquitectos, 2004.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

A presente edição teve coordenação editorial de João Afonso, Fernando Martins e Cristina Meneses. Não foram encontradas informações na Internet sobre os autores responsáveis pelos levantamentos nas zonas pesquisadas. A publicação “Arquitectura Popular em Portugal” é resultado do “Inquérito à Arquitetctura Regional Portuguesa”, realizada pelo Sindicato Nacional dos Arquitetos, no período entre 1955 e 1960. Ainda nos anos de 1960 foi publicada a primeira edição, onde estavam registrados os levantamentos, analises e documentação fotográficas das regiões e edificações identificadas e cadastradas pelo grupo de arquitetos contratado para concretização do inventário. No ano de 2004 foi publicada esta quarta edição ampliada, com a publicação do inventário realizado na Ilha dos Açores e com complementações realizadas em algumas regiões no continente.

Sumário obra: 
Zona 4
Zona 5
Zona 6
Traduções
Índices
 Índice Geral
 Índice Onomástico
 Índice Geográfico
 Índice Ideológico
 Índice de Desenhos e Mapas
 Índice de Fotografias
Resumo : 
O livro, segundo volume de um estudo amplo sobre a arquitetura popular portuguesa, é farto em fotos, mapas, plantas e cortes. Está dividido em três partes, correspondentes a três áreas geográficas, cujo levantamento foi feito sob a tutela de equipes diferentes. A Zona 4, estudada por equipe formada pelos arquitetos Nuno Teotónio Pereira, António Pinto de Freitas e Francisco da Silva Dias, cobre a Estremadura, Ribatejo e parte da Beira Litoral. Adotase a divisão consolidada na literatura portuguesa entre as áreas de influência atlântica e mediterrânea, sendo a Zona 4 a área de transição entre ambas, apresentando discrepâncias bruscas e em retalhos. A arquitetura da zona seria produto de uma conjugação de fatores climáticos, históricos e econômicos, sem causa nítida, mas cujas conseqüências estão relacionadas. Soma-se ainda a ação humana, transformando o meio, sem, no entanto, obter plenamente o intencionado. Reconhecem-se duas áreas na Zona 4: a norte, com densidade de 50 a 250 hab/km², e a Sul, com menos de 25 hab/km², além de aglomerados maiores no litoral e margens do rio Tejo. Ao Norte, o solo é altamente parcelado e “policultivado”, com trabalho e cuidados o ano inteiro, favorecendo a ocupação mais intensa e distribuída. Ao Sul, há solo mais pobre, com latifúndios, monoculturas e ocupação sazonal de população flutuante. Essa diferença se baseia na abundância da água: no litoral e nos rios, com boa oferta de pescados e, sobretudo, com chuvas e a fertilidade daí decorrente. A seguir, o trabalho perde-se em descrições pontuais da vida laboral, cotidiana, do lazer e do calendário religioso. Perpassa o estudo um forte componente estético, relembrando-se sempre a penúria material, as dificuldades e a coesão entre homem, comunidade e meio. A Zona 5 cobre o Alentejo, estudado por equipe formada pelos arquitetos Frederico George, António Azevedo Gomes e Alfredo da Mata Antunes. O estudo descreve a geologia, a topografia e o clima da região, e assume o impacto desses fatores em todas as esferas da vida humana, inclusive o vestuário. A agricultura extensiva está calcada no latifúndio, com trabalho assalariado e culturas de sequeiro (trigo, cevada, aveia, etc.), havendo também florestas de sobro e azinho – os chamados montados –, de castanheiros e carvalhos e, agora, de eucaliptos. Ainda se apresenta a cultura da oliveira e algo de vinha. A pecuária é a do gado suíno, ovino, muar, cavalar, asinino e caprino (em extinção). Registra-se a mecanização da agricultura e a mudança do cenário com as barragens. O estudo observa que a região apresenta os testemunhos visíveis de uma longa sucessão de culturas: a romana, a visigótica, a muçulmana e a cristã. A densidade humana é baixa, com povoamento concentrado em aldeias. Descreve-se as técnicas construtiva em tijolo, taipa, pedra (granito, xisto, mármore, calcário), madeira (de uso escasso), canas e matos (como o piorno). Registra a cobertura em abobadilha, em decréscimo e substituição pelo concreto. Segue-se então uma descrição por divisões sub-regionais e análises de casos em Ribatejo do Norte, Areias, Barros, Borba, Plataforma de Évora, Ribatejo do Norte, Campo do Beja e Além-Guadiana. A Zona 6 foi estudada pelos arquitetos Artur Pires Martins, Celestino de Castro e Fernando Torres, enfocando, principalmente, o Algarve e incluindo o Baixo Alentejo e Alentejo Litoral. Inicia-se, como nos demais estudos, pela descrição do clima, e apresenta-se três sub-regiões: Alto Algarve, Algarve Calcáreo e Baixo Algarve. O Baixo Algarve é a zona litorânea, com maior densidade e vida centrada na pesca e derivados, mas também com cereais de sequeiro, arvoredos – amendoeira, figueira, alfarrobeira, oliveira –, pomares e hortas. Registra-se o abandono das velhas noras na irrigação. No Algarve Calcáreo ainda aparecem o sequeiro e arvoredos, mas já com decréscimo dos pomares e hortas. Nessa região seria marcante a presença das açoteias (ou terraços) nas edificações. O Alto Algarve é mais pobre e rudimentar, com predomínio de xistos, maior incidência de chuvas e manto vegetal decorrente e, portanto, com árvores frutíferas, além do pinheiro bravo, sobreiro, carvalho e castanheiro (ambos com uso intenso), além de canas usadas na construção e confecção de artefatos. A zona 6 ainda abrange o Alentejo Litoral e Bacia do Sado. No primeiro, a presença de chuvas favorece a policultura e a dispersão da ocupação. Na Bacia do Sado, predominam arrozais, com hortas, montados e trigo com montado. Segue-se a análise das povoações, com descrição de casos pontuais. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 4 Outubro, 2014 - 08:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
segunda-feira, 6 Outubro, 2014 - 13:30
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

972-97668-7-8

Autor(es): 

Ordem dos Arquitectos

Onde encontrar: 
Acervo Profa. Marcia Sant’Anna
Referência bibliográfica: 
ARQUITECTURA Popular em Portugal, Vol. 1. Lisboa: Ordem dos Arquitectos, 2004. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
A presente edição teve coordenação editorial de João Afonso, Fernando Martins e Cristina Meneses. Não foram encontradas informações na Internet sobre os autores responsáveis pelos levantamentos nas zonas pesquisadas. A publicação “Arquitectura Popular em Portugal” é resultado do “Inquérito à Arquitetctura Regional Portuguesa”, realizada pelo Sindicato Nacional dos Arquitetos, no período entre 1955 e 1960. Ainda nos anos de 1960 foi publicada a primeira edição, onde estavam registrados os levantamentos, analises e documentação fotográficas das regiões e edificações identificadas e cadastradas pelo grupo de arquitetos contratado para concretização do inventário. No ano de 2004 foi publicada esta quarta edição ampliada, com a publicação do inventário realizado na Ilha dos Açores e com complementações realizadas em algumas regiões no continente.
Sumário obra: 
ÍNDICE GERAL
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
ZONA 1 – Minho, Douro Litoral e Beira Litoral
ZONA 2 – Trás-os-Montes e Alto Douro
ZONA 3 – Beiras
Panorâmicas
Zonas Diferenciais e Construções Típicas
Os Porquês
Formas e Expressões 
Resumo : 
Nesta edição são retratadas as edificações cadastradas nos anos de 1960 que já desapareceram em função das concentrações urbanas das últimas décadas em Portugal, e também exemplares de uma nova arquitetura espontânea, por vezes de grande criatividade formal, construída em anos mais recentes que, implantada sem qualquer articulação com o ambiente natural, acarreta grandes prejuízos para o ordenamento do território e para a qualidade de vida dos habitantes. A analise realizada no volume 01 corresponde ao patrimônio de três zonas do norte de Portugal que, segundo a metodologia de investigação, foi dividida em três partes: Zona 1, correspondendo à região entre o Minho e o Mondego - zona rica em história e onde as construções vão dos espigueiros do Lindoso às grandes edificações das áreas do Porto; Zona 2, região de Trás-do-Monte e Alto Douro; e Zona 3, que corresponde às regiões da Beira-Alta - Serra da Estrela – e Beira Baixa. O levantamento levou em conta as pesquisas sobre a ocupação do território, a estruturação urbana, os materiais e processos correntes na construção, a influência do clima, da economia e da organização social sobre os edifícios e seus agrupamentos. No levantamento de campo, as análises privilegiaram a síntese plástica dos edifícios, as técnicas construtivas e as dinâmicas culturais. Todas estas análises são apresentadas a partir do cruzamento dos dados geográficos, geológicos, vias de comunicação, economia, historia, etnografia, cultivos, povoamentos, pecuária, como também dos movimentos migratórios das populações. O acervo fotográfico, levantamentos gráficos e análises criticas estão apresentados em índice detalhado com nome dos edifícios, logradouros e sítio, além dos índices onomásticos, geográfico e “ideológico”, desenhos, mapas e fotografias que facilitam a localização de todo o acervo inventariado que caracteriza as diferentes dinâmicas culturais, econômicas e políticas das regiões. Ao longo da leitura é possível identificar que em Portugal não se observa uma unidade plástica nos edifícios estudados, assim como não é possível identificar uma arquitetura portuguesa ou mesmo um modelo de casa portuguesa. O que se observa é uma adequação dos edifícios às afinidades climáticas, do solo, da vegetação, da economia, da cultura e dos hábitos que imprimiram características peculiares a cada região. Por outro lado, as renovações técnicas e de materiais foram lentas devido a rotinas e hábitos das comunidades e ao estreito vínculo com as atividades econômicas. No entanto, os últimos anos têm provocado uma rápida mudança de valores e, consequentemente, o abandono ou substituição das técnicas, materiais e dinâmicas culturais. No prefácio desta 4ª edição, os autores enfatizam que “ [...] A arquitectura popular regional não é urbana de origens nem de tendências”. Pode “urbanizar-se, melhorar de cuidados construtivos e apuros formais, mas, se lhe cortam as raízes que a prendem fortemente à terra e aos seus problemas, desvirtua-se, perde a força e a autenticidade”. (p. XIX). 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 2 Maio, 2014 - 06:30
Pesquisador Responsável: 

Mariely C. Santana

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 10:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

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