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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Arquitetura erudita

ISBN ou ISSN: 

978-972-9136-78-8

Autor(es): 

Pedro Fonseca Jorge

Referência bibliográfica: 

JORGE, Pedro Fonseca. A arquitetura popular como transição entre o vernâculo e o erudito: uma tentativa de definição dos diferentes contextos arquitetónicos de raiz não-erudita. Actas do 1º Colóquio Internacional Arquitectura Popular, Arcos de Valdevez Portugal, 2016.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Pedro Fonseca Jorge é formado em Arquitetura pela FAUP, (Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto), onde concluiu igualmente o Mestrado em Intervenção em Patrimônio e o Doutoramento em Habitação. Colaborou no Gabinete do Arquiteto Francisco Barata Fernandes e participou na execução dos projetos urbanos para o Porto 2001. Possui atelier desde 2001, por meio do qual realizou diversos projetos de habitação, serviços e recuperações. Escreve e publica regularmente sobre os temas do habitar e da recuperação arquitetônica.
Informações obtidas em: http://www.pedrofonsecajorge.com/bio/

Sumário obra: 

Não se aplica                              

Resumo : 

O artigo propõe uma definição dos termos arquitetura vernacular e arquitetura popular, de modo a lhes atribuir significado e desmitificar a ideia de verossimilhança entre eles. A arquitetura vernacular, segundo o autor, seria aquela que se limita a um local específico, não seria contaminada por influências externas e, claramente, se compatibilizaria com os fatores geográficos e físicos locais, e com o seu contexto sociológico. Logo, fica claro que a arquitetura vernacular possuiria um tipo arquitetônico único para cada ambiente e que proviria da tradição e da cultura de um grupo restrito. Esta arquitetura implicaria o uso de materiais de construção disponíveis no local e passíveis de adequar-se a agentes físicos atuantes na região. A arquitetura vernacular apresentaria, ainda, a característica de permanência do seu tipo arquitetônico, possuindo uma evolução tardia ou uma lenta sucessão do seu tipo, o que, praticamente, excluiria a expansão de suas técnicas e conhecimentos para além de suas fronteiras, bem como, a possibilidade de importação de novas técnicas. O tipo arquitetônico vernacular seria sempre estabelecido a partir de tradições ligadas a memórias romantizadas de um passado, próximo ou longíquo. Este tipo pode, segundo o autor, admitir mudanças, geralmente associadas a uma necessidade da população, mas essas mudanças não ocorreriam de maneira brusca, pois se trata de um ambiente de espaço físico e intelectual delimitado. Por vezes são atribuídos à arquitetura vernacular alguns falsos parâmetros, segundo o autor, sendo o primeiro a noção de primitivo e o segundo é a de ruralidade. Criar-se-ia, assim, a imagem de que a Arquitetura Vernacular é primitiva, em virtude da sua associação à tradição, contudo, a tradição admite evolução, ainda que lenta, porém que não equivaleria a uma estagnação. A ruralidade também seria, segundo Jorge, frequentemente associada à arquitetura vernacular, e isto se deveria à maior facilidade de se identificar um tipo arquitetônico bem definido no meio rural, no qual a sua evolução é gradual e sutil. Já na cidade, local de intensas trocas e de uma intensa comunicação, tornar-se-ia difícil o estabelecimento de um tipo arquitetônico dessa natureza. A arquitetura popular, por sua vez, seria aquela construída pelo povo, para o povo, construída, democraticamente, segundo o gosto do povo, dependente de uma escolha e realizada sem que haja a oposição de terceiros. Aquela, em suma, que herda sinais exteriores da cultura onde é gerada. Diferentemente, da arquitetura vernacular, a arquitetura popular não se baseia na tradição, não seria passível de ser identificada por uma fonte única ou por um período específico. Seria uma arquitetura que pode utilizar-se de “modas” ou tendências passageiras trazidas pela arquitetura erudita, ou seja, pela arquitetura moderna e contemporânea que se utiliza de características em vigor e de estrangeirismos, nascida de uma reflexão sobre o habitar e sobre a forma num contexto acadêmico e prático. A arquitetura popular, contrariamente à vernacular, se utilizaria de materiais novos, não propriamente locais e, ainda, de técnicas de trabalho mais elaboradas. Seria, portanto, uma arquitetura livre para adotar novas tipologias, lembrando o autor que não poderia ser classificada como erudita já que não importa signos dessa arquitetura, e sim lhe copiaria aspectos estéticos a fim de associar-se a um escalão social. O autor conclui que seria a diversidade tipológica a maior diferença existente entre as duas arquiteturas.

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 28 Junho, 2016 - 15:30
Pesquisador Responsável: 

Estudante voluntária: Lais Souto Novaes

Data da revisão: 
terça-feira, 5 Julho, 2016 - 19:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

ISSN 1647-9009

Autor(es): 

Rodrigo Reis Ollero das Neves

Referência bibliográfica: 

OLLERO, Rodrigo. E depois do inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa? Carta a Raul Lino. In: Revista Arquitectura Lusíada, n1, 2010. Disponível em: http://revistas.lis.ulusiada.pt/index.php/ral/article/view/259 Último acesso em: 24 nov 2014.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Rodrigo Reis Ollero das Neves é Professor Associado na Univesidade Lusíada de Lisboa. É Professor Regente da Unidade Curricular de Projecto I na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. É, ainda, Coordenador dos Projetos de Investigação Os Materiais da Arquitectura e O Estuário do Tejo e as suas Áreas Ribeirinhas – estratégias para a sua sustentabilidade do Centro de Investigação em Território, Arquitectura e Design – CITAD. É PhD em Arquitetura pela Universidade de Salford, Reino Unido, com a Tese Letter to Raul Lino: cultural identity in Portuguese architecture: the "Inquérito" and the architecture of its protagonists in the 1960's, de 2001.

Informações obtidas em: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=7663350831586849.

Resumo : 

O artigo contém reflexões sobre o Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa – levantamento realizado pelo Sindicato Nacional de Arquitectos – SNA e publicado em 1960 – à luz da obra de Raul Lino e tendo como fio condutor a questão identitária em Portugal. O principal protagonista do Inquérito, Keil do Amaral, no texto preliminar intitulado “Uma Iniciativa Necessária”, propõe estudar a “arquitetura regional”, o que incluiria a erudita e a popular. Os exemplos citados neste texto, no entanto, pertencem à arquitetura popular. As equipes que se aprofundaram em distintos setores do país teriam seguido normais gerais que, sem delimitar taxativamente o que investigar, garantiriam a unidade global do trabalho, deixando margem de decisão às equipes. Houve ainda, registra Ollero, a vontade inicial de considerar o ordenamento das povoações. Embora tenha sido publicado como Arquitectura Popular em Portugal, ainda hoje a iniciativa é chamada de Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, nome inicial do projeto. Tal dualidade não seria acidental e a indefinição conceitual subjacente à “arquitetura regional” não seria falta de maturidade, mas uma “estratégia deliberada”. Por um lado, justificaria melhor os vários apoios que foram solicitados pelo SNA e, por outro, evitaria a associação com ideologias calcadas no povo e, ainda, permitiria um vínculo com a “versão cultural ruralista” de Salazar. A maioria do Inquérito, contudo, versava sobre a arquitetura popular. Embora com menções à arquitetura erudita – como o Palácio da Pena, em Sintra; o Solar de Mateus, em Vila Real, e a Igreja de São Frutuoso de Montélios, em Braga – o grosso do trabalho se concentrou em edifícios tais como casas de lavoura, espigueiros, norias, etc. Ollero envereda, depois, na definição do conceito de identidade e no que a obra escrita de Raul Lino pode iluminar esse debate. Observa ainda a atenção dada pela geração de arquitetos modernistas, em Portugal e em outros lugares, à questão identitária na arquitetura popular, considerando-a racional, simples, expressiva e bela, ditada pela lógica econômica, funcional e construtiva. Em verdade, esse mergulho dos modernistas na arte popular teria se dado em vários campos. Entre os vários termos empregados para o tema - rural, popular, tradicional, folclórica, etc. – o autor aponta sua preferência por “popular”. Faz ainda menção ao desacordo quanto à inclusão das áreas urbanas, visto que seus parâmetros são distintos daqueles da arquitetura tradicional. Problematizando o termo erudito - já que nem todo arquiteto realiza obras com “sabedoria” edilícia – o autor propõe também a divisão da arquitetura entre erudita e corrente. Na erudita haveria a personalização do autor, que não se identificaria com o povo, ao contrário da corrente. Igualmente, na erudita seria frequente o abandono das tecnologias tradicionais. A diferença principal residiria, assim, na assimilação de aspectos culturais da sociedade. Na arquitetura popular essa assimilação ocorreria naturalmente, em continuidade com a prática construtiva; já na erudita, surge como aspecto intelectualizado e a matriz projetual, ainda que de origem vernácula, passa por elaborado estudo conceitual. Mas essa distância de procedimentos não implica em abismo formal, visto haver influências populares na produção erudita, justamente pela surpresa e virtualidades que a arquitetura popular apresenta. Isso explicaria os impactos do Inquérito na arquitetura erudita portuguesa.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 24 Novembro, 2014 - 15:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quarta-feira, 26 Novembro, 2014 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

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