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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Tematizações

ISBN ou ISSN: 

Não consta.

Autor(es): 

João Leal

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

LEAL, João. Os Arquitectos em Contexto: tematizaçãos do popular no século XX português. In: Actas do 1º Colóquio Internacional de Arquitectura Popular. Arcos de Valdevez: Casa das Artes de Arcos de Valdevez – Município de Arcos de Valdevez, 2013. 

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

João Leal é mestre em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e Doutor em Antropologia Social pela ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Foi, entre outras coisas, membro da Comissão para o Patrimônio Cultural Imaterial (2011-12) e co-fundador e diretor da Revista Etnográfica (1997-2003). É membro, desde 2013, do Conselho Nacional de Cultura. Atualmente, é professor da UNL, com pesquisas e artigos publicados nas áreas de Arquitetura Popular, Açores, Casas no Campo, Patrimônio Imaterial, e mais recentemente, de 2010 a 2014, conduziu pesquisa em torno do tema Ritual, Etnicidade, Transnacionalismo: as Festas do Espírito Santo na América do Norte. O texto analisado foi apresentado no colóquio que consta da referência bibliográfica.

Disponível em <http://www.fcsh.unl.pt/faculdade/docentes/ljaf>

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O autor enumera as tematizações da arquitetura popular em Portugal. Pela Antropologia, com a obra de Ernesto Veiga de Oliveira; pela Geografia Humana, com a obra de Orlando Ribeiro, e pela Agronomia, com o Inquérito à Habitação Rural, dos anos 1940. Essa tematização, na Arquitetura, se divide historiograficamente em dois momentos: do final do séc. XIX até os anos 1950, em torno da casa portuguesa; e depois, nos anos 1960, em torno do Inquérito à Arquitetura Popular, que constituiu uma reação. O autor divide a discussão da casa portuguesa em duas etapas. Primeiro, o debate, na transição do séc. XIX ao XX, sobre a casa portuguesa, vista como a autêntica arquitetura do país, por figuras como Ricardo Severo e, principalmente, Raul Lino. Nesta etapa, ocorre a aceitação gradual dessas propostas. Nos anos 1920, com a ascensão do Modernismo e do Art Decó, houve retrocesso do tema da casa portuguesa – situação que o advento do Estado Novo, de início, não muda. A partir do final dos anos 1930, por conta da relutância do Estado Novo com o Modernismo, ocorre nova tematização da arquitetura popular, coincidindo com a edição de 1933 das Casas Portuguesas, de Raul Lino, e com os programas de habitação social e equipamentos públicos. Por sua vez, o Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal teve impacto não em políticas públicos, mas em “lições” aos arquitetos. Havia denominadores comuns entre essas três tematizações: a importância da arquitetura popular; o seu perfil rural; e a possibilidade de encontrar aí a singularidade do país. Na idealização do Inquérito por Fernando Távora e Eduardo Keil do Amaral, através da análise funcional, buscava-se sair do beco sem saída de relacionar o tema ao pitoresco. No entanto, O Inquérito foi construído como uma contraposição, ponto a ponto, das propostas de Raul Lino, assim como, apesar do reconhecimento da adequação da arquitetura popular ao clima, geografia, economia, etc., à sua convergência com a Arquitetura Moderna. A descoberta do mundo da cultura popular soava-lhes como encontrar o país real, perpassado pelo sentimento do fim daquela cultura popular, com a invasão do mau-gosto urbano para a zona rural, em especial, representado pelas casas de emigrantes retornados. Na nova geração de pesquisas, vê-se o interesse pela arquitetura popular, com a valorização patrimonial e por meio de processos de gentrificação onde surge em residências secundárias da classe média ou em projetos de desenvolvimento turístico. Estaria ocorrendo, assim, o início de uma “segunda vida” da Arquitetura Popular, agora como exposição de si mesma, até mesmo pela diminuição da população rural. Também houve o declínio da crença de que no mundo rural estava a raiz, a identidade, da nação. A generalização da casa do emigrante, que se tornou um modelo produzido e concebido localmente para não-migrantes, expressa um “novo vernáculo”, segundo Nuno Portas, ou um “vernáculo moderno”, conforme Domingos Tavares.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 14 Julho, 2016 - 16:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 18 Dezembro, 2016 - 16:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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