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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Arquitetura Popular

ISBN ou ISSN: 

972-33-1054-6

Autor(es): 

Mário Moutinho

Onde encontrar: 

Acervo da pesquisadora Mariely Cabral de Santana

Referência bibliográfica: 

MOUTINHO, Mário. A Arquitectura Popular Portuguesa. 3ª edição. Lisboa: Editorial Estampa, Ltda. 1995

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Mário Caneva de Magalhães Moutinho é arquiteto diplomado pela Escola Superior das Belas Artes de Paris e doutorado em Antropologia Cultural pela Universidade de Paris VII. Publicou diversos artigos em revistas especializadas, atas de eventos e capítulos de livros, com 12 livros publicados. Atualmente é docente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, ocupando, desde 2007, o cargo de Reitor. Atua na área de Ciências Sociais, tendo como enfoque os seguintes temas: Museologia, Urbanismo, Museu, Ecomuseu, MINOM, Estado Novo e Estudos Regionais Portugueses. A primeira edição da obra em análise é de 1979, Lisboa: Editorial Estampa.
Informações extraídas  de: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=7873152942076524

Sumário obra: 

Introdução
           Geologia
           Relevo e clima
           A população, factores de distribuição e crescimento
           Formas de povoamento
           Actividades da população
A arquitetura popular portuguesa
           Região do Norte
           Região do Centro Litoral
           Região do Alentejo
           Região do Algarve
Localização das povoações citadas
Legendas das ilustrações

Resumo : 

O livro se divide em duas partes, uma primeira contem a Introdução, de autoria de Jorge Arroteia, e uma segunda trata da obra propriamente dita, escrita por Mário Moutinho. A Introdução aborda aspectos do território português referentes à geologia, ao relevo, ao clima e também à população, com sua distribuição no território e atividades produtivas que desenvolvem. Segundo Arroteia, Portugal apresenta três grandes unidades de formação rochosa, as quais originam relevo, solo, ocupação humana, modos de vida e arquiteturas distintas. Essas unidades são: o Maciço Antigo, que compreende quase sete décimos do território; a Orla Sedimentar ocidental e meridional; e as bacias do Tejo e do Sado. A partir dessa abordagem, Mário Moutinho definiu cinco regiões arquitetônicas principais, utilizando como critério o relevo, o clima e o revestimento vegetal. Entretanto, destaca que, se tivesse favorecido o fator habitação, essas regiões apresentariam uma mesma coerência. São elas: Região do Norte, dividida entre litoral e interior; do Centro Litoral; do Alentejo; e do Algarve. Essas regiões são abordadas separadamente e o autor destaca que a análise é destinada à documentação do tipo de povoamento, habitação, arruamento, cores dominantes, arquitetura religiosa e a de caráter produtivo. Assim, Moutinho aborda aspectos como materiais construtivos, cobertura, planta arquitetônica e, algumas vezes, os elementos que compõem a fachada e as janelas. Descreve os povoamentos e das edificações existentes nessas regiões, apresentando como eixo de abordagem as habitações, as quais compreendem ao todo dez tipos: a Casa Minhota e a Casa Serrana, na região do Norte; a Casa de Madeira, a Casa Alpendrada, a Casa Saloia e a Casa Ribatejana, na região do Centro Litoral; o Monte Alentejano e a Casa de Povoado, na região do Alentejo; a Casa de Pescadores e a Casa Rural, na região do Algarve. São dois os tipos de povoamento identificados no texto: o disperso, que é composto, geralmente, por um conjunto de construções que servem de base à exploração agrícola familiar, e o aglomerado, que é composto por um pequeno grupo de habitações conjugadas. Das edificações de caráter produtivo, são citadas as seguintes: os espigueiros, os sequeiros, as eiras, os abrigos de barcos e as alfaias, os moinhos, as azenhas, os abrigos de pastores, a cisterna, os forno, os currais, a adega, o depósito de lenha, o celeiro, a queijaria, a cavalariça, a cocheira e os frascais. A maioria dessas edificações não é descrita, como também a obra pouco trata da arquitetura religiosa, destacando-se, dentre os comentários, os referentes às capelas e igrejas existentes na região do Algarve, que, segundo o autor, podem apresentar influências árabes, como cúpulas, arcos e abóbadas. A primeira parte do livro é composta por mapas e a segunda por um mapa, que indica as localidades citadas, e por fotografias e imagens, que contemplam as seis abordagens descritas pelo autor, apresentando-se, inclusive, a planta baixa de cada uma das dez tipologias habitacionais. 

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 12 Outubro, 2016 - 12:45
Pesquisador Responsável: 

Júlia Cacim, Brenda Lomanto, Patrícia Ribeiro, Camila Contreras Novaes.

Data da revisão: 
quarta-feira, 28 Dezembro, 2016 - 12:45
Responsável pela Revisão: 

Daniel J. Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

Não consta.

Autor(es): 

Fernando García Mercadal

Referência bibliográfica: 

MERCADAL, Fernando García. La casa popular en españa. Madrid: Epasa-calpe, 1930. 90p.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Fernando García Mercadal (Zaragoza, 1896-1985) foi um arquiteto e urbanista espanhol. Em 1926, recebeu aulas de urbanismo de Hermann Jansen e, em 1929, trabalhou com Secundino Zuazo. Na década de 1930, durante a Segunda República Espanhola, formou o Grupo de Artistas y Técnicos Españoles Para la Arquitectura Contemporánea (GATEPAC), junto com Josep Lluís Sert, Josep Torres Clavé e Antoni Bonet Castellana.
Informações obtidas em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Garc%C3%ADa_Mercadal

Sumário obra: 

As cabanas da Espanha
As covas habitadas
As habitações da Espanha chuvosa
O celeiro
A casa de montanha
A casa Basca
A casa Navarra
A casa Altoaragonesa
A moradia popular nos Monegros
A casa Aranesa
A quinta Catalã
A casa mediterrânea
A casa de adobe de Valência
A quinta Levantina
A casa popular Andaluz
A quinta Andaluz
A casa popular Extremenha
A casa Castelhana
Os moinhos da Mancha
A casa Pinariega de Soria
Outras construções rurais

Resumo : 

A obra advoga que a casa reflete a maneira de ser das pessoas, as suas relações interpessoais, sendo ainda reflexo do meio no qual se insere. O clima, os materiais disponíveis e, principalmente, a estrutura social impactam e influenciam a disposição da planta e da sua estrutura íntima. Assim sendo, as edificações espanholas apresentam, em cada região do país, uma fisionomia muito particular, fruto da experiência de muitos séculos e do vínculo com o seu povo e com o lugar. Essas edificações tradicionais formam a chamada “arquitetura rural espanhola”, composta pela habitação familiar e pelas demais construções de uso campestre, como bodegas, celeiros, armazéns e moinhos. O livro avalia que os estudos sobre arquitetura popular na Espanha ainda encontram dificuldades diante de uma geografia complexa e da presença de diferentes povos em seu território. A obra está organizada em uma série de capítulos sucintos que tratam das diversas e diferentes habitações populares do país. A arquitetura basca, por exemplo, é definida como uma arquitetura racionalista e de uma beleza singular expressa por sua estrutura. A casa de campo, com as suas terras de cultivo e instalações, constitui a mais genuína representação da arquitetura rural da região basca. Sua planta, decorrente do clima e das necessidades agrícolas, é aglomerada, sem pátio, destinando-se ao pavimento térreo o quarto de ferramentas e a cozinha patriarcal, centro da vida familiar. Já o pavimento superior da casa basca é composto pelos dormitórios e pela sala, cabendo ao último andar abrigar o loft. A habitação dos bascos é de alvenaria de pedra e entramados de madeira, com cobertura de pouca inclinação e, se vista de longe, parece um tanto achatada. Segundo o autor, não foi qualquer pretensão estética ou preocupação escolástica e, muito menos, algum estilo o que inspirou o aldeão basco em suas construções. Teriam buscado inspiração no próprio bem-estar humano, no uso adequado dos materiais do solo e dos sistemas construtivos deles derivados. A construção popular da região de Navarra é também apresentada como notável neste estudo. Navarra apresenta uma grande variedade de climas, o que afeta as suas construções populares, mas é a tradição o princípio fundamental da construção no seio desse povo agricultor. A casa serve, exclusivamente, como moradia e expõe os seus elementos construtivos, destacando a sua materialidade. As residências navarras não apresentam luxo e poucos ou raros são os elementos de decoração. O predomínio de linhas retilíneas é visível e os materiais construtivos de preferência são a madeira, a pedra e a terra. A madeira é utilizada na estrutura de cobertura, já a pedra e a terra são usadas na alvenaria e na vedação da cobertura. A região de Navarra é dividida em duas áreas distintas, a montanhosa e as regiões próximas a rios e mares, chamada Ribeira. Nas montanhas, de clima úmido, predomina a atividade pastoril e, na Ribeira, de clima seco, a agricultura. As casas nas montanhas são isoladas, possuem uma forma cúbica, muros de alvenaria exposta e esquinas e guarnições de portas (geralmente em arco) e janelas em silhar. As lareiras são grandes, devido ao clima, e a cobertura pode ter uma ou quatro vertentes, prevalecendo o uso da telha curva de argila cozida. A maior parte das casas navarras possui três andares (com o térreo), apresentam varandas e possuem poucas janelas pequenas. Amante da solidez, o navarro preferiu sempre a pedra a qualquer outro material de construção, contudo, nas regiões próximas a rios e mares a pedra não abunda e o emprego do tijolo, do adobe e da taipa é mais frequente. Todas as casas navarras têm uma ou várias chaminés, cônicas ou cilíndricas, de planta quadrada ou retangular, e, a depender do lugar, é assentada no centro da cozinha ou arrimada a uma parede (mais comum). Quando pintam as casas, os navarros preferem usar a cor branca e, para isso, utilizam a cal, com exceção das aberturas que são pintadas de verde. Outro exemplo a ser destacado é a quinta catalã. A quinta catalã é uma humilde habitação nas montanhas destinada, essencialmente, à lavoura. O tipo tradicional dessa residência remonta à casa romana caracterizada pela massa paralelepípeda, com um telhado de duas águas que forma dois amplos frontões nas fachadas. A fachada principal da quinta catalã é composta por uma porta no meio e três janelas, colocadas em simetria clássica. Uma quinta mais simples tem planta retangular e está dividida por três corredores. No corredor central fica o vestíbulo, que serve para fins agrícolas, tendo ao fundo a escada, já no corredor do lado esquerdo, têm-se os celeiros e bodegas, e é no último corredor do lado direito que se instala a cozinha, a sala de jantar e o forno. A construção catalã é de pedra, edificada em alvenaria ou silhar. A dependência principal da casa é a cozinha, com uma grande variedade de utensílios em cobre e em ferro e poucos móveis.  Mais um exemplo citado é a casa castelhana. A residência dos aldeões castelhanos também é bastante humilde e de pequenas dimensões. Os principais materiais usados por esse povo são o adobe e o tijolo e, por isso, as casas, que se estreitam em ruas sinuosas, podem ser de longe confundidas com a própria terra que as rodeia. O castelhano teme a solidão e, portanto, constrói as suas casas sempre agrupadas. As casas desse povo são abertas e limitadas por pequenos espaços na rua. O homem castelhano não é exigente e nem ostentador, valoriza somente os seus bens móveis, aquilo que pode carregar consigo, e, por isso, dificilmente se encontrará em sua casa algo além daquilo que lhe é, realmente, necessário. 

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 17 Novembro, 2016 - 12:30
Pesquisador Responsável: 

Lais Souto Novaes

Data da revisão: 
quarta-feira, 28 Dezembro, 2016 - 12:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel J. Mellado Paz

Autor(es): 

Ermínia Maricato

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 
MARICATO, Ermínia. Autoconstrução, a arquitetura possível. In: MARICATO, Ermínia (org). A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil industrial. São Paulo. Editora Alfa-Ômega, 2ª ed., 1982, p. 71-93. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Ermínia Terezinha Menon Maricato possui graduação (1971), mestrado (1977), doutorado (1984), livre docência (1997) pela Universidade de São Paulo, onde é também professora titular (1998) de Arquitetura e Urbanismo. Foi professora visitante do Center of Human Settlements da Universidade da British Columbia e da Witswaterand University de Johannesburg. Foi coordenadora do curso de Pós-Graduação e Presidente da Comissão de Pesquisa da FAUUSP, além de membro do Conselho de Pesquisa da USP e fundadora do LASB-HAB - Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP. Foi Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo (1989-1992) e formulou a proposta de criação do Ministério das Cidades onde foi Ministra Adjunta (2003-2005). Recebeu vários prêmios e publicou vários livros sobre habitação e desenvolvimento urbano. O artigo em exame foi originalmente apresentado na 28ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1976, revisto parcialmente em 1978. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6441434783136628
Resumo : 
O artigo trata da produção da habitação e do assentamento popular no Brasil dos anos de 1970/80. O texto estabelece uma distinção importante entre os processos tradicionais de mutirão e ajuda mútua, reconhecidos como solidários, cooperativos e de base rural, e a “autoconstrução” habitacional nos grandes centros industriais. Se no campo, esses processos tenderam a desaparecer com a modernização, nas áreas metropolitanas adquirem cada vez mais importância como modo de produção da habitação da classe trabalhadora. Grande parte do artigo é dedicada à explicação das causas estruturais desse fenômeno, com base na análise marxista de articulação necessária entre exploração da força de trabalho e acumulação de capital. O conceito de autoconstrução proposto por Maricato designa o “processo de construção da casa (própria ou não)” por seus moradores que podem ser auxiliados por parentes, amigos, vizinhos ou por profissional remunerado (p. 74). Este processo se verificaria também na construção de igrejas, escolas primárias, creches e centros comunitários, estendendo-se ainda para o espaço urbano na forma de melhoria de ruas, calçadas, pontes, etc. Esta forma de produção habitacional ocorreria por falta de alternativa, correspondendo a “trabalho não pago” ou “supertrabalho” (apud Oliveira) e favorecendo a expansão capitalista. O tratamento da casa e do equipamento urbano como mercadorias, o salário baixo e os investimentos públicos ligados à dinamização econômica e à reprodução do capital estariam na raiz do problema e viabilizariam o desvio do orçamento público para outras finalidades e setores economicamente mais dinâmicos. A política do antigo Banco Nacional da Habitação (BNH) é evocada como exemplos desses desvios, mostrando-se que os agentes intermediários que recebem recursos do banco, retiram-se após produzir a habitação, e deixam a dívida e os problemas da construção para o trabalhador que conseguiu se inserir no sistema. A maioria, contudo, não consegue arcar com os custos dessa produção. A autoconstrução surge então como alternativa ou arquitetura possível, fomentando ainda o aparecimento das periferias urbanas. A casa autoconstruída é definida como um abrigo de alto valor de uso que contém o necessário para acolher a família e leva muitos anos para ser completada, o que impacta o seu estado de conservação. Como modo de produção, seria caracterizada pela articulação rígida de seus componentes, o que inviabilizaria qualquer manifestação inovadora no nível da técnica construtiva, dos materiais de construção ou das soluções formais. Identifica-se a preferência pelo bloco de concreto e pela laje pré-fabricada, devido ao seu baixo custo, mas as condições estritas do investimento popular tampouco permitiriam voos criadores, impulsionando uma padronização. O lote seria ainda um fator determinante do resultado, especialmente quando localizado em loteamentos clandestinos. Maricato conclui que a criação arquitetônica popular nesse contexto é uma ideia ingênua. Embora a análise se baseie em dados da Grande São Paulo, acredita que as conclusões desse estudo podem ser generalizadas para outras cidades, guardadas as especificidades vinculadas ao grau de industrialização. 
Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 1 Outubro, 2014 - 10:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sábado, 4 Outubro, 2014 - 10:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Referências recomendadas: 
LEMOS, Carlos e SAMPAIO, Maria Ruth Amaral de. “Evolução formal da casa popular paulistana”. São Paulo: FAUUSP, 1976. 
_____________________. “A casa popular, mobiliário e aparelhos domésticos”. São Paulo: FAUUSP, Departamento de Projeto, Grupo de Disciplinas de Desenho Industrial, 1975. 
Autor(es): 

Anete Araujo

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 
ARAUJO, Anete. “Arquitetura Vernacular”. In: 6B: Cadernos da Graduação – Faculdade de Arquitetura da UFBA. N. 01 (out. 2004). Salvador: EDUFBA, 2004. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Anete Regis Castro de Araujo possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia(1963), especialização em Building Conservation pela Architectural Association School Of Architecture(1979), mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia(1989) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (2003). Foi Professor adjunto 3 da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo. Atuando principalmente nos seguintes temas: Arquitetura moderna, Espaço doméstico, Salvador, Estudos culturais, 1930-1949 e Gênero. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6619569106171679
Sumário obra: 
Apresentação 
Introdução 
Arquitetura Vernacular e Historiografia Algumas Questões Teóricas 
Uma Arquitetura sem Arquitetos 
Arquitetura Vernacular 
Aspectos Formais e Espaciais 
Construindo com Madeira, Argila e Palha 
A Arquitetura de Terra 
Pedra como Parede ou como Cobertura 
Habitações Escavadas 
Decoração 
Conclusão 
Resumo : 
A autora informa que o texto se baseia em apontamentos tomados em cursos de extensão sobre o tema focalizado, ministrados por Paul Oliver e Richard Harris na Architectural Association School of Architecture de Londres no começo dos anos 1980. Sobre o conceito de arquitetura vernacular, aponta a origem do termo “vernacular” em vernacheio – palavra latina que designa o escravo doméstico – e como, a partir daí, a expressão “arquitetura vernacular” foi definida como aquela “produzida em determinada região utilizando materiais aí disponíveis a partir de práticas construtivas adquiridas, no tempo, por uma comunidade” (p 10). Reconhece, contudo, a dificuldade de se encontrar um conceito que dê conta desse fenômeno devido ao descaso da historiografia da arquitetura para com o tema e à resistência dos profissionais desse campo quanto a considerar como arquitetura essa produção, em que pese a articulação, já feita pelos iluministas [vide Laugier], entre a construção primitiva e a própria essência da arquitetura. A autora discorda das denominações que definem essa arquitetura como “anônima” (porque muitas vezes seus produtores são conhecidos); “espontânea” (porque desconsidera seu enraizamento em tradições ancestrais); “indígena” (porque seus contatos são variados); “rural” (porque há exemplos próximos das condições sociais e econômicas urbanas); “primitiva” (porque a associa somente ao rudimentar, ao provisório e à falta de valor estético). Conclui que “arquitetura vernacular” seria a melhor expressão para uma produção que tem como traço comum ser feita sem arquitetos. Registra que nela inclui o que Amos Rapoport define como arquitetura primitiva, reconhecendo, entretanto, a necessidade de estabelecimento de distintas categorias em seu âmbito (p. 11- 18). Por fim, questiona a relação determinante que haveria entre forma e clima, materiais e sistemas construtivos, ressaltando, a partir de Rapoport e Lewis Mumford, a forma como decorrência de aspectos culturais, de visões cósmicas e de mundo específicas (p. 19). Sobre os aspectos formais e espaciais da arquitetura vernacular, a autora põe em relevo a grande variedade e diversidade existente neste campo, decorrentes de normas e práticas sociais também muito diferenciadas. Avalia que essa diversidade pode ser estuda a partir de várias abordagens que podem ser ligadas tanto à forma, como aos tipos de planta, material ou sistema construtivo. No restante do texto, analisa, do ponto de vista do agenciamento espacial interno e externo e do significado simbólico, várias produções vernaculares pertencentes a culturas e regiões distintas, considerando ainda os materiais empregados (madeira, argila e palha; terra e pedra), tipologias específicas, como as que utilizam a pedra como material de cobertura e as habitações escavadas no solo, e a decoração (p. 25-43).
Data do Preeenchimento: 
domingo, 29 Abril, 2012 - 15:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Lucia Mascaró

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

MASCARO, Lucia. “Guarani: house”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1693.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lucia Elvira Alicia Raffo de Mascaró possui especialização em Low Cost Industrialized Housing pela Technical University of Denmark (1971), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990) e pós-doutorado pela Universidad Politécnica de Sevilla (1993). Atualmente é professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, consultora ad hoc da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Membro de corpo editorial da Cadernos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Membro de corpo editorial da Cuadernos de Laboratorio de Investigaciones del Territorio y el Ambiente, membro de corpo editorial da Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e membro de corpo editorial da Cadernos de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (MACKENZIE. Impresso). Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo. Atuando principalmente nos seguintes temas: construção civil, arquitetura, tecnologia. 
Informações extraídas de: http://lattes.cnpq.br/8009591331393512 
Resumo : 
O verbete trata da área de ocupação Guarani no oeste do Rio Grande do Sul e nordeste da Argentina, área pouco habitada e com aldeias e assentamentos esparsos. É acompanhado de ilustrações detalhadas sobre a casa Guarani e seu sistema construtivo, embora as ilustrações não correspondam plenamente à descrição. Informa-se que a aldeia Guarani localiza-se na floresta numa clareira. Seu ponto central é a casa da reza do pajé ou um espaço aberto para encontros do grupo. As demais casas são isoladas e dispersas na floresta em torno deste centro político e religioso. São construídas com bambu, folhas de palmeira e tábuas, materiais que são completamente diferentes daquelas de quem constrói em áreas sem árvores, onde há somente acesso ao barro. As paredes são construídas com pilares de madeira inseridos na terra, com armações de madeira entre eles e o vão das portas, estrutura que apoia a cumeeira. Entre quatro e seis bambus são fincados verticalmente no chão e três peças são colocadas horizontalmente entre esses apoios. Os espaços restantes são fechados com a costela da folha de palmeira, cascas e galhos. Esteiras de capim ou de folhas de palmeira são aplicadas sobre esta estrutura e o mesmo sistema é usado para revestir a cobertura. Costelas de folha de palmeira e esteiras também compõem a porta voltada para o norte, bem como uma grande esteira posta no interior serve de cama comunal. Uma lareira circular fica no lado oposto e caixas são usadas como assentos. Segundo a autora, o simbolismo arquitetônico se expressa na organização espacial e no uso do espaço, mas esse simbolismo não é explicitado assim como o ritual que precede a construção das casas. Por fim, a autora ressalta a preocupação ecológica e ritual embutida na construção Guarani, o que seria responsável pelo seu número e tamanho.
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 8 Dezembro, 2014 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sábado, 2 Agosto, 2014 - 14:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

Os volumes de I a V não possuem ISBN. Vol. VI: 85-86485-61-6 Vol. VII: 85-7505-045-1

Autor(es): 

Paulo Ormindo David de Azevedo

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

BAHIA. Secretaria da Indústria e Comércio. IPAC-BA: Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia. Salvador: Secretaria da Indústria e Comércio, 1975-2002. 7v.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paulo Ormindo David de Azevedo (Coord.) possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (1959), especialização em Geografia Urbana pela University of Wisconsin – Madison (1960), especialização em Internacional de Prospecção Arqueológica pelo Instituto Politécnico de Milão (1969), especialização em Specialisation Pour La Conservation Et La Restaura pela International Center Of Conservation And Restoration Of Monuments And Sites (1969) e doutorado em Perfezionamento Per Lo Studio Dei Monumenti pela Università degli studi di Roma Ter (1970). Atualmente é professor titular da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: restauro, centro histórico, Salvador.  (Plataforma Lattes, em 30/05/2014).
Sumário obra: 

Volume I – Monumentos do Município do Salvador

Introdução - 01

Planta do Município do Salvador - 05

Planta do Centro Histórico - 07

1.0 Arquitetura Religiosa Assistencial ou Funerária - 09

1.1 Arquitetura Militar - 131

1.2 Arquitetura Civil de Função Pública - 149

1.3 Arquitetura Civil de Função Privada - 193

1.4 Arquitetura Industrial ou Agrícola - 299

Normas de Execução do IPAC - 305

Bibliografia sobre arte, arquitetura e evolução urbana da Bahia - 311

Volume II – Monumentos e Sítios do Recôncavo - I parte

Introdução ao Recôncavo - 11

Mapa do Recôncavo - 17

Município de Amélia Rodrigues - 19

Município de Candeias - 27

Município de Catú - 51

Município de Itaparica - 59

Município de Lauro de Freitas - 83

Município de Mata de S. João - 87

Município de Santo Amaro - 93

Município de São Francisco do Conde - 159

Município de São Sebastião do Passé – 211 

Município de Simões Filho - 227

Município de Teodoro Sampaio - 231

Município de Terra Nova - 239

Município de Vera Cruz - 253

Normas de Execução do IPAC - 269

Bibliografia - 281

Volume III – Monumentos e Sítios do Recôncavo - II parte

Mapa do Recôncavo - 13

Município de Aratuípe - 15

Município de Cachoeira - 27

Município de Conceição de Feira - 139

Município de Conceição do Almeida - 147

Município de Jaguaripe - 159

Município de Maragojipe - 185

Município de Muniz Ferreira - 227

Município de Muritiba - 231

Município de Nazaré - 239

Município de Salinas da Margarida - 297

Município de Santo Antônio de Jesus - 305

Município de São Félix - 327

Município de São Felipe - 349

Município de São Gonçalo dos Campos - 365

Bibliografia - 377

Índice geral dos monumentos do Recôncavo - 383

Volume IV – Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina

Introdução - 13

Mapa do estado da Bahia - 25

Serra Geral - 27

Mapa da Microrregião 137 - 28

Brumado - 29

Caetité - 41

Condeúba - 75

Cordeiros - 85

Guanambi - 87

Ibiassucê - 91

Igaporã - 95

Jacaraci - 97

Livramento de N. Senhora - 99

Palmas de Monte Alto - 127

Pindaí - 137

Riacho de Santana - 139

Urandi - 147

Diamantina Meridional - 149

Mapa da Microrregião 136 - 150

Abaíra - 151

Andaraí - 157

Boquira - 187

Ibitiara - 189

Ituaçu - 191

Jussiape - 195

Lençóis - 201 

Macaúbas - 255

Mucugê - 257

Palmeiras - 291

Paramirim - 297

Piatã - 301

Rio de Contas - 307

Seabra - 357

Tanhaçu - 359

Utinga - 361

Diamantina Setentrional - 365

Mapa da Microrregião 135 - 366

Barra do Mendes - 367

Gentio do Ouro - 369

Uibaí - 371

Piemonte da Diamantina - 373

Mapa da Microrregião 139 - 374

Jacobina - 375

Bibliografia - 391

Volume V – Monumentos e Sítios do Litoral Sul

Introdução - 13

Mapa do estado da Bahia - 29

Tabuleiros de Valença - 31

Mapa da Microrregião 152 - 32

Município de Cairu - 33

Município de Camanu - 71

Município de Ibirapitanga - 117

Município de Ituberá - 119

Município de Marau - 125

Município de Nilo Peçanha - 131

Município de Taperoá - 139

Município de Valença - 173

Cacaueira - 199

Mapa da Microrregião 154 - 200

Município de Belmonte - 201

Município de Canavieiras - 219

Município de Ilhéus - 223

Município de Itacaré - 251

Município de Itapé - 255

Município de Lomanto Júnior - 257

Município de Uruçuca - 265

Litorânea do Extremo Sul - 267

Mapa da Microrregião 156 - 268

Município de Alcobaça - 269

Município de Caravelas - 295

Município de Mucuri - 321

Município de Nova Viçosa - 323

Município de Porto Seguro - 333

Município de Prado - 411

Município de Santa Cruz Cabrália - 415

Bibliografia - 423

Volume VI – Monumentos e Sítios das Mesorregiões do Nordeste, Vale Sanfranciscano e Extremo 

Oeste da Bahia

Apresentação - 07

Mapa do estado da Bahia - 14

Introdução - 15

Álbum de Memória - 39

Mesorregião do Nordeste Baiano - 63

Mapa da Mesorregião 04 - 64

Município de Alagoinhas - 65

Município de Aporá - 89

Município de Aramari - 93

Município de Banzaê - 97

Município de Biritinga - 99

Município de Candeal - 101

Município de Cardeal da Silva - 103

Município de Cícero Dantas - 109

Município de Conceição do Coité - 115

Município de Conde - 117

Município de Crisópolis - 127

Município de Entre Rios - 129

Município de Esplanada - 133

Município de Euclides da Cunha - 137

Município de Gavião - 139

Município de Geremoabo - 141

Município de Ichu - 147

Município de Inhambupe - 149

Município de Itapicuru - 155

Município de Jandaíra - 159

Município de Lamarão - 165

Município de Monte Santo - 169

Município de Nova Soure - 181

Município de Paripiranga - 183

Município de Queimadas - 185

Município de Riachão do Jacuípe - 193

Município de Ribeira do Amparo - 195

Município de Ribeira do Pombal - 197

Município de Rio Real - 199

Município de Santaluz - 211

Município de Serrinha - 213

Município de Sítio do Quinto - 227

Município de Tucano - 231

Município de Uauá - 233

Mesorregião Centro Norte Baiano - 235

Mapa da Mesorregião 03 - 236

Município de Itiúba - 237

Município de Jaguarari - 239

Município de Saúde - 241

Município de Senhor do Bonfim - 243

Mesorregião Vale Sanfranciscano da Bahia - 255

Mapa da Mesorregião 02 - 256

Município de Abaré - 257

Município de Barra - 259 

Município de Bom Jesus da Lapa - 279

Município de Carinhada - 295

Município de Chorrochó - 301

Município de Curaça - 307

Município de Ibotirama - 313

Município de Juazeiro - 315

Município de Paratinga - 341

Município de Xique-Xique - 363

Município de Malhada - 369

Mesorregião Extremo Oeste Baiano - 373

Mapa da Mesorregião 01 - 374

Município de Baianópolis - 375

Município de Barreiras - 377

Município de Brejolândia - 385

Município de Cocos - 387

Município de Cotegipe - 389

Município de Formosa do Rio Preto - 391

Município de Santa Maria da Vitória - 393

Município de Santana - 399

Município de São Félix do Coribe - 407

Município de Serra Dourada - 409

Documentação Primária - 411

Depoimentos Verbais - 412

Bibliografia - 415

Volume VII – Monumentos da Região Pastoril do Estado da Bahia

Introdução - 13

Mapa do estado da Bahia - 33

Mesorregião Centro Norte Baiano - 35

Mapa da Mesorregião 03 - 36

Município de Água Fria - 37

Município de Antonio Cardoso - 39

Município de Coração de Maria - 41

Município de Elísio Medrado - 49

Município de Feira de Santana - 55

Município de Iaçu - 113

Município de Ipecaetá - 131

Município de Ipirá - 135

Município de Irará - 147

Município de Itaberaba - 163

Município de Ouriçangas - 177

Município de Pedrão - 181

Município de Rafael Jambeiro - 189

Município de Santa Bárbara - 193

Município de Santa Terezinha - 201

Município de Santo Estevão - 205

Município de Serra Preta - 211

Município de Tanquinho - 213

Mesorregião Centro Sul - 223

Mapa da MR 06 - 224

Município de Amargosa - 225

Município de Brejões - 259 

Município de Caetanos - 275

Município de Cravolândia - 277

Município de Itaquara - 281

Município de Itiruçu - 287

Município de Jaguaquara - 291

Município de Jequié - 299

Município de Jiquiriçá - 305

Município de Laje - 309

Município de Maracás - 315

Município de Milagres - 325

Município de Mirante - 333

Município de Nova Itarana - 337

Município de Planaltino - 345

Município de Poções - 347

Município de Santa Inês - 349

Município de São Miguel das Matas - 353

Município de Ubaíra - 363

Município de Vitória da Conquista - 385

Mesorregião 05 e 07 - 399

Município de Castro Alves - 401

Município de Itapebi - 421

Documentação Primária - 425

Depoimentos Verbais - 426

Bibliografia - 430

Resumo : 
Trata-se de um levantamento (inventário) do patrimônio edificado do estado da Bahia, elaborado entre os anos de 1975 e 2002 e publicado por partes, totalizando sete volumes. Em virtude do crescimento urbano desordenado e da falta de planejamento para desenvolvimento das cidades, grande parte do acervo cultural baiano passou por processos de destruição. Com o intuito de promover um maior entrosamento entre as políticas de desenvolvimento e de preservação, conscientizando a população da importância do patrimônio cultural que lhe pertence, o coordenador desta obra, o arquiteto baiano Paulo Ormindo de Azevedo, considera que uma das medidas preliminares para alcançar esses objetivos é a realização de um inventário sistemático de proteção dos bens de interesse cultural (naturais e manufaturados). Segundo ele, esse levantamento deve reunir os elementos necessários e suficientes para uma identificação precisa dos monumentos e sítios, do seu estado de conservação e uso, e de seus vínculos com o contexto físico e social, tendo em vista sua salvaguarda. Inspirado no Inventário de Proteção do Patrimônio Cultural Europeu (IPCE), que teve suas diretrizes metodológicas publicadas na Itália no começo da década de 1970, o trabalho é composto por fichas que trazem informações diversas dos monumentos e sítios inventariados, incluindo levantamentos arquitetônicos e fotográficos, além de recomendação para a aplicação de graus diferenciados de proteção, por vezes, acompanhados de proposta para proteção do bem em análise. O Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia pretende ser um instrumento técnico-administrativo destinado a facilitar a tarefa de preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico do estado. Dessa forma, não se restringiu ao levantamento do patrimônio já reconhecido legalmente, procurando realizar um cadastramento cultural sistemático do território, que pudesse servir de base ao planejamento urbano-territorial e não apenas à preservação de alguns edifícios isolados. Ao mesmo tempo, o inventário não objetiva esgotar o conhecimento sobre os monumentos baianos, devendo ser atualizado permanentemente. O coordenador afirma acreditar que a simples divulgação de valores culturais é uma das mais eficientes formas de proteção dos bens culturais. A obra está organizada em sete volumes, divididos a partir de critérios regionais, da seguinte forma: Volume I – Monumentos do Município do Salvador; Volume II – Monumentos e Sítios do Recôncavo - I parte; Volume III – Monumentos e Sítios do Recôncavo - II parte; Volume IV – Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina; Volume V – Monumentos e Sítios do Litoral Sul; Volume VI – Monumentos e Sítios das Mesorregiões do Nordeste, Vale Sanfranciscano e Extremo Oeste da Bahia; Volume VII – Monumentos da Região Pastoril do Estado da Bahia. Em todos os volumes, percebe-se a presença constante de edifícios de arquitetura de cunho erudito, com destaque para construções religiosas e administrativas, especialmente nos volumes I,II e III. No entanto, por abranger todas as regiões do estado da Bahia, alcançando inclusive cidades pouco expressivas em termos do contexto econômico geral, vários exemplos de edificações tratadas como “arquitetura menor, de valor principalmente ambiental” aparecem nos levantamentos (particularmente nos volumes VI e VII), caracterizando assim a presença da arquitetura popular nesse inventário e demonstrando o reconhecimento desta enquanto patrimônio cultural. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 30 Maio, 2014 - 10:30
Pesquisador Responsável: 

Pedro Henrique Tajra Brito

Data da revisão: 
sábado, 30 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

ISBN ou ISSN: 

978-85-906837-3-5

Autor(es): 

Olavo Pereira da Silva Filho

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

SILVA FILHO, Olavo Pereira da. Carnaúba, pedra e barro na Capitania de São José do Piauhy. Belo Horizonte: Ed. do Autor, 2007. 3v.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Olavo Pereira da Silva Filho possui graduação em Arquitetura (1972), especialização em Urbanismo (1975) e em Restauração e Conservação de Sítios e Monumentos Históricos (1979), todos pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi vencedor da 21ª edição (2008) do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na categoria Pesquisa e Inventário de Acervos com o livro “Carnaúba, pedra e barro na Capitania de São José do Piauhy”. Atualmente é responsável técnico na empresa OP ARQUITETURA LTDA. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Planejamento e Preservação de Sítios Históricos. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/4841845175971710
Sumário obra: 
Volume I – Estabelecimentos Rurais 
  • Apresentação 
  • Introdução 
  • O plano rural 
  • Primeiros currais 
  • Casas de vaqueiros e roceiros 
  • Casas de fazendas 
  • Campos santos 
  • Notas 
Volume II – Arquitetura Urbana
  •  Arquitetura urbana 
  • Casas de residência e comércio 
  • Prédios de função pública 
  • Edificações religiosas 
  • Notas 
Volume III – Urbanismo 
  • Vilas da Colônia, cidades do Império 
  • Cronologia da evolução urbana 
  • Ruptura e perda 
  • Notas 
  • Bibliografia 
  • Glossário 
Resumo : 

Motivado pela falta de referências sobre o quase desconhecido acervo arquitetônico e urbanístico do Piauí, o autor promove um trabalho de levantamento de vários sítios históricos do estado, com atenção especial para os elementos construtivos mais largamente utilizados: carnaúba, pedra e barro. Dividida em três volumes (Estabelecimentos Rurais, Arquitetura Urbana e Urbanismo), a obra procura compreender a organização espacial e os sistemas construtivos, associando a pesquisa arquitetônica aos aspectos sociais, econômicos e culturais que permearam a origem e a evolução tanto dos estabelecimentos rurais, quanto das áreas urbanas piauienses, nos séculos XVIII, XIX e XX, além de abordar as condições de preservação desse acervo. No volume I, chama atenção para as primeiras povoações da região, que formaram uma sociedade rural onde as construções remetiam à retórica persuasiva do barroco, porém sem a rigidez do classicismo formalista e dogmático, dando espaço para significativos efeitos populares. Faz uma descrição do universo rural desta área da colônia, associando-o aos aspectos econômicos da região, baseados principalmente na pecuária, da qual se obtinha o couro para a produção dos mais variados objetos. Apesar dos poucos dados sobre a arquitetura produzida nessas terras durante o período da colonização, o autor afirma que se tratava de habitações feitas com técnica construtiva das mais precárias, levantadas quase sempre pelo trabalho escravo. Nesses primeiros currais, “as moradias não passavam então de arcabouços toscos e provisórios”. Ao tratar das casas de vaqueiros e roceiros, surge uma maior ênfase na arquitetura popular, visto que os próprios moradores constroem suas casas, utilizando carnaúba, pedra e barro. Tal situação ainda hoje referencia territórios do agreste. Em seguida, Silva Filho analisa as casas de fazendas, as quais já possuem esquemas de implantação e setorização que, apesar de não haver opulência nem sistemas inovadores, apresentam-se com melhor noção de harmonia e equilíbrio. Com um levantamento de várias fazendas espalhadas por todo o Piauí, o autor distingue tipologias para as casas, descreve seus espaços e discorre sobre as técnicas construtivas utilizadas. No volume II, dedicado à arquitetura urbana, o autor informa que as construções citadinas do Piauí não se distanciavam por completo dos léxicos renascentistas, sobretudo os edifícios religiosos e públicos construídos nas áreas das praças centralizadas. A acomodação das composições traduz a coerência do contexto social a que servia. Trata-se de uma arquitetura objetiva e transparente, despojada de aparato ornamental, com formas simples e sintéticas limitadas à base portuguesa e simetria apegada à caixa estrutural. Propagou-se, em linguagem característica por todo o estado, uma expressão vernacular oriunda de uma reconfiguração do engenho lusitano da costa leste reconfigurada através dos recursos materiais e cognações espirituais do agreste. “Não se sabe de projetistas”, os arquitetos foram seus proprietários e mestres de obras, embasados em programas típicos do litoral e do interior baiano. A falta de arquitetos e engenheiros fez dos mestres de obras os verdadeiros projetistas da Capitania e mesmo da Província. Eram comuns prédios com formas semelhantes servirem a funções diferenciadas, confundindo-se fachadas de cadeias, intendências e escolas, por exemplo, e, às vezes, até as casas de moradia, em algumas situações, também repetiam o esquema de plantas de prédios públicos. Já no final do século XIX, momento de transição dos costumes e das formas de produção, os centros urbanos assimilaram novos padrões. O intercâmbio comercial proporcionou a reprodução do ecletismo no começo do século XX, estilo que já estava disseminado por todo o Brasil. Novas soluções arquitetônicas e urbanísticas passaram então a ser praticadas nas cidades piauienses. Silva Filho descreve amplamente as casas de residência e de comércio, destacando programas, implantação, setorização, técnica construtiva, mobiliário e utensílios domésticos. Levantamentos de construções em várias cidades do estado enriquecem seu relato. O volume II examina ainda os prédios históricos de função pública (instalações militares, casas de câmara, cadeias, intendências e repartições, mercados, edifícios de recreação, estabelecimentos de ensino, estações ferroviárias e equipamentos urbanos), além de edificações religiosas, com exemplares de diversos núcleos urbanos do Piauí. Por fim, o volume III analisa o fenômeno da urbanização em solo piauiense,iniciado a partir da segunda metade do século XVII. De acordo com o autor, esse não foi diferente de outras tantas regiões interioranas, onde os caminhos do gado fizeram surgir nucleações lineares, estruturando espaços com funções sociais, econômicas e religiosas. Silva Filho chama atenção para as Cartas Régias, em especial a de 1761, que estabeleceu a criação de vilas nas povoações paroquiais e instaurou a primeira cidade piauiense ao elevar a tal categoria a vila da Mocha, primeiro centro urbano local. Estes documentos foram determinantes para o urbanismo da região já que ordenavam o processo de urbanização, com o objetivo de deixar as cidades com características portuguesas, como se vê, por exemplo, em seus traçados ortogonais. A maior parte das nucleações urbanas eram vilas durante o período colonial. Somente no Império, muitas foram elevadas à categoria de cidades. Em “Aspectos urbanos”, o autor analisa o processo de urbanização de várias cidades do estado e, considerando tudo o que foi exposto até então, discute os processos de “ruptura e perda” e reflete sobre as condições de preservação do acervo histórico de arquitetura e urbanismo do Piauí. A obra possui vasta documentação iconográfica, mapas, desenhos e ilustrações, elaboradas pelo próprio autor ou resultantes de suas pesquisas arquivísticas, que acompanham as informações contidas nos três volumes. Além disso, com a intenção de proporcionar melhor interpretação e clareza, Silva Filho acrescentou um glossário dos termos técnicos e expressões vernaculares que aparecem ao longo do texto e que necessitam explicações.

Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 30 Maio, 2014 - 12:30
Pesquisador Responsável: 

Pedro Henrique Brito

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

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