Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Referência bibliográfica:
WEIMER, Günter. “Westfalian”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1691.
Eixos de análise abordados:
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra:
Günter Weimer possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963), mestrado em História da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1981) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990). Atualmente é professor convidado do Programa de Pós-graduação em Urbanismo (PROPUR) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura popular, história da arquitetura, imigração alemã, açorianos no Brasil e Rio Grande do Sul.
Segundo Weimer, 20% dos imigrantes alemães vieram da Vestifália, uma região de cultura saxônica e onde se encontrariam os melhores exemplos de arquitetura vernacular germânica. Nesta região, os assentamentos urbanos são lineares abrindo-se, a uma certa distância, em uma praça. A habitação consiste em um grande celeiro que abriga os instrumentos e ferramentas da fazenda, cujo portão está voltado para a rua do assentamento. Este celeiro tem vários andares, os quais são utilizados para armazenamento de grãos e feno. Ao longo do térreo, há vários currais onde os animais são abrigados. Nos fundos desse conjunto vinculado ao trabalho há uma área dividida em cozinha, sala de jantar e latrina que, por sua vez, é separada de um salão por uma grossa parede de alvenaria de pedra. Este cômodo é restrito à família e pode estar conjugado a dois quartos, um de cada lado. Segundo Weimer, a casa da região do Reno é semelhante, sendo um dos quartos para os pais e o outro para as filhas, já que os filhos dormiam no sótão quando não se tornou mais necessário estocar feno. No Brasil, o salão se reduziu para que os quartos fossem ampliados e tornou-se uma área de convívio social ou invés de exclusiva da família. Weimer avalia que esta transformação deveu-se à falta das estruturas típicas das vilas da Vestifália, como bares e locais de encontro. A cozinha dos imigrantes vestifalianos restringiu-se aqui às áreas de cocção e de jantar, ficando a latrina do lado de fora, no centro do terreiro. Com a melhoria das condições de vida, um lavatório e depois um chuveiro foram acrescentados à área de jantar/cozinha, fazendo com que o partido original fosse, de certa forma, retomado.