RAMÍREZ PONCE, Alfonso. Arquitetura regional e sustentável.Arquitextos, São Paulo, 08.095, Vitruvius, abr 2008.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Alfonso Ramírez Ponce é arquiteto e professor mexicano, especializado em construções de baixo custo com materiais tradicionais como o adobe, o bambu, mas, em especial, o tijolo cerâmico comum. Possui diversas obras construídas em toda a América Latina, assim como premiações. É professor de Teoria da Arquitetura e do Ateliê de Projeto e Construção na Facultad de Arquitectura da UNAM – Universidad Nacional Autónoma de Mexico e do Seminário Ateliê de Arquitetura e Tecnologia na Unidad de Posgrado. É professor visitante em Universidades em todo o mundo, como a Politécnica de Cataluña, Espanha; a Universidad Nacional de Tucumán, na Argentina, e a Universidade de Cambridge, entre outras. Autor dos livros Habitar... Uma Quimera e Un pensamiento que se habita, e co-autor de vários outros.
Neste texto o autor discute o termo “sustentável” e se seria coerente utilizá-lo para a arquitetura ao lado ou no lugar dos termos “regional”, “indígena” e “vernacular”. Começa equiparando “arquitetura regional” e “arquitetura indígena”, definindo-as como arquiteturas que pertencem ao seu lugar, ou seja, que são originárias, próprias ou pertencentes a um lugar - inde (dali) e genus eris (origem, nascimento, raça). Segundo Ramirez Ponce, para que uma arquitetura possa ser assim considerada três aspectos devem ser observados: (1) o respeito à regionalidade cultural e social; (2) a adaptação das obras ao meio e (3) a forma e os materiais utilizados. Esta arquitetura estaria ainda dividida em dois tipos: uma autônoma ou vernacular e outra que o autor definie como “apropriada”. Esta última estaria sendo hoje também denominada de “arquitetura sustentável”, pois ao utilizar matérias primas locais e se aptar ao meio, cumpriria o requisito de utilizar materiais com baixo consumo de energia. O autor não considera, contudo, que o termo “arquitetura sustentável” seja o melhor, pois se articularia mais à idéia de firmeza e solidez do que à conservação do ambiente natural e ao uso racional e responsável dos seus recursos. Avalia, por fim, que o conceito de “arquitetura regional” ou “indígena” é mais amplo e contém tanto a idéia de arquitetura sustentável quanto a de arquitetura vernacular (ou a da arquitetura sem arquitetos). O termo regional ou indígena seria mais amplo e adequado porque implicaria a inclusão do fator econômico, da adaptação ao clima, à topografia e aos elementos existentes, naturais e artificiais, e à relação entre os espaços exteriores e interiores, com a conseqüente redução dos custos de construção, operação e manutenção.