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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Região Sudeste

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Carlos Zibel Costa

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

COSTA, Carlos Zibel & LADEIRA, Maria Inês. “Guarani (Argentina, Bolivia, Brazil s; Paraguay, Uruguay)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1692-1693.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Carlos Roberto Zibel Costa é arquiteto, designer, artista e professor. Graduou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1973), e obteve mestrado em Arquitetura e Construção na EESCUSP (1983) e doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas na FAUUSP (1989). É professor no Curso de Design e no Curso de Arquitetura e Urbanismo da USP (Graduação e Pós Graduação e Professor Doutor Livre Docente - MS5, em dedicação integral na Universidade de São Paulo. É pesquisador sênior e vice-coordenador científico do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da USP (NUTAU). É autor de inúmeras publicações nacionais e estrangeiras, entre as quais Além da Formas: uma introdução ao pensamento contemporâneo no design, nas artes e na arquitetura (Editora Annablume/ FAUUSP). Participou do livro Kairos - A Bird Orbiting Planet Earth de Emanuel Pimenta ( Charleston, SC: EDMP, 2011) e da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World, editada por Paul Olivier (Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1997).
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/7526222096082728
 
Maria Inês Ladeira é Doutora em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH / USP -, mestre em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PPGCS / PUC -, graduada em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP. Coordenadora do Programa Guarani do Centro de Trabalho Indigenista - CTI -, organização não governamental, onde atua na área de Antropologia desde a sua fundação em 1979, com projetos e ações voltados ao reconhecimento de direitos territoriais indígenas e à conservação ambiental de Terras Guarani nas regiões sul e sudeste do Brasil, bem como em pesquisas e incentivos a ações de referências culturais. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/8251567924320068
 
Resumo : 
Os Guaranis que vivem no Brasil são divididos em três subgrupos: Nhandeva, Kayova e Mbya. Esta divisão decorre de diferenças dialetais e de práticas ritualísticas. Os Nhandeva e Mbya vivem no sul e sudeste do Brasil e suas aldeias se espalham do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. Os assentamentos se localizam ao longo da costa, devido ao mito da Terra sem Males, localizada no leste. O território Guarani se estende até Mato Grosso e à Argentina, Paraguai e Bolívia. Apesar das dificuldades de encontrar materiais tradicionais, os Guaranis buscam preservar suas tradições construtivas. Contudo, usam materiais plásticos para divisórias e telhas cerâmicas, dentre outros materiais, adaptados à solução arquitetônica tradicional. A relação com o sagrado tem sido fundamental para a preservação do modo de ocupação do território, do agenciamento das aldeias e da construção da casa da reza (opy). A casa Nhandeva se caracteriza pelo espaço interno generoso. Já os Mbya são econômicos, pois suas constantes mudanças fazem com que suas casas sejam temporárias e durem apenas o tempo de plantar e colher o milho. As aldeias Guarani são organizadas em famílias extensas, tendo o centro marcado pela casa da reza. Esta pode estar perto ou coincidir com a casa do chefe. Nas aldeias costeiras, a encosta é ocupada e as casas se voltam longitudinalmente para o leste. A casa da reza fica, em geral, no ponto mais alto. Dessa forma, toda a aldeia pode avistar o mar. A atual casa Guarani abriga apenas uma família e se relaciona com outras do grupo familiar por proximidade. A cozinha fica no fundo da casa e a união das áreas externas forma uma espécie de praça vinculada a este grupo. A praça principal da aldeia está localizada a leste ou ao norte da opy. Esta tem planta retangular, eventualmente, com um semicírculo em uma das extremidades, cobertura de palha com duas águas e duas portas alinhadas segundo os eixos leste/oeste ou leste/norte. A estrutura é de madeira com apoios articulados às vigas da cobertura por cipós. O barro para vedação pode ser aplicado diretamente sobre a estrutura vertical de madeira ou sobre uma trama de paus delgados [taipa]. Nas cerimônias importantes, toda a aldeia se reúne nesta casa. Devido a seus vínculos mitológicos e ritualísticos, as madeiras mais utilizadas são o cedro e a palmeira, cuja folha fornece a palha dos telhados e também os troncos para a estrutura vertical. A planta retangular das casas permite o seu crescimento ao longo do eixo principal e muitas adições podem ser realizadas. As aberturas para o leste, oeste e norte nem sempre são portas, podendo ser aberturas parciais ou totais. Não há divisões internas e quando estas ocorrem são feitas com tecido ou esteiras. Nas casas de reza nunca há divisões internas e as paredes externas existem para abrigar os rituais das intempéries. O espaço Guarani depende de sua relação com a floresta e corresponde a uma reconstrução cultural dela. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 10 Dezembro, 2013 - 10:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 12:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada e recomendada:

COSTA, Carlos Zibel. Habitação Guarani – Tradição Construtiva e Mitologia. São Paulo: FAU/USP, 1989.

LADEIRA, Maria Inês. O Caminhar sobre Luz – o Território Mbya à Beira do Oceano. São Paulo: Faculdade de Ciências Sociais/PUC-SP, 1992.

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