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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Mediterrâneo

ISBN ou ISSN: 

0-8478-1529-3

Autor(es): 

Myron Goldfinger

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

GOLDFINGER, Myron. Villages in the Sun: Mediterranean Community Architecture. New York: Rizzoli International Publications, 1993.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Myron Goldfinger (1933 ?) é arquiteto, membro American Institute of Architects. Recebeu numerosos prêmios, entre os quais o Brummer Award da Architectural League de Nova Iorque e o Prêmio de Honra do American Institute of Architects. Sua obra arquitetônica, desenvolvida em prática profissional de 30 anos, tem sido grandemente publicada nos Estados Unidos e em vários outros países. Goldfinger é também conhecido por seu livro Villages in the Sun, considerado um estudo definitivo sobre a arquitetura popular mediterrânea e que muito influenciou sua própria arquitetura. Esta obra foi publicada pela primeira em 1969 pela editora Praeger de Nova Iorque. Há também tradução espanhola, publicada pela Gustavo Gili em 1993. 
Sumário obra: 
Map 
Acknowledgments 
A Community Architecture 
Foreword by Louis Kahn 
Preface 
Introduction 
Greece 
 Mykonos 
 Serifos 
 Santorini 
 Skyros 
 Sifnos 
 Post-byzantine churches of the Aegean Islands 
 Paraportiani church on Mykonos 
Italy 
 Procida 
 Alberobello 
 Positano 
Corsica 
Spain 
 Mijas 
 Benalmédena 
Arcos de la Frontera 
 Guadix 
 Cuevas del Almanzora 
Morocco 
 Village near Tizi-N-Tichka Pass 
 Village in the Ourika Valley 
 Ait-Benhaddou 
 Ksours in the Dades Valley 
 Oasis of Tinerhir 
 Village near Khenifra 
Tunisia 
 Matmata 
 Ghorfas at Metameur and Ghoumrassen Hadada 
 Takrouna 
 Mosques of Djerba 
Resumo : 
Livro com fartas fotografias do autor. Goldfinger procura na arquitetura vernacular mediterrânea lições para os problemas modernos. Esta corresponderia à arquitetura modernista pela honestidade na estrutura, pela geometria elementar, pelo uso de elementos repetitivos e pela qualidade dos espaços de moradia, trabalho e recreação. Identifica dois principais problemas atuais: a falta de ordem coerente na multiplicidade, devido às estruturas isoladas decorrentes de empreendimentos especulativos; e a proliferação dos subúrbios, devido ao crescimento populacional e à fuga da poluição e da claustrofobia urbana. Estes constituem grandes áreas monótonas que carecem de unidade urbana e de sentimento de comunidade, destruindo padrões de vizinhança e identidade. Uma orientação estaria no vernáculo mediterrâneo, que possui a mesma escala dos subúrbios, porém reforça a paisagem e, ao tempo em que possui coesão estética, fornece a estrutura que permite a individualidade, a expressão das famílias e o senso de comunidade. Assim, constituiria um verdadeiro lugar para a experiência humana em condições de alta densidade de ocupação. Sua estrutura formal resistiria mesmo às mudanças atuais como o turismo, o perfil recreativo dos mercados e portos e a introdução de materiais industriais. Goldfinger estabelece seis áreas de análise. Primeiramente, a “relação com ambiente natural”, caracterizada por “vilas orgânicas” que usam material local e possuem íntimo relacionamento com o meio, e por “vilas articuladas” que se distinguem por forma ou cor, geralmente dominando a topografia. Na “composição da cidade”, observa unidade, densidade e configuração geral – se linear, em terraços, etc. Como “espaços negativos” designa e analisa ruas, caminhos, pontes, túneis, praças, portos e seus diferentes fins – proteção contra vento e sol, pátio de recreio para jovens, lugar comum, entre outros. As “unidades habitacionais” são consideradas o elemento mais importante: abrigo familiar e unidade do sistema celular, possuem grande eficiência no design que é de concepção simples e econômica, e determinado pelos materiais disponíveis. Enfatiza a cobertura como o aspecto notável: em alguns casos, os telhados são os elementos dominantes e, em outros, são os terraços que, com composição mais cúbica, servem para trabalho, recreio e tarefas domésticas. Essa trama cotidiana se contrapõe aos “edifícios excepcionais”, que atuam como pivôs ou focos na paisagem uniforme da rua, correspondendo, geralmente, a igrejas e capelas. De modo geral, contrastam com a uniformidade geral e a completam, seja pela distinção de um elemento pontual, como telhado ou torre sineira, seja pelo domínio do espaço público, pela posição proeminente ou por um caráter escultural. Por fim, os “materiais e detalhes” constituem a última área de análise e dizem respeito à derivação honesta das formas, às texturas e cores das superfícies e outros detalhes. Goldfinger julga que as fenestrações – suas formas, tamanhos e localização - demonstram a necessidade de luz, ventilação e informam sobre os fluxos de pessoas, animais e bens. Acredita que as cores, texturas e materiais respondem diretamente a condições climáticas, como o estuque, que protege contra a umidade, e o emprego do branco para refletir a luz e o calor. Observa ainda que objetos utilitários e plantas são pendurados nas paredes, em nichos, criando painéis esculturais, dentro e fora, no lugar de meras superfícies neutras. São expressão da identidade individual, que não rompe a unidade visual e sim a enriquece. Goldfinger estuda também os tipos de moradia: as “negativas”, ou escavadas, e as “positivas”, ou construídas. Entre as negativas, encontram-se cavernas naturais, cavernas naturais modificadas com adições e cavernas artificiais. As positivas vinculam-se sempre ao tipo do material utilizado: as de estrutura de bambu e caniços, as de estrutura de madeira, as de madeira e alvenaria e as apenas de alvenaria. Nestas últimas – predominantes no Mediterrâneo dada a escassez de madeira e a abundância de rochas, argila e areia - a cobertura aparece como um problema devido aos limites de manufatura e transporte de grandes lajes de pedra. As soluções usuais são as abóbadas de berço e de aresta, a cúpula, o domo e suas variações, além dos elementos para conter o empuxo lateral e, sobretudo, o recurso econômico do uso de paredes estruturais comuns, o que afeta fortemente a forma comunal. O autor distingue três tipos de moradia mediterrânea, considerando seu arranjo geral: as casas-pátio que, conformam outros pátios em maior escala; as casas com terraço que descem as encostas e as casas em fileiras que definem ruas-corredores em terreno plano. As primeiras são comuns do Norte da África ao Sul da Espanha e na Grécia, fornecendo proteção contra o clima, privacidade para trabalho e recreação, e área flexível para celebração, meditação ou trabalho. As casas com terraço aproveitam-se do terreno para luz, vista e ventilação. Já as casas em fileiras têm quintais, balcões ou terraços voltados para o exterior. Observa-se que em uma mesma vila esses três tipos podem estar combinados. Goldfinger relaciona esta arquitetura vernacular mediterrânea com o Modernismo, em primeiro lugar, pela influência que exerceu em Le Corbusier, definido como um dos pioneiros desta revolução arquitetônica. As influências da arquitetura mediterrânea no Modernismo estariam nas tipologias empregadas, no detalhamento, nas fenestrações, na lógica compositiva que dialoga com a pré-fabricação, nos sistemas construtivos e mesmo em projetos visionários. Cada projeto contemporâneo citado, Golfginger é comparado com uma localidade mediterrânea específica. Depois desse longo preâmbulo, o autor estuda diversas localidades, agrupadas por país. Da Grécia, mostra Mykonos, Serifos, Santorini, Skyros e Sifnos, além de, em tópico à parte, as igrejas pós-bizantinas nas ilhas egéias e a igreja Paraportiani, em Mykonos. Da Itália, mostra Procida, Alberobello e Positano. Uma aldeia na Córsega é mostrada e, da Espanha, imagens de Mijas, Benalmédena, Arcos de la Frontera, Vejer de la Frontera, Guadix e Cuevas del Almanzora. No Marrocos, uma vila perto da Passagem Tizi-N-Tichka, outra no vale Ourika, Além de it-Benhaddou, Ksours, no Vale Dades, o oásis de Tinerhir e uma vila perto de Khenifra. Na Tunísia, Goldfinger mostra Matmata, Ghorfas at Metameur, Ghoumrassen Hadada, Takrouna e, em tópico separado, as mesquitas de Djerba. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 9 Setembro, 2013 - 13:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
terça-feira, 17 Junho, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Autor(es): 

Raymond Gindroz

Onde encontrar: 
Acervo da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
 
Referência bibliográfica: 

GINDROZ, Raymond. Analisis del ordenamiento visual en los ambientes urbanos: lo monumental frente a lo popular. In LEWIS, Davis (org.). La Ciudad: problemas de diseño y estructura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1968.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Raymond Leroy Gindroz (1940), americano de Nova Iorque, graduou-se em Arquitetura pelo Carnegie Institute of Technologye, em 1963, onde também obteve o mestrado em Arquitetura e Desenho Urbano em 1965. Foi um dos fundadores do Urban Design Associates, em 1966, e professor assistente do Departamento de Arquitetura da Universidade Yale (1968-1988) e continua a dar cursos especializados para universidades e fundações, como Prince's Foundation for the Built Environment, em Londres, Hampton University, na Virginia, e McGill University, em Montreal. É autor de dois livros sobre desenho urbano "The Urban Design Handbook (Norton Books, 2003) e The Architectural Pattern Book (Norton Books, 2005), além de diversos artigos como o comentado nesta ficha. 
Informações obtidas em: 
 
Resumo : 
O trabalho baseia-se na premissa do ordenamento das estruturas visuais da urbe para fins de inteligibilidade, perguntando-se o quanto a mobilidade, social e física, do indivíduo depende da capacidade de interpretar o ambiente construído. Para tanto, o autor estabelece o binômio “popular/monumental”. O “popular” refere-se às estruturas criadas por indivíduos em sociedades não-especializadas, com métodos e formas tradicionais e para resolver problemas imediatos do abrigo. O “monumental”, por sua vez, seria típico de sociedades mais sofisticadas, onde um construtor-escultor especializado é o responsável por ambientes visuais representativos do poder da sociedade. Seriam, assim, opostos extremos na escala do ordenamento visual. A pesquisa, realizada com patrocínio da Fullbright Comission e com a colaboração do psicólogo e cinegrafista Jay Greenfield, produziu uma abundância de fotos, croquis e notações gráficas específicas e se deu em duas etapas. A primeira constou de um estudo do modo de percepção do trajeto e a segunda, da comprovação das análises por meio de entrevistas. No estudo do monumental, em torno da Piazza di San Pietro, contudo, apesar de observações acuradas, não há indicação do espectador em movimento. No das estruturas populares, por sua vez, não se examina a organização em larga escala, mas sim a agregação de refúgios individuais como produtos da necessidade imediata e do material disponível. Há um mínimo de ruas examinadas e o conjunto é labiríntico e impossível de se perceber de uma só vez. Os exemplos de povoados gregos e da Itália meridional mostram a rua como lugar de vida comunitária e mesmo de funções privativas das famílias, com transições complexas e ambíguas entre o público e o privado. Gindroz observa, contudo, que os dois extremos se relacionam. No medievo, registra-se a transformação do monumental em popular, a partir de castelos e templos, e se conhece a monumentalização de espaços populares, tanto com ampliações como pelo aproveitamento de alargamentos de ruas, onde o espaço é percebido. O estudo mais exaustivo dessa pesquisa se deu na comuna de Zagarolo, na Itália. Concluiu-se, a partir da análise do seu Corso (via principal), que o monumental pode não ser de imediata apreensão, mas configura-se no transcurso do tempo, pela sucessão de praças e edifícios. As entrevistas revelaram consenso nos elementos da estrutura visual do Corso, concluindo-se que, no espaço monumental, são estes que ordenam a percepção do indivíduo. No estudo das ruas transversais a este Corso – onde se vive mais do que se transita -, revelou-se que não houve problemas na identificação do espaço, mas essa preensão se deu por elementos distintos. O que definiria a estrutura popular, portanto, não seria sua pequena escala ou ainda a produção ou uso individualizados. Esta seria definida por sua percepção individualizada, onde, dentro de certos limites, o próprio indivíduo ordena a percepção do espaço. 
Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 23 Maio, 2012 - 12:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
segunda-feira, 23 Junho, 2014 - 12:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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