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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Simbolismo

ISBN ou ISSN: 

85-7001-165-2

Autor(es): 

Amos Rapoport

Onde encontrar: 

Acervo do Prof. Daniel J. Mellado Paz.

Referência bibliográfica: 

RAPOPORT, Amos. Origens Culturais da Arquitetura. In: SNYDER, James C. e CATANESE, Anthony. Introdução à Arquitetura. Rio de Janeiro: Ed. Campus Ltda., 1984.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Amos Rapoport nasceu em 1929, em Varsóvia, Polônia. Ensinou na Universidade de Wisconsin, Milwaukee, até sua aposentadoria como Distinguished Professor da Escola de Arquitetura e Palnejamento Urbano. Ensinou também na Universidade de Melbourne; na Universidade de Sydney; Universidade da Califórnia, em Berkeley, e na UCL – University College London. Rapoport tornou-se mundialmente conhecido a partir do seu livro House, Form and Culture, de 1969 (ver ficha sobre esta obra), obra em que defende as raízes culturais da forma arquitetônica. Seu trabalho focalizou principalmente o papel das variáveis culturais e os estudos interculturais. Foi autor, editor e coeditor de vários livros e de mais de 200 artigos. Em 1982, escreveu The Meaning of the Built Environment: A Nonverbal communication Approach, texto que é a base do artigo em exame nesta ficha. 
Resumo : 

Rapoport defende neste artigo a ideia de que o fenômeno da arquitetura parte da necessidade estrutural da mente humana de ordenar o caos através de esquemas simbólicos que, variando entre os povos, sempre se apresentam. Lembra que a demarcação de territorialidades é atributo geral dos seres vivos e, quanto ao homem, assinala a importância e a constância da diferenciação dos espaços na percepção dos espaços naturais e na constituição de domínios distintos que são demarcados e submetidos a ritos próprios de transição de um lugar para outro. Tais esquemas simbólicos precisam ser materializados no espaço, manifestando as diferenças locacionais e comunicando-as aos membros de uma comunidade. A arquitetura seria, portanto, parte de um sistema mais amplo de comunicação não-verbal que lança mão de elementos móveis, semi-fixos e fixos, alguns sutis e quase imperceptíveis,com alto grau de redundância. Pauta-se por uma “imagem mental” que, por sua vez, se configura em uma imagem “ideal” e, assim, o espaço seria antes pensado do que construído. A arquitetura teria como princípio a manifestação e o reforço de uma ordem simbólica, não sendo um mero abrigo. Caso contrário, a variedade de tipos construídos seria menor, assim como ocorreriam somente soluções similares no mesmo clima e não ocorreria a manutenção de tipos semelhantes em climas diferentes. Para Rapoport, o meio ambiente construído é constituído não apenas com elementos fixos, mas também com outros, menos permanentes, como parte da mesma tarefa de demarcação dos espaços e de exteriorização de esquemas simbólicos. Ao estruturar espaço, tempo, significado e comunicação, tais esquemas indicam como as pessoas devem agir e o que se deve esperar delas. Ou seja, constituem uma comunicação não-verbal dentro da própria cultura. As culturas seriam unitárias nesses esquemas simbólicos gerais que abrangeriam da menor construção às mais importantes, da casa individual ao povoado e à paisagem. Porém, nas “sociedades tradicionais” haveria maior congruência de tais esquemas, em razão da noção de sagrado. Toda construção é nesses contextos consagrada em alguma medida, impregnada de esquemas cósmicos e corporais, e orientada pela mencionada “imagem ideal”. No entanto, mesmo o sagrado possui sua hierarquia, distinguindo os edifícios em graus de importância por meio de sinais – tamanho, cor, material, elementos específicos – e de sua maior proximidade com essa imagem ideal. Rapoport defende neste texto a necessidade de uma teoria geral para o ambiente construído, agrupando um farto material de análise que inclui o passado remoto e o que está fora da tradição ocidental, considerando-o através do tempo e das culturas. Seu objetivo é encontrar as constâncias humanas por trás da diversidade e, assim, critica a arquitetura ocidental pelo seu imperativo de mudança. Embora o resultado das sociedades tradicionais possa ser admirado, afirma que não pode ser repetido a partir de suas formas e sim por meio do seu processo geral: como ação de várias pessoas e esquemas simbólicos e de meio ambiente compartilhados e manifestos fisicamente. Somente de processos grupais e de padrões comungados é que poderiam surgir a unidade e complexidade admiradas em tais assentamentos.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 19 Dezembro, 2012 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 19 Junho, 2014 - 16:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna.

ISBN ou ISSN: 

0101-1766

Autor(es): 

Cristina Sá

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
SÁ, Cristina. Formas e Símbolos em Aldeias Indígenas Brasileiras. In: Projeto – revista brasileira de arquitetura, planejamento, desenho industrial e construção, n° 57, novembro 1983. São Paulo: Projeto Editores Associados Ltda., p.51-56.
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Cristina Cunha da Costa e Sá possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (FAU-UFRJ, 1970), Graduação em Arqueologia (UNESA, 1979), Especialização em Arqueologia (Museu Nacional-UFRJ, 1980), Mestrado em Estruturas Ambientais Urbanas (FAU- USP, 1982), Doutorado em Arquitetura, na área de concentração em Estruturas Ambientais Urbanas (FAU - USP, 1988). Professora aposentada da UFJF- Universidade Federal de Juiz de Fora – MG é pesquisadora da área de História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo, com trabalhos publicados que tratam principalmente das relações entre Espaço, Cultura e Sociedade, estudando seus processos de transformação a partir de levantamentos de campo em áreas indígenas, assentamentos de pescadores, favelas e áreas urbanas de baixa renda. Tem experiência em levantamentos de áreas de habitação vernácula, visando sua preservação e utilização enquanto patrimônio cultural e ambiental, assim como no treinamento de equipes para realização de levantamentos técnicos documentais e de campo.
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/234972331407126
Resumo : 
Artigo que estuda a forma espacial como tradução simbólica da sociedade, com boas ilustrações dos esquemas correspondentes, por meio da comparação entre tribos ligadas ao tronco linguístico Macro-Jê e os Karajá e Bororo que falam línguas isoladas desse tronco. Da família linguística Jê são destacadas as tribos centrais dos Xavante e Xerente e, do norte, os Timbiras Ocidentais (Apinayé) e Timbira Orientais (Krahó, Rankokamegra-Canela, Apanyakra-Canela, Dikobye e Krikati). A aldeia tradicional Karajá se configura como uma fileira de casas voltadas para o rio, com circulação principal nesta área e um caminho secundário, perpendicular ao rio, rumo à casa dos homens. Santa Isabel do Morro, uma das poucas aldeias Karajás atuais, embora se pareça com um povoado comum – com duas fileiras de casas paralelas ao rio e uma rua central entre as fileiras – é, propriamente, uma duplicação da fileira Karajá, na medida em que todas as casas se orientam para o rio e não para a rua central. Nas aldeias Bororo as casas se dispõem em círculo, com a casa dos homens no centro e um pátio de dança ao lado. Os setores radiais do círculo são divididos em clãs, cada um com três subdivisões. Na aldeia Bororo de Meruri, a distribuição espacial dos clãs se mantém, ainda que num arranjo em linha reta constituído pelos missionários salesianos. Já as tribos Jês centrais se organizam em arcos. Na aldeia tradicional Xerente, os clãs se distribuem ao longo do arco, com aqueles que têm reciprocidade na vida cerimonial da tribo postos em oposição frontal, enquanto o centro do arco é ocupado por um pátio de reuniões. O arco na aldeia tradicional Xavante volta-se para o rio, desenvolvendo-se os rituais no seu eixo de simetria, com a casa dos meninos não-iniciados nas suas extremidades. A distribuição das casas se dá em função de alianças políticas. No centro da aldeia, o local de reunião dos homens maduros e, afastado deste, o de reunião dos jovens iniciados. As aldeias atuais de Aparecida e São Marcos apresentam traços do esquema tradicional. Apesar de Aparecida ser uma linha reta, com casas orientadas para o rio, e São Marcos um grande círculo, ambas seriam interpretadas como arcos de círculo, como ilustra o local de reunião dos homens no eixo de simetria e, em São Marcos, na interseção dos eixos formados pelas aberturas do círculo. Nas tribos Timbira, a aldeia se estrutura como um grande círculo de segmentos de residências, com caminhos partindo destas ao centro ou pátio de reuniões. Os Krahós e Canelas mantêm essa disposição. Embora tenha formato retangular, a aldeia Apinayé de São José é interpretada como o círculo tradicional e mesmo representada graficamente de tal maneira. A autora destaca que uma mesma forma geométrica costuma ser interpretada de distintas maneiras por cada tribo e que há diferença entre a disposição geométrica real das construções e a sua auto-imagem. Em todos os casos, essa representação da forma espacial se mostrou mais importante que a forma concreta, com implicações na maneira como a aldeia cresce. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 7 Junho, 2013 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 22 Junho, 2014 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna.

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