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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Xavante

ISBN ou ISSN: 

85-213-0159

Autor(es): 

Aracy Lopes da Silva

Onde encontrar: 

Acervo da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

SILVA, Aracy Lopes da. Xavante: casa – aldeia – chão – terra – vida. In: NOVAES, Sylvia Caiuby (org). Habitações Indígenas. São Paulo: Nobel/ Ed. da Universidade de São Paulo, 1983.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Aracy Lopes da Silva (1949-2000) graduou-se em Ciências Sociais na USP em 1973. Em 1980 obteve o título de Doutor em Antropologia Social com a tese Nomes e amigos: da prática Xavante a uma reflexão sobre os Jê. Formou o Grupo de Estudos sobre Educação Indígena, do Departamento de Antropologia da USP - o MARI. Especializou-se em Mitologia e Cosmologia Amazônicas, assim como desenvolveu o projeto de pesquisa Nomes pessoais no mundo lusófono. O caso brasileiro. Participou durante vários anos da luta pela causa indígena, tendo sido presidente da Comissão Pró-Índio de São Paulo, nos anos 80. Época em que iniciou seu trabalho com Educação Indígena, conduzindo ao projeto Antropologia, História e Educação. Professora da USP, ensinou Antropologia na Universidade Estadual de Campinas, assim como foi professor visitante no Departamento de Antropologia da Universidade de Harvard, em Cambridge, além de coordenadora Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na USP, de 1995 a 1997. Ao todo, publicou 8 livros.

VIDAL, Lux Boelitz. Maria Aracy de Pádua Lopes da Silva (1949 - 2000). Rev. Antropol. [online]. 2000, vol.43, n.2 [cited 2015-02-28], pp. 11-15. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-77012000000200002&script=sci_a...

Sumário obra: 

Com a casa nas costas: os períodos de nomadismo 

O estilo xavante de organizar seu espaço 

E o cerco aperta... 

Conclusão – ou onde a mulher tem poder: a casa xavante

Resumo : 

A forma circular entre os Xavante é aquela tida como ideal: das danças e dos jogos, da aldeia e da própria casa. Esta é construída com um pau no centro, em cujo topo convergem vários outros galhos amarrados, travados horizontalmente por taquaras em anéis circulares, e recobertos por folhas de palmeira. O conjunto, ao todo, tem, em geral, diâmetro de 6 a 7 m e altura de 4,5 m, com a porta voltada para o centro da aldeia. No centro da casa, uma fogueira para preparo dos alimentos, durante o dia, e para aquecer os moradores à noite. A entrada é um pequeno corredor de estacas e folhas. Dentro, há cestas penduradas em estacas para alimentos que serão preparados e bens pessoais. Alguns artefatos são guardados entre a palha da cobertura. Cada família tem seu espaço próprio e cada casa abriga até quatro famílias. Passado este número, constroem-se casas adjacentes. Além das moradias, existe hö, a casa dos solteiros, vedada às mulheres. Para trabalhar, o xavante põe a esteira fora de casa. Com o sol alto, descansa ou trabalha dentro da casa, afastando a palha para abrir uma “janela”. Os Xavante passaram do nomadismo para o sedentarismo agrícola. Antes do contato com o homem branco, permaneciam nas aldeias, renovadas a cada dois anos, por poucos meses. Passavam a maior parte do ano em grandes expedições de caça e coleta, o daö mori, andando de dia e acampando à noite, quando se recriava a aldeia no que toca à sua distribuição. Neste caso, os abrigos eram menores, feitos de galhos curvos e trançados, e cobertos por folhas. Como neles cabia somente uma família nuclear, seu arranjo exterior reproduzia a distribuição das famílias dentro das casas maiores da aldeia. As aldeias apresentam-se como círculos concêntricos que vão do social ao natural. O centro é o warã, lugar de encontro do conselho dos homens maduros e dos grandes rituais. É circundado por um caminho circular, defronte às casas, que é espaço das mulheres e local do repouso, do aconchego e da intimidade, bem como do parto e também onde se enterra o seu sangue e placenta. De cada casa parte um caminho ao warã, ao rio e às roças. Atrás das casas, outro caminho circular delimita a aldeia. Uma única casa foge ao alinhamento: o hö, com porta voltada para o rio. As roças familiares são clareiras na mata de galeria, extensões da aldeia e local para a intimidade dos casais. Por último, vêm as áreas de caça e de coleta da aldeia. O fim da vida seminômade levou à diminuição das atividades econômicas coletivas e ao aumento das atividades exclusivamente familiares, com aumento da importância da agricultura e o subsequente aumento das roças e a diversificação do cultivado. As casas vêm sendo substituídas por modelos retangulares, de pau-a-pique ou em madeira e palha. Dentro, os artefatos reconstituem o espaço circular e, na aldeia, mesmo com o fim de sua forma semicircular, a casa dos solteiros permanece tradicional, embora com alterações. Ainda é circular, porém com parede cilíndrica, janelas fixas e tetos cônicos em palha. Outra mudança está no surgimento de novos tipos edilícios e funções, como escolas e enfermarias.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 28 Janeiro, 2015 - 14:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
sexta-feira, 3 Abril, 2015 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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