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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Arquitetura de imigração

ISBN ou ISSN: 

978-85-62369-00-1

Autor(es): 

Fábio Domingos Batista, Marialba Rocha Gaspar Imaguire e Sandra Rafaela Magalhães Corrêa

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

BATISTA, Fábio Domingos; IMAGUIRE, Marialba Rocha Gaspar e CORRÊA, Sandra Rafaela Magalhães. Igrejas Ucranianas: arquitetura da imigração no Paraná. Curitiba: Instituto Arquibrasil/ Petrobrás Cultural, 2009.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Fábio Domingos Batista é arquiteto e urbanista pela UFPR (1997), Mestre em Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído pela UFSC (2007) e Especialista em Estética e Filosofia da Arte pela UFPR (2009). É autor de A casa de madeira, um saber popular (2011). Com Bruno Stock escreveu A Cidade como Cenário (2014). Com Felipe Grosso e Juliano Lamb é autor de Curitiba e seus Olhos (2012) e com Ana Carolina Mazzarotto, é autor de A arquitetura italiana em Curitiba (2013). Atualmente é conselheiro do Instituto ArquiBrasil e sócio na Grifo Arquitetura, que ganhou e obteve menções em vários concursos, como o do SESC em Osasco, SP (2014), no qual obteve o primeiro lugar.
 
Marialba Rocha Gaspar Imaguire é Especialista em Fundamentos da Pesquisa e Ensino da História da Arte pela FAPR. Junto com Elizabeth Amorim de Castro é autora de Conventos e Seminários (2006) e Colégios e Educandários (2006), e com Key Imaguire Jr. de A Casa de Araucária (2011). Escreveu, ainda, com Helio Olympio da Rocha e Luiz Olivier Cesar Scheffer a História de Alguns Ramos das Famílias Rocha, Têtu, Carvalho, Barbosa e Ferreira no Estado do Paraná (2013).
 
Sandra Rafaela Magalhães Corrêa é arquiteta e urbanista formada pela UFPR (2003), Especialista em Conservação e Restauro pelo CECRE/UFBA em (2004), mestre e doutora pela UnB. Atualmente trabalha no IPHAN.

Sumário obra: 

Sumário
Introdução
Capítulo I – Da Ucrânia ao Paraná – um longo percurso
Capítulo II – Religiosidade Ucraniana
Capítulo III – Igrejas Ucranianas: um estudo tipológico
Igrejas Ucranianas no Paraná: registro de 25 edifícios
Região. 01
Região. 02
Região. 03
Região. 04
Região. 05
Região. 06
Campanários
Conclusão

Referências Bibliográficas

Resumo : 

O livro dedica-se às igrejas de origem ucraniana no Paraná, com fartura de fotos, peças gráficas (plantas e cortes) e mapas. Os imigrantes ucranianos foram para o Paraná em uma política de ocupação do território, proteção da fronteira, suprimento agrícola e embranquecimento da população. Essas levas migratórias primeiro se estabeleceram ao redor de Curitiba, formando um cinturão de abastecimento agrícola e depois de 1890 ocuparam os vales dos rios Iguaçu e Negro. Nos anos 1930 e 40, as famílias já estabelecidas e os novos imigrantes avançaram para o Oeste e, nos anos 1960, tinham o território paranaense plenamente ocupado, com diversidade agrícola em minifúndios. Nessas colônias era fundamental a construção da igreja, que se destaca pela sua cúpula e configuração singular, derivada da liturgia. Tanto a configuração espacial, como a ornamentação e a simbologia das igrejas ucranianas no Brasil são similares entre si e distintas das demais igrejas brasileiras, já que tanto a Igreja Ortodoxa como a Igreja Católica Ucraniana seguem o mesmo rito bizantino ou oriental, apesar de esta última ligar-se a Roma. No Brasil, ademais, a igreja foi um forte fator de coesão social: era o templo local de encontro, de estabelecimento de um calendário para a comunidade e seus padres agiam como líderes sociais, atuando como contato tanto com a pátria de origem como com o governo local. A construção da igreja era entendida como um empreendimento coletivo prioritário. Sua configuração espacial, sobretudo por motivos simbólicos, expressa as quatro direções do mundo. A porta do templo a Ocidente, vincula-se à região da escuridão, de onde o devoto parte e se dirige ao Paraíso, a Leste, onde está o Santuário. No meio, a Terra é arrematada por cúpula que representa o Céu e seus quatro pilares. O Santuário, ademais, está elevado e tem acesso restrito ao clero, separado pela iconóstase, divisória que abriga os ícones e constitui também a conexão do profano com o sagrado. A distribuição de suas portas e dos ícones segue esquemas canônicos. No Paraná, pelo custo envolvido, se apresentam três tipos de iconóstases: paredes com portas, plano independente que não chega ao teto e vedação leve, como biombos. Os autores realizam um estudo tipológico das igrejas no Paraná e as de Galícia e Bukovina, na Ucrânia, origem da maioria dos imigrantes. Na Ucrânia, as igrejas se articulam a partir de um módulo – o zrub – que pode ser quadrado, hexagonal e octonogal, construídos geralmente por troncos postos horizontalmente, travados a cada 1/ 1,5m com cravos de madeira e encaixes nos vértices e fundação por estaqueamento. Basicamente se apresentam dois arranjos: o retangular, com 3 zrubs em série, e o cruciforme, com 5 zrubs. Os telhados são, em geral, expressivos. Quando se estendem até o solo, protegendo a base, temos a piddachia; outro arranjo são as opassanhas, as varandas. Até o Barroco, os telhados eram piramidais. No Renascimento aparecem as cúpulas e lanternins que serão característicos e hoje a cobertura mais utilizada é o bulbo “em forma de pêra”. Em alguns casos, as paredes são policromadas, com cenas do cotidiano e trabalho e elementos de origem pagã, como uvas, peixes e estrelas. As igrejas são implantadas nos limites da aldeia, em elevação, em espaço cercado e sagrado, com campanário, cemitério e crucifixo grande à parte. No Paraná, apesar da diferença de clima, havia a oferta de uma madeira análoga à utilizada na Ucrânia, o pinho-do-Paraná. Manteve-se o caráter coletivo da construção, com edificações mais simples. Os autores arriscam as hipóteses da escassez de ferramentas e de carpinteiros. Em vez de grandes troncos horizontais, desde o início usaram-se pranchões verticais com mata-juntas e estrutura autônoma em madeira. Nos anos 1930, as igrejas mais importantes tinham estrutura em concreto com vedação em alvenaria. Ocorreu, ainda, o abandono gradual do zrub e a mudança nos telhados, com sua simplificação, e a aparição do alpendre a partir do nártex – sem hipótese plausível. Junto com os tipos cruciformes e lineares, aparece uma variação deste último, com espacialidade distinta; nas modalidades originais do arranjo linear, com nártex, nave e capela, cada espaço corresponde a um módulo, com altura crescente, de acordo com a hierarquia. Esse tipo finda nos anos 1970 e passa a vingar esse mesmo arranjo linear, porém com um volume, ou um vão, único. Em geral, as cúpulas em bulbo se tornaram signos da etnia ucraniana (assim como os lambrequins), aplicadas mesmo nos alpendres, sem nenhuma outra função. A estrutura raras vezes é deixada aparente internamente. A pintura empregada – em geral, estêncil – lança mão dos temas figurativos dos bordados e das pêssankas, as pinturas em ovos, também marcantes na cultura ucraniana (ambas bem descritas em quadro à parte). A iconóstase só tem vulto nas maiores igrejas. Como na Ucrânia, as igrejas ficavam às margens da aldeia, em sítio elevado, cercadas, e com campanários à parte. Estes frequentemente com quatro esteios e uma grande variedade de arranjos e materiais. As cúpulas, em geral, possuem base octogonal e seu revestimento originalmente se dava com tabuinhas de madeira; depois, telhas francesas e agora folhas metálicas de zinco ou alumínio. Atualmente, a cúpula bizantina em bulbo é executada majoritariamente por dois artífices: Hryhorij Nedorub e Nicolau Bobalo Neto, que, por observação das existentes, recriaram individualmente a técnica de confecção, que termina por ser muito similares entre si e são descritas no livro minuciosamente, com fotos ilustrativas. Assim, nesse transplante, houve manutenção da concepção e do material a ser empregado, no caso, a madeira; houve, em alguns casos, a persistência da constituição, a maneira de trabalhar o material, na forma do sistema autoportante de madeira; a modificação da aplicação, ou seja, a organização espacial, que é a composição em módulos, abandonada gradualmente; e a preservação da conformação, da elaboração estilística, dentro das limitações existentes. Das 200 igrejas ucranianas no Paraná, 25 foram estudadas mais a fundo. Enfatizou-se onde a contribuição ucraniana era maior e se fazia presente no partido da planta e o número de cúpulas. Nos exemplares em madeira, todas as cruciformes foram estudadas; das retangulares e octogonais, aquelas com cúpulas mais representativas. Nas igrejas em alvenaria, dentro dos três tipos básicos, aquelas mais particulares.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 5 Novembro, 2014 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

0006-5218

Autor(es): 

Yone Yara Pereira

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz.

Referência bibliográfica: 

PEREIRA, Yone Yara. Enxaimel. In: Blumenau em Cadernos. T.55 n.6. nov/ dez 2014. Blumenau: Ed. Cultura em Movimento, 2014.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Yone Yara Pereira é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (1989), com Especialização em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos no VIII CECRE-UFBA (1993), e Mestrado pelo Programa de Pós- Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU- UFBA (2009), com o tema Arquitetura de Imigração Alemã em Blumenau - Das Permanências às Transformações. É atualmente professora da Fundação Universidade Regional de Blumenau (SC) desde 1994, atuando nas disciplinas de Desenho, Projeto Arquitetônico, História da Arquitetura Brasileira, Patrimônio Histórico e Restauração, Ateliês.

Informações extraídas de: http://lattes.cnpq.br/8122020355714763.

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O texto enfoca o enxaimel, técnica conhecida no medievo na Alemanha como Fackwerk ou Fackwerkbau, desenvolvida onde havia madeira em abundância, em especial, no centro do país. Desde a Idade Média se conhece três sistemas em enxaimel. O baixo-saxão, provavelmente o mais antigo, com baldrames e frechais (peças horizontais) contínuos, esteios (peças verticais) também contínuos, com fachada em balanço, poucas traves inclinadas na fachada e o contraventamento dado por mãos-francesas (Kopfbänder) internas. O alemânico, no sul da Alemanha, com esteios mais afastados e contínuos até o solo, e vigamento horizontal mais robusto, com contraventamento nas paredes externas – com formações chamadas de “mulher suaba” (Schwäbisches Weibel), “homem selvagem” (Wilder Mann) e “homem” (Mann) – e fachada também em balanço. E o sistema franco, presente no planalto médio da Alemanha, onde as paredes exteriores não avançam e com profusão de contraventamentos, formando intrincados padrões formais, mesmo com peças curvas. Toda a arquitetura centro-européia parte do espaço interior unitário, o Einbeitsraum, onde as pessoas, animais e tudo o mais se reunia ao redor do fogo. A subseqüente divisão em compartimentos se dá de acordo com a região. O processo construtivo do enxaimel guarda a característica de ter suas paredes montadas por carpinteiros no próprio solo. Após o preparo da matéria-prima (falquejamento e corte manual em tábuas e peças de madeira), o solo é pintado e a parede é inteiramente montada – ou piso a piso, ou completa, de mais de um pavimento – com seus encontros numerados. Depois era desmontada e remontada no lugar final. As construções em enxaimel na Alemanha apareciam geminadas, nas casas urbanas, e afastadas, nas casas rurais, formando assentamentos – Hof – com pátios, conformados pela casa principal e galpões para depósito ou estrebaria. No Brasil, o imigrante alemão primeiro vivia em um barracão, até que adquirisse a terra, derrubasse a mata e construísse sua casa. Sua fixação na terra correspondia a três estágios da moradia. A primeira casa era rústica, com cobertura de folhas, semelhante à dos caboclos. A segunda, de madeira. E a terceira, enfim, de alvenaria.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 25 Fevereiro, 2015 - 14:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
sexta-feira, 3 Abril, 2015 - 14:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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