Em La Interioridad del Tiempo, Aldo van Eyck compara a sociedade Dogon com a ocidental. Naquela, o passado se torna presente e este ganha profundidade temporal. Essa consciência de que o passado existe no presente, sem implicar em um retorno, seria um remédio contra uma série de males: o historicismo sentimental, o modernismo, a utopia, o racionalismo, o funcionalismo e o regionalismo. Em todos estes, estaria o vício patológico da mudança, separando o passado e o futuro, em decorrência da falta de espessura do presente. O autor faz ainda uma crítica ao etnocentrismo, defendendo que, diante da variedade de culturas e sociedades possíveis dentre as quais a ocidental é uma apenas, cada cultura é singular e válida. Em Un Milagro de Moderación, o autor fala de seu interesse pelos Dogon, durante a Segunda Guerra Mundial, que foi despertado pela obra de Marcel Griaule e que o fez viajar à África. Trata também do caráter imemorial das silenciosas aldeias do deserto, presentes como eram a 5.000 anos atrás. Paul Parin, em El Pueblo Dogon, faz uma descrição deste, narrando sua origem mítica, e como esta reflete a importância, prática e simbólica, da umidade e dos fluidos. Descreve sua distribuição ecológica e estrutura social e a correspondência entre artefatos e cosmos. Observa que existe entre os Dogon melhor adaptação individual e menos conflitos e hostilidade que entre os ocidentais. No entanto, com menos êxito quanto à saúde e bens de primeira necessidade. Ainda assim, o paraíso Dogon era similar à vida terrena em quase todos os aspectos, vista como existência idêntica ininterrupta. Aldo van Eyck, em Un Diseño que Es Solo Gracia; Norma Abierta; Que Perturba el Orden Alegremente; Que Vence la Necesidad, Aldo van Eyck defende que o mote da cidade como casa grande e da casa como cidade pequena encontra validade entre os Dogon, pois este povo articula em escalas crescentes o cesto, a casa, o povoado e o universo. Esse tema é melhor explicado em Cesto-Casa-Poblado-Universo, por meio de proporções simbólicas. Nos povoados, cada parte, apesar de autônoma, era traçada segundo o mesmo modelo de totalidade. O arranjo, no final, assemelha-se às colinas de terra em cultivo, sendo também o povoado uma representação da natureza. O texto El Pueblo Dogon, de Fritz Morgenthaler, narra uma reveladora trajetória dentro de um povoado Dogon. Aldo Van Eyck, em Algunos Comentários sobre un Recorrido Significativo, parte do texto anterior, salientando o entrelaçamento do homem Dogon com o meio.