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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Folclore

ISBN ou ISSN: 

0102-8782

Autor(es): 

Maria Laura Cavalcanti

Onde encontrar: 
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro; Biblioteca Noronha Santos, IPHAN, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro; Biblioteca Aloísio Magalhães, IPHAN, Brasília. 
Acervo Profa. Marcia Sant’Anna. 
Referência bibliográfica: 
CAVALCANTI, Maria Laura. “Cultura e Saber do Povo: Uma Perspectiva Antropológica”. In: Revista Tempo Brasileiro, out.-dez. – n. 147 – 2001 – Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro Ed., p 69-78. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti é Antropóloga, professora do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós Graduação em Sociologia e Antropologia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Graduada em História, pela Pontifícia Universidade Católica (1976), é mestre (1982) e doutora (1993) em antropologia pelo Museu Nacional/UFRJ. Como bolsista Fulbright, realizou Pós-doutoramento na Universidade de Columbia, Nova Iorque (1998/1999). Suas principais áreas de pesquisa são teoria antropológica, ritual e simbolismo, antropologia brasileira, cultura popular e estudos de folclore.
 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/3673850808739906
 
 
Resumo : 
O artigo traz informações importantes do ponto de vista conceitual e metodológico sobre o universo da chamada “cultura popular”. Explicita uma perspectiva conceitual contemporânea para a abordagem desse universo, onde se destacam as seguintes idéias: 1) as noções de folclore e cultura popular fundamentam historicamente o sistema de classificação cultural vigente e, assim, sua definição nunca é indiscutível e seu conteúdo varia muito, sendo essa variação um indicador importante; 2) o discurso sobre o folclore e a cultura popular se inaugura quando se reconhece a distância entre modos de vida e saberes da elite e do “povo” – diferença que começa a ser valorizada no Romantismo do final do século XVIII em oposição ao ideal iluminista da razão universal e tomando a cultura popular como a “totalidade integrada da vida com o mundo” que teria sido rompida no mundo moderno; 3) na vida social, contudo, aspectos “modernos” e “tradicionais” encontram-se imbricados, superpostos e integrados em um só processo social e cultural; 4) a cultura popular interpreta as noções de tradicional e moderno dentro do seu universo de relações, estabelecendo distinções internas (mutáveis) que buscam controlar e refletir as mudanças sociais que estão em curso; 5) nas ciências humanas o modelo interpretativo elite x cultura popular está superado: a cultura é interpretada não por meio de fatos, mas de significados permanentemente atribuídos pelos homens e que atravessam as fronteiras entre as camadas sociais; 6) a cultura e o saber do povo, portanto, são heterogêneos e se relacionam com distintas formas de ser; são históricos e complexos e integram várias dimensões: oralidade e escrita, trabalho e lazer, comunitarismo e individualismo, cidade e campo, sagrado e profano, circuitos de troca monetarizados e/ou profissionalizantes, constituindo arenas onde se enfrentam distintos interesses e têm lugar distintos conflitos; 7) uma nova perspectiva conceitual para tratamento do campo não se concentra na demarcação das fronteiras e oposições entre erudito e popular, mas nas múltiplas maneiras por meio das quais diferentes níveis e aspectos culturais interagem na construção de um processo cultural; 8) a abordagem analítica contemporânea implica o reconhecimento de que os fatos da cultura são sempre “processos sociais totais” que envolvem e imbricam diferentes aspectos da realidade (econômicos, sociais, políticos, jurídicos, morais, artísticos, religiosos, etc.) e articulam em seu interior valores e interlocutores diferenciados, o que requer uma postura de suspensão de juízos de valor prévios e a consideração dos processos culturais populares a partir de seus próprios termos.

 

Data do Preeenchimento: 
domingo, 8 Janeiro, 2012 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 12:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

85-85751-02-9

Autor(es): 

Lina Bo Bardi

Onde encontrar: 

Acervo de Daniel J. Mellado Paz.

Referência bibliográfica: 

BARDI, Lina Bo. Tempos de Grossura: o Design no Impasse. São Paulo: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, 1994.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta italiana nascida em Roma, formou-se em arquitetura na Università degli Studi di Roma em 1939, prestando exame de habilitação profissional no Instituto Superiore de Archittetura de Veneza no mesmo ano. Casou-se com Pietro Maria Bardi em 1946, ano em que veio com ele para o Brasil onde participou da reforma do prédio que primeiro abrigou o Museu de Arte de São Paulo. O livro foi preparado em 1980, mas publicado depois em 1994. Entre 1948 e 51 fundou com Pietro Maria Bardi a empresa Palma – Studio de Arte e Arquitetura onde desenvolveu onde atuou nas áreas de desenho de interiores e design. Naturalizou-se brasileira em 1953 e sua obra de arquitetura é uma das mais importantes e conhecidas do Brasil, tendo assinado projetos como a sua residência em São Paulo, conhecida como Casa de Vidro (1951), a sede do MASP na Av. Paulista (1969) e o conjunto do SESC-Pompéia (1986), ambos em São Paulo, entre outros. Entre 1959 e 1965, realizou diversos projetos importantes em Salvador, Bahia, como a restauração e revitalização do conjunto do Solar do Unhão e a reforma do teatro Castro Alves. Nos anos de 1980, realizou também nesta cidade, entre outros, os projetos da Casa do Benin, do conjunto da Ladeira da Misericórdia, do Teatro Glauber Rocha e da sede do Olodum, todos no centro histórico de Salvador. Lina Bardi dedicou também parte de sua visa ao estudo do design e da arte popular. O livro fichado foi elaborado em 1980 primeiro como depoimento por Lina Bo Bardi sobre a experiência realizada na Bahia, e interrompida pelo regime militar em 1964. Em 1994, o Instituto Lina Bo e P.M. Bardi concluíram o livro, conforme informa a Nota Prévia da obra. 
Sumário obra: 
Nota Prévia 
Um Balanço Dezesseis Anos Depois 
Discurso Sobre a Significação da Palavra Artesanato
Por Que o Nordeste? 
Arte Popular e Pré-Artesanato Nordestino 
A Arte Popular Nunca é Kitsch 
Civilização do Nordeste 
A Arte dos Pobres Apavora os Generais, por Bruno Zevi 
O Artesanato no Ceará, por Lívio Xavier 
A Arte e a Vida Urbana no Brasil, por Flávio Motta 
Texto de Abelardo da Hora 
Carta de Celso Furtado 
Nordeste, por Glauber Rocha 
Nordeste Painel Bahia, por Paulo Gil Soares 
Sertão da “Acauã”, por Ariano Suassuna 
Conclusão 
Resumo : 
O livro faz um balanço sobre os estudos de Antropologia Cultural realizados pela autora sobre a Arte Popular nordestina e que fundamentaram a Exposição Bahia, na V Bienal de São Paulo; a exposição Civilização do Nordeste, realizada em novembro de 1963, no Museu do Unhão, e a exposição Nordeste do Brasil, cuja presença na Galeria de Arte Moderna de Roma, em 1965, foi cancelada pelo governo brasileiro. Apresenta textos da própria autora de 1963 e 1980 e de outros autores sobre as referidas exposições: Jorge Amado (1959), Abelardo da Hora (1963), Lívio Xavier (1963), Paulo Gil Soares (1964), Glauber Rocha (1964), Bruno Zevi (1965), Celso Furtado (1967) e Flávio Motta (1970). Lina Bo Bardi entende que é necessário fazer um balanço da civilização brasileira “popular” para, ali, assentar as bases verdadeiras para um design nacional – e não “nacionalista”, o que ela distingue a partir de Antonio Gramsci –, diante da veloz investida dos gadgets do processo de industrialização que o Brasil vivia naquele momento, o que configuraria um processo de “desculturação”. Esse mesmo processo, que levara séculos em outros países e poucos anos no Brasil, havia dissolvido a estrutura coletivista das corporações de ofício. Na Europa, o artesão já seria um mero resquício do ofício medieval, mantido artificialmente por exigências turísticas e pelo apreço aos produtos manuais como de qualidade superior. No Brasil, a situação seria bastante diferente: nunca teria havido artesanato, entendido como corpo social e forma de agremiação responsável por toda a produção popular do passado, inclusive a da Antiguidade clássica. O retorno a esse artesanato seria não somente regressivo, mas falso, na medida em que esse passado nunca existiu no Brasil. Ao contrário, o que existiria era um pré-artesanato doméstico esparso. No entanto, ainda que carente de sedimentação histórica, essa era a base da civilização brasileira. Próxima que estava da necessidade, pronta a ser abandonada na primeira oportunidade de melhor remuneração, essa produção material escapava da alienação. Lina Bo Bardi entendia que não se devia recair no afã do primitivismo e, sobretudo, evitar o folklore, na medida em que este era a petrificação da produção popular, e sua orientação exógena para fins turísticos. O que estava em jogo não era conservar formas e materiais, e sim explorar as possibilidades criativas originais dessa produção que fazia do próprio lixo sua matéria-prima, dinamizando o que no folclórico seria estático. Assim, o estudo orientou-se não pela Arte, mas pela Antropologia Cultural, evitando registrar atividades que já haveriam sido tomadas pelo viés “folclorizante” – como a literatura de cordel e a cerâmica de Caruaru. Os objetos são então aqueles da vida cotidiana, como roupas feitas de sobras e ex-votos. Bo Bardi recusava, também, a pecha de kitsch, entendendo que este era um fenômeno diferente: uma produção burguesa que, ao fim, revelava apenas o medo da morte. A produção popular que examina passaria muito ao largo da cultura de massa moderna. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 12 Junho, 2012 - 12:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
segunda-feira, 23 Junho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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