Graciela Maria Viñuales, Célia M. M. Neves, L. Silvia Rios
Onde encontrar:
Acervo da pesquisadora Sílvia Pimenta d’Affonsêca
Referência bibliográfica:
VIÑUALES, Graciela Maria (coordenadora), NEVES, Célia M. Martins, RIOS, L. Silvia. Arquitecturas de Tierra em Iberoamérica. Buenos Aires: Impresiones Sudamérica, 1994.
Eixos de análise abordados:
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Os autores fazem parte de um grupo de pesquisa da rede HABITERRA do programa CYTED – Programa de Ciência y Tecnlogia para el Desarollo. Graciela Viñueles é arquiteta, de nacionalidade argentina, e coordena o Centro de Pesquisa “Barro na Argentina”.
Célia Neves é brasileira, engenheira civil e trabalhou no CEPED- BA (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia).
Luis Silvio Ríos é arquiteto e trabalha Centro de Tecnologia Apropiada, no Paraguai.
Sumário obra:
Apresentação (Alberto Calla Garcia, arq)
Mapa Rede Habiterra
Técnicas Construtivas
Centros Operativos
Bibliografia
Glossário
Resumo :
O livro é resultado de um levantamento sobre técnicas construtivas em terra, elaborado por grupo pesquisadores do Habiterra do CYTED – Programa de Ciência Y Tecnologia para el Desarrollo, tendo com rede temática a Sistematatización del uso de la Tierra en Viviendas de Interes. O grupo é formado por representantes da Argentina, Brasil, El Salvador e Paraguai. A área de abrangência do estudo foi o próprio limite do CYTED, ou seja a América Ibérica, tendo como limite temporal desde a antiguidade até os dias atuais. A obra se divide em quatro partes. A primeira, composta por textos que explicam as diferentes técnicas construtivas, vem acompanhada por fichas esquemáticas que descrevem essas técnicas e suas possíveis variações. O primeiro dos quatro textos que intercalam as fichas, de autoria de Luis Silvio Dias, trata das construções em terra com paredes monolíticas, exemplificando as diversas variações da técnica construtiva conhecida no Brasil como taipa de pilão, assim como as diferentes nomenclaturas e materiais utilizados nas diversas regiões estudadas. Também traz informações sobre as soluções adotadas para minimizar os problemas de umidade e sismos. O segundo texto, de Mario Flores, trata das variações da arquitetura de terra que faz uso de uma trama de madeira como estrutura de fixação do barro, denominada de taipa de mão, taipa de sopapo ou pau a pique, no Brasil; quincha na Argentina e bahareque nos demais países. As variações desta técnica, vão desde o material da trama (madeira rústica, serrada, bambu) até ao enchimento com terra, com ou sem cal, utilizando fibras, palha etc. O terceiro texto, de Célia Neves, apresenta um breve histórico sobre o uso das alvenarias de terra desde a antiguidade até os nossos dias. Em seguida relata as inovações tecnológicas realizadas nessa técnica, cujos objetivos geralmente visam a identificação de solos apropriados, a estabilização, a impermeabilização e a dosagem dos materiais, além do estabelecimento de parâmetros para ensaios e para o desenvolvimento de métodos de controle, de fabricação e/ou execução. Neves analisou e catalogou 19 tipos de sistemas construtivos em alvenaria de terra. O quarto texto, de autoria de Graciela Viñuales, trata de sistemas construtivos menos conhecidos, como “mampuesto cortado”, que consiste em cortar a terra, geralmente em forma de paralelepípedo, e utilizá-la diretamente para a construção. A terra pode ser de pasto ou de certa profundidade que nunca foi removida. É também exposta uma variação da técnica do pau-a-pique, no que toca ao material usado, ao modo de se fazer a trama e a maneira como a terra de enchimento é utilizada. Por fim, as vantagens e desvantagens do uso dessas técnicas são apresentadas. Todos os textos são acompanhados de fichas, compondo um catalogo de técnicas construtivas, onde são apresentados um croqui com o modelo da construção, a técnica construtiva, o sistema estrutural, a proporção dos materiais básicos, as ferramentas necessárias, se é ou não permitido ampliações, aberturas e instalações embutidas, se tem tratamento contra agentes agressivos e controle de qualidade, entre outras informações. Na segunda parte do livro consta a lista dos centros de pesquisa sobre o tema, trazendo informações gerais tais como: endereço, responsável, objetivo do centro e abrangência geográfica. A terceira parte apresenta uma vasta bibliografia sobre o tema, tendo como abrangência os países envolvidos no CYTED, e, finalmente, a quarta parte corresponde a um glossário de termos técnicos utilizados nas diferentes regiões abrangidas pela pesquisa.
Vasconcellos, Sylvio de. Arquitetura no Brasil - Sistemas construtivos. Revisão e notas: Suzy de Mello. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1979.
Eixos de análise abordados:
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra:
Sylvio de Vasconcellos (1916-1979) era arquiteto e autor de inúmeros estudos, artigos e obras bibliográficas sobre o Barroco Mineiro e a formação dos primeiros povoados em Minas Gerais. Foi Professor Titular da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e Chefe da Coordenadoria Regional do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no mesmo estado.
Sumário obra:
Cap 1 – Estrutura
Cap 2 – Vedações
Cap 3 – Pisos
Cap 4 – Forros
Cap 5 – Vãos
Cap 6 – Coberturas
Cap 7 – Escadas
Cap 8 – Armários
Cap 9 – Pinturas
Referências Bibliográficas
Resumo :
O livro trata dos sistemas construtivos tradicionais com ênfase nas edificações históricas de Minas Gerais, sem, no entanto desprezar as outras regiões do país. Com ilustrações e fotografias, descreve as técnicas construtivas de cada etapa da construção, em linguagem bastante acessível, identificando e denominando todos os seus elementos constitutivos. O capitulo 1 trata das estruturas das construções desde os alicerces e fundações até as paredes, informando que estas podem ser simples vedações ou também ter função estrutural. O autor explica e detalha os processos de execução de paredes estruturais, feitas em diversas técnicas tradicionais de construção, tais como: taipa de pilão (com alicerce também em taipa de pilão) e alvenarias de pedra, de adobes e de tijolos, além de também descrever a construção de estruturas autônomas, principalmente as estruturas de madeira, detalhando modos de encaixe, dimensões, tratamento e nomenclatura das peças de acordo com a função. No capítulo 2, o autor trata das vedações, sendo que estas algumas vezes desempenham também, ainda que parcialmente, função estrutural. Explica a execução de diferentes tipos de vedações - pau a pique, tijolos, estuque e tabiques - e de estruturas mistas. Identifica, denomina e caracteriza as diferentes partes que constituem os sistemas de vedação, destacando também os elementos decorativos que os compõem, como, por exemplo, as platibandas e frontões, entre outros. Com relação aos pisos (capítulo 3), o autor descreve exemplos utilizados em diversas épocas e conjunturas, como os feitos em terra batida, em lajotas (de barro, cerâmicas e hidráulicas), em tabuado (com os diferentes tipos de encaixe), além daqueles executados com lajeados, seixos rolados, mármore, parquet e tacos, explicando os usos, a execução, os diferentes tipos de material e as dimensões das peças de cada um deles. O capitulo 4, trata dos diferentes tipos de forro, com bastante ênfase nos de madeira. O autor detalha e classifica os forros de acordo com as formas, os encaixes e uniões das peças de madeira. Trata ainda dos forros executados com outros materiais como tijoleira e gesso. No capítulo 5, referente aos vãos, estuda as diversas aberturas como: portas, janelas, seteiras e óculos, definindo e denominando as partes que os compõem, assim como as esquadrias e outros elementos utilizados para as suas vedações, detalhando os tipos de encaixe, as tipologias e as ferragens utilizadas. No estudo das coberturas (capitulo 6), o autor analisa diferentes tipos de tesouras e as sambladuras que podem ser feitas para a união das peças de madeira, os esforços a que cada peça está submetida, o entelhamento e as soluções usadas como acabamento das telhas e beirais. As escadas (capitulo 7) são estudadas a partir dos diferentes tipos encontrados na arquitetura, analisando-se os materiais usados na construção, a forma como se desenvolvem, o número de lances e o direcionamento que as caracterizam. Assim como ocorre nos outros capítulos, o autor identifica, nomeia e exemplifica as peças e elementos componentes das escadas. Por fim, o livro traz ainda dois pequenos capítulos: um sobre armários fixos (capitulo 8), muito utilizados na arquitetura colonial para guarda de mantimentos e louças, normalmente feitos nos rebaixos das paredes ou nos desvãos das escadas; e outro (capitulo 9) dedicado às pinturas das edificações e dos seus elementos constitutivos, especialmente a pintura dos forros, onde descreve, além das técnicas empregadas, os materiais (orgânicos e minerais) usados como base para as tintas. O livro é bastante ilustrado com fotografias e desenhos, o que facilita a compreensão dos temas tratados.