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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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arquitetura primitiva

ISBN ou ISSN: 

0-8478-0797-5

Autor(es): 

Enrico Guidoni

Onde encontrar: 

Acervo da Profa. Marcia Sant’Anna.

Referência bibliográfica: 

GUIDONI, Enrico. Primitive Architecture. Milan: Electra Editrice; New York: Rizzoli International Publications, 1987.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Enrico Guidoni (1939-2007) foi professor de História da Urbanística na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma "La Sapienza” e também docente de História da Arte junto à Escola de Especialização em Restauro de Monumenti e, a partir de 1997, de História da Arquitetura Moderna.
 Foi membro da Comissão Internacional de História das Cidades e fundou as seguintes revistas "Storia della città", "Storia dell'urbanistica", "Studi giorgioneschi" e publicou "Atlante di storia urbanistica siciliana", "Roma. Storia, immagine, progetto", "Atlante storico delle città italiane", "Civitates", "L'architettura popolare in Italia" e “Archittetura primitive”, objeto desta ficha e lançado em 1975 na Itália pela Editora Electra.
Em 1991 promoveu, com E. De Minicis, a iniciativa cultural "Museo della città e del territorio". Foi curador, para a Comuna de Modena (Biblioteca Poletti), dos ciclos de conferências intitulados "Percorsi di storia della città", entre 1995 e 1998. A obra em causa é composta, em parte, de artigos retrabalhados pelo autor e publicados anteriormente no Dizionario Enciclopedico di Architettura e Urbanistica (1968). 
Informações obtidas em: www.cittasostenible.it. 
Sumário obra: 

Introduction

Chapter I – Architecture and Territory

Chapter II – Architecture and Clan

Chapter III – Architecture and Lineage

Chapter IV – Achitecture, Myth and Power

Notes

Appendix – Primitive Peoples and Their Architecture

Selected Bibliography

Index

Listo f Photographic Credits

Resumo : 

O livro é definido como “exploração pioneira de um corpo de conhecimentos que introduz um novo tema na história da arquitetura” e que tem sido tratado principalmente por especialistas em outras disciplinas. Entende-se que a arquitetura desempenha um papel central na vida econômica, social, cultural das populações e reivindica-se que seja estudada não somente como transformações que o homem opera no seu ambiente físico, mas quanto ao seu uso, significado e interpretações, atitudes e explicações atribuídas por quem a produz. Para Guidoni, mais do que tecnologia ou emprego de recursos materiais, a arquitetura é um instrumento político e social que deve ser abordado com relação à sociedade que o produz e interpreta, e com relação às atividades econômicas e rituais com que convive. Defende que a “arquitetura primitiva” seja considerada um tema autônomo, com o seu próprio campo e metodologia, pois entende que tem sido tratada equivocadamente, criticando neste sentido os estudos de Fraser, Oliver e Rapoport. No primeiro, critica a análise a-histórica e centrada em conceitos espaciais elementares, a separação entre relações sociais e ordem espacial e a correspondência entre desenvolvimento econômico e complexidade arquitetônica. O conceito de “arquitetura vernacular” de Oliver é criticado por englobar manifestações arquitetônicas muito distintas, o que comprometeria qualquer pretensão metodológica. Além disso, ao privilegiar ambientes geográficos em vez de complexos históricos específicos, a abordagem de Oliver reduziria tudo a um problema de resposta arquitetônica a um dado ambiente, subordinando fatores histórico-sociais aos ecológico-formais. Guidoni identifica em Rapoport este mesmo tipo de ambiguidade e uma oscilação entre uma abordagem antropológica e outra que denomina de “atomização do sistema arquitetura-sociedade”. Aponta a contradição que haveria em Rapoport ao conceber a arquitetura como um produto de fatores socioculturais e, ao mesmo tempo, considerar clima, construção, materiais e técnicas como fatores modificadores dos primeiros. Entende que essa abordagem supõe um intercâmbio entre tradições arquitetônicas diferentes, ignorando a relação essencial da arquitetura com o território. Como solução, propõe estender a noção de arquitetura para o conjunto “território, assentamento e habitação”, desprezando-se as soluções técnicas isoladas como resultado de pressões ambientais. Para Guidoni, o papel da arquitetura na sociedade, como instrumento de poder e de governo, seria manter a ordem social. Por isso, advoga que o estudo da “arquitetura primitiva” seja orientado por fatos históricos e étnicos específicos. Sua abordagem é história e cultural, indicando o materialismo histórico como um ponto de vista a ser seguido quando se trata de conectar arquitetura e propriedade da terra ou modo de produção e estratificação social. Entende que meios e relações de produção condicionam as relações entre grupo e território e indivíduo e comunidade. Consequentemente, não apenas defende que a “arquitetura primitiva” tem especificidades, mas também que esta expressão difere de “arquitetura popular” ou “vernacular”. Para Guidoni, o termo “vernacular” tem um uso generalizado e pouco rigoroso, designando uma arquitetura produzida fora do registro culto e da arquitetura oficial. Define “arquitetura primitiva” como a expressão das atividades espaciais de uma sociedade pré-estatal que ocupa um território específico e preserva um alto grau de independência política e econômica com respeito às demais sociedades com as quais mantem contato. Já “arquitetura popular”, expressaria as atividades espaciais de um grupo que ocupa um território em subordinação política e econômica a um complexo estatal ou dentro de um sistema desigual de distribuição dos meios de produção. Expressaria então a dependência de uma sociedade em relação a outra, onde a primeira funciona de modo semiautônomo com relação a um centro de influência política e cultural distante. Por essa razão, seria possível encontrar traços primitivos na arquitetura popular, assim como outros importados de modo mais ou menos arbitrário e relacionados à relação mantida com a sociedade dominante. Guidoni recomenda a adoção de dois princípios fundamentais no estudo da “arquitetura primitiva”: aderência à uma perspectiva histórica global, sem perder de vista a unidade entre arquitetura e contextos políticos e sociais, e pesquisa de campo exaustiva, tomando-se como evidência a arquitetura de cada grupo que tenha um conjunto específico de crenças e tecnologias. Esses princípios conduziriam à uma metodologia válida, pois focaliza a “arquitetura do território”, a relação entre propriedade da terra e arquitetura, e os modos como a tradição é utilizada, em seus aspectos simbólicos e artísticos, pelo grupo responsável por sua conservação e renovação. O livro está organizado em amplas áreas geográficas de acordo com a proximidade étnica e linguística dos grupos pesquisados. A organização dos quatro capítulos está relacionada aos problemas postos pela “arquitetura primitiva” e, de modo amplo, aos estágios de desenvolvimento econômico e social dos grupos tratados. O primeiro capítulo não tem foco geográfico e objetiva explicitar os vínculos entre arquitetura e território em populações nômades e seminômades. O segundo focaliza povos das Américas, Sudoeste da Ásia e Melanésia, lidando, principalmente, com as relações entre agricultura, moradia e assentamento. O terceiro capítulo é dedicado à Polinésia e aos índios do Noroeste da América do Norte, tendo como tema estratificação, prestígio social e o desenvolvimento de técnicas construtivas avançadas, e ornamentações elaboradas. O quarto capítulo objetiva ressaltar, a partir de região específica na África Ocidental, a transição e diferenças entre aldeia e cidade a partir dos meios de controle político e social. O Brasil surge, no primeiro capítulo, por meio da descrição da organização do território, do assentamento e da arquitetura dos indígenas Nambiquara e Ianomami; e, no segundo capítulo, das casas comunais dos Tupinambá, Desana e Tucano. Os grupos Timbira, Bororo, Xavante, Carajá, Chambisa e Javahé também são mencionados e resenhados no Apêndice. A obra é fartamente ilustrada com fotografias, iconografias e desenhos sobre a arquitetura e assentamentos “primitivos”. 

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 17 Março, 2014 - 10:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sábado, 30 Agosto, 2014 - 12:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Não há tradução desta obra para o português.

Bibliografia indicada:

FRASER, D. Village Planning in the Primitive World. New York: Braziller, 1968.

GUIDONI, E. “Antropomorfismo e zoomorfismo nell’architettura ‘primitiva’”. In: L’Architettura: Cronache e Storia. Milano, 19, 1974.

__________”Etnologiche Culture”. In: Dizionario Enciclopedico di Architettura e Urbanistica. Vol. 3. Roma: Istituto Editoriale Romano, 1968.

BANNER, H. “O índio Kayapó em seu acampamento”. In: Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, Antropologia, n. 13, Belém, 1961.

BIOCA, E. Mondo Yanoama. Bari: De Donato, 1969.

JAMES, A.G. Village Arrangement and Social Organization Among Some Amazon Tribes. PhD dissertation, Columbia University, New York, 1949.

LÉVI-STRAUSS, C. Tristes Tropiques: A Study of Tribal Society on the Amazon. New York: Atheneum, 1964.

RODRÍGUEZ-LAMUS, L.R. “Arquitectura indígena: los Tukano”. Bogotá, 1966

____________________. “La arquitectura de los Tukano”. In: Revista Colombiana de Antropologia, 7, 1958.

ISBN ou ISSN: 

978-85-78-0112-3

Autor(es): 

Eliade Mircea

Onde encontrar: 

Disponível em livrarias.

Referência bibliográfica: 

ELIADE, Mircea. História das Crenças e das Ideias Religiosas, Volume I: da Idade da Pedra aos mistérios de Elêusis. Tradução Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Mircea Eliade (1907-1889), nascido na Romênia foi um dos mais importantes historiadores contemporâneos da religião e também um filósofo, escritor de ficção e professor da Universidade de Chicago, sendo conhecido mundialmente por sua vasta erudição. O título original da obra é Histoire des croyances et des idées religieuses, primeira edição francesa de 1976 publicada pela editora Payot, de Paris.

Sumário obra: 

Prefácio

  1. No começo... Comportamentos mágico-religiosos dos paleantropídeos.

  2. A mais longa revolução: a descoberta da agricultura – mesolítico e neolítico

  3. As religiões mesopotâmicas

  4. Ideais religiosas e crises políticas no antigo Egito

  5. Megálitos, templos, centros cerimoniais: Ocidente, Mediterrâneo, vale do Indo

  6. As religiões dos hititas e dos cananeus

  7. “Quando Israel era menino...”

  8. A religião dos indo-europeus e os deuses védicos

  9. A Índia antes de Gautama Buda: do sacrifício cósmico à suprema identidade atman-Brahman.

  10. Zeus e a religião grega

  11. Os olímpicos e os heróis

  12. Os mistérios de Elêusis

  13. Zaratustra e a religião iraniana

  14.  A religião de Israel na época dos reis e dos profetas

  15.  Dioniso ou o reencontro das beatitudes.

Resumo : 
As informações sobre a arquitetura primitiva e seu significado religioso se encontram principalmente nos capítulos II e V desta obra. Discorrendo sobre o pensamento mágico e religioso no neolítico, Eliade mostra que o papel preponderante desempenhado pela mulher na domesticação de plantas e a solidariedade mística que se estabeleceu entre o homem e a vegetação colocaram a mulher e a sacralidade feminina em primeiro plano, realçando sua posição social e o estabelecimento de instituições como a matrilocação, ou seja, a obrigatoriedade de que o marido habitasse a casa da esposa. Foram as culturas agrícolas que estabeleceram as religiões cósmicas, que implicam a renovação periódica do mundo, e as valorizações religiosas do espaço, especialmente o da aldeia e o da habitação, que se tornaram, assim, “centros do mundo” ou lugares consagrados que permitem a comunicação com os deuses. Eliade reconstitui o simbolismo associado à casa neolítica a partir da cultura Yang-chao da China. Este povo construiu casas circulares com aproximadamente 5 m de diâmetro, com telhado armado por vigas em torno de uma cavidade central que servia de lareira, possivelmente, dotado de uma abertura para saída da fumaça. Essa abertura e o pilar central de sustentação são associados à cavidade do céu ou ao pilar do mundo, o que faz com que a casa seja uma imago mundi (ou imagem do mundo) que atesta o desenvolvimento do simbolismo cosmológico da arquitetura. No capítulo II, Eliade observa ainda que a “civilização européia arcaica” se desenvolveu numa “direção original” que a distingue das culturas do Oriente Próximo e da própria Europa Central e Setentrional. Entre 6.500 e 5.300 a. C. ocorreu na península balcânica um importante “surto religioso” que correspondeu ao surgimento de aldeias defendidas por fossos e muros com até 1000 habitantes, dotadas de altares e santuários que atestam uma religião desenvolvida, com indícios do culto ao pilar sagrado como símbolo do eixo do mundo. Tratando do surgimento da história e da religião na Mesopotâmia no capítulo III, o autor ressalta a crença de que os templos, palácios e as cidades dessa região, inclusive Babilônia, teriam obedecido em sua construção a modelos divinos, os quais foram comunicados aos soberanos. Ao discorrer sobre o Egito, enfatiza a correspondência da arquitetura com a simbologia religiosa mostrando como os santuários dedicados a Aton, em Tell-el-Amarna, para se diferenciaram dos de Amon, não tinham teto, podendo a divindade ser adorada em toda sua glória. Mas o capítulo mais importante para a identificação do simbolismo religioso da arquitetura do neolítico é o V, que trata do complexo megalítico que se estende do litoral mediterrâneo da Espanha e de Portugal e vai até a costa meridional da Suécia, passando pela França, pela costa oeste da Inglaterra, pela Irlanda e Dinamarca. Mostra que esse complexo é composto de três tipos de construção: o menir enterrado verticalmente no chão; o conjunto de menires dispostos em círculo, semicírculo ou em filas paralelas – o cromlech – e o dólmen, constituído por imensa laje sustentada por pedras que compõem um recinto ou câmara. Estes últimos teriam sido sepulturas ou “aldeias mortuárias”, por vezes cobertas por montes de terra e dotadas de pilar central, que tinham a clara intenção de prover uma “moradia” sólida e de duração infinita para os mortos, em contraste com as moradias efêmeras dos vivos. Eliade considera possível interpretar essas construções megalíticas como expressões de um culto que via na morte a possibilidade de se alcançar força e perenidade, já que a vida humana era tão efêmera. Ou seja, seriam a expressão arquitetônica da crença na sobrevivência da alma, no poder dos antepassados e na sua capacidade de proteger os vivos. Mas observa que alguns menires foram erigidos independentemente de sepulturas e que teriam funcionado também como representações ou “substitutos” de corpos, incorporando almas de mortos. Por isso, alguns são ornados com figuras humanas. Já os cromlech teriam sido centros cerimoniais importantes, a exemplo de Stonehenge que se encontra no centro de um campo de túmulos funerários e teria servido para assegurar as relações com os antepassados. Os sítios dos megálitos teriam sido também centros de atividade social. Eliade reconhece, contudo, que os primeiros sinais de vida religiosa foram dados pelas grutas e cavernas e remontam ao paleolítico. Além de habitação e cemitério, a caverna foi também o templo primitivo, ao qual se tinha acesso, muitas vezes, por meio de túneis estreitos e difíceis que resguardavam o lugar sagrado e, ao mesmo tempo, davam lugar ao percurso que correspondia a uma espécie de ritual iniciático. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 13 Julho, 2012 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

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