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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Os Nagô e a Morte

ISBN ou ISSN: 

978-85-326-0923-6

Autor(es): 

Juana Elbein dos Santos

Onde encontrar: 

Biblioteca Universitária Reitor Macedo Costa.

Disponível em livrarias.

Referência bibliográfica: 

SANTOS, Juana Elbein dos. Capítulo II – O Complexo Cultural Nagô. In: SANTOS, J. E. dos. Os Nagô e a Morte: Pàde, Àsèsè e o Culto Égun na Bahia; 13. ed. – Petrópolis, Vozes, 2008, p. 26-38.

Eixos de análise abordados: 
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Antropóloga, Etnóloga e coordenadora geral da Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil (SECNEB). O capítulo analisado, integra a Tese de Doutorado em Etnologia na Universidade de Sorbonne, produzida no ano de 1972, e traduzida pela Universidade Federal da Bahia. O trabalho se propõe a examinar e dissolver algumas interpretações sobre a concepção da morte, suas instituições e seus mecanismos rituais, tais quais são expressos e elaborados simbolicamente pelos descendentes de populações da África Ocidental no Brasil, particularmente na Bahia, nas comunidades, grupos e associações que se qualificam a si mesmos de Nagô e que a etnologia moderna chama de Ioruba.  O trabalho foi publicado pela primeira vez no ano de 1975 pela editora Vozes.

Sumário obra: 

Agradecimentos

  1. Introdução
  2. O Complexo Cultural Nagô
  3. Sistema Dinâmico
  4. Sistema Religioso e Concepção do Mundo: Àiyé e Òrun
  5. O Sistema Religioso e as Entidades Sobrenaturais: Olórun e os Irúnmalè
  6. O Sistema Religioso e as Entidades Sobrenaturais: Os Ancestrais
  7. Princípio Dinâmico e Princípio da Existência Individualizada no Sistema Nagô: Èsù Bara
  8. O Terceiro Elemento e os Ritos Prioritários
  9. Existência Genérica e Existência Individualizada
  10. Existência Individualizada e Existência Genérica: A Morte
Resumo : 

No capítulo “O Complexo Cultural Nagô”, a autora elucida que os espaços dos terreiros constituem-se como elementos fundamentais de uma etnohistória afro-brasileira. Aborda o início do processo de transporte, implantação e reformulação dos elementos que integram o complexo cultural africano no Brasil, ocorrido no século XIX, sendo o resultado deste processo o surgimento de associações bem organizadas conhecidas como “Terreiros de Candomblé”. Juana Elbein explica o surgimento dessas associações e dos seus núcleos religiosos e sociais no Brasil, bem como a ocupação, desenvolvimento, forma de habitar e os seus processos de expansão em solo brasileiro. A autora define as primeiras tipologias arquitetônicas que surgiram no entorno dos primeiros Terreiros de Candomblé como semelhantes ao “Compound”. Este termo é comumente aplicado na Nigéria para designar um lugar de residência que compreende um grupo de casas ou de apartamentos ocupados por famílias individuais, relacionadas entre si por parentesco consanguíneo. A autora afirma que em língua ioruba, essas edificações são denominadas de “Agbo-Ilê”, o que quer dizer, literalmente, conjunto de casas. Neste capítulo, há uma diferenciação no que diz respeito aos limites da comunidade que integra o Terreiro de Candomblé e os limites físicos deste ultimo, de modo que, segundo a autora, o terreiro é de fato a comunidade (Egbé). Sendo assim, esta comunidade, ao se expandir para além dos limites físicos do terreiro, o conduz para dentro da sociedade global, surgindo, assim, novos processos de interação. Elbein descreve que algo semelhante se desenvolveu a partir da diáspora. Com o tráfico escravagista dos negros africanos, o espaço geográfico da África e seus conteúdos culturais e filosóficos foram deslocados e transportados para o Novo Mundo através dos egbés, ou seja, das comunidades, sendo restituídos no espaço terreiro. Juana Elbein setoriza o espaço do Terreiro de Candomblé em dois segmentos denominados de “espaço urbano” e “espaço mato”. O espaço urbano configura-se nas construções e tipologias arquitetônicas de uso público e privado, onde se elevam as casas templos, as edificações consagradas às divindades, a cozinha ritual com sua ante sala, e a sala semi pública, que pode ser de uso público ou privado de acordo com a ocasião. Há um destaque para o “barracão”, construção que abriga o salão destinado às festas públicas, com seus espaços delimitados para os diferentes grupos que constituem a comunidade terreiro. Além dessas edificações, o terreiro contém ainda um conjunto de habitações, que podem ser permanentes ou temporárias, para os iniciados que fazem parte do terreiro. O espaço do mato é descrito pela autora como o setor de maior área nos terreiros, sendo cortado por árvores, arbustos e toda sorte de ervas, configurando-se como um reservatório natural onde estão situados todos os elementos vegetais inerentes à prática litúrgica. O mato é a morada das divindades esquivas e dos ancestrais que preferem manter certa distância do espaço dominado pelo homem. A autora conclui que o espaço urbano é um espaço doméstico, planificado e controlado pelo ser humano, diferindo do espaço mato que é selvagem, fértil, incontrolável e habitado por espíritos e divindades sobrenaturais. Entretanto, segundo Elbein, apesar desse antagonismo, esses espaços se relacionam, gerando um intercâmbio, uma troca. Constituído por esses dois espaços que se expandem e se relacionam, o Terreiro de Candomblé torna-se possuidor de elementos do Àiyé (plano material) e do Òrun (plano espiritual), estabelecendo assim uma relação harmoniosa entre eles.

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 30 Junho, 2015 - 14:00
Pesquisador Responsável: 

Denis Alex Barboza de Matos

Data da revisão: 
segunda-feira, 20 Julho, 2015 - 15:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna