Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA
Referência bibliográfica:
AKA, Jean Poul Monin. Inventário das Tipologias, Morfologia, e do Processo de Produção do Espaço Concreto – O Caso de Novo Alagados em Salvador, Bahia - Brasil. Dissertação de Mestrado – Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (UFBA - Salvador, 1997).
Eixos de análise abordados:
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Sumário obra:
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 Introdução
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
1.4 Delimitação da área de estudo
1.5 Metodologia
1.6 Revisão da literatura
2. PROCESSO DE CHEGADA À CIDADE
2.1 As causas rurais do movimento migratório
2.2 Análise de um período de 40 anos (1940 – 1980)
2.3 A chegada à cidade, as tipologias construtivas, surgimento de Novos Alagados
3. NOVOS ALAGADOS, O AVESSO DA CIDADE.
3.1 Causas urbanas da explosão dos Alagados
3.2 Quando o abrigo precário deve permanecer
4. AS PRÁTICAS COLETIVAS DO ESPAÇO
4.1 Evolução das formas urbanas
4.2 Práticas da vida coletiva. Vida cotidiana em Novos Alagados e mito da
marginalidade
4.3 Integração dos favelados
4.4 A questão fundiária
5. A LÓGICA DOS ASSENTAMENTOS POPULARES
5.1 Reconhecimento oficial dos assentamentos populares
5.2 Política nos assentamentos populares
5.3 Uma nova política urbana; recuperação dos assentamentos populares
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXOS
Resumo :
O autor fez uma análise das formas de apropriação organizacional no uso do espaço invadido. tendo como objeto a invasão denominada Novos Alagados, em Salvador, Bahia. Enfatiza a análise das tipologias, da morfologia e da produção de moradias, mostrando a evolução da favela, que foi surgindo devido à utilização de mão-de-obra temporária na agricultura, o que ocasionou a expulsão do campo de inúmeros trabalhadores agrícolas que migraram para a cidade em busca de novas opções de trabalho. Esses migrantes se instalaram em Novos Alagados, construindo abrigos com os materiais disponíveis. O autor descreve as etapas de desenvolvimento do assentamento, que começa com a construção pelo invasor de um barraco sobre palafitas, utilizando uma plataforma feita de tábuas apoiadas sobre estacas de madeira fincadas no mar. Na segunda etapa o construtor reproduz a sua antiga moradia utilizando bambu, fibras de palha, barro, piaçava e lona de plástico. Na terceira etapa, surgem as casas de alvenaria com telhado de duas águas, e, na quarta etapa, a casa ganha mais um segundo pavimento. Estas etapas são ilustradas com desenhos dos barracos, indicando-se o método construtivo, os materiais, as técnicas empregadas e a organização espacial dos componentes da moradia. Nos capítulos 2 e 3, o autor dá ênfase aos tipos de construções, à técnica que é utilizada na construção de abrigos provisórios, com observações construtivas e ilustrações sobre a organização do espaço que, com o tempo, será transformado pelo próprio morador, ampliando-o e reorganizando-o. O autor detalha por meio de croquis, com cotas, os tipos de barracos: aterrado, semi-aterrado, barraco de alvenaria, de pau-a-pique, de madeira/palafita. Descreve a evolução do assentamento e sua integração ao que chama de “modelo urbano”, ressaltando o seu caráter espontâneo e o fato de serem passíveis de “reabilitação” ou melhoria por parte dos próprios habitantes. A esse respeito, ressalta a importância da assistência técnica para a melhoria das construções e aprendizado de técnicas tradicionais que poderiam contribuir na produção de um habitat digno para os mais pobres.