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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Civilização

ISBN ou ISSN: 

978-989-8268-16-7

Autor(es): 

Orlando Ribeiro

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
RIBEIRO, Orlando. A Civilização do Barro no Sul de Portugal (Aspectos e Sugestões). In: RIBEIRO, Orlando. Geografia e Civilização – temas portugueses. 1ed. Lisboa: Livraria Letra Livre, 2013, p.47-78. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Importante geógrafo português, Orlando da Cunha Ribeiro (1911-1997) foi um dos responsáveis pela renovação da Geografia no país, e tem como obras principais Arrábida, esboço geográfico e Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. Não há informação precisa sobre a data da primeira edição da obra em que se encontra o estudo em exame. Esta é uma edição fac-similar da sua 1ª edição publicada em 1961, em Lisboa, pelo Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa/ Instituto de Alta Cultura. 
Resumo : 
Portugal, sem velhas civilizações para dar-lhe elementos essenciais, é, em larga medida, condicionado pela sua extensão no sentido dos meridianos. A precipitação maior ao norte do Tejo, no sopé da Cordilheira Central, proporciona aspectos que avivam o contraste com o sul: bosques de folha caduca e matagais de folha perene; prados e pastagens de charnecas ou de restolhos; a área de gado grosso e de gado miúdo; o boi como único animal e o muar e o burro como concorrentes. Ao norte, população densa e isolada pelo relevo, com arcaísmos pré-históricos. Ao sul, a difusão de elementos civilizatórios oriundos da bacia do Mediterrâneo. No primeiro, surgimento de rocha sã e destruição dos depósitos de argila; no outro, clima seco e aplanações que conservam a argila. Nesta última região, aparece uma “civilização do Barro”, presente no Alentejo, com prolongamentos no Ribatejo e sul da Beira e na região da Ria de Aveiro, nos arredores de Leiria. No Alentejo, a taipa é usual nas paredes das casas e nos muros que resguardam os “ferragiais” e as hortas, sendo constituída de mistura de barro e pedriça, batida a malho dentro do taipal – caixa de madeira sem fundo que corre lateralmente e sobe à medida que endurece a parede. As paredes são rebocadas e caiadas, dificultando o reconhecimento do material, denunciado apenas pela ausência de molduras nas portas e janelas. A taipa foi ainda empregada na expansão portuguesa na África e América, com provável predomínio de gente do Sul. No Brasil foi suplantada pelo " pau-a-pique” ou “taipa de sopapo”, trazida pelos escravos, técnica menos duradoura porém mais rápida e simples. Também se emprega o “adobe”, barro amassado junto com areia ou palha cortada, moldado em tijolo e seco ao sol, sobreposto em fiadas com juntas desencontradas. Ambas as técnicas precisam ser conservadas da umidade: no campo, os muros são cobertos de pedra, palha ou telhas; nas casas, rebocados e caiados, protegidos pelo beiral do telhado. Há uma correspondência com a disponibilidade do material, oriundo de película de alteração superficial dos xistos argilosos, de bancadas discordantes sobre maciço antigo ou de camadas das bacias sedimentares do Tejo ou do Sado. Quase sempre, se encontra perto a pedriça miúda - fragmentos de xisto, de quartzito ou de quartzo de filão. Seu emprego é diverso: em arcos, abobadilhas e abóbadas de berço ou de aresta, coberta por um telhado sobre desvão ou por terraço ladrilhado, e em frisos de cimalhas, ameias, chaminés, pombais, arcos rendilhados, fornos. O barro comparece também na cerâmica: a originalidade alentejana está no seu uso para vasilhame de líquidos – “talhas” ou “potes” -, enquanto no resto de Portugal se usam pipas e tonéis de madeira. Além disso, nas salgadeiras de barro para carne de porco e nas peças para azeitonas. O centro de difusão dessa civilização estaria nos planaltos castelhanos com grande abundância de argilas e margas terciárias, e sem pedras disponíveis. Tal civilização, espraiando-se em Portugal, suplanta a civilização megalítica alentejana, das maiores necrópoles dolmênicas, desdenhando o material que a natureza oferecia. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 17 Agosto, 2013 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
sábado, 21 Junho, 2014 - 16:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

978-989-8268-16-7

Autor(es): 

Orlando da Cunha Ribeiro

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
RIBEIRO, Orlando. A Civilização do Granito (Elementos para o seu estudo). In: RIBEIRO, Orlando. Geografia e Civilização – temas portugueses. 1ed. Lisboa: Livraria Letra Livre, 2013, p.17-45. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Importante geógrafo português, Orlando da Cunha Ribeiro (1911-1997) foi um dos responsáveis pela renovação da Geografia no país, e tem como obras principais Arrábida, esboço geográfico e Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. Não há informação precisa sobre a data da primeira edição da obra em que se encontra o estudo em exame. Esta é uma edição fac-similar da sua 1ª edição publicada em 1961, em Lisboa, pelo Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa/ Instituto de Alta Cultura. 
Resumo : 
O traço marcante no norte de Portugal seria a maestria no manuseio do granito, onde estão disponíveis também o quartzito e o xisto. O quartzito é muito duro, pesado e difícil de trabalhar. O xisto, por sua vez, é retirado em lascas e usado como cobertura e revestimento, mas sem aparecer em grandes blocos resistentes. O material preferencial é o granito, empregado nos cunhais e lintéis mesmo nas casas que utilizam xisto, e usado em blocos em construções travejadas sem argamassa e sem aparelho miúdo. As maiores pedras são empregadas nos lintéis das portas. No Minho, aparece como “paleta” (bloco retangular em fiadas desencontradas); “pasta” (pranchas utilizadas nos muros e vedações com juntas de reboco caiado); “esteios da vinha” (talhado de modo retilíneo). É usado ainda em muros de pedra solta nas “bouças”, onde crescem os pinheiros e carvalhos; nos “lameiros”, lugares de pastagem e corte de feno; nos taludes, chamados “canteiros” ou “arretos”; nas “poldras” e “pontões” para a travessia de regatos e ribeiros; nas calçadas de grandes lajes das ruas e largos e no calcetamento de paralelepípedos nas estradas principais; em utensílios, como nós, pedras de lagar e salgadeiras. O ápice da arte estaria no “espigueiro” ou “canastro” para armazenamento de milho, anexo inevitável da casa rural. O Norte e o Sul de Portugal contrastam entre si, respectivamente, como civilização do granito e civilização do barro. A arquitetura de pedra, dependendo da sua natureza, lança mão dos calcários no litoral e do granito no maciço antigo, mas sem subordinação extrema ao material. Apesar de utilizado pelos romanos, o granito já era encontrado em ocupações anteriores, os “castros” – povoações implantadas nos montes com muralhas de aparelho miúdo e irregular, casas redondas de aparelho regular helicoidal e choças redondas para abrigo do gado e resguardo de instrumentos agrícolas – mas com uso distinto daquele da civilização megalítica anterior ou mesmo contemporânea. Conclui-se o texto com o estudo de Carvela, aldeia com aspecto “megalítico” - casas construídas com blocos maiores que o usual, fornos com grandes pedras afeiçoadas, lameiros cercados por lajes com até dois metros de altura - e próxima de uma das mais importantes necrópoles neolíticas do país, cujos dolmens foram em parte destruídos pelos construtores da região. Indica-se pesquisa que confirme em região com aldeias similares, como a serra do Brunheiro, se há pedras atuais que possam ter sido esteios de dolmens e locais onde ainda se afeiçoem lajes da mesma forma. O autor acredita que o próprio ambiente montanhoso é fonte de arcaísmos aparentes, porém anota a persistência da técnica e a continuidade do gosto e aptidão para mover grandes lajes de granito. Em suma, a continuidade de uma civilização que remonta ao fim do Neolítico, quando o pastoreio e a agricultura fixaram populações no solo. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 6 Julho, 2013 - 15:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
sábado, 21 Junho, 2014 - 15:15
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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