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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Auto-construction in Africa: Prospects and ambiguities

ISBN ou ISSN: 

ISSN: 0264-2751/84/060575-05

Autor(es): 

Alberto Arecchi

Referência bibliográfica: 

ARECCHI, Alberto. Auto-construction in Africa: Prospects and ambiguities. In: Cities. Londres: Butterworth & Co (Publishers) Ltd, Nov. 1984, p.575-579.
 

Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Alberto Arecchi é um arquiteto italiano nascido em 1947. Atua como arquiteto, professor e é perito na Cooperação para o Desenvolvimento.
Informações obtidas em: https://www.correiodoporto.pt/dooutromundo/porto-visto-por-alberto-arecchi
 

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

Neste artigo, Arecchi aborda as perspectivas e ambiguidades que tangem o processo de autoconstrução em países em desenvolvimento no continente africano, focalizando a Argélia. O autor avalia a forma com a qual este processo construtivo têm sido organizado, sendo uma alternativa eficiente e viável na busca pela independência econômica e social de países em desenvolvimento, mas que precisa ser implementado de forma cuidadosa no que diz respeito às políticas públicas, à participação de empresas e organismos internacionais e de técnicos, de modo que a autoconstrução não gere um ciclo de dependência econômica e tecnológica destas comunidades em relação a outrem. Em sociedades ocidentais hiperindustrializadas, a autoconstrução e a bricolagem representam uma alternativa em direção à autossuficiência que permite ao homem controlar seu próprio ambiente construído. Contudo, em países como a Algéria, que ainda não se encontram em um estágio avançado de industrialização, a autoconstrução é muitas vezes vista como um sintoma tradicional de pobreza e a sua proposta como processo construtivo pode soar neocolonialista e antagonista da modernização. Arecchi defende que a autoconstrução é uma maneira de desenvolver consciência e ajuda mútua em uma comunidade, embora, muitas vezes, no continente africano seja difícil de se obter coesão popular devido às diferenças étnicas, religiosas e culturais existentes entre a população. A ajuda mútua, contudo, pode ser observada a partir de três origens distintas descritas pelo autor: a coesão popular atingida mediante oposição comum à opressão de um poder já estabelecido; a participação popular guiada e organizada por empresas e organismos internacionais ou cooperações bilaterais; a proposta governamental de regimes progressistas que veem na autoconstrução e na autossuficiência produtiva uma forma de se atingir o desenvolvimento nacional. Este último, contudo, pode fazer a população se sentir forçada a aceder à autoconstrução ao invés de haver de fato uma mobilização popular em prol de um interesse comum, o que é danoso para a sua implementação enquanto programa governamental. Arecchi defende que a autoconstrução enquanto política deve ser avaliada no que tange seus benefícios sociais e econômicos a partir da consideração da vida do camponês (e sua capacidade de dedicar tempo e força produtiva para trabalhar também em sua própria casa), e a possibilidade de gerar emprego especializado e fonte de renda. Desta maneira, a ampla mobilização social em projetos de autoconstrução promove benefícios sociais e econômicos, com formas de envolvimento e cooperação variadas, sem constituir de mais um fator de exploração das capacidades produtivas da população através de trabalho gratuito e não especializado. O autor também coloca em pauta a relação entre o uso de materiais locais e a autoconstrução, suas conotações e possibilidades tecnológicas. Arecchi defende que o estudo das tecnologias tradicionais permite que a autoconstrução assistida obtenha resultados eficientes que não poderiam ser atingidos pelo que foi chamado de autoconstrução de subsistência. Além disso, o aperfeiçoamento de técnicas tradicionais e materiais que podem ser obtidos no local evita o gasto com a importação de materiais e equipamentos de construção civil de outros países. Contudo, a crença coletiva de que o progresso advém da industrialização (e o consequente status econômico e social desta escolha) impulsiona a preferência pela importação de materiais e técnicas em detrimento das soluções tradicionais. No processo de autoconstrução assistida, uma das maiores dificuldades existentes está na mudança da relação entre técnico e usuário e na adoção de uma linguagem pelos primeiros que possa ser facilmente compreendida e internalizada pelos últimos. Além disso, os projetos devem ser adaptados às condições locais de modo que seja possível a sua administração e manutenção com o mínimo de importações possível, através da capacitação de artesãos e técnicos que saibam aplicar e difundir melhorias tecnológicas. Este sistema de produção local que abrange a elaboração do projeto, o uso de equipamentos, materiais e mão de obra local faz com que o país tenha certa independência dos demais em níveis tecnológicos, sociais e econômicos, além de permitir que as comunidades dominem o processo de produção de seus próprios habitats, o que potencializa o desenvolvimento social do país.

 

Data do Preeenchimento: 
sábado, 20 Julho, 2019 - 15:00
Pesquisador Responsável: 

Natália Bessa

Data da revisão: 
segunda-feira, 5 Agosto, 2019 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna