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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Aparelhos de Elevar a Água de Rega – contribuição para o estudo do regadio em Portugal.

ISBN ou ISSN: 

978-989-8268-16-7

Autor(es): 

Jorge Dias e Fernando Galhano

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

DIAS, Jorge e GALHANO, Fernando. Aparelhos de Elevar a Água de Rega – contribuição para o estudo do regadio em Portugal. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1986.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Fernando Galhano (1904-1995) foi etnógrafo, desenhista e pintor português, além de um dos fundadores do Museu de Etnologia de Lisboa. Em colaboração com Jorge Dias, Ernesto Veiga de Oliveira, Benjamim Pereira e outros, participou em diversos trabalhos sobre arquitetura popular, alfaia agrícola, sistemas de transporte, cestaria, olaria, tecnologia têxtil, sistemas de moagem e pesca. 
António Jorge Dias (1907-1973), etnólogo português, realizou seu doutorado na Universidade de Munique. Foi professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais de Lisboa, e diretor da secção de etnografia do Centro de Estudos de Etnologia Peninsular. Notabilizou-se por trabalhos na área de Antropologia Cultural que partem da integração da vida material e espiritual, enquadrada no seu meio natural e cultural. 
A obra em exame foi publicada pela primeira vez em 1953, pela Junta de Província do Douro-Litoral, cidade do Porto. 
Informaçõe obtidas em: 

 

Sumário obra: 

Prefácio

Introdução

I – Regadio Sem Aparelhos

II – Aparelhos Movidos por Agentes Naturais

III – Aparelhos Movidos por Animais

IV – Aparelhos Movidos pelo Homem

V – Distribuição Geográfico

VI – Relações Históricas

VII – Considerações Finais

Resumo : 
Portugal, como o restante do sul da Europa, embora na faixa seca do planeta e sob a influência desértica do Saara, tem tal aridez mitigada pela grande superfície de evaporação do Mediterrâneo. Ainda que Portugal situe-se na área úmida da Península Ibérica, pela ação dos ventos atlânticos, possui verões com condições climáticas mediterrâneas. Nesse país, até 10% do território é irrigado, sem grandes obras, a partir da iniciativa particular, com pequenas nascentes ou poços e, nelas, alguns sistemas de distribuição de águas comuns por meio de velhas organizações comunitárias. A presença maior é na área mais chuvosa do país, o Noroeste, onde há condições para ação individual. São, portanto, as técnicas de irrigação ou “rega” de Portugal que este livro pretende estudar, com fartura de fotos e desenhos ilustrativos dos maquinismos, além de mapas que indicam os casos e sua distribuição. Distingue-se, inicialmente, os perfis gerais das formas de rega. Há as “águas de lima”, onde se mantém uma película permanente de água para irrigar e evitar os danos das geadas. Há a “rega pelo pé”, com valas abertas a enxada, no momento da irrigação, com água vinda de ribeiros ou represas. E, por fim, a “rega à manta”, com a água alastrando-se naturalmente pelo terreno. A rega se divide ainda naquelas de “abundância”, onde se reforçam os agentes naturais metereológicos, como no cultivo europeu dos fenos, e as de “carência”, que visam captar e reter as águas para regar hortas, pomares e campos no verão e são comuns na bacia do Mediterrâneo e no Oriente. O regadio sem aparelhos é a forma mais antiga, aproveitando nascentes naturais. Com água pouco abundante, usam-se pequenas represas, de pedra ou mesmo terra, abertas uma vez alcançado o volume. Nas ilhas de Madeira aparece um sistema de rega de magnitude excepcional, com canais de pedra, as levadas, e, nestas, aquelas de uso comunitário – as levadas do povo – controladas pelo juiz de levadaEste é análogo a outras figuras semelhantes em Portugal que derivam de formas de gestão coletiva originárias do idiossincrático direito consuetudinário sobre o uso das águas de cada comunidade. As barragens do Alentejo usam os mesmos princípios da rega nortista, com maior arrojo nas construções, já que, se no norte havia nascentes naturais ou de mina pelos solos graníticos, no sul não ocorre isso e as chuvas são mais escassas, captadas no inverno para abastecer no verão. Na captura das águas com uso de aparelhos, há a diferença de sua força motriz por meio de agentes naturais, animais e homens. Nos aparelhos movidos por agentes naturais, lança-se mão do vento e da própria água. O aproveitamento do vento se dá por moinhos, com maior concentração no sul de Portugal – com uso de barrotes para captar o vento, com ou sem velas, com ou sem pás de madeira. Menos eficiente do que as noras, são porém mais baratos. O aproveitamento da água se dá, em sua maioria, por “rodas hidráulicas”, onde a mesma água que irriga os campos é a que movimenta o aparelho. De maior freqüência ao norte, em alguns casos, se canaliza a água que alimenta a roda por “calhões” e “sobrecalhões”. As rodas hidráulicas são descritas exaustivamente, por tipos de rodas e seus alcatruzes. Outros aparelhos que usam a água como força motriz são os “engenhos de copos” e os “estanca-rios”. Entre os aparelhos movidos por animais, os autores identificam quatro tipos: “noras de alcatruzes, noras de sarilhos, rodas de alcatruzes e engenhos de bucha”. Identificam, ainda, sucessivos tipos e subtipos, considerando o material, o tipo de eixo e outros pormenores. Observam ainda sobre as adaptações, a construção e o reparo dos engenhos, as formas modernas de ferro fundido e os abrigos feitos para proteger os maquinismos, em geral telheiros. Os aparelhos movidos pelo homem são mais diversos, empregados em pequenas áreas – hortas e pequenos campos – ou em lugares carentes de agentes naturais e animais. Os tipos são muito variados: “noras de copos manuais, engenhos de buchas manuais, roldanas, sarilhos, picotas ou cegonhas, bombas de rebiço, bombas de tear, rodas de tirar água, rodas de ferro, pontarias de pé, cegonhos, e ainda cabaços, garabatos e cestos de vime”. A obra não se propõe a ser um inventário sistemático de tais técnicas em Portugal, mas há a preocupação, recorrente nesse tipo de estudo antropológico, de assinalar a distribuição das técnicas ao longo do país e, por meio de pesquisa bibliográfica, inferir a origem de cada modalidade técnica, com maior ou menor êxito em cada caso. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 8 Dezembro, 2013 - 15:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
segunda-feira, 16 Junho, 2014 - 15:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna