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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

terreiro

ISBN ou ISSN: 

Sem dados.

Autor(es): 

Edison Carneiro

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz.

Referência bibliográfica: 

CARNEIRO, Edison. Candomblés da Bahia. 7ed. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1986.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Edison Carneiro, nascido em Salvador em 1912, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Bahia em 1936. Trabalhou em jornais como O Estado da Bahia e Bahia-Jornal, na Bahia, e depois para o The Associated Press, Última Hora e Jornal do Brasil quando morando no Rio de Janeiro. Desde 1949 trabalhou no Departamento Econômico da Confederação Nacional da Indústria e, desde 1953, na CAPES – Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Ministério da Educação e Cultura, como redator do seu boletim mensal. Foi professor da Biblioteca Nacional e professor-visitante nas Faculdades de Filosofia de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Paraná. Teve ativa participação em comissões e eventos diversos ligados aos estudos culturais brasileiros e afro-brasileiros, com obras fundamentais na área, como Negros bântus (1937), Candomblés da Bahia (1948), Religiões Negras (1966) e Folguedos Tradicionais (obra póstuma, 1974).
Fonte: CARNEIRO, Edison. Candomblés da Bahia. 7ed. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1986.

Sumário obra: 

Notícia Biográfica de Edison Carneiro
Bibliografia
Os Cultos de Origem Africana no Brasil
1) O modelo de culto
2) Irradiação
3) Um fenômeno de cidade
4) Designações
5) Monoteísmo
6) Características
a) a possessão pela divindade
b) o caráter pessoal da divindade
c) o oráculo e o mensageiro
7) Áreas e tipos
8) Subtipos
9) Folclorização
10) Permanência
11) O último reduto
12) Subcultura
 
Candomblés da Bahia

I
1) Fisionomia geral da casa de candomblé
2) A casa como habitação – a luz e a água
3) Estudo das condições de habitação no Engenho Velho

II
1) Procedência africana dos candomblés
2) Os candomblés atuais
3) A obra do sincretismo
4) Localização dos candomblés
5) Antiguidade do candomblé do Engenho Velho
6) Uma frase de Aninha

III
1) Como se desenrola uma festa de candomblé
2) Pequenos incidentes

IV
1) Ôlôrun, Zaniapombo, Ôxalá
2) Os ôrixás nagôs
3) As iyabás
4) Óssâe e Óbá
5) Êxu
6) Ibêje, os gêmeos
7) Os vôdúns jêjes
8) Dã
9) Os inkices de Angola e do Congo
10) Os encantados caboclos
11) Martim-Pescador
12) Os presentes para a mãe-d´água
13) O caruru de Cosme e Damião
14) A representação dos deuses
15) Visão de conjunto

V
1) A liturgia dos candomblés
2) As homenagens coletivas aos ôrixás
3) Saudações especiais
4) Os encantados pedem cachaça
5) Danças
6) A orquestra dos candomblés
7) Ritos de purificação
8) Malembes
9) Salva o galo
10) Ingôrôci
11) Provas da possessão
12) Repastos comunais
13) Distribuição dos dias da semana entre os orixás

VI
1) O caráter pessoal dos orixás
2) A feitura do santo
3) A compra e a quitanda das iaôs
4) O kêlê, símbolo de sujeição
5) Iaôs e ébômins
6) Posição da filha dentro do Candomblé
7) Condição social e econômica das filhas
8) Filhas de Aninha, de Maria Neném e de Flaviana

VII
1) Os chefes dos candomblés
2) Pais e mães
3) A concorrência masculina
4) Saudações devidas à mãe
5) O exercício da autoridade

VIII
1) Divisão do poder espiritual nos candomblés
2) A mãe-pequena
3) O axôgún, sacrificador de animais
4) Os ògãs
5) Filhas e filhos
6) As ékédes
7) As abiãs, força de reserva
8) Um ofício de mulher
9) Seniority

IX
1) Os babalaôs
2) Martiniano do Bonfim e Felisberto Sowzer
3) Olhar com o Ifá
4) A concorrência dos chefes de candomblé
5) Os èluôs de hoje

Notas à margem

Anexos
Memento Nominum
Vocabulário de Termos Usados nos Candomblés da Bahia

 

 

Resumo : 

Do livro, a seção I e suas subções - 1) Fisionomia geral da casa de candomblé, 2) A casa como habitação – a luz e a água, 3) Estudo das condições de habitação no Engenho Velho – lidam com os aspectos físicos do terreiro de candomblé e seu entorno. O lugar onde se realizam as festas é chamado de candomblé e de “terreiro” e “roça”, e ainda “aldeia”, nos cultos com influência ameríndia. Os terreiros de Salvador situam-se nos subúrbios mais afastados, no meio do mato. Alguns estão à beira da linha de bonde, ainda que no mato, enquanto os mais novos estão em casas quaisquer. As casas de candomblé são iguais às casas pobres: de pau a pique, caiadas às vezes e, em geral, sobre chão de barro batido, onde as mulheres deveriam dançar descalças. As paredes não vão até o teto e delas parte a estrutura que sustenta a cobertura, quase sempre de palha e, vez por outra, de telha-vã ou zinco. O interior possui longos corredores distribuindo para pequenos quartos e salas para usos diversos. No perímetro da casa, janelas e portas estreitas, pouco altas, de acabamento tosco. O lugar das festas é o barracão: nos edifícios quaisquer estavam ao fundo, cobertos de palmas verdes ou na sala de visitas; naqueles construídos para esse fim, eram parte do corpo da casa ou uma construção independente de forma retangular. Acima da porta, um chifre de boi, arco ou quartinha de barro votiva, em homenagem à divindade protetora da casa, e talvez uma cruz de madeira. Nas paredes internas, pinturas primitivas e, no fundo do recinto, cadeiras de braços, poltronas e sofás para visitas importantes. A um lado, separado por cerca de madeira, o lugar dos atabaques e, do outro, um altar católico, com santos importantes à gente da casa. Junto às paredes estão bancos de madeira para os assistentes, divididos por sexo e categoria. No centro dançam as mulheres nas festas. Quando a casa está numa roça, há estabelecimentos menores ao seu redor: casinholas de um ou dois compartimentos e árvores sagradas onde estão os assentos de alguns orixás, distribuídos segundo características próprias, enumeradas pelo autor. Para construir um barracão e seus alicerces se procede a rituais. Velhas e meninos moram na casa, enquanto pessoas em processo de iniciação são hóspedes temporários. As filhas de santo e ogãs têm pequenas casas nas vizinhanças. A casa é uma habitação precária. Das paredes, de pau a pique, cai o barro ou estala o reboco. Os quartos são pequenos, quentes no verão e úmidos no inverno. O piso se enlameia com as chuvas e há limo nas paredes externas e fuligem nas internas, sem reboco, com exceção da sala de festas. As janelas são frágeis e as portas, rústicas. A luz natural é insuficiente, usando-se candeeiros a querosene ou carbureto, cuja fumaça suja as paredes e contamina o ar. Se há luz elétrica, está apenas nos lugares mais importantes: no barracão, na sala de estar e talvez no quarto dos orixás. A água vem de cisternas, fontes ou riachos próximos, trazida pelas mulheres em latas de querosene à cabeça, e é onde elas fazem o serviço de lavadeiras. A água tem pouca importância na vida civil. O banho de asseio é sumário, ainda que presente na vida religiosa. Não há vasos sanitários, exceto alguns urinóis. As mulheres fazem as necessidades no mato. Segue-se uma descrição mais detalhada do terreiro do Engenho Velho da Federação, com plantas esquemáticas.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 15 Outubro, 2020 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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