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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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MESTRES e Artífices de Pernambuco

ISBN ou ISSN: 

978-85-7334-218-5

Autor(es): 

Andrea Zerbetto

Onde encontrar: 

Bibliotecas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN

Referência bibliográfica: 

MESTRES e Artífices de Pernambuco/coordenação de Andrea Zerbetto e Rodrigo Torres. Brasília-DF: Iphan, 2012.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Andrea Zerbetto é arquiteta e urbanista formada pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, em 1997. É também especialista em História da Cultura e da Arte pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 
 
Rodrigo Torres é arquiteto e urbanista graduado pela UFMG em 1999. Os organizadores dessa obra são sócios da ARO Arquitetos Associados, empresa que venceu a licitação lançada pela UNESCO, a partir de financiamento do Programa Monumenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para a realização da pesquisa que resultou na publicação deste livro. Esta pesquisa, se insere, se insere no Programa Mestres e Artífices, desenvolvido pelo Departamento do Patrimônio Imaterial do IPHAN. 
Sumário obra: 
Apresentação 
Introdução 
Pedra 
Areia e Cal 
Estuques 
Ferro 
Madeira 
Talha 
Pintura de Alvenaria 
Azulejaria 
Produção Artesanal 
Fontes Bibliográficas 
Resumo : 

A obra corresponde à primeira publicação relacionada ao desenvolvimento do Projeto Mestres e Artífices, implantado pelo Departamento do Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em parceria com o Programa Monumenta e Unesco- Brasil. O objetivo desse projeto, de âmbito nacional, é o mapeamento, identificação e cadastramento dos mestres de ofícios ligados às técnicas construtivas tradicionais ainda em vigência no Brasil, bem como dos ofícios artísticos que integram construções realizadas com essas técnicas. A publicação em exame refere-se ao estado de Pernambuco, mas o foco principal da pesquisa ocorreu em Recife e em municípios de sua região metropolitana, notadamente Olinda e Igarassu, onde vivem os mestres e artífices mais experientes e conhecidos e onde se concentra o seu principal mercado de trabalho, o que é decorrência da concentração nesta área de edifícios antigos e obras de conservação e restauração. Essa concentração e essas atividades têm mantido em vigência essas técnicas e saberes em Pernambuco. Nesta publicação, as técnicas construtivas tradicionais são definidas como “processos e procedimento de utilização dos materiais de construção, transmitidos pelos costumes e práticas passados de geração em geração, de pai para filho”. Na Introdução resgata-se sua história e a dos materiais mais utilizados em Pernambuco a partir da colonização portuguesa, além da dos carpinas-marceneiros e ferreiros, que faziam parte da tripulação cativa das embarcações portuguesas, e dos mestres oleiros, alvanéis e canteiros que vieram com as primeiras levas de colonizadores. As técnicas desses mestres foram adaptadas ao solo argiloso, ao calcário e ao arenito e à grande abundância de madeiras da região. Com esses materiais e por meio dos sistemas construtivos da alvenaria de tijolos e de pedras, das estruturas e componentes de madeira e dos revestimentos e pinturas a base de cal desenvolveu-se uma arquitetura de base portuguesa que dominou os edifícios mais importantes e a arquitetura residencial. Nas edificações mais simples, o sistema utilizado era a taipa de mão, com estrutura e trama em madeira e telhados de palha. A cultura naval dos primeiros carpinas revelava-se nas tesouras das coberturas, em especial as denominadas de canga de burro, que lembram quilhas de barco invertidas. Foi no período colonial que se desenvolveu em Pernambuco a técnica da cantaria, bem como a arte dos marceneiros, dos entalhadores e dos pintores envolvidos na construção das grandes igrejas pernambucanas. A riqueza proporcionada pela produção do açúcar alimentou o desenvolvimento dessas técnicas que, afirma-se, não teriam sido produto de contatos com indígenas e africanos, mas sim oriundas da adaptação da tradição portuguesa. Observa-se que poucos mestres ainda sobrevivem, sendo a maioria dos profissionais em atividades, seus discípulos. Avalia-se, contudo, que essas técnicas estariam “adormecidas” em cidades do interior como Exu, Petrolina, Araripina, Salgueiro, Floresta e outras. Organizada a partir dos ofícios que lidam com determinado material, a obra registra a história de vida, as principais obras, o conhecimento, a técnica, o aprendizado e as formas de transmissão do conhecimento de 37 profissionais destacados, assim distribuídos: seis profissionais da pedra – os mestres canteiros ou cantéis –; sete pedreiros ou alvanéis – mestres das alvenarias e das argamassas de areia e da cal –; três mestres estucadores – pedreiros especializados que com formas, argamassas e gesso produzem e restauram ornamentos artísticos em baixo relevo –; seis profissionais do ferro – os mestres ferreiros ou forjadores –; sete profissionais da madeira – mestres carpinteiros, mestres marceneiros, mestres torneiros e mestres entalhadores –; dois mestres pintores de alvenarias; dois mestres restauradores, conservadores e confeccionadores de azulejos; e, por fim, sete mestres e uma mestra ligados à produção artesanal de telhas, lajotas e ladrilhos cerâmicos e hidráulicos na região rural de Bezerros, já fora da área foco da pesquisa. O estudo apresenta também oficiais e artesãos ligados aos ofícios tratados e a obra é fartamente ilustrada com fotografias dos mestres entrevistados, obras, peças e objetos, bem como de ferramentas e de alguns processos de trabalho. Embora a publicação tenha o mérito de identificar os principais mestres e artífices em atividade, cabem algumas ressalvas: as descrições das técnicas e dos modos de fazer são superficiais, informando-se mais sobre a história de vida dos entrevistados do que sobre os seus saberes. Além disso, foram incluídos alguns profissionais cujo aprendizado ou formação não se deu no âmbito do canteiro ou da transmissão oral ou informal, mas sim por meio de cursos, inclusive fora do Brasil, o que não permitiria inseri-los no universo da cultura tradicional e popular ligada à construção e, ainda, no próprio conceito de técnica construtiva tradicional expresso na Introdução da publicação. 

Data do Preeenchimento: 
domingo, 11 Maio, 2014 - 11:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 11:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz