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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Shanobo

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. “Yanoama, Amazonas” In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.639-1.640.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. A primeira edição da obra em exame é de 1997. 

Resumo : 
O verbete informa que os indígenas “Yanoama”, também denominados “Yanomama” [Yanomami], “Waiko”, “Shirishana” e “Guaharibo”, vivem na Venezuela e na Amazônia brasileira. Assentam-se longe dos rios, são caçadores experientes e cultivam plantas, embora sejam conhecidos como “paleoindígenas”. A tecnologia “Yanoama” é simples e acessível a todos. O item mais significativo é o shabono, ou clareira habitada, que pode ser composto por uma única grande casa com telhado cônico e saída para fumaça, ou por uma construção bem maior com grande área no centro. Na forma mais extrema pode ser uma construção periférica contínua, com telhado único inclinado, formando uma grande praça central ou espaço comunal. Formas e tamanhos estão relacionados à quantidade de pessoas no grupo, a fissuras nas relações de parentesco e à estrutura social que estabelece novas linhas a partir de casamentos exogâmicos. O shanobo é construído em partes, cada uma pelo chefe da família que o vai habitar. Os segmentos são como os abrigos temporários usados na época seca quando há incursões na floresta. Pilares de madeira dura formam a estrutura do abrigo, com peças menores (cerca de 1,50 m) postas atrás e outras duas vezes maiores a 3,00 m de distância em direção ao espaço central. Peças horizontais são presas com cipó à guisa de terças e cumeeira entre os pares de pilares. Esta estrutura, cujos apoios têm disposição aproximadamente triangular entre si, é combinada com outras iguais feitas por outra família, formando um círculo. O número dessas unidades determina o tamanho do círculo. Galhos ou madeiras finas e compridas, com cerca de 9m, formam uma trama leve sobre cumeeira e terças, compondo uma cobertura em dossel com cerca de 30o de inclinação. Galhos ou cipós são entretecidos nesta trama para fixação das folhas de palmeira bisha, presas em camadas sucessivas, formando uma cobertura resistente às chuvas. Quando as unidades residenciais estão prontas, são dispostas a intervalos de 1,00 metro, os quais são depois fechados e cobertos, exceto onde são definidas as entradas. Uma paliçada defensiva é construída em volta deste conjunto. Nas unidades familiares, cujas aberturas são voltadas para o centro, as redes de dormir são presas nos pilares em arranjo triangular em torno da lareira. Cabaças e cestos pendem da cobertura e a lenha é estocada verticalmente no fundo formando uma parede. A área do beiral é semi-pública e as cerimônias principais ocorrem no espaço central. O shabono pode ter 15, 30 ou 60 m de diâmetro, acomodando até 160 pessoas. Dura geralmente dois anos e o processo de construção e destruição é parte da vida social dos “Yanoama”. Devido aos contatos com missionários, a partir dos anos 70, casas próximas dos rios passaram a ser construídas, por vezes com telhados de duas águas como as dos vizinhos Yukuna. O verbete é ilustrado com desenhos. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 29 Novembro, 2013 - 12:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Referência bibliográfica citada e recomendada:

CHAGNON, Napoleon A. Yanomamõ: the Fierce People. New York, London: Holt, Rinehart & Winston, 1968.

CHAGNON, Napoleon A. Yanomamõ: the Last Days of Eden. San Diego: Harcourt Brace Jovanovich, 1992.

LIZOT, Jacques. “Contribution à l'étude de la technologie Yanomami”. Antropológica, Caracas : Fundación La Salle de Ciencias Naturales, n. 38, p. 15-33, 1974.

MILLIKEN, William; ALBERT, Bruce. “The construction of a new Yanomami round-house”. Journal of Ethnobiology, s.l. : s.ed., v. 17, n. 2, p. 215-33, 1997.

SMOLE, William J. The Yanoama Indians, a Cultural Geography. Austin: University of Texas Press, 1976.

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