view_slideshow

Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Brasil

ISBN ou ISSN: 

Os volumes de I a V não possuem ISBN. Vol. VI: 85-86485-61-6 Vol. VII: 85-7505-045-1

Autor(es): 

Paulo Ormindo David de Azevedo

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

BAHIA. Secretaria da Indústria e Comércio. IPAC-BA: Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia. Salvador: Secretaria da Indústria e Comércio, 1975-2002. 7v.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paulo Ormindo David de Azevedo (Coord.) possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (1959), especialização em Geografia Urbana pela University of Wisconsin – Madison (1960), especialização em Internacional de Prospecção Arqueológica pelo Instituto Politécnico de Milão (1969), especialização em Specialisation Pour La Conservation Et La Restaura pela International Center Of Conservation And Restoration Of Monuments And Sites (1969) e doutorado em Perfezionamento Per Lo Studio Dei Monumenti pela Università degli studi di Roma Ter (1970). Atualmente é professor titular da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: restauro, centro histórico, Salvador.  (Plataforma Lattes, em 30/05/2014).
Sumário obra: 

Volume I – Monumentos do Município do Salvador

Introdução - 01

Planta do Município do Salvador - 05

Planta do Centro Histórico - 07

1.0 Arquitetura Religiosa Assistencial ou Funerária - 09

1.1 Arquitetura Militar - 131

1.2 Arquitetura Civil de Função Pública - 149

1.3 Arquitetura Civil de Função Privada - 193

1.4 Arquitetura Industrial ou Agrícola - 299

Normas de Execução do IPAC - 305

Bibliografia sobre arte, arquitetura e evolução urbana da Bahia - 311

Volume II – Monumentos e Sítios do Recôncavo - I parte

Introdução ao Recôncavo - 11

Mapa do Recôncavo - 17

Município de Amélia Rodrigues - 19

Município de Candeias - 27

Município de Catú - 51

Município de Itaparica - 59

Município de Lauro de Freitas - 83

Município de Mata de S. João - 87

Município de Santo Amaro - 93

Município de São Francisco do Conde - 159

Município de São Sebastião do Passé – 211 

Município de Simões Filho - 227

Município de Teodoro Sampaio - 231

Município de Terra Nova - 239

Município de Vera Cruz - 253

Normas de Execução do IPAC - 269

Bibliografia - 281

Volume III – Monumentos e Sítios do Recôncavo - II parte

Mapa do Recôncavo - 13

Município de Aratuípe - 15

Município de Cachoeira - 27

Município de Conceição de Feira - 139

Município de Conceição do Almeida - 147

Município de Jaguaripe - 159

Município de Maragojipe - 185

Município de Muniz Ferreira - 227

Município de Muritiba - 231

Município de Nazaré - 239

Município de Salinas da Margarida - 297

Município de Santo Antônio de Jesus - 305

Município de São Félix - 327

Município de São Felipe - 349

Município de São Gonçalo dos Campos - 365

Bibliografia - 377

Índice geral dos monumentos do Recôncavo - 383

Volume IV – Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina

Introdução - 13

Mapa do estado da Bahia - 25

Serra Geral - 27

Mapa da Microrregião 137 - 28

Brumado - 29

Caetité - 41

Condeúba - 75

Cordeiros - 85

Guanambi - 87

Ibiassucê - 91

Igaporã - 95

Jacaraci - 97

Livramento de N. Senhora - 99

Palmas de Monte Alto - 127

Pindaí - 137

Riacho de Santana - 139

Urandi - 147

Diamantina Meridional - 149

Mapa da Microrregião 136 - 150

Abaíra - 151

Andaraí - 157

Boquira - 187

Ibitiara - 189

Ituaçu - 191

Jussiape - 195

Lençóis - 201 

Macaúbas - 255

Mucugê - 257

Palmeiras - 291

Paramirim - 297

Piatã - 301

Rio de Contas - 307

Seabra - 357

Tanhaçu - 359

Utinga - 361

Diamantina Setentrional - 365

Mapa da Microrregião 135 - 366

Barra do Mendes - 367

Gentio do Ouro - 369

Uibaí - 371

Piemonte da Diamantina - 373

Mapa da Microrregião 139 - 374

Jacobina - 375

Bibliografia - 391

Volume V – Monumentos e Sítios do Litoral Sul

Introdução - 13

Mapa do estado da Bahia - 29

Tabuleiros de Valença - 31

Mapa da Microrregião 152 - 32

Município de Cairu - 33

Município de Camanu - 71

Município de Ibirapitanga - 117

Município de Ituberá - 119

Município de Marau - 125

Município de Nilo Peçanha - 131

Município de Taperoá - 139

Município de Valença - 173

Cacaueira - 199

Mapa da Microrregião 154 - 200

Município de Belmonte - 201

Município de Canavieiras - 219

Município de Ilhéus - 223

Município de Itacaré - 251

Município de Itapé - 255

Município de Lomanto Júnior - 257

Município de Uruçuca - 265

Litorânea do Extremo Sul - 267

Mapa da Microrregião 156 - 268

Município de Alcobaça - 269

Município de Caravelas - 295

Município de Mucuri - 321

Município de Nova Viçosa - 323

Município de Porto Seguro - 333

Município de Prado - 411

Município de Santa Cruz Cabrália - 415

Bibliografia - 423

Volume VI – Monumentos e Sítios das Mesorregiões do Nordeste, Vale Sanfranciscano e Extremo 

Oeste da Bahia

Apresentação - 07

Mapa do estado da Bahia - 14

Introdução - 15

Álbum de Memória - 39

Mesorregião do Nordeste Baiano - 63

Mapa da Mesorregião 04 - 64

Município de Alagoinhas - 65

Município de Aporá - 89

Município de Aramari - 93

Município de Banzaê - 97

Município de Biritinga - 99

Município de Candeal - 101

Município de Cardeal da Silva - 103

Município de Cícero Dantas - 109

Município de Conceição do Coité - 115

Município de Conde - 117

Município de Crisópolis - 127

Município de Entre Rios - 129

Município de Esplanada - 133

Município de Euclides da Cunha - 137

Município de Gavião - 139

Município de Geremoabo - 141

Município de Ichu - 147

Município de Inhambupe - 149

Município de Itapicuru - 155

Município de Jandaíra - 159

Município de Lamarão - 165

Município de Monte Santo - 169

Município de Nova Soure - 181

Município de Paripiranga - 183

Município de Queimadas - 185

Município de Riachão do Jacuípe - 193

Município de Ribeira do Amparo - 195

Município de Ribeira do Pombal - 197

Município de Rio Real - 199

Município de Santaluz - 211

Município de Serrinha - 213

Município de Sítio do Quinto - 227

Município de Tucano - 231

Município de Uauá - 233

Mesorregião Centro Norte Baiano - 235

Mapa da Mesorregião 03 - 236

Município de Itiúba - 237

Município de Jaguarari - 239

Município de Saúde - 241

Município de Senhor do Bonfim - 243

Mesorregião Vale Sanfranciscano da Bahia - 255

Mapa da Mesorregião 02 - 256

Município de Abaré - 257

Município de Barra - 259 

Município de Bom Jesus da Lapa - 279

Município de Carinhada - 295

Município de Chorrochó - 301

Município de Curaça - 307

Município de Ibotirama - 313

Município de Juazeiro - 315

Município de Paratinga - 341

Município de Xique-Xique - 363

Município de Malhada - 369

Mesorregião Extremo Oeste Baiano - 373

Mapa da Mesorregião 01 - 374

Município de Baianópolis - 375

Município de Barreiras - 377

Município de Brejolândia - 385

Município de Cocos - 387

Município de Cotegipe - 389

Município de Formosa do Rio Preto - 391

Município de Santa Maria da Vitória - 393

Município de Santana - 399

Município de São Félix do Coribe - 407

Município de Serra Dourada - 409

Documentação Primária - 411

Depoimentos Verbais - 412

Bibliografia - 415

Volume VII – Monumentos da Região Pastoril do Estado da Bahia

Introdução - 13

Mapa do estado da Bahia - 33

Mesorregião Centro Norte Baiano - 35

Mapa da Mesorregião 03 - 36

Município de Água Fria - 37

Município de Antonio Cardoso - 39

Município de Coração de Maria - 41

Município de Elísio Medrado - 49

Município de Feira de Santana - 55

Município de Iaçu - 113

Município de Ipecaetá - 131

Município de Ipirá - 135

Município de Irará - 147

Município de Itaberaba - 163

Município de Ouriçangas - 177

Município de Pedrão - 181

Município de Rafael Jambeiro - 189

Município de Santa Bárbara - 193

Município de Santa Terezinha - 201

Município de Santo Estevão - 205

Município de Serra Preta - 211

Município de Tanquinho - 213

Mesorregião Centro Sul - 223

Mapa da MR 06 - 224

Município de Amargosa - 225

Município de Brejões - 259 

Município de Caetanos - 275

Município de Cravolândia - 277

Município de Itaquara - 281

Município de Itiruçu - 287

Município de Jaguaquara - 291

Município de Jequié - 299

Município de Jiquiriçá - 305

Município de Laje - 309

Município de Maracás - 315

Município de Milagres - 325

Município de Mirante - 333

Município de Nova Itarana - 337

Município de Planaltino - 345

Município de Poções - 347

Município de Santa Inês - 349

Município de São Miguel das Matas - 353

Município de Ubaíra - 363

Município de Vitória da Conquista - 385

Mesorregião 05 e 07 - 399

Município de Castro Alves - 401

Município de Itapebi - 421

Documentação Primária - 425

Depoimentos Verbais - 426

Bibliografia - 430

Resumo : 
Trata-se de um levantamento (inventário) do patrimônio edificado do estado da Bahia, elaborado entre os anos de 1975 e 2002 e publicado por partes, totalizando sete volumes. Em virtude do crescimento urbano desordenado e da falta de planejamento para desenvolvimento das cidades, grande parte do acervo cultural baiano passou por processos de destruição. Com o intuito de promover um maior entrosamento entre as políticas de desenvolvimento e de preservação, conscientizando a população da importância do patrimônio cultural que lhe pertence, o coordenador desta obra, o arquiteto baiano Paulo Ormindo de Azevedo, considera que uma das medidas preliminares para alcançar esses objetivos é a realização de um inventário sistemático de proteção dos bens de interesse cultural (naturais e manufaturados). Segundo ele, esse levantamento deve reunir os elementos necessários e suficientes para uma identificação precisa dos monumentos e sítios, do seu estado de conservação e uso, e de seus vínculos com o contexto físico e social, tendo em vista sua salvaguarda. Inspirado no Inventário de Proteção do Patrimônio Cultural Europeu (IPCE), que teve suas diretrizes metodológicas publicadas na Itália no começo da década de 1970, o trabalho é composto por fichas que trazem informações diversas dos monumentos e sítios inventariados, incluindo levantamentos arquitetônicos e fotográficos, além de recomendação para a aplicação de graus diferenciados de proteção, por vezes, acompanhados de proposta para proteção do bem em análise. O Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia pretende ser um instrumento técnico-administrativo destinado a facilitar a tarefa de preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico do estado. Dessa forma, não se restringiu ao levantamento do patrimônio já reconhecido legalmente, procurando realizar um cadastramento cultural sistemático do território, que pudesse servir de base ao planejamento urbano-territorial e não apenas à preservação de alguns edifícios isolados. Ao mesmo tempo, o inventário não objetiva esgotar o conhecimento sobre os monumentos baianos, devendo ser atualizado permanentemente. O coordenador afirma acreditar que a simples divulgação de valores culturais é uma das mais eficientes formas de proteção dos bens culturais. A obra está organizada em sete volumes, divididos a partir de critérios regionais, da seguinte forma: Volume I – Monumentos do Município do Salvador; Volume II – Monumentos e Sítios do Recôncavo - I parte; Volume III – Monumentos e Sítios do Recôncavo - II parte; Volume IV – Monumentos e Sítios da Serra Geral e Chapada Diamantina; Volume V – Monumentos e Sítios do Litoral Sul; Volume VI – Monumentos e Sítios das Mesorregiões do Nordeste, Vale Sanfranciscano e Extremo Oeste da Bahia; Volume VII – Monumentos da Região Pastoril do Estado da Bahia. Em todos os volumes, percebe-se a presença constante de edifícios de arquitetura de cunho erudito, com destaque para construções religiosas e administrativas, especialmente nos volumes I,II e III. No entanto, por abranger todas as regiões do estado da Bahia, alcançando inclusive cidades pouco expressivas em termos do contexto econômico geral, vários exemplos de edificações tratadas como “arquitetura menor, de valor principalmente ambiental” aparecem nos levantamentos (particularmente nos volumes VI e VII), caracterizando assim a presença da arquitetura popular nesse inventário e demonstrando o reconhecimento desta enquanto patrimônio cultural. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 30 Maio, 2014 - 10:30
Pesquisador Responsável: 

Pedro Henrique Tajra Brito

Data da revisão: 
sábado, 30 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

ISBN ou ISSN: 

Não há essa informação.

Autor(es): 

Lúcio Costa

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

COSTA, Lucio. “Documentação Necessária”. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n° 01, Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1937, pp 31-39.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (1902-1998) foi arquiteto e urbanista, com papel decisivo na Arquitetura Moderna brasileira, no ensino de Arquitetura e Urbanismo e na relação estabelecida entre a arquitetura vernacular nacional e a produção contemporânea. Formou-se como arquiteto na Escola Nacional de Belas Artes, em 1924. Foi nomeado para dirigir a mesma instituição em 1930. Foi um dos autores do projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e da Saúde Pública – MESP (1936-43), co-autor do Pavilhão Brasileiro na Feira Universal de New York, em 1939, e autor do Plano-Piloto de Brasília (1957). Foi funcionário e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O artigo foi publicado pela primeira vez no número 01 da Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1937. 
Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 
Este artigo é um dos primeiros a ressaltar e louvar a origem popular da arquitetura civil do Brasil, do período colonial até a primeira década do século XX. É também um elogio à arquitetura moderna, definida por Costa como herdeira e ponto culminante do processo natural de evolução desta tradição popular portuguesa, “amolecida” no Brasil e preservada por mestres de obras vistos, muitas vezes, como incultos. Define esta arquitetura como “arte do povo” e de uma “rudeza acolhedora”, presente nas construções rurais, que associa à virilidade e às qualidades da “raça” portuguesa. Seria uma arquitetura “sem afetação”, desenvolvida “naturalmente”, com proporções justas, “sem make-up” e com “saúde plástica perfeita”. Para sua longa permanência teriam contribuído dificuldades materiais, a mão de obra inicialmente “bisonha” de índios e negros e a distância, esta responsável pelo “atraso” com relação à metrópole e pelo desinteresse por inovações. Para descrever essa arquitetura e suas qualidades, Costa focaliza o tema da casa. Além de grande valor arquitetônico, a casa teria importância na formação dos arquitetos pelas lições construtivas e espaciais que dá, as quais deveriam ser absorvidas com a ajuda dos “homens de ofício”, isto é, daqueles que garantiriam a exatidão técnica e a objetividade que a caracterizam. Um foco especial é colocado sobre as “casas pequenas”, de “três a cinco sacadas e porta de banda”, como as encontradas nas velhas cidades mineiras. As casas térreas “de pouca frente e muito fundo”, telhado de duas águas e cumeeira paralela à rua também são mencionadas e, por fim, também a “casa mínima” ou “do colono”, pois continuaria ainda viva em todo o país apesar do seu aspecto frágil. Feitas de “pau do mato próximo” e da terra do chão como “casas de bicho”, abrigam toda a família e fazem parte da terra como “o chão que continua”. Por isso, seria respeitável, digna e seu processo de confecção é visto como engenhoso: barro armado com madeira; piso elevado do chão; paredes caiadas para evitar humidade e barbeiro. Costa defende que este tipo de construção seja adotado para residências de verão e casas econômicas de um modo geral. Recomenda ainda estudar: os sistemas e processos de construção; as diferentes soluções de planta e suas variações regionais; os telhados simples que se “esparramam como asa de galinha” sobre alpendres, puxados e dependências; os forros de saia e camisa; as esquadrias cujo número aumenta com o tempo, até o surgimento da varanda; e, por fim, o mobiliário. Costa observa que até 1910 os mestres de obra estavam no bom caminho, pois seguiam essa tradição portuguesa de “não mentir”, utilizando materiais modernos como o ferro em escadas, colunas e perfis, com soluções plásticas tão modernas quanto as de Le Corbusier. Avalia que essas normas foram abandonadas, gerando a “confusão” que caracterizaria a arquitetura dos anos 1920 e 30, em razão do mal ensino da arquitetura, com sua confusa bagagem “técno-decorativa”, e do aparecimento do cinema que, difundindo imagens de bangalôs, castelos e outras, teria criado novos desejos na população. O texto é ilustrado com vários desenhos de Costa que acompanham as afirmações contidas no artigo. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 4 Maio, 2014 - 09:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Autor(es): 

Lílian Fessler Vaz

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
 
Referência bibliográfica: 
VAZ, Lilian Fessler. Contribuição ao Estudo da Produção e Transformação do Espaço da Habitação Popular - As Habitações Coletivas no Rio Antigo. Dissertação de Mestrado em Ciências (Planejamento e Urbanismo Regional) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1985. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lílian Fessler Vaz possui graduação no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (1967), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ (1985), doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela USP (1994) e pós-doutorado na Fondation Maison des sciences de l’ homme (MSH), de Paris (2002). Atualmente é professora colaboradora voluntária do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo PROURB/FAU/UFRJ, consultora do CNPq, da CAPES e de outras instituições. Foi coordenadora do PROURB (gestão 2008-2009 e 1998-2000), membro da diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional - ANPUR (gestão 2011-2013 e 1998-1999), da comissão editorial da Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais da ANPUR, coordenadora de convênios CAPES/DAAD e ProCultura CAPES/MinC e membro de convênios internacionais CAPES/COFECUB e CAPES/DAAD. Tem experiência na área de Planejamento Urbano, Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Cultura Urbana, Habitação e História da Cidade e do Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: urbanismo, história urbana, cultura urbana, habitação e Rio de Janeiro. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/1992208829900917
Sumário obra: 
1. O RIO DE JANEIRO NO PERÍODO DA TRANSIÇÃO 
2. AS CASAS – O ESPAÇO DA HABITAÇÃO 
3. A CRISE DA HABITAÇÃO NO RIO DE JANEIRO 
4. AS HABITAÇÕES COLETIVAS 
5. UM ESTUDO DE CASO: O CABEÇA DE PORCO 
6. CONCLUSÃO - REFLEXÕES 
Resumo : 
A autora investiga o espaço da habitação popular na cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, num período de transição econômica e social marcado pela intensificação da divisão social do trabalho, o que gerou transformações profundas no espaço arquitetônico e urbano. A pesquisa tem como objeto a habitação popular coletiva, ou cortiço, que é analisado quanto à sua arquitetura, significados, conteúdos, evolução e determinações incidentes. O cortiço é abordado como tema da história do Rio de Janeiro, assinalando-se o desprezo com que foi tratado pela história da arquitetura. Uma das intenções deste estudo é resgatar as características desta habitação popular, para além das que foram apontadas pelos médicos e sanitaristas. Para tanto, foram investigados aspectos comumente não abordados da moradia popular e sua estreita ligação com as transformações urbanas. A dissertação descreve o contexto histórico do Rio, o funcionamento da cidade, como espaços foram surgindo e como as habitações foram se modificando e propiciando transformações no sentido do habitar, em termos formais, funcionais, técnicos e estéticos. Antes de analisar o cortiço, a autora aborda as várias tipologias existentes de habitação popular: térreas e sobrados, habitações coletivas, estalagens, casas de cômodos e a “avenida” de casas enfileiradas. Descreve o uso, a permanência, a disposição dos espaços e as mudanças que foram ocorrendo nessas habitações populares tradicionais e mostra em desenhos como era o seu uso. O surgimento das habitações coletivas é descrito e aponta-se que a tipologia assume vários nomes, correspondendo a diferentes formas arquitetônicas, sendo o mais comum o cortiço, que também é visto como símbolo do século XIX. Textos da época que conceituam o cortiço são mencionados e são feitas comparações entre o cortiço e a senzala, pontuando-se suas diferenças. São ainda ressaltadas as semelhanças e diferenças entre estalagem e cortiço e detalhado o surgimento de outras denominações e modalidades ou variações de habitações coletivas, como a casa de cômodos e a “avenida”. Segundo a autora, para se estudar as habitações coletivas que existiam no Rio de Janeiro, é preciso considerar o próprio nome dado à habitação, que indica, por um lado, o grupamento de moradores e, por outro, o uso coletivo de uma série de equipamentos. O cortiço, a estalagem, a casa de cômodos e as“avenidas” podem também ser vistos como resistências às transformações em curso, especialmente à especialização funcional da área central de negócios do Rio de Janeiro e à segregação social no espaço.
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 15 Agosto, 2013 - 13:00
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Adaléia Freire

Data da revisão: 
quinta-feira, 10 Julho, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Autor(es): 

Francisco Phelipe da Cunha Paz

Onde encontrar: 
Banco de dissertações do Programa de Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do Iphan, COPEDOC-Rio de Janeiro 
Referência bibliográfica: 
CUNHA PAZ, Francisco Phelipe. “Retalhos de Sabença: Ofícios, saberes e modos de fazer dos Mestres e artífices da construção tradicional em Natividade – Tocantins”. Dissertação de Mestrado. Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro, 2013. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Francisco Phelipe da Cunha Paz é historiador, formado pela Universidade Federal do Piauí, Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural - IPHAN, ex-Chefe de Divisão Técnica do Iphan no Amapá, Consultor da Unesco para Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial. Informações prestadas pelo autor. 
Sumário obra: 
CAPÍTULO 1 –Casa, choça e choupana: os modos de construir e morar nas primeiras 
ocupações do território de Natividade. 
CAPÍTULO 2 –Retalhos de Sabença: memória e tradição dos Mestres, ofícios e técnicas da 
construção tradicional. 
CAPÍTULO 3 –A patrimonialização do saber-fazer da construção tradicional nativitana.
CONSIDERAÇÕES FINAS
FONTES E BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Resumo : 
Esta dissertação se construiu a partir de um diálogo interdisciplinar entre a história, a arquitetura e a antropologia a fim de sanar uma demanda interna da Superintendência do Tocantins, do IPHAN, na busca de identificar e descrever os ofícios, os modos de fazer e as técnicas construtivas da construção tradicional de Natividade no estado do Tocantins que, por sua vez, tem a terra, a pedra, a madeira e o ferro como elementos principais de suas atividades. A partir das edificações e ruínas que compõem o núcleo urbano tombado dessa cidade, das memórias dos mestres tradicionais que guardam informações acerca dos processos técnicos, busca-se evidenciar o que existe de permanências, transformações e perdas nas técnicas e modos de fazer originários dos processos construtivos dos séculos XVIII e XIX. O trabalho evidencia os processos históricos para uma maior compreensão do surgimento, do desenvolvimento e do perfil da mão-de-obra especializada na construção, bem como os seus processos de aprendizagem, organização e importância na vida econômica e social da região. Realiza também reflexões sobre a importância de promoção de um retorno às técnicas e materiais tradicionais, e aos seus mestres, nas obras de restauro, na produção de moradias populares de baixo custo e mesmo na produção de uma arquitetura sustentável, como forma de preservação dos ofícios tradicionais.
Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 25 Junho, 2014 - 23:30
Pesquisador Responsável: 

Francisco Phelipe Cunha Paz

Data da revisão: 
domingo, 13 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não consta

Autor(es): 

John Turner

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

TURNER, John F. C. “The fits and misfits of peoples housing”. In: Freedom to Build, RIBA Journal, No. 2, February, 1974, páginas não numeradas.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
John Turner (1927) nasceu em Londres e estudou na Architectural Association School of Architecture, graduando-se em 1954. Viveu no Peru entre 1957 e 1965, trabalhando para o governo peruano na promoção e formatação de ações comunitárias para a implantação de programas habitacionais baseados na autogestão e na autodeterminação em assentamentos populares e invasões urbanas. Viveu de 1965 a 1973 nos EUA, quando se associou ao MIT, em Cambridge, Massachussetts, EUA. Foi também pesquisador associado da Universidade Harvard. De volta a Londres, foi conferencista da Architectural Association and the Development Planning Unit, University College of London, até 1983. Mudou-se de Londres para a cidade de Hastings, em 1989, localizada na costa sul da Inglaterra, quando tornou-se o administrador do Hastings Trust, uma organização não-governamental dedicada ao desenvolvimento sustentável dessa cidade. Escreveu vários livros e artigos sobre habitação e assentamentos populares na América Latina, EUA, Ásia, África e Oriente Médio. Turner é uma das principais referências mundiais sobre o tema da habitação popular. A obra fichada corresponde ao número 8 da Revista Architectural Design, o qual foi organizado por Turner e trata exclusivamente da questão habitacional na América do Sul. 
Resumo : 
O artigo é um depoimento de Turner sobre sua experiência na América Latina e uma oportunidade que cria, a partir dos exemplos que evoca, de demonstrar suas ideias sobre o papel das agências governamentais, planejadores e arquitetos na produção habitacional e na construção popular autogerida em países em desenvolvimento. Para tanto, cita exemplos brasileiros como os Alagados, em Salvador - BA, e os conjuntos habitacionais do BNH nos anos 1960. Define o assentamento dos Alagados como um “ecossistema” e os conjuntos habitacionais como um “antissistema”. Nos Alagados, o meio de vida dos seus habitantes (então ainda majoritariamente pescadores e catadores) articula-se ao modo como constroem suas casas em palafitas e como aproveitam o lixo da cidade serve para, ao mesmo tempo, produzir terreno e alimentar os porcos que criam. Com as economias geradas por esse “ecossistema”, os habitantes melhoram suas habitações, substituindo palafitas de madeira por casas de alvenaria em terreno firme. Além disso, mantêm-se próximos de suas áreas de trabalho. Já os conjuntos habitacionais constituiriam um sistema desequilibrado e disfuncional que drena recursos públicos e não resolve o problema das pessoas, já que parte considerável da renda dos moradores é transferida para o pagamento das prestações dessas operações custosas e socialmente pouco significativas. Assim, os conjuntos habitacionais serviriam mais para promover dirigentes políticos do que para melhorar a vida dos pobres. Com base nesses exemplos, Turner explicita suas teses. Na primeira afirma que o assentamento popular construído pelos próprios habitantes é social, cultural e economicamente melhor do que os programas habitacionais governamentais. A segunda tese é que nem sempre o que é julgado bom, belo ou adequado pelo topo da pirâmide social, é também para os mais pobres. Turner defende então a mudança do conceito de padrão habitacional estabelecido por uma ótica estética e higienista, por outro baseado no que de fato é capaz de melhorar a vida das pessoas. Enfim, propõe que se substitua essa abordagem pelo reconhecimento do valor existencial e de uso das coisas. A terceira tese que Turner defende neste artigo é a de que autonomia gera economia e que a produção habitacional de baixa renda deve ficar sob o controle do morador/proprietário, cabendo ao governo o papel de apoiador, coordenador e financiador dos esforços populares. A quarta tese diz respeito aos sistemas centralizados e governamentais de produção habitacional que, a seu ver, não funcionam e são economicamente disfuncionais porque não lidam com uma demanda habitacional efetiva e atuam num contexto em que os mais pobres já controlam grande parte dos meios para a produção habitacional, realizando-a de modo mais eficiente do que os sistemas profissionais. Turner finaliza o artigo questionando os conceitos de centro e periferia, já que nesta última e no seio das classes populares, grandes lições estariam sendo dadas aos modelos e modos de pensar produzidos no centro. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 25 Março, 2014 - 11:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sexta-feira, 29 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

978-85-8225-022-8

Autor(es): 

Edna M. Pinto, Bianca de Abreu Negreiros, Cintia Vieira e Alain Henrique Souza

Onde encontrar: 

Anais do I Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira, disponível na internet.

Referência bibliográfica: 

PINTO, Edna M.; NEGREIROS, Bianca de Abreu ; VIEIRA, Cintia; SOUZA, Alain Henrique. Taipa em João Câmara/RN, solução para abalos sísmicos. In: 1º Congresso de História da Construção Luso-brasileira, Vitória, ES. 04 a 06 de setembro, Campus da Universidade Federal do Espírito Santo. 2013.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Edna M. Pinto é Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo –USP (São Carlos) e Professor Adjunto III do Centro de Tecnologia, Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
Bianca de Abreu Negreiros é Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. 
Cintia Vieira é Estudante do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. 
Alain Henrique Souza é estudante do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. 
O artigo que comunica pesquisa realizada pelos autores foi apresentado no I Congresso de História da Construção Luso-brasileira, realizado em Vitória-ES, em 2013. 
Informações prestadas pelos próprios autores. 
Sumário obra: 
Resumo/Abstract 
Introdução 
O Nascimento do Projeto Taipa 
Descrição Construtiva 
Considerações Finais 
Referências Bibliográficas 
Resumo : 
Este artigo faz um registro histórico e uma descrição da técnica construtiva em taipa-de-mão empregada na década de 1980, no interior do estado do Rio Grande do Norte, visando a reconstrução de habitações parcialmente ou totalmente colapsadas pela ação de abalos sísmicos, de até 5.3 graus Richter, ocorridos na cidade de João Câmara. Na ocasião, o Ministério do Interior (MINTER) abriu uma comissão especial (Portaria nº 28/MINTER de 3/2/1987) que realizou um relatório de necessidades físicas e financeiras para a área, viabilizando um plano de reconstrução/recuperação das edificações baseado no emprego da taipa com painéis pré-fabricados. O “Projeto Taipa” proporcionou aos habitantes locais o acesso a financiamento governamental e o emprego de mão-de-obra do Batalhão de Engenharia do Exército. O estudo apresenta, por meio de levantamento bibliográfico, entrevistas e visitas in loco, uma breve descrição da tipologia empregada no projeto Taipa e as importantes contribuições que podem ser identificadas nessa experiência, dentre elas o emprego de painéis modulados na constituição do entramado de madeira das paredes e o uso de solo adequado à confecção da vedação, o que, ainda assim, não impediu o surgimento de patologias, conforme apontadas neste estudo, as quais foram fruto, principalmente, da ausência de manutenção.
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 16 Setembro, 2013 - 15:30
Pesquisador Responsável: 

Edna Moura Pinto

Data da revisão: 
sábado, 12 Julho, 2014 - 15:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

978-85-8225-021-1

Autor(es): 

João Mascarenhas Mateus

Onde encontrar: 

Biblioteca da Universidade Federal do Espírito Santo

Referência bibliográfica: 

MATEUS, João Mascarenhas. “Nomadismos das culturas da terra, da pedra e da madeira. Um tema fundacional da história da construção luso-brasileira” In: RIBEIRO, Nelson Pôrto (org). Subsídios para uma história da construção luso-brasileira. Rio de Janeiro: Pod Editora, 2013, p. 29-43.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 
João Mascarenhas Mateus é ínvestigador do Centro de Estudos Sociais, Núcleo de Cidades, Culturas e Arquitectura da Universidade de Coimbra, Portugal. Licenciado em Engenharia Civil, fez o Mestrado em Ciências da Arquitetura na Katholieke Universiteit Leuven, Bélgica, onde trabalhou como assistente de investigação (1993-1995). Realizou na Universidade La Sapienza de Roma, Itália a investigação de doutoramento sobre a utilização de técnicas tradicionais de construção de edifícios de alvenaria na atividade da conservação arquitetônica. Foi "Cultore della materia" na Faculdade de Arquitetura Valle Giulia da Univ. La Sapienza de Roma (2002-2004) e é colaborador científico da “Scuola di Specializzazione in Conservazione dei Monumenti” da mesma Universidade, desde 2002. Organizou em 2010 a Primeira Conferência sobre História da Construção em Portugal e foi um dos coordenadores do I Congresso da História da Construção Luso-Brasileira (2013). 
Resumo : 
O autor realiza interessante revisão bibliográfica dos estudos portugueses e brasileiros sobre arquitetura popular e sistemas construtivos a partir da segunda metade do século XIX, avaliando, nos dois países, como foram apropriados para articular construção tradicional e identidade nacional, como influenciaram a produção arquitetônica em determinados períodos e geraram linhas para identificação de “uma genealogia” dos principais sistemas construtivos utilizados. Sobre Portugal, informa-se que os primeiros estudos etnográficos (1870-1890) foram integrados a investigações sobre tradições populares e voltados para a definição de uma identidade portuguesa – linha que caracterizou por muito tempo os estudos sobre habitação e arquitetura popular. Gradualmente, contudo, abandonou-se a ideia de uma “casa portuguesa”, reconhecendo-se a diversidade etnográfica do país e a adaptação das construções ao clima e às características da paisagem. Inicia-se então uma abordagem mais “relativista”, vinculada ao conceito de “nomadismo artístico”, conforme proposto por João Barreira em 1928, que buscava explicar as influências africanas e asiáticas na arte e na construção manuelina. Apesar desses avanços, até os anos 1950, predominaram estudos tipológicos que buscavam demonstrar o caráter nacional da arquitetura portuguesa. Paralelamente, levantamentos sistemáticos dos principais sistemas construtivos foram realizados, obtendo-se uma visão completa das culturas construtivas do país. A partir de 1920, esses estudos foram utilizados politicamente para a afirmação da arquitetura portuguesa como símbolo da nação, fundamentando programas governamentais de produção habitacional. O movimento “Casa Portuguesa”, que buscou articular essas características à nova construção em concreto armado, inicia-se nesse momento, contemporâneo do movimento Neocolonial brasileiro. Este último, ao afirmar uma identidade construtiva brasileira integradora de influências portuguesas, africanas e indígenas, teria deflagrado, no Brasil, estudos sobre como o ensaio Construções de Taipa (1946) de Carlos Borges Schmidt e outros como Arquitetura Brasileira – Sistemas Construtivos (1950-51) de Sylvio de Vasconcellos. O autor localiza nesses movimentos o início do diálogo que buscou identificar traços arquitetônicos comuns aos dois países e de onde brotará, mais tarde, uma fase madura de investigação. O artigo desenvolve ainda uma genealogia dos estudos brasileiros sobre o tema, identificando-se o seu início em 1839 nas investigações do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro sobre os povos ameríndios, e o seu desenvolvimento no século XX com os artigos de Gilberto Freyre e Wasth Rodrigues publicados na Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, bem como com os trabalhos de Robert Smith e Sylvio de Vasconcelos. Uma abordagem “madura” teria surgido em Portugal nos anos 1960, ressaltando-se A Arquitectura Tradicional Portuguesa (1992), de Ernesto Oliveira e Fernando Galhano, como a obra mais relevante, além dos escritos de Orlando Ribeiro. As investigações contemporâneas que focalizam aspectos tecnoló gicos e socioeconômicos da arquitetura vernácula em Portugal e no Brasil decorreriam desses estudos, mas Mateus aponta a necessidade de retomada das abordagens etnográficas e geográficas, já que o estudo dos grandes saltos tecnológicos não daria conta de caracterizar essa produção. Conclui que as culturas construtivas portuguesa e brasileira não “pertencem” a esses países, sendo resultado de nomadismos e contaminações recíprocas entre influências ibéricas, mediterrâneas, africanas, asiáticas e americanas. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 10 Março, 2014 - 15:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia indicada:

DAVIS, H. The Culture of Building. New York: Oxford University Press, 2006, p.5.

FREYRE, Gilberto. Um estudo do Prof. Aderbal Jurema. Cadernos de Província 14, 1954.

MATEUS, João Mascarenhas. Técnicas Tradicionais de Construção em Alvenaria. Lisboa: Livros Horizonte, 2002.

MESTRE, V. La construcción tradicional en el espacio mediterrâneo portugués. Apuntes 20 p. 278-285.

MORLEY, Jane. Building Themes in Construction History: recente work by the Delaware Valley Group. Construction History Vol. 3: 13-30, 1987.

OLIVEIRA E. e GALHANO, F. Casas esguias do Porto e sobrados do Recife. Arquitetura Tradicional Portuguesa. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

PEIXOTO, R. Etnografia Portuguesa. Habitação. Os Palheiros do Litoral. In: Estudos de Etnografia e Arqueologia. Câmara Municipal de Póvoa do Varzim, I,: 70-88, [1899], 1967.

PEIXOTO, R. A Casa Portugueza. In: Estudos de Etnografia e Arqueologia. Câmara Municipal de Póvoa do Varzim, I,: 153-165, [1899], 1967.

SEVERO, Ricardo. A Arte Tradicional no Brasil: a casa e o templo – 1914. In: Conferências 1914-1915. São Paulo: Sociedade de Cultura Artística: Tipographia Levi, 1916, p. 43-44.

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Celina Borges Lemos

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

LEMOS, Celina Borges. “Kayapó (Pará)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.629-1.630.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Celina Borges Lemos possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. É professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Concluiu em 2008 o pós doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia Urbana, com ênfases em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, Cultura Urbana, Conservação e Revitalização do Patrimônio. Tem realizado estudos voltados principalmente para os seguintes temas: arquitetura, artes, museologia, estilo, cultura, estética, centralidades, espaços públicos, serviços na contemporaneidade. Pesquisa atualmente a contribuição e o significado da Arquitetura Mineira entre os séculos XVIII e XXI, tendo por referencias principais as cidades históricas e Belo Horizonte. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6274768489945780
Resumo : 
De língua Gê, os Kayapó (em português, Caiapó) vivem no sudeste do Pará, entre os rios Xingu e Araguaia. Sua habitação tradicional responde ao clima quente e úmido desta parte do Brasil. A planta é retangular, sem divisões internas e o tamanho varia conforme o número de pessoas da família. A cobertura, de folhas de babaçu, tem inclinação acentuada e três das paredes são fechadas com esteiras feitas com folhas dessa mesma palmeira, sendo a quarta aberta para o pátio por meio de uma grande varanda. A cumeeira da cobertura é amarrada nos apoios com embira e o interior é divido em setores correspondentes a cada família nuclear. Um catre rude é usado para dormir, para sentar e também como mesa. O fogo fica no centro e há muitos objetos pendurados nos esteios e paredes. Na varanda há jiraus para secagem de comida e nos fundos há um forno de terra para cocção. A aldeia Caiapó tem forma circular, cujo centro corresponde ao lugar das cerimônias e rituais. O instrumento musical denominado maracá, que simboliza o mundo, é tocado durante as cerimônias. Nelas, os homens se reúnem no centro da aldeia e as mulheres na varanda do chefe da família. A casa dos homens, onde estes trabalham, fica no lado oeste do assentamento e tem planta retangular e cobertura inclinada, sendo fechada e proibida às mulheres durante a cerimônia de Aruanã. A casa Caiapó é o lugar da mulher e o homem só vai lá para comer e dormir. Corresponde a uma família nuclear, mas abriga outras quando uma filha se casa, sendo a descendência matrilinear. Durante as celebrações, as casas são abandonadas e as pessoas dormem em esteiras no centro da aldeia. Na época seca e de caça são construídas habitações temporárias e os caiapós levam então uma vida nômade. O espaço não é uma referência simbólica fundamental, sendo o papel das cerimônias e rituais maior e mais importante para a manutenção das tradições. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 24 Novembro, 2013 - 13:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Referência bibliográfica recomendada: 
 
BANNER, Horace. “O índio Kayapó em seu acampamento”. Boletim do MPEG: Série Antropologia, Belém: MPEG, n.13, n.s., 1961. 
 
DREYFUS, Simone. Les Kayapo du Nord, état du Pará, Brésil : contribuition à l’étude des indiens Gê. Paris: Mouton & Co., 1963. 
 
FISHER, William H. Dualism and its discontents: social process and village fissioning among the Xikrin-Kayapó of central Brazil. Cornell: Cornell University, 1991. 509 p. (Tese de Doutorado). 
 
LEA, Vanessa Rosemary. “Casas e casas Mebengokre (Jê)”. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; CUNHA, Manuela Carneiro da (Orgs.). Amazônia: etnologia e história indígena. São Paulo: USP-NHII; Fapesp, 1993. p. 265-84. 
 
LEA, Vanessa Rosemary. “The houses of the Mebengokre (Kayapó) of Central Brazil: a new door to their social organization”. In: CARSTEN, Janet; HUGH-JONES, Stephen (Orgs.). About the House: Levi-Strauss and beyond. Cambridge: Cambridge university Press, 1995. p. 206-25. 
 
LEA, Vanessa Rosemary. “Mebengokre (Kayapó) onomastics : a facet of houses as total social facts in Central Brazil”. In: ManLondres: Royal Anthr. Inst. of Great Britain Ireland, v. 27, n. 1, p. 129-53, 1992. 
 
VIDAL, Lux B. “O espaço habitado entre os Kaiapó-Xikrin (Jê) e os Parakanã (Tupi), do Médio Tocantins, Pará”. In: NOVAES, Sylvia Caiuby (Org.). Habitações Indígenas. São Paulo: Nobel; Edusp, 1983. p. 77-102. 
ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Celina Borges Lemos

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

LEMOS, Celina Borges. “Arawete (Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.623-1.624.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Celina Borges Lemos possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. É professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Concluiu em 2008 o pós doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia Urbana, com ênfases em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, Cultura Urbana, Conservação e Revitalização do Patrimônio. Tem realizado estudos voltados principalmente para os seguintes temas: arquitetura, artes, museologia, estilo, cultura, estética, centralidades, espaços públicos, serviços na contemporaneidade. Pesquisa atualmente a contribuição e o significado da Arquitetura Mineira entre os séculos XVIII e XXI, tendo por referencias principais as cidades históricas e Belo Horizonte. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6274768489945780
Resumo : 
Este verbete trata dos indígenas Arawete (em português, Araueté), que vivem na região do Médio Xingu em um assentamento próximo do rio Ipixuna. Sua cosmologia está relacionada ao plantio sazonal de milho, cujas épocas de plantio e colheita, ensejam a construção de novo assentamento na floresta. A autora destaca dois tipos de habitação araueté: o tradicional ou vernacular e a casa de vila rural. O primeiro consiste numa estrutura de madeira com 3 pilares e uma grande viga central. A cobertura e paredes laterais formam uma abóbada, coberta com folhas de babaçu, com portas fechadas por meio de esteiras de palha. A casa tem planta retangular e não tem janelas, havendo variações desse modelo para habitações temporárias nas épocas de plantio e caça. Já a casa de vila rural é de taipa de sopapo, com planta retangular e cobertura de palha em duas águas. Seu interior tem as mesmas características das casas tradicionais: não há paredes internas e os espaços são divididos por meio de jiraus e redes de dormir. Às vezes, há um cômodo onde se guarda o jabuti sagrado. O fogo é sempre feito do lado de fora e há um pátio externo onde são guardados utensílios diversos e onde, na estação seca, se come, cozinha, trabalha, se recebe pessoas e se realiza alguns rituais. Embora cada casa tenha seu pátio, um conjunto de casas de parentes forma um grande pátio que reflete a estrutura social. O assentamento como um todo, portanto, é um “espaço fluido” dotado de vários centros. É resultado da falta de uma centralidade simbólica e de um espaço público efetivo, embora uma área mais ou menos central abrigue rituais coletivos. O verbete não contém ilustrações. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 22 Novembro, 2013 - 12:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Referência bibliográfica citada recomendada: 
CASTRO, Eduardo Viveiros. Araweté os Deuses Canibais. Rio de Janeiro: Zahar: ANPOCS, 1986. 
ISBN ou ISSN: 

0101-1766

Autor(es): 

Marísia Patrício

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
PATRÍCIO, Marísia. No Norte de Goiás, Exemplos de uma Arquitetura que Precisa ser Preservada. In: Projeto – revista brasileira de arquitetura, planejamento, desenho industrial e construção, n.47, 1983. São Paulo: Projeto Editores Associados Ltda, p.30-34.ssociados Ltda, 1983, n.47.
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Resumo : 
Artigo com muitas fotos e ilustrações, faz referência a Paul Oliver em Cobijo y Sociedad e a Hassan Fathy, iniciando com uma discussão sobre o conceito de arquitetura vernacular. Defende que nesta arquitetura aparecem soluções adequadas aos fins, congruência que pode ser induzida pela pobreza que eliminar o supérfluo e onde aparece muito da tradição, do lugar e da região. Por sua eficiência, conforto, economia e mesmo beleza, é uma arquitetura de boa qualidade que mereceria tomar-se como exemplo. A autora enfatiza ainda a propriedade no uso de materiais, a coerência entre técnica construtiva e material utilizado e a perfeita adaptação ao clima local, constituindo-se em valioso acervo tecnológico e patrimônio cultural. A arquitetura estudada dar-se-ia à margem do mercado de consumo mais amplo, com material extraído diretamente da natureza. Portanto, fora do ciclo da produção, distribuição e consumo industrial e, no máximo, ligada à produção e ao comércio local, como a produção artesanal de telhas, tijolos e ladrilhos cerâmicos. Ou seja, uma produção “de subsistência”, ainda sem especialização, onde o proprietário é o arquiteto e o construtor. A arquitetura vernacular estudada neste artigo é a do norte de Goiás, numa fronteira agrícola em expansão onde o homem do campo se vê “expulso” para cidade, na qual, devido à mudança de materiais e à legislação, passa de construtor eficiente a mão-de-obra desqualificada. As casas estudadas possuem planta retangular, com combinações e extensões, e telhado de duas águas. Possuem estrutura em madeira boa que no telhado é formada de peças roliças não aparelhadas, ou taquara, e coberturas em palha de piaçava ou buriti, substituída, às vezes, por telhas de barro. As paredes são de folhas de babaçu – superpostas e amarradas -, eventualmente substituídas por taipa de sopapo, algumas vezes, nriquecida com pedaços de pedra e de tijolo. Em tais casas, a cozinha é o espaço principal, centro de convivência e lugar das refeições, onde se costura e passa a roupa e de onde a mãe controla casa e as crianças. Na área externa próxima, fica o lugar de preparar a farinha de mandioca e secar a carne, além de uma eventual pia e do poço que fornece a água para lavar louça e roupa e tomar banho. No quintal, há plantação de milho, mandioca e cana e árvores de frutas como manga, caju e banana, além da criação de animais e, em geral, galinhas. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 20 Junho, 2013 - 12:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 19 Junho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Páginas

Subscribe to RSS - Brasil