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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Arquitetura Vernacular

ISBN ou ISSN: 

Sem dados.

Autor(es): 

Sibyl Moholy-Nagy

Onde encontrar: 

Acervo do Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

MOHOLY-NAGY, Sibyl. Native Genius in Anonymous Architecture. New York: Schocken Books, 1976.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Sibylle Pietzsch (1903-1971), mais conhecida como Sibyl Moholy-Nagy, nasceu em Dresden, na Alemanha e foi historiadora da arte e da arquitetura. Foi a segunda esposa do artista László Moholy-Nagy e autora do principal estudo sobre sua obra, Moholy-Nagy: Experiment in Totality. Ensinou no Pratt Institute, em New York, e na Universidade de Colúmbia, com obras sobre arquitetura latino-americana, como Carlos Raul Villanueva and the Architecture of Venezuela (1964), e arquitetura vernacular, como o clássico Native Genius In Anonymous Architecture, publicado originalmente em 1957.

Sumário obra: 

Part One – Native Genius in Anonymous Architecture
Part Two – Site and Climate
Landscape
The Inclusive Site
The Exclusive Site
The Defensive Site
The Working Site
The City Site
Climate
Cold
Snow
Heat
Rain
Part Three – Form and Function
The Dwelling
Working Space
Storage
Defense
Worship
Part Four – Materials and Skills
Stone
Brick
Wood

Adobe
Fibre
Part Five – A Sense of Quality
The Roof
The Corner
The Base
Access

 

Resumo : 

Em livro fartamente ilustrado com fotos, Sibyl Mohony-Nagy defende que os edifícios transmitem a cultura dos povos: sem a arquitetura como autoexpressão, povos e épocas inteiras seriam esquecidas. Ademais, a arquitetura também transmite um outro aspecto da vida: as aspirações dos grupos, a história privada de uma cultura, a luta pela sobrevivência física e espiritual. Pelo porte majestoso das estruturas recentes, os americanos estão cegos para a riqueza dos edifícios anônimos em seu próprio hemisfério. Os novos padrões arquitetônicos atuais são distintos dos da época pré-industrial e cada vez se relacionam menos com design e mais com tecnologia. Existiria, para a autora, progresso nos equipamentos mecânicos, mas não na arquitetura. Seu fim último é a realização da situação do homem na corrente do tempo, operando em ciclos, e não em um progresso linear, com o apogeu quando preenche as aspirações de sua própria época. Moholy-Nagy enfatizará os edifícios dos colonos e não dos nativos. Assim, trabalha exemplos de edifícios de europeus e seus descendentes – espanhóis, ingleses, franceses, holandeses, alemães – assim como descendentes de africanos – em especial, no Haiti. Os exemplos serão de toda a América do Norte: Canadá, EUA, México, Antilhas. Uma certa atenção será dada a grupos religiosos específicos – como presbiterianos, anabatistas, shakers, huguenotes – e mesmo a indivíduos, como a casa de um capitão aposentado, em St. Croix, Ilhas Virgens. O raciocínio é que esses edifícios, em novas terras, são mais primitivos - não mais simples, e sim mais originais, próximos das raízes da arquitetura, a total serviço do homem. E não, como nos tempos modernos, tomados de assalto com demandas técnicas, econômicas, culturais, estéticas, na ausência atual de grandes idéias unificadoras, características das sociedades homogêneas. De toda sorte, é o abrigo humano a primeira causa da arquitetura, realizando a separação do ambiente humano do natural. Separação radical, visto que os três conceitos fundamentais na gênese arquitetônica são princípios rejeitados pela Natureza: a economia, a diversidade e a permanência. Enquanto a Natureza é pródiga no gasto de recursos, a manutenção da vida humana, por sua vez, é baseada na economia. Enquanto na Natureza, não há fenômeno singular, pois todo organismo segue as leis da sua espécie, para o homem, cada abrigo expressa a individualidade de seu construtor e morador, a sua diversidade. E a permanência é a própria luta do homem para preservar a si e suas obras, e é através da casa que ele assegura uma sobrevivência espiritual em seu grupo. O ponto fundamental estaria na adaptação do entorno, transformando obstáculos em recursos, o que criou a arquitetura anônima da Europa: a diversidade de forma e função, a economia de recursos e manutenção e a duração como valor material e símbolo espiritual. No entanto, houve, com o tempo, também a adaptação do homem, seu modo de viver e edifícios, ao meio. Ademais, a eliminação das terras livres disponíveis, e a consolidação da comunidade agrária como forma predominante de existência. Por isso, a resposta dinâmica ao meio cessou de existir, agora consolidada como tradições que se tornaram tirânicas. No entanto, quando, no Novo Mundo, em novas condições, os colonos não tinham o desejo de perpetuar tradições, mas empregavam o brauch. Este termo germânico de difícil tradução é um misto de uso e observação, responsável pela modificação sagaz do herdado, aproveitando-se das circunstâncias. O foco, assim, será nos exemplos que denotem brauch, não a mera aplicação de uma prática coletiva tradicional, isto é, o típico. Outro aspecto importante é a tensão entre forças mecânicas e climáticas contra o homem, e a consequente habilidade e materiais selecionados para fazer frente a esses desafios. Para o colono, cada pedaço, cada parte, está respondendo a um desafio particular: do lugar, gravidade, clima, conforto. Por isso, não há, no elenco de obras expostas, a distinção entre edifícios espontâneos e design acadêmico. O critério será se o edifício, de maneira seletiva, coordenada e coerente, dá resposta aos vários problemas que enfrenta. Não é um elogio ao pitoresco e sim a um certo utilitarismo extremo, como no caso da pré-fabricação. O problema não será a unidade do tipo construtivo, pois a história mostrava vários casos de diversidade na similaridade. Tampouco do primitivismo, já que o objetivo do estudo não é a imitação, mas a inspiração, em especial na qualidade de tais edifícios, de suas respostas concretas a aspirações humanas, e como constituem, inclusive, um microcosmo da totalidade da vida. Existiriam então quatro características na arquitetura anônima: o uso de materiais e habilidades locais; o projeto e construção a partir de exigências funcionais, com condições do sítio específicas e irreprodutíveis; a ausência de ornamentos apostos à estrutura; e a identidade entre forma e espaço. Toda catalogação seria arbitrária e insatisfatória. Assim, dividia o conjunto de exemplos dentro dos itens: lugar e clima, forma e função, matérias e habilidades, e senso de qualidade.

Data do Preeenchimento: 
sábado, 27 Julho, 2013 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

85-336-2199-X

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 
WEIMER, Günter. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Günter Weimer é arquiteto, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963), mestre em História da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1981) e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990). Atualmente é professor convidado do Programa de Pós-graduação em Urbanismo (PROPUR) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura popular, história da arquitetura, imigração alemã, açorianos no Brasil e Rio Grande do Sul. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/9294112826574839
Sumário obra: 

APRESENTAÇÃO 

PRÓLOGO 

CAPÍTULO I – Como mora o povo brasileiro 

CAPÍTULO II – A composição étnica brasileira: as contribuições indígenas 

CAPÍTULO III – As contribuições ibéricas 

CAPÍTULO IV – As contribuições negras 

CAPÍTULO V – As contribuições de imigrações europeias não-ibéricas 

CAPÍTULO VI – Os tipos de casas 

CAPÍTULO VII – As técnicas construtivas 

CAPÍTULO VIII – Algumas referências especiais 

BIBLIOGRAFIA 

CRÉDITOS 

Resumo : 
A obra registra a heterogeneidade cultural do território brasileiro como consequência da sua diversificada natureza, dos diferentes processos de ocupação e das diferentes etnias que configuraram sua população. Para demonstrar esta diversidade cultural, o autor trabalha com a relação entre a arte popular e erudita, vista nas suas diversas representações: literatura, artes plásticas, dança, música, teatro e arquitetura. A primeira discussão apresentada no livro pontua as diferenças entre os conceitos de popular e vernacular. Segundo o autor, o termo vernáculo é mal empregado quando aplicado à arquitetura e defende que a expressão mais correta para se referir ao saber do povo m sua relação com a construção é o termoarquitetura popular – aquela que é própria do povo e por ele realizada. Ressalta ainda que esta é a terminologia corrente nas mais diversas línguas, com destaque para os países ibéricos. A partir desta conceituação, a obra passa a apresentar tópicos específicos sobre a arquitetura popular brasileira, destacando suas características, importância, técnicas e materiais construtivos utilizados. Quanto às características desta arquitetura o autor destaca: 1) a simplicidade – que seria resultante da utilização dos materiais fornecidos pelo meio ambiente, da relação direta com a natureza e das limitações econômicas dos construtores; 2) a adaptabilidade – característica que tem origem na arquitetura produzida pelos imigrantes que ocuparam o território brasileiro; e 3) a criatividade – presente tanto na imaginação formal como no emprego de materiais construtivos. O fenômeno da construção popular é entendido como a relação direta entre o material, a técnica empregada e a forma plástica, sendo ainda decorrente do respeito às tradições culturais do grupo, o que, para o autor não constituiria um traço limitador da criatividade, mas que expressaria o espírito conservador de cada grupo. Baseado nessas reflexões, o autor analisa os diferentes espaços construídos no Brasil - as tocas, as casas da caatinga, as moradias nas regiões do litoral, as casas das areias e coqueiros, as casas dos mangues e pântanos, as casas flutuantes, as moradias no interior das florestas, as casas no campo e as favelas urbanas. Tendo como base a composição étnica da sociedade brasileira, o autor busca identificar as principais contribuições dos indígenas e africanos, além das contribuições ibéricas e das influências romanas, germânicas, açorianas e islâmicas, como também a influência dos imigrantes mais recentes, em especial os holandeses, alemães, italianos, poloneses e japoneses na produção da arquitetura brasileira. O capitulo VII é dedicado aos materiais e técnicas construtivas utilizadas na arquitetura brasileira e nele Weimer destaca três tipologias construtivas: as construções de materiais orgânicos; as construções de terra e as construções com materiais industriais. As construções de materiais orgânicos são separadas em três tipos: a) construções que utilizam folhas e fibras nas vedações de paredes e telhados; b) construções que utilizam a madeira na estrutura e nas vedações; c) construções que utilizam materiais singulares, tais como couro de boi e cavalo, além de esterco. As construções em terra apresentam diferentes técnicas construtivas como a taipa de pilão, taipa de mão, taipa de sebe, taipa de sopapo, adobe, cerâmica, construções com terra natural e construções em torrões. As três últimas técnicas são mais raras de ser encontradas na contemporaneidade, porém foram muito utilizadas no período do Brasil Colônia. Na categoria das construções em terra o autor destaca ainda o uso deste material associado ao uso da pedra. Por fim, são apresentados os materiais industriais, com destaque para o uso das telhas de folha de flandres, mais conhecidas como telhas de zinco, que chegaram ao Brasil por volta da Primeira Guerra Mundial, das telhas de papel alcatroado, das telhas de argamassa armada e, mais recentemente, das telhas de cimento amianto. O autor faz também referências especiais às casas dos cidadãos ilustres, às construções populares de influência erudita, à arquitetura vinculada dos ciclos econômicos históricos, como os engenhos de açúcar e, finalmente, trata da integração da arquitetura com a paisagem. O livro e fartamente ilustrado com desenhos do autor. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 2 Setembro, 2013 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Mariely Cabral Santana

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 10:30
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

ISBN ou ISSN: 

972-33-1054-6

Autor(es): 

Mario Caneva de Magalhães Moutinho

Onde encontrar: 
Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 
MOUTINHO, Mário. A Arquitectura Popular Portuguesa. Lisboa: Editorial Estampa, Ltda, 3ª edição. 1995. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Mario Caneva de Magalhães Moutinho concluiu Antropologia Cultural na Université de Paris VII, em 1983 e leciona na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Publicou 33 artigos em revistas especializadas e 9 trabalhos em atas de eventos, possui 6 capítulos de livros e 12 livros publicados. Atua na área de Ciências Sociais e os termos mais frequentes na contextualização da sua produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Museologia, Urbanismo, Museu, Ecomuseu, MINOM, Estado Novo, Estudo Regionais Portugueses e Museulogia. A primeira edição da obra em exame é de 1979, Lisboa: Editorial Estampa. 
Sumário obra: 
Introdução 
  • Geologia e estrutura 
  • Relevo e Clima 
  • A população, factores de distribuição e crescimento
  • Formas de povoamento
  • Actividades da população 
A Arquitetura popular portuguesa 
  • Região Norte 
  • Região Centro- Litoral 
  • Região do Alentejo 
  • Região do Argarve 
  • Cores dominantes 
Localização das povoações citadas 
Legendes des Ilustrations 
Resumo : 
Baseando-se na Introdução bastante vasta, de autoria de Jorge de Arroteia, que descreve as diferentes regiões de Portugal do ponto de vista geográfico, geológico e demográfico e as interferências dessas características nos fatores de distribuição, de crescimento e do modo de vida da população, o autor aborda a arquitetura popular portuguesa segundo quatro regiões arquitetônicas: Região Norte, abrangendo o litoral e o interior; Região Sul, abrangendo a região centro-litoral, a região do Alentejo e a do Algarve. O autor registra que estas regiões apresentam coerência ao nível das formas de povoamento, dos tipos de edificações ligadas à produção e das cores dominantes utilizadas nas construções. Esclarece também que as análises foram feitas principalmente a partir das habitações, sem, contudo, desprezar outros tipos de construção. Partindo dessas premissas, foram analisados e registrados os seguintes aspectos de cada região: tipos de povoamento, arruamentos, tipos de habitação, arquitetura de produção, arquitetura religiosa e as cores dominantes. Em geral, em todas as regiões levantadas, as habitações apresentam planta retangular ou quadrada, com um ou dois pavimentos e cobertura em duas ou quatro águas. A diferença entre elas encontra-se na distribuição do espaço interno, no número de pavimentos, nos materiais de construção e na relação da habitação com o espaço de produção ou de guarda de produtos como milho, feno etc. Foram identificados dois tipos de povoamentos: o disperso e o aglomerado. O primeiro está relacionado a construções de exploração agrícola familiar e o aglomerado é composto por pequenos grupos de habitações. Na região norte, o povoamento aglomerado é composto por habitações agarradas nos flancos das serras ou no alto dos morros e se apresentam de forma circular, em oposição aos de forma linear, frequentes nas regiões Centro-Litoral e do Alentejo. Na região do Alentejo o povoamento é do tipo aglomerado e geralmente formado por dois alinhamentos de casas separadas por um espaço denominado de terreiro. Existem dois tipos de habitação: monte alentejano e a casa povoado. Na casa monte alentejano o piso é em terra batida, lajes ou ladrilho e as paredes em taipa e tijolos, sendo algumas vezes reforçadas por contrafortes. As coberturas são de telhas, onde aparecem várias chaminés. A casa de povoado possui paredes de taipa e tijolos, rebocadas e caiadas de branco. Os tijolos são utilizados para a construção das abóbadas e chaminés. O telhado, de uma ou duas águas tem telhas assentadas em canas. Na região do Algarve, parte da população se dedica à horticultura, constituindo um povoamento disperso, marcado pela presença da casa rural. Contudo, também se registra o povoamento concentrado exemplificado pelas diversas aldeias dos pescadores. Apesar de diferentes, a casa de pescador e a casa rural do Algarve possuem um elemento em comum: a açoteia, ou terraço, que é acessível através de uma escadalocalizada no interior da habitação ou no pátio. A cobertura às vezes pode apresentar uma solução mista que congrega a açoteia e um telhado de meia água com pouca inclinação. Além de tratar das habitações, a obra também faz a descrição de alguns espaços de produzir, abordando principalmente as suas distribuições espaciais em relação às moradias e a algumas edificações religiosas. O livro é bastante ilustrado com mapas das regiões, fotos ilustrativas dos diferentes tipos de habitação e dos espaços de produção. Contém ainda plantas esquemáticas relacionadas as distribuições espaciais.  
Data do Preeenchimento: 
sábado, 25 Janeiro, 2014 - 09:30
Pesquisador Responsável: 

Sílvia d´Affonsêca

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

ISBN ou ISSN: 

Não há essa informação.

Autor(es): 

Lúcio Costa

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

COSTA, Lucio. “Documentação Necessária”. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n° 01, Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1937, pp 31-39.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (1902-1998) foi arquiteto e urbanista, com papel decisivo na Arquitetura Moderna brasileira, no ensino de Arquitetura e Urbanismo e na relação estabelecida entre a arquitetura vernacular nacional e a produção contemporânea. Formou-se como arquiteto na Escola Nacional de Belas Artes, em 1924. Foi nomeado para dirigir a mesma instituição em 1930. Foi um dos autores do projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e da Saúde Pública – MESP (1936-43), co-autor do Pavilhão Brasileiro na Feira Universal de New York, em 1939, e autor do Plano-Piloto de Brasília (1957). Foi funcionário e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O artigo foi publicado pela primeira vez no número 01 da Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1937. 
Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 
Este artigo é um dos primeiros a ressaltar e louvar a origem popular da arquitetura civil do Brasil, do período colonial até a primeira década do século XX. É também um elogio à arquitetura moderna, definida por Costa como herdeira e ponto culminante do processo natural de evolução desta tradição popular portuguesa, “amolecida” no Brasil e preservada por mestres de obras vistos, muitas vezes, como incultos. Define esta arquitetura como “arte do povo” e de uma “rudeza acolhedora”, presente nas construções rurais, que associa à virilidade e às qualidades da “raça” portuguesa. Seria uma arquitetura “sem afetação”, desenvolvida “naturalmente”, com proporções justas, “sem make-up” e com “saúde plástica perfeita”. Para sua longa permanência teriam contribuído dificuldades materiais, a mão de obra inicialmente “bisonha” de índios e negros e a distância, esta responsável pelo “atraso” com relação à metrópole e pelo desinteresse por inovações. Para descrever essa arquitetura e suas qualidades, Costa focaliza o tema da casa. Além de grande valor arquitetônico, a casa teria importância na formação dos arquitetos pelas lições construtivas e espaciais que dá, as quais deveriam ser absorvidas com a ajuda dos “homens de ofício”, isto é, daqueles que garantiriam a exatidão técnica e a objetividade que a caracterizam. Um foco especial é colocado sobre as “casas pequenas”, de “três a cinco sacadas e porta de banda”, como as encontradas nas velhas cidades mineiras. As casas térreas “de pouca frente e muito fundo”, telhado de duas águas e cumeeira paralela à rua também são mencionadas e, por fim, também a “casa mínima” ou “do colono”, pois continuaria ainda viva em todo o país apesar do seu aspecto frágil. Feitas de “pau do mato próximo” e da terra do chão como “casas de bicho”, abrigam toda a família e fazem parte da terra como “o chão que continua”. Por isso, seria respeitável, digna e seu processo de confecção é visto como engenhoso: barro armado com madeira; piso elevado do chão; paredes caiadas para evitar humidade e barbeiro. Costa defende que este tipo de construção seja adotado para residências de verão e casas econômicas de um modo geral. Recomenda ainda estudar: os sistemas e processos de construção; as diferentes soluções de planta e suas variações regionais; os telhados simples que se “esparramam como asa de galinha” sobre alpendres, puxados e dependências; os forros de saia e camisa; as esquadrias cujo número aumenta com o tempo, até o surgimento da varanda; e, por fim, o mobiliário. Costa observa que até 1910 os mestres de obra estavam no bom caminho, pois seguiam essa tradição portuguesa de “não mentir”, utilizando materiais modernos como o ferro em escadas, colunas e perfis, com soluções plásticas tão modernas quanto as de Le Corbusier. Avalia que essas normas foram abandonadas, gerando a “confusão” que caracterizaria a arquitetura dos anos 1920 e 30, em razão do mal ensino da arquitetura, com sua confusa bagagem “técno-decorativa”, e do aparecimento do cinema que, difundindo imagens de bangalôs, castelos e outras, teria criado novos desejos na população. O texto é ilustrado com vários desenhos de Costa que acompanham as afirmações contidas no artigo. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 4 Maio, 2014 - 09:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

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