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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Escravismo

ISBN ou ISSN: 

Não consta.

Autor(es): 

Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

GOMES, Marco Aurélio A. de Filgueiras. Escravismo e Cidade: notas sobre a ocupação da periferia de Salvador no século XIX. RUA. Revista de Arquitetura e Urbanismo, Salvador, v. 3, n.4/5, p. 7-17, 1990.

Eixos de análise abordados: 
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília, doutorado em Ciências Sociais pela Université de Tours e pós-doutorado pela New York University. É Professor Titular da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, onde leciona desde 1986 nos cursos de graduação e pós-graduação. Atua nas linhas de pesquisa História da Cidade e do Urbanismo e Processos Urbanos Contemporâneos. Criou a Revista RUA (FAUFBA); foi editor da Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais (publicada pela ANPUR), entre 2001 e 2004. Foi membro da diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional- ANPUR nos biênios 2005/2007 e 1991/1993. Seus principais temas de pesquisa são história do urbanismo no Brasil e América Latina; circulação de ideias no meio profissional; história e cultura na cidade contemporânea; e relação entre megaeventos e reestruturação urbana.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/3124354013043890

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O trabalho trata da relação entre as transformações da escravidão urbana e sua relação com a ocupação da periferia de Salvador, antes cercada por quilombos e roças de libertos, e, a partir do final do século XIX, por terreiros de candomblé. No começo do séculoc XIX, a cidade dependia dos escravos para transporte de pessoas, transporte de mercadorias, abastecimento de água, retirada de dejetos, abastecimento alimentar, limpeza urbana, iluminação pública e operação interna das moradias. A cidade apresentava formas específicas de trabalho do escravo - o ganho e o aluguel - distintas do trabalho escravo no campo. Para o escravo urbano, a senzala desaparece como forma de moradia. Serão barracos na periferia, cortiços, porões e “lojas”, andares térreos ou subsolos de antigos sobrados, os espaços usados como alojamento de escravos e moradias para os mais pobres. A cidade aparecia como lugar propício para sua fuga, para maior liberdade nas relações interpessoais, incluindo as afetivas, e para sua alforria. A partir da metade do século XIX, haverá mudanças profundas no sistema escravagista, com o recuo do escravagismo na cidade. O resultado foi a ocupação intensiva de brechas na área central da cidade, com subdivisão de antigos casarões, ocupação de lojas e de quartos nos fundos dos imóveis nas freguesias centrais – Santana, São Pedro, Pilar e Conceição. Para estes moradores, estar no centro era importante, ligados que estavam ao pequeno comércio e à prestação de serviços, o que foi facilitado pela saída de famílias ricas dessas áreas e pelos seus primeiros sinais da decadência. Outro resultado foi a ocupação da periferia com uma “dinâmica negra”, em torno de roças, quilombos e candomblés. As freguesias com características rurais (Santo Antônio, Brotas e Vitória) formavam um “cinturão rural” em volta da cidade, com população dispersa em pequenas roças, muitas vezes, dotadas de pequenas casas cobertas de palha. Há poucos registros dos quilombos, porém ali estavam as colinas, matas, rios e lagoas que serviam como suporte para uma coletividade clandestina. Os quilombos eram heterogêneos quanto ao porte: de cinco escravos fugidos até o do Buraco do Tatu – com menos de 100 habitantes - na freguesia suburbana de Santo Amaro de Ipitanga, ou o do Urubu, no Cabula. Eram comunidades móveis, nem sempre em relação harmônica com seus vizinhos, alimentadas pelo fluxo de escravos que encontravam na periferia, facilidade para a fuga e refúgio, e, na cidade, postos de trabalho. Várias áreas periféricas atuais teriam surgido daqueles quilombos e, segundo o autor, sua toponímia seria reveladora: Cabula, Beiru, Bogum, Bonocô. Também seriam propícias aos terreiros de candomblé, concedendo a privacidade para uma religião nem sempre bem-vista, que dependia das árvores sagradas, das fontes, de certas pedras. Os terreiros também cercavam a cidade e, por sua vez, serviam como núcleo de ocupação, rodeados de moradias daqueles que lhes estavam relacionados.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 24 Fevereiro, 2016 - 17:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
segunda-feira, 4 Julho, 2016 - 17:15
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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