view_slideshow

Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Menssagem de erro

The page style have not been saved, because your browser do not accept cookies.

Arqueologia; Casas subterrâneas; Jê; Brasil.

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica.

Autor(es): 

Luciane Massaro de Marque

Referência bibliográfica: 

MARQUE, Luciane Massaro de. Arquitetura Pré-histórica: Um estudo sobre a estrutura de cobertura das casas subterrâneas dos Jê Meridionais. 2015. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ambiente e Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação, Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 2015.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Arquiteta e Urbanista pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, especializada em Gestão Estratégica do Território Urbano, pela mesma instituição. É Mestre em Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES). Atualmente ministra aulas de disciplinas do curso de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil junto à UNIVATES. 

Fonte: https://www.escavador.com/sobre/6634134/luciane-massaro-de-marque

Sumário obra: 

1. Introdução

2. Referencial Teórico

3. Metodologia

4. Análise dos modelos arqueológicos

5. Novas alternativas estruturais de cobertura para as casas subterrâneas

6. Considerações Finais

Referências

Resumo : 

Nesta dissertação, a autora deixa explícita a necessidade de conexão entre arquitetura e arqueologia para se compreender o passado construtivo e a maneira como o homem interagia com o território e expressava seu conceito de espaço. A dissertação visa então aproximar a arquitetura e a arqueologia para compreender a arquitetura indígena pré-histórica produzida pelos grupos Jê Meridionais, tradicionalmente habitantes da região do planalto sul do Brasil. Os Jê Meridionais ocupavam áreas de planaltos em florestas subtropicais e de araucárias e habitavam em abrigos de palha circulares ou elípticas nos vales e baixadas próximas a matas e encostas, ou em casas subterrâneas, nas regiões altas. Também foram encontrados em escavações arqueológicas galerias subterrâneas nas encostas dos morros e construção de terraços de terra e pedra, além de montículos mortuários cerimoniais. Pouco se sabe sobre este tipo de construção por se tratar de uma arquitetura sem registros gráficos, estudada apenas através de escavações arqueológicas. As casas subterrâneas do grupo Jê são estruturas pré-históricas escavadas no solo, em que se utilizava apenas a terra como material construtivo. A autora cita ainda a boa adaptação desse método construtivo ao frio das florestas subtropicais nas quais habitavam os grupos Jê. As habitações podiam ser constituídas a partir da escavação de um buraco de cerca de 1,20 metro no solo, formando casas semi-subterâneas, ou ser cavadas no solo com mais profundidade, configurando, portanto, casas subterrâneas. De maneira geral, o solo era escavado em forma circular, deixando nas laterais uma espécie de banco esculpido no solo, que era utilizado nas atividades diárias. Havia ainda uma rampa de acesso ao exterior, o que podia ocorrer também mediante pedras encaixadas no solo, formando uma espécie de escada. Quanto ao formato, apesar de serem consideradas circulares pela maioria dos pesquisadores, também foram encontradas casas com formato de meia-esfera, apresentando uma rampa de acesso, e ainda em formato de chapéu invertido, apresentando rampas de acesso à superfície e tendo a parte mais baixa da casa, plana. As paredes eram perpendiculares ao piso ou levemente inclinadas. Este, após compactação, era queimado de forma a tornar sua superfície rígida. A estrutura da cobertura seria em madeira, com o recobrimento em palha. Algumas casas apresentam ainda uma estrutura escavada parabólica, anexa à estrutura principal da casa, que é considerada um depósito. Há indícios da utilização da superfície do solo em volta do buraco, o que conduz ao entendimento de que a cobertura se estendia para além dessa extremidade, formando um espaço que era utilizado para fins diversos. Outra possibilidade verificada é a da cobertura ser delimitada pela própria extremidade do buraco e a área além deste ser utilizada sem cobertura. Quanto ao posicionamento, as casas estavam localizadas em locais com pouca declividade e bom escoamento de águas pluviais. Eram construídas, em sua maioria, isoladamente, mas há também registros de casas geminadas, em duas ou mais, sob a mesma estrutura de cobertura. De acordo com os estudos realizados nos sítios arqueológicos, é possível concluir que as casas de um mesmo sítio não eram todas contemporâneas, indicando sucessivas ocupações do mesmo território. Há indícios da existência de fogões permanentes, refugos de lascamento de pedras, entre outras características que permitem inferir os tipos de atividades desenvolvidas no interior dessas habitações. Quanto aos tamanhos, apresentam entre 4 e 20 metros de diâmetro e uma profundidade de até 10 metros, em alguns casos. Discute-se no trabalho os tipos de estruturas utilizadas nas coberturas das casas subterrâneas sob o ponto de vista estrutural e construtivo, a partir das teorias arqueológicas sobre este elemento, com foco na lógica construtiva e na estabilidade das coberturas. O objetivo é analisar e identificar estruturas que expliquem como esses antigos construtores resolveram as questões estruturais das casas subterrâneas. São apresentados diversos modelos que sugerem como seriam as coberturas dessas casas, com base nos estudos arqueológicos disponíveis e desenvolvidos previamente. A maioria dos estudos defende a forma da  cobertura em abóbada, formando um teto côncavo, possivelmente recoberta com palha e, sobre esta, algum material argiloso, que funcionaria também como impermeabilizante. Diversas hipóteses sobre sua estrutura foram desenvolvidas e analisadas pela autora. Entre elas, a da existência de um grande pilar central – ideia desenvolvida a partir de grandes pedras no piso encontradas em sítios arqueológicos –, que funcionaria como apoio da cobertura que seria estabilizado por essas pedras. Sobre este grande pilar, uma associação radial de outros elementos de madeira se cruzaria e sustentaria a cobertura vegetal. Essa hipótese foi considerada adequada para casas de tamanho médio (com seis a oito metros de diâmetro. Para casas grandes (entre nove e vinte metros de diâmetro), esse grande pilar central poderia ser desdobrado em outros dois pilares, formando um triângulo que receberia as demais peças da cobertura. Neste caso, a autora avalia ainda que seria necessária a utilização de peças de contraventamento entre para garantir a estabilidade da estrutura como um todo. Outra possibilidade sugerida para casas totalmente subterrâneas seria o emprego de uma só peça em madeira para vencer todo o diâmetro, sem a necessidade de pilares de sustentação. Sobre esta viga, outras peças se apoiariam para receber a cobertura vegetal em todo o perímetro da casa. Há, por fim, a hipótese de coberturas em forma de arcos ogivais e sem pilares centrais em casas semi-subterrâneas, devida ao fato de não terem sido encontradas pedras no seu interior e da necessidade de elevação da cobertura para possibilitar a utilização desta área. Quanto às espécies de madeira utilizadas nas estruturas das coberturas, a autora aponta algumas características, mas deixa explícita a necessidade de estudos mais aprofundados sobre este aspecto, em decorrência da falta de evidências arqueológicas. A partir dessas considerações, a autora descreve e descarta diversas outras hipóteses propostas por estudos arqueológicos.

Data do Preeenchimento: 
sábado, 7 Agosto, 2021 - 21:15
Pesquisador Responsável: 

Edmara Paiva Santana

Data da revisão: 
sexta-feira, 13 Agosto, 2021 - 21:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna

Subscribe to RSS - Arqueologia; Casas subterrâneas; Jê; Brasil.