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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

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Casas de Madeira; Arquitetura eslavo-paranaense; Paraná

ISBN ou ISSN: 

978-85-61422-01-1

Autor(es): 

Joel Larocca Júnior, Pier Luigi Larocca e Clarissa de Almeida Lima

Onde encontrar: 

Acervo da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

LAROCCA JÚNIOR, Joel; LAROCCA, Pier Luigi; LIMA, Clarissa de Almeida. Manual de Conservação e Adaptação de Casas de Madeira do Paraná. 1ed. Ponta Grossa, Paraná: Larocca Associados, 2008.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Joel Larocca Júnior é engenheiro civil graduado na UFPR (1973), e tem ainda graduação em arquitetura e urbanismo pela Universidade Positivo (2013), além de mestrado em Economia pela UFSC (2002). Atua em arquitetura e urbanismo, com pesquisa nos temas: Planejamento Urbano, Habitação de Interesse Social, Preservação das casas de madeira do Paraná, Sistematização Sustentável de Fundos de Vale Urbanos e Custos de Urbanização.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/8762222420433711

Pier Luigi Larocca é arquiteto e urbanista.

Clarissa de Almeida Lima é arquiteta e urbanista.

Sumário obra: 

Capítulo 1 – Apresentação

Capítulo 2 – Tipos de Madeira

Araucária

Peroba-Rosa

Imbuia

Tarumã

Sassafrás

Espécies Disponíveis Atualmente

Espécies de Reflorestamento

Placas de Madeira Industrializadas

Capítulo 3 – Componentes da construção

Fundação

Vigamento do Assoalho

Assoalho

Estrutura Principal

Estrutura do Telhado

Telhado

Paredes

Forros

Esquadrias

Escadas

Guarda-Corpos

Ornamentos

Capítulo 4 – Reparos

Reparos na Fundação

Reparos no Assoalho

Paredes Externas

Janelas

Portas

Molduras

Ornamentos

Telhado

Ataque de Cupins e Brocas

Capítulo 5 – Transferência

Levantamento

Identificação das Peças

Preparação do Local de Transferência

Desmonte

Remontagem

Capítulo 6 – Adaptação

Adaptação de Peças Sanitárias

Instalações Elétricas

Ampliações

Capítulo 7 – Conclusão

Referências

Resumo : 

O livro, com muitos desenhos, trata da casa de madeira paranaense, sua história e constituição, e das maneiras de preservá-la. Os autores iniciam tratando da antiga abundância de madeira no estado, cuja superfície era coberta em até 80% pelos biomas da Floresta Ombrófila Mista (Mata com Araucária) e da Floresta Estacional Semidirecional, fornecendo madeira para todo o país. Apesar da presença das construções em alvenaria, tradição luso-brasileira que se irradia a partir do litoral do estado e reforçada pelos imigrantes italianos, a madeira já comparecia nas casas caboclas, caracterizadas pelo uso de tábuas na vertical, estrutura independente e telhado de tabuinhas com grande angulação, das quais hoje há remanescente em faxinais – comunidades rurais em extinção – e no sudeste do estado. Os imigrantes da Europa Central (Ucrânia e Polônia) adotaram esse tipo, abandonando suas construções com troncos e pranchões horizontais, em decorrência da presença da madeira longa das araucárias, constituindo, assim, uma arquitetura eslavo-paranaense. Também com a difusão do uso da madeira araucária, deu-se a disseminação da moda do bangalô, tipologia de origem hindu, utilizada tanto na cidade como no campo. Chegou a haver um art-nouveau em madeira, especialmente em São Mateus do Sul – porto fluvial tornado próspero com a erva-mate. No norte do Estado, a ocupação se deu depois, com a expansão cafeeira e com uso intenso da peroba-rosa em construções com telhados de tabuinhas falquejadas à mão e depois substituídas por telhas de barro. Na região em torno de Londrina, a madeira aparecia em hotéis na área urbana, em sedes de fazendas de alemães e em bangalôs e pavilhões dos japoneses. No geral, no Paraná, foi a casa cabocla que foi a adotada e transformada pelas sucessivas influências dos imigrantes. Sua estrutura independente dava liberdade ao agenciamento interno, o que não foi aproveitado, uma vez que se empregaram os esquemas tradicionais de partição do espaço doméstico. Neles, destaca-se o papel proeminente da cozinha em uma segunda edificação, conectada pela varanda, resguardando-se a sala, que, entre os eslavos, chegava a tornar-se até mesmo oratório. Os poloneses trouxeram o uso intenso das cores e ornamentos, na forma dos lambrequins curvilíneos e na incorporação das varandas e do assoalho distante do solo. Os ucranianos trouxeram os ornamentos geométricos e os alemães somaram o telhado de chanfro, o krüppelwalmdach, e a mão-francesa curva. Também houve influência japonesa no treliçado dos oitões, nos guarda-corpos geométricos e na ornamentação. Essa unidade cultural, no entanto, deu-se juntamente com a devastação florestal e a consequente escassez de araucárias, imbuias, perobas, entre outras, forçando o emprego de madeiras de reflorestamento – pinus e eucaliptos – de qualidade inferior. Igualmente impactante foi o êxodo rural e a urbanização, que promoveram a crescente adoção da alvenaria, tornando-a associada à solidez, durabilidade e isolamento, enquanto a madeira, de forma preconceituosa, era vista como frágil, pouco durável e inflamável. A casa de madeira reaparece, contudo, no chalé de montanha ou de campo da classe média alta como cópia de modelos europeus e americanos. Em seguida, os autores falam dos tipos de madeira e suas propriedades – araucária, peroba-rosa, imbuias, tarumã e sassafrás –, incluindo também as empregadas hoje, como cambará, cedrilho e cedro. A blockhaus dos eslavos, feita com pranchões, era uma construção pesada, com fundações de pedra ou madeira muito dura e pouca, ou mesmo nenhuma, distância do solo. A casa paranaense era mais leve. As fundações, os cepos, existiam somente para apoio da estrutura e entablamento quando a durabilidade era exigida e, diante do inevitável apodrecimento, era superdimensionada. Nas cidades e no norte usam-se pilares de tijolos, e vedações vazadas na parte inferior para evitar animais; em alguns casos, o fechamento é feito com pequenas aberturas (as gateiras) e portinhola de acesso para limpeza. Em todos os casos, mantinha-se a caixa de ar, providência fundamental para manter seca a parte inferior do assoalho. Na ocupação do oeste, apareceu o problema do efeito de sustentação, causado pelos ventos. A inclinação do telhado – acima de 33% – faz com que o vento pressione o edifício. Somado ao peso do telhado, explica porque construções recentes, com seus telhados mais leves, colapsam, enquanto casas tradicionais se mantêm. O assoalho em madeira se viu substituído, após a Segunda Guerra Mundial, por pisos cimentados, especialmente nos banheiros, cozinhas e varandas. De um modo geral, nos assoalhos, as ligações são pregadas, sem parafuso, ou se prendem por sambladuras, como o abraçadinho, rabo-de-andorinha e a meia-madeira. No telhado, as tabuinhas foram substituídas por telha de barro, tipo francesa, desde a primeira metade do séc. XX. Nas cumeeiras e espigões, telhas goivas argamassadas. Em geral não há calhas: apela-se para pingadeiras, em especial, a fileira de lambrequins. Nas casas de influência japonesa aparece o onigawara, ornamento em cimento na extremidade de cada cumeeira. As tábuas verticais das paredes são vedadas com sarrafos ou mata-juntas, seu elemento mais característico. Com apenas uma polegada de espessura, produzem isolamento térmico igual ao de uma parede de alvenaria de 14 cm. Os forros antes eram colocados com planos alternados, chamados “saia e blusa”, e, às vezes, em plano único com mata-juntas, como nas paredes. A partir dos anos 30, surge o forro de lambril, com encaixe macho-fêmea, chamado “forro paulista”. As portas ganham importância quando externas, sendo dotadas de almofadas pintadas com cores vivas. As janelas são de madeira e peças de vidro, com proteção de venezianas e escuras. Em casas antigas, com escuras internas e janelas de vidro expostas, a “pala” européia foi adotada: um pequeno telhado colocado sobre portas, janelas e arremates de oitão, para protegê-los. As escadas internas, de acesso ao sótão, são íngremes e de um só lance; quando na sala, são guarnecidas com guarda-corpos elaborados. As escadas externas, para varanda ou portas de entrada, têm, na região de Londrina, influência japonesa. São tratadas de modo ornamental, centralizadas e mais largas na base do que no topo. Os guarda-corpos ornamentais estão em desaparecimento, por serem mais expostos a intempéries, sendo substituídos por tubos de PVC ou aço. Os autores, então, expõem as formas de preservação material dessas casas e, diante da necessidade do seu uso social, encaminham recomendações para sua transferência e adaptação.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 28 Janeiro, 2015 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quarta-feira, 28 Janeiro, 2015 - 16:30
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