978-65-86753-59-2
REZENDE, Marco Antônio Penildo; LOPES, Wilza Gomes Reis.
http://redeterrabrasil.net.br/wp-content/uploads/2022/06/ACTBrasil.pdf Acesso em: 27 out. 2022
REZENDE, Marco Antônio Penildo; LOPES, Wilza Gomes Reis. Arquitetura e construção vernácula com terra no Brasil In: NEVES, Célia et al. Arquitetura e Construção com Terra no Brasil. Tupã, São Paulo: ANAP, 2022, 251 p.: il. – (PPGARQ ; v. especial). cap. 1.2, p. 27-35. ISBN 978-65-86753-59-2. E-book.
Marco Antônio Penido Rezende - Graduação em Arquitetura e Urbanismo (UFMG, 1987), Mestre em
Arquitetura e Urbanismo (UFMG, 1998), Doutor em Construção Civil (Politécnica/USP, 2003). Pós-doutorado
Programa Preservação Histórica, Universidade de Oregon, EUA (2010). Pesquisas, atividades de ensino,
extensão e publicações nas áreas de: arquitetura vernácula, técnicas construtivas vernáculas e antigas,
arquitetura de terra, técnicas retrospectivas, história das técnicas construtivas, sustentabilidade,
conservação e patologia das construções, restauração e revitalização arquitetônica e urbana, inovação
tecnológica na produção de arquitetura, interfaces tecnologia x arquitetura, história das técnicas.
Wilma Gomes Reis Lopes- Possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco
(1978), Especialização em Urbanismo (1985) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mestrado
em Arquitetura, pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo - EESC/USP (1998) e
Doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2002), na área de
concentração Construções Rurais e Ambiência, com ênfase em materiais alternativos de construção. É
professora Titular do Curso de Arquitetura e Urbanismo, ligada ao Departamento de Construção Civil e
Arquitetura, Centro de Tecnologia, da Universidade Federal do Piauí (DCCA/CT/UFPI).
Fonte: http://lattes.cnpq.br/8413549938151614
http://lattes.cnpq.br/2455108901174407
Não se aplica
Para introduzir o tema de Arquitetura Vernácula no Brasil, os autores enfatizam a grande diversidade natural
e cultural que existe no território brasileiro, e a articulam com as várias soluções construtivas que refletem
os materiais disponíveis em cada local. Em seguida, são citados diversos autores que discorrem sobre o que
seria a arquitetura vernácula, assim como o que ela representa para além da materialidade. Chega-se à
conclusão de que existe uma relação intrínseca entre essa arquitetura e as construções oriundas do saber
popular, em que são utilizados materiais locais e há uma adaptação à paisagem do entorno. Ela interage
com o ambiente em que se encontra inserida, respeitando o clima, os materiais, tradições e identidade
arquitetônica do local, valorizando, dessa forma, a identidade cultural. Assim, a arquitetura vernácula pode
se configurar num caminho para a sustentabilidade das construções e das relações sociais e culturais. Os
autores ressaltam a riqueza da arquitetura vernácula brasileira, ao mesmo tempo em que lamentam a sua
desvalorização enquanto campo de estudos e a falta de conhecimentos específicos sobre o tema, que
acabam por generalizar ou fornecer informações insuficientes sobre esse universo multidisciplinar. Em
seguida, apresenta-se a arquitetura vernácula com terra, produzida no Brasil, considerando-se a
continuidade e as mudanças encontradas no seu uso. Aqui são mostradas quais técnicas construtivas e tipos de moradias são mais encontrados em cada região do país e porquê - quais foram as influências externas que levaram a esses desenvolvimentos. Nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e em parte da Norte percebe-se a influência africana, com o uso de plantas quadradas ou retangulares, telhados com duas águas, coberturas vegetais e vedação de pau a pique e adobe. Na região Sul, as técnicas de construção com terra sempre estiveram associadas à influência europeia. A região Sudeste guarda um rico patrimônio de edificações construídas com adobe, pau-a-pique e taipa de pilão. As técnicas construtivas com terra, chegadas ao Brasil com os colonizadores portugueses e os africanos trazidos como escravos, foram basicamente a taipa de pilão, o adobe e a taipa de mão ou pau a pique, que predominaram no país. A partir disso, se conclui que a construção com terra, adotada desde o início da colonização em todo o território brasileiro, permaneceu e se desenvolveu quando e onde sua utilização foi confirmada pela experiência do solo e do clima e onde se dava a melhor adaptação ao meio. Os autores também descrevem como, a partir das mudanças sociais e econômicas, a introdução da produção do tijolo cerâmico levou ao crescente desuso das técnicas com terra nas construções, apesar de o adobe e o pau a pique continuarem presentes em várias regiões do país. No final do texto, são compreendidas as permanências e mudanças na construção vernácula no Brasil, com ênfase na taipa-de-mão e no adobe- cada um com suas particularidades. A difusão da taipa de mão no país devido à facilidade de sua execução, da transmissão do “saber fazer” e do aproveitamento de materiais disponíveis no local foi muito grande. Em relação ao adobe, foram observadas algumas particularidades, como, por exemplo, a maneira de executar a alvenaria através de diferentes tipos de assentamento ou o uso de estrutura em madeira e fechamento em adobe. A dimensão do adobe também é variável. Para concluir, os autores exaltam a importância do estudo e da preservação da arquitetura vernácula de terra, não somente como patrimônio construído, mas também a sua importância social e cultural. Além de possibilitar uma melhor qualidade de vida e o empoderamento das populações locais. fornece a mão de obra e conhecimento para a restauração das construções históricas de terra.
Gustavo Coelho Oliveira